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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Caminhando no centro de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Dois anos depois de Colombo chegar à América, em 1494, foi assinado o famoso Tratado de Tordesilhas, que dividia todas as “novas terras” do mundo entre Portugal e Espanha. Naquela época, os dois países ibéricos eram os mais consolidados na etapa de formação dos estados modernos, enquanto Inglaterra e França ainda enfrentavam diversos conflitos internos. É claro que esses outros países jamais reconheceram o tratado e perguntavam, ironicamente, onde estava o testamento de Adão com as cláusulas que permitissem à Espanha e Portugal dividirem o mundo entre si.
Igrejas quase vizinhas, no centro de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Catedral de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Enfim, pelo menos naquela época, quando os dois países dominavam os mares e descobrimentos, o mundo foi mesmo dividido. O meridiano imaginário do Tratado, negociado quase sem nenhum conhecimento dos limites da América, passava sobre o Brasil, deixando a parte leste do futuro país no território de Portugal, enquanto a maior parte do território ficava em áreas espanholas. No início do século XVI o Tratado ainda era respeitado e Portugal iniciou a exploração do quinhão que lhe cabia. O Mato Grosso estava longe dessa área, encravado no coração das possessões espanholas.
O belo interior da catedral de Cuiabá, capital do Mato Grosso
O belo interior da catedral de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Nesse início de colonização da América, os espanhóis estavam mais preocupados com o saque dos metais preciosos das antigas civilizações do Novo Mundo. Assim, concentraram seus esforços de ocupação em áreas que hoje correspondem ao Peru e ao México. O Mato Grosso ficou relegado às traças, para sorte dos indígenas que lá viviam. Um pouco mais tarde, preocupado em consolidar seus novos domínios, os espanhóis se utilizaram dos jesuítas para ocuparem esses territórios mais isolados. Essa importante ordem religiosa estabelecia missões nesses territórios indígenas isolados, catequisando os índios, expandindo os limites da civilização europeia-cristã e arrebatando novos súditos para o Papa e para o Rei de Espanha.
Caminhando no centro de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Arte nas ruas de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Esses índios “amansados” e cristianizados se tornavam alvos ainda mais fáceis para os portugueses que colonizavam o Brasil e necessitavam urgentemente de mão-de-obra escrava. O problema é que boa parte deles se encontrava em missões do outro lado do Tratado de Tordesilhas e ir buscá-los significava romper o tratado. Esse “dilema” foi resolvido em 1580, quando os reinos de Portugal e Espanha se uniram em uma única monarquia na Europa. Por 60 anos, formaram uma única nação e a linha de Tordesilhas perdeu o sentido. Colonizadores de origem portuguesa trataram de expandir os limites de seu território, sempre em busca de metais preciosos e de escravos para seus engenhos, fazendas ou minas. Quando houve, enfim, uma nova separação das duas nações europeias, em 1640, Tordesilhas já era letra morta embora, em teoria, ainda estivesse valendo.
Versão brasileira do faroeste, em Cuiabá, capital do Mato Grosso
Não para os bandeirantes paulistas, que atravessavam o Brasil em busca de escravos. Que o digam os índios guaranis, reunidos em missões espalhadas pelo sul do país. Que o digam também os indígenas do atual Centro-Oeste, entre eles os de Mato Grosso. Foi aí que, em 1719, uma importante bandeira paulista foi derrotada pelos índios. Mas eles não perderam a viagem, não! Ali pertinho, ao se reunirem para regressarem à São Paulo, descobriram ouro! No local, fonte de intensa migração e corrida do ouro nos anos seguintes, fundaram a cidade de Cuiabá. Estava aberta a ocupação do Mato Grosso! Tantos portugueses vieram ao novo território, da msma maneira que estavam ocupando o sul, regiões teoricamente espanholas, que a Espanha acabou por reconhecer a soberania portuguesa sobre essas novas fronteiras, no Tratado de Madrid, de 1750. Não é a toa que ainda há um monumento em honra a esse tratado na cidade de Cáceres, no Mato Grosso. Foi a oficialização de que a área seria mesmo brasileira.
Fim de tarde em Cuiabá, capital do Mato Grosso
Bom, a febre do ouro passou, o ratado de Madrid foi assinado e a vida voltou a ser pacata em Cuiabá. O próximo grande acontecimento viria mais de um século mais tarde, na sangrenta Guerra do Paraguai. Cuiabá não chegou a ser invadida, mas partes do Mato Grosso sim, o único território brasileiro a ser conquistado e ocupado por tanto tempo. Cuiabá se tornou um centro para reorganização das tropas e reconquista do território perdido. A reconquista foi feita, assim como a conquista de todo o Paraguai, mas a cidade pagou um alto preço por isso. Soldados que voltavam do país vizinho trouxeram consigo a varíola e uma epidemia se instalou em Cuiabá, matando metade de seus habitantes. Outra consequência da guerra foi a criação de Varzea Grande, inicialmente um acampamento militar do outro lado do rio Cuiabá. O acampamento acabou virando um distrito de Cuiabá e, algum tempo depois, uma cidade independente. Hoje, as duas cidades vizinhas formam uma “conurbação”, a primeira e a segunda cidades mais populosas do estado, formando um único grande centro urbano, com quase um milhão de habitantes.
Cuiabá, no Mato Grosso, uma das sedes da Copa do Mundo, conta os dias para o início do torneio
Foi essa Cuiabá que viemos conhecer, poucos meses antes que ocorram por aqui os jogos da Copa do Mundo. pois é, Cuiabá foi escolhida como uma das sedes do torneio e está passando por uma reforma completa em suas principais avenidas e vias de acesso. Ninguém avisou isso ao nosso GPS que insistia em nos enviar por ruas e avenidas fechadas para obras. A gente tinha de administrar as seguidas placas de desvio com as insistentes reclamações do nosso guia eletrônico (“Recalculando...”). Enfim, com muito trabalho, tentativas e erros, voltas e desvios, acabamos chegando ao centro da cidade, onde nos instalamos em um hotel, depois de deixarmos o Gabriel e a Luisa na rodoviária da cidade, para seguirem seu próprio caminho.
Caminhando por Cuiabá, capital do Mato Grosso
Prédio do Museu Histórico em Cuiabá, capital do Mato Grosso
Agora, devidamente instalados e a Fiona estacionada, podíamos sair a pé, sem ter de nos preocupar com ruas bloqueadas. Passeamos muito pelas ruas do centro, suas belas igrejas e prédios históricos. Infelizmente, o Museu de História da cidade estava fechado e não pudemos entrar no charmoso prédio. Outra decepção foi saber que o melhor restaurante de comida árabe do Brasil também fechou, já a um par de anos, depois da morte do fundador. Os filhos não souberam levar o negócio e nós só pudemos ficar com água na boca, depois de ter lido tantos relatos maravilhosos sobre a qualidade da comida ali servida.
Restaurante choppão, um dos mais tradicionais de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Assim, depois de muito caminharmos, resolvemos matar a fome em outro ponto tradicional da cidade, o restaurante Choppão. Com o calor que faz costumeiramente por aqui, um bom chopp gelado haveria de fazer sucesso! Ainda mais acompanhado de farta comida. Brindamos à cidade, às incríveis belezas do estado que conhecemos nesses últimos dias e também ao que nos espera pela frente. Amanhã, viajamos para o mato grosso do Sul, o único estado que ainda não estivemos nesses 1000dias. Vai ser uma importante etapa a ser completada, um sonho que, aos poucos, vira realidade, um frio na barriga de que estamos mais pertos do fim. Mas, bola prá frente, tem muita coisa ainda no caminho e, para que se preocupar se o chopp daqui é tão gelado?
Restaurante choppão, um dos mais tradicionais de Cuiabá, capital do Mato Grosso
Olá!
Quando descobri o blog, o projeto dos 1000 dias já estava encerrado, mas decidi ler todos os dias cada um dos posts, desde o começo!
Enfim, estive em Cuiabá no ano passado para assistir Nigéria X Bósnia. Fo muito legal! Pena q nenhuma das obras ficaram prontas. Mesmo o estádio ainda tinha áreas a serem finalizadas. Mas o pessoal de lá é muito bacana, fomos muito bem recebidos. E sobre as obras, apenas mais um retrato do nosso Brasil...
Mas como estou lendo desde o primeiro post, tenho duas curiosidades:
Que fim deu a placa furtada da Fiona? Como vcs conseguiram resolver isso?
E agora encerrados os 1000 dias, vcs retornaram às suas antigas profissões ou conseguiram pegar um gancho no projeto e de alguma forma transformar os 1000 dias em profissão?
Um abraço!
Magnifico relato, enriquecido com as belas fotos de Cuiabá,então fechamos mais um estado,e que venha Mato Grosso do Sul!!!
Resposta:
Olá Samuel
A resposta vai meio atrasada, mas antes tarde do que nunca!
Fechamos MT, fechamos MS, fechamos PR, entramos na Argentina e os relatos, agora já estão no Chile! E ainda tem outros 6 meses de histórias. Devagarzinho, chegamos lá!
Um grande abraço!
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