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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Quadro exposto no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Hoje o nosso destino era o famoso Monument Valley, localizado no norte do Arizona, bem no coração da terra dos Navajos, ou “Navajo Country” Essa é a tribo mais numerosa de indígenas americanos da atualidade, com cerca de 300 mil membros, língua e cultura próprias e um território que se estende por três estados americanos. Além do Arizona, o Navajo Country também incorpora áreas do Novo México e Utah, além da famosa fronteira quádrupla, ou “Four Courners”, ponto imaginário onde se encontram esses três estados e também o Colorado.
Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Ao visitar o Monument Valley hoje, fizemos uma interessante parada no Museu da Nação Navajo. É ali que se compra o ingresso para visitar o Monument Valley, que é gerido pelos Navajos, já que se localiza em território sagrado para a tribo, local ancestral que os Navajos tèm ocupado e venerado por centenas de anos. Não foi o nosso primeiro contato com essa etnia, mas certamente o mais esclarecedor. Já tínhamos dormido em um dos mais importantes trading posts dos Navajo, na saída do Grand Canyon. Depois, ao viajar entre Arizona e Utah, dirigimos por horas através de sua reserva e de paisagens belíssimas. Mas era só agora que tínhamos a oportunidade e tempo de aprender um pouco mais da história sofrida desse povo.
Mapa da Nação Navajo, em quadro exposto no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Registros arqueológicos e estudos linguísticos indicam que os Navajo chegaram à região há cerca de 600 anos, vindos do noroeste da América do Norte. Chegaram como um povo nômade, mas o contato com os pueblos (vamos conhecer melhor essa cultura no Mesa Verde National Park, amanhã) os transformaram em um povo agricultor, principalmente de feijão e milho. Com a chegada dos espanhóis no México e o crescimento do comércio, agora os Navajo passaram a ser grandes criadores de cabras e ovelhas, assim como hábeis artesãos de algodão e lã.
Rain God Mesa, no centro do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Infelizmente, nem só de comércio se dava o “choque de civilizações”. Ao contrário, a principal faceta dessa relação era a guerra. Primeiro, contra os espanhóis, depois com os mexicanos e, por fim, com os novos senhores daquelas terras, os americanos. Enquanto com os dois primeiros, houve um certo equilíbrio de forças, com perdas e massacres para ambos os lados, contra os americanos e sua onda ocupatória e expansionista, o povo Navajo não resistiu mais de duas décadas. Novos colonos não paravam de chegar e, atrás deles, a cavalaria americana. Em 1863, os últimos bandos de Navajos foram derrotados e toda a etnia completamente subjugada. O que se seguiu foi um dos mais tristes capítulos da ocupação do oeste americano, a chamada “Long Walk”, ou longa marcha, em que 9.000 mil índios Navajo, a maioria mulheres e crianças, foram expulsos de suas terras ancestrais e obrigadas a caminhar cerca de 500 quilômetros até sua nova reserva, no Novo México. Foi um massacre, tanto a caminhada como o período em que ficaram em sua nova reserva, centenas deles sucumbindo à doenças e à fome generalizada. Por fim, quatro anos mais tarde, foi-lhes permitido retornar para uma área próxima do Monument Valley e, com o tempo, voltaram para cá também. Apesar de toda a área ser transformada em uma reserva, os conflitos com rancheiros e empresas de mineração continuaram por décadas, até quase a metade do século XX.
As belas paisagens do Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
A situação melhorou um pouco com a importante participação Navajo na 2ª Guerra Mundial. Os índios empregados no exército desenvolveram um código que jamais seria quebrado pelas forças japonesas. Imagina... se navajo já é difícil, imagina navajo em código! Os japoneses não tinham a menor chance. Com isso, as diversas divisões do exército podiam se comunicar por rádio e telex sem que suas mensagens fossem quebradas, Em cada regimento, um navajo para poder fazer a transcrição das mensagens!
Participação dos navajos na 2a Guerra Mundial, em quadro exposto no Museu Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Hoje, eles são os senhores dessa terra, com seu próprio governo e até polícia. A língua e a cultura são valorizadas e um conselho tenta conciliar as ricas tradições com as exigências da sociedade moderna. As cicatrizes da opressão a que foram submetidos ainda estão aí, mas nenhuma sociedade pode sobreviver olhando apenas para o passado. Esse, claro, não pode ser esquecido, e é essa a função do museu que visitamos hoje. Mas são os desafios do século XXI e como dar oportunidade à nova geração que está crescendo, sem deixar que sejam navajos, mas ao mesmo tempo não fiquem presos ao passado que é a grande questão que se coloca. Para os Navajo, para os Maori, para os Guaranis ou para os Bosquímonos...
Carro de polícia da Nação Navajo, no Monument Valley, no Arizona, nos Estados Unidos
Sobre os índios Navajos, ficou muito bom a descrição. Faz parte da minha memória e formação na minha juventude.
São Paulo, SP.
Sou natural de Jataí, Goiás.
Resposta:
Oi Mauricio
Que legal que tenha gostado! Eu também sou um grande admirador da cultura e história de todos os povos que habitavam as Américas, incluindo as diversas etnias de índios norteamericanos.
Um abraço
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