0 Blog do Rodrigo - 1000 dias

Blog do Rodrigo - 1000 dias

A viagem
  • Traduzir em português
  • Translate into English (automatic)
  • Traducir al español (automático)
  • Tradurre in italiano (automatico)
  • Traduire en français (automatique)
  • Ubersetzen ins Deutsche (automatisch)
  • Hon'yaku ni nihongo (jido)

lugares

tags

Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão

paises

Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela

arquivo

SHUFFLE Há 1 ano: Brasil Há 2 anos: Brasil

Los Roques 2007

Venezuela, Los Roques

Não é difícil encontrar estrelas-do-mar nas águas transparentes de Los Roques, no litoral venezuelano

Não é difícil encontrar estrelas-do-mar nas águas transparentes de Los Roques, no litoral venezuelano


Quando se pensa em caribe venezuelano, o primeiro nome que vem à cabeça é Isla Margarita, famosa mundialmente por suas praias e agitação noturna. Mas há no país um pequeno arquipélago um pouco mais afastado da costa, formado por ilhas bem menores, que merece muito mais a alcunha de “paraíso”. Esse conjunto de areias brancas, águas caribenhas, e praias desertas formando aquele cenário idílico típico de comercial de TV tem o nome de Los Roques.

Chegando ao arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Chegando ao arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Avião chega à Grand Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Avião chega à Grand Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


O arquipélago está a cerca de 130 quilômetros da costa, bem na longitude de Caracas. São mais de 300 pequenas ilhas com uma população fixa de 2 mil pessoas, sem contar os quase 70 mil turistas anuais, boa parte deles vindos apenas para passar o dia, diretamente de capital. Certamente, quando chega a hora de partir, no final da tarde, arrependem-se de não ter programado mais tempo por aqui.


Los Roques (B) é um pequeno e paradisíaco arquipélago venezuelano, bem mais tranquilo que Isla Margarita (C), quase na mesma longitude da capital Caracas (A) e latitude de Aruba, Curaçao e Bonaire (D)

As ilhas já eram conhecidas no final do século XVI e pelos próximos 300 anos sua posse foi disputada entre espanhóis, holandeses e venezuelanos. Los Roques estão bem próximas das Antilhas Holandesas, principalmente de Bonaire, e de lá vieram vários de seus habitantes no séc XIX. Dessa época vem o nome de várias das pequenas ilhas, como Francisqui, Nordisqui ou Madrisqui, o “qui” do final vindo do inglês “Cay” ou “Key”, que significam “Cayo” (pequena ilha). Mas a posse acabou ficando mesmo com a Venezuela e a população atual, fora os estrangeiros radicados recentemente, são descendentes de imigrantes vindos de Isla Margarita no início do séc. XX.

Caminhando nas pacatas ruas de Grand Roque, a 'capital' de Los Roques, no litoral venezuelano

Caminhando nas pacatas ruas de Grand Roque, a "capital" de Los Roques, no litoral venezuelano


Grand Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Grand Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Por muito tempo, a economia local era baseada na pesca e exploração de sal e guano, mas isso mudou bastante nas últimas décadas, quando o turismo se tornou a principal força. Praticantes de mergulho, amantes de windsurfe ou kitesurf, ou aqueles apenas apaixonados por praias desertas e encantadoras, todos encontram em Los Roques o local perfeito para uma temporada longe dos agitos do continente. Em Los Roques, há apenas uma vila, na ilha Gran Roque, e todos os outros cayos são, basicamente, praias desertas e paradisíacas esperando por algum “explorador”.

Pelicanos são muito comuns em Los Roques, no litoral venezuelano

Pelicanos são muito comuns em Los Roques, no litoral venezuelano


Turistas se encantam com a quantidade de pássaros em Los Roques, no litoral venezuelano

Turistas se encantam com a quantidade de pássaros em Los Roques, no litoral venezuelano


O acesso ao arquipélago, pelo menos para os simples mortais que não possuem seu próprio iate, é de avião, num voo de cerca de uma hora numa aeronave pequena. Boa parte dos hotéis e pousadas na ilha de Gran Roque pertence a europeus, principalmente italianos. Preços são todos dolarizados e Los Roques é, provavelmente, o local mais caro do país. Pouco antes de ser diagnosticado com câncer, o presidente Chávez disse que iria “nacionalizar” a ilha e boa parte dos proprietários de pousada devem ter tremido nas bases. Mas a doença veio e o status quo foi mantido, Los Roques mais italiana do que nunca.

O aeroporto e o farol de Gran Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

O aeroporto e o farol de Gran Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Observando o mar e o aeroporto de Gran Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Observando o mar e o aeroporto de Gran Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Nós chegamos a esse paraíso com uma mão na frente e outra atrás, quase sem dinheiro depois do roubo no metrô de Caracas. Nossa primeira hora na vila foi percorrendo as caras e charmosas pousadas, tentando encontrar alguma que coubesse no nosso pequeno orçamento restante, o dinheiro que a Ana tinha sacado no caixa eletrônico na capital. Por fim, encontramos uma das mais simples e conseguimos pagar pelos nossos dias por lá, com direito à café da manhã. Com isso, teto e alimentação matinal garantida, ficamos literalmente zerados. Se quiséssemos fazer algum passeio para conhecer as pequenas ilhas vizinhas ou comer e beber algo nas tardes e noites, precisávamos arrumar algum dinheiro.

Visão da única vila em Los Roques, arquipélago no litoral venezuelano

Visão da única vila em Los Roques, arquipélago no litoral venezuelano


Pôr-do-sol no ponto mais alto do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Pôr-do-sol no ponto mais alto do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Sem cartões, era uma tarefa difícil. A VISA reconheceu que não conseguiria entregar um cartão emergencial por aqui, mas a Amex teimou que faria isso em dois dias. Acho que eles não tinham a menor ideia de onde era Los Roques, o que acabou mesmo se confirmando, já que nunca vi a cara desse cartão de emergência. Ainda bem que não acreditamos nisso e continuamos a procurar outra maneira de conseguir dinheiro. Tenta daqui, procura dali, chagamos ao único salvador da pátria de Los Roques. Dono de um dos bons hotéis da ilha, ele trabalhava com o sistema Pay Pal. Com a internet capenga da ilha, eu não iria conseguir fazer nenhuma transferência, mas minha irmã salvadora, lá de Nova York, enviou dinheiro para a conta dele e ele nos repassou. Estávamos salvos! Melhor ainda, estávamos salvos e no paraíso!

Fim de tarde em Grand Roque, principal ilha do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Fim de tarde em Grand Roque, principal ilha do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Hora do descanso em Los Roques, no litoral venezuelano

Hora do descanso em Los Roques, no litoral venezuelano


Enquanto o dinheiro não chagava, contentamo-nos com Gran Roque mesmo. As melhores praias do arquipélago estão nas outras ilhas, apenas acessíveis de barco. Em Gran Roque, além das ruas de casas coloridas e dos ótimos restaurantes, podemos ir na praia do aeroporto, nos encantar com a cor da água que nos cerca, nos divertir com as centenas de gaivotas e pelicanos ao redor do porto e subir até o ponto mais alto do arquipélago, onde há um farol e um ponto maravilhoso para se admirar o pôr-do-sol.

Kite surfing é muito popular em Los Roques, no litoral venezuelano

Kite surfing é muito popular em Los Roques, no litoral venezuelano


Por fim, o dinheiro chegou e passamos a conhecer os cayos ao redor. Cada praia mais linda que a outra. A nossa primeira experiência caribenha, aquela que nunca iremos esquecer. Assunto para o próximo post...

Feliz da vida, a caminho de mais um cayo paradisíaco em Los Roques, no litoral venezuelano

Feliz da vida, a caminho de mais um cayo paradisíaco em Los Roques, no litoral venezuelano

Venezuela, Los Roques, Praia, ViagemAntiga

Veja todas as fotos do dia!

Não se acanhe, comente!

Despachando a Fiona

Panamá, Colón, Cidade do Panamá

Preparando-se para o embarque da Fiona, no porto de Colón, no Panamá

Preparando-se para o embarque da Fiona, no porto de Colón, no Panamá


Ainda na República Dominicana, poucos dias antes de embarcarmos de volta ao Panamá, recebemos a grande notícia pela qual ansiávamos: havia aparecido um outro carro para dividir conosco os custos do contêiner! Uma bela economia para nós, de mais de 500 dólares! Agora sim, estávamos mais prontos do que nunca para realizar essa passagem da América Central para a do Sul, a parte mais chata dessa jornada pelo continente. Bom preço e timing perfeito! Afinal, chegaríamos, na quarta de manhã, tiraríamos a Fiona do Bond (porto seco) no mesmo dia e, na quinta, faríamos a burocracia na Cidade do Panamá. Na sexta, faríamos a burocracia em Colón e despacharíamos a Fiona, que viajaria no domingo, para chegar à Cartagena na terça. Enquanto isso, a gente, com uma combinação de ônibus, avião e barcos, cruzaríamos a fronteira entre os dois países e continentes por terra, algo que queríamos muito! Chegaríamos à Colômbia junto com a Fiona! Só faltava comprar a passagem no pequeno avião que nos levaria da Cidade do Panamá até a fronteira com a Colômbia, uma região bem bonita chama Zapzurro. Tudo estava bom demais para ser verdade...

Recuperando a Fiona no Bond (Porto Seco) na Cidade do Panamá, a capital do país

Recuperando a Fiona no Bond (Porto Seco) na Cidade do Panamá, a capital do país


Depois de 3 semanas, lá está a Fiona, no Bond (Porto Seco) na Cidade do Panamá, a capital do país

Depois de 3 semanas, lá está a Fiona, no Bond (Porto Seco) na Cidade do Panamá, a capital do país


O negócio começou a desandar já no aeroporto em Santo Domingo. A companhia aérea não queria nos deixar embarcar sem mostrarmos uma passagem de saída do Panamá. Mostramos a documentação do carro e eles ligaram para a migração do Panamá. De nada adiantou, o idiota de plantão do lado de lá disse que teríamos de ter uma passagem de saída do país. Sem muito tempo para argumentar e brigar, compramos ali mesmo uma passagem da Cidade do Panamá à Cartagena. Ao menos, a passagem seria reembolsável, menos o custo de emissão, de 25 dólares. Um preço ainda pequeno, se todo o resto desse certo.

Encontro com os suiços Tina e Marco, que vão dividir o conteiner para a Colômbia conosco (na Cidade do Panamá, a capital do país)

Encontro com os suiços Tina e Marco, que vão dividir o conteiner para a Colômbia conosco (na Cidade do Panamá, a capital do país)


Pois bem, adivinha se, no aeroporto do Panamá, alguém perguntou sobre a tal passagem de saída? Claro que não! Enfim... Bem, fomos direto ao nosso hotel deixar a bagagem e, em seguida, ao Bond. Lá, para nossa surpresa (boa!), o processo foi muito mais rápido que o esperado. Nem tivemos de ir à Aduana. Estávamos novamente com nossa querida Fiona e voltamos ao hotel. Lá, a primeira bomba: pela internet, verificamos que não havia mais passagens para Zapzurro pelas próximas duas semanas. Teríamos de arrumar outra rota. Ou outra maneira de chegar lá, sem a ajuda do avião. Mas aí, veio a segunda bomba. Nossa agente disse que os burocratas daqui não trabalhariam na quinta. Ou seja, teríamos de esperar até sexta para fazer os papeis aqui na capital. Isso significava que só poderíamos fazer os papéis de Colón no dia seguinte e que perderíamos o navio desse domingo. O próximo? Só no outro domingo... Acabávamos de ganhar (ou perder!) uma semana!

Com os suiços Tina e Marco, na Aduana em Colón, no Panamá

Com os suiços Tina e Marco, na Aduana em Colón, no Panamá


Mais uma etapa burocrática vencida, em Colón, no Panamá

Mais uma etapa burocrática vencida, em Colón, no Panamá


Bom, parte desse tempo extra, vocês acompanharam no post anterior: muitos passeios por aqui. O outro pedaço, ainda chego lá. Bom, na sexata cedo, fomos encontrar o simpático casal de suíços, o Marco e a Tina, viajando da California à Argentina e, daí, só Deus sabe. Já estão por aqui há uns 10 dias, esperando por nós. Juntos com a agente que está nos ajudando, fomos à Aduana daqui fazer a burocracia necessária. Ali, ficamos sabendo que, na verdade, poderíamos sim, ter feito isso no dia anterior. Foi tudo um “desentendimento”. Que nos custou essa semana valiosa... Enfim, não adiantava chorar pelo leite derramado, tínhamos de aproveitar de alguma maneira esse tempo extra.

Chegando ao porto de Colón, no Panamá

Chegando ao porto de Colón, no Panamá


A Fiona e seu companheiro de conteiner na viagem para a Colômbia (no porto de Colón, no Panamá)

A Fiona e seu companheiro de conteiner na viagem para a Colômbia (no porto de Colón, no Panamá)


Nessa hora, já tínhamos desistido da rota por Zapzurro. Chegar lá por terra e por mar seria muito trabalhoso, 7 horas numa lancha meia boca pulando sem parar. Decidimos então, tentar o plano B (o “C” seria seguir diretamente para Cartagena, mas teríamos de trocar as datas das nossas passagens, de qualquer maneira), pela ilha de San Andres. Essa é uma ilha colombiana, mas que fica no meio do Caribe, ao lado da Nicarágua. Uma aberração geográfica. Vou falar disso no post seguinte, mas o fato é que conseguimos as passagens para viajar na terça, depois de despachar a Fiona em Colón, na segunda.

Entrando no contéiner em direção à Colômbia! (no porto de Colón, no Panamá)

Entrando no contéiner em direção à Colômbia! (no porto de Colón, no Panamá)


O companheiro de viagem da Fiona, no porto de Colón, no Panamá

O companheiro de viagem da Fiona, no porto de Colón, no Panamá


O companheiro de viagem da Fiona, no porto de Colón, no Panamá

O companheiro de viagem da Fiona, no porto de Colón, no Panamá


Segunda? Isso mesmo! Essa é uma das vantagens de enviar o carro em um contêiner. Não precisamos esperar a data de saída do navio, que será só no outro domingo, como seria o caso se a estivéssemos enviando como carga solta (que foi como fizemos na vinda para cá, há 18 meses).

Amarrando a Fiona no interior do contéiner no porto de Colón, no Panamá

Amarrando a Fiona no interior do contéiner no porto de Colón, no Panamá


Os casais se despedem de seus carros embarcados no contéiner, no porto de Colón, no Panamá

Os casais se despedem de seus carros embarcados no contéiner, no porto de Colón, no Panamá


Assim, resolvido nosso destino, passamos mais um fim de semana na Cidade do Panamá e segunda cedinho, viajamos os 80 quilômetros para Colón, onde reencontramos os amigos suíços e o agente que nos ajudaria por lá. Fomos juntos na Aduana e de lá, finalmente para o porto. Tendo alguém para nos levar pelos meandros e labirintos de repartições é sempre mais fácil e, em menos de duas horas, estávamos com os dois carros prontos para entrar no contêiner já com as portas abertas.

Fechando o contéiner da Fiona no porto de Colón, no Panamá

Fechando o contéiner da Fiona no porto de Colón, no Panamá


Fiona devidamente embalada para viagem, no porto de Colón, no Panamá

Fiona devidamente embalada para viagem, no porto de Colón, no Panamá


Tiramos as fotos, embarcamos os carros com cuidado, colocamos as amarras nas rodas, fechamos o contêiner e o selamos. Os carros estavam empacotados! Só espero que o navio respeite o sinal de “This Way Up!”, hehehe. Até logo, Fiona querida, nos vemos novamente em Cartagena! Ela vai ficar seis dias por aqui, parte no domingo, chega na segunda e é descarregada na terça. É quando começamos o processo de desembaraçá-la, já em terras colombianas. Felizmente, a última vez que teremos de fazer isso...

O lacre do contéiner da Fiona, no porto de Colón, no Panamá

O lacre do contéiner da Fiona, no porto de Colón, no Panamá

Panamá, Colón, Cidade do Panamá,

Veja todas as fotos do dia!

Não se acanhe, comente!

Metade!

Brasil, Maranhão, Alto Parnaíba

A estreita e longa estrada de areia corta o cerrado no sul do Maranhão, região de Alto Parnaíba - MA

A estreita e longa estrada de areia corta o cerrado no sul do Maranhão, região de Alto Parnaíba - MA


Chegou o dia da travessia pela pouco conhecida rota norte do Jalapão, atravessando o Parque Nacional das Nascentes do Parnaíba. Nós acordamos cedo e fomos encontrar uma pessoa no posto da cidade que nos daria dicas do caminho, comprar alguma comida e mexer um pouco na internet numa Lan House. Aproveitamos também para ir até o rio Parnaíba, que já conhecíamos do delta e também de Teresina. Como não poderia deixar de ser, aqui ele é bem menor, e lá do outro lado da margem está o nosso querido estado do Piuaí.

O rio Parnaíba, em Alto Parnaíba - MA. Do lado de lá é o Piauí!

O rio Parnaíba, em Alto Parnaíba - MA. Do lado de lá é o Piauí!


No posto, o Zé Batista, que uma vez por mês vai no seu caminhão até umas comunidades bem isoladas fazer um comécio nos deu dicas valiosas. Teríamos de pegar a estrada para Lizarda, já no Tocantins. Aliás, ele aconselhou que fôssemos até lá e depois, para São Félix. É uma estrada toda de terra e areia, mas bastante usada. Mas essa estrada dá uma grande volta e não passa no parque, que era o que queríamos. Então ele nos ensinou que deveríamos ir nesta estrada até a pequena comunidade de Morrinhos e, de lá, pegar uma trilha para Riozinho, outra comunidade uns 40 km à frente. Lá, deveríamos nos informar sobre os outros 100 km até São Félix

Delegacia e igreja, lado a lado, em Alto Parnaíba - MA

Delegacia e igreja, lado a lado, em Alto Parnaíba - MA


Okay, com água, bolachas, amendoim, bananas e maçãs, partimos. Os primeiros 35 km foram de estradão, passando por grandes fazendas de soja e algodão. Praticamente nenhum tráfego. Passadas as fazendas, a estrada foi piorando e a areia ficando mais pesada. Nenhum problema para a Fiona, mas para carros baixos é outra história...

Plantação de soja à perder de vista, na estrada para Lizarda, região de Alto Parnaíba - MA

Plantação de soja à perder de vista, na estrada para Lizarda, região de Alto Parnaíba - MA


Pois é, topamos com um Fiat Strada preso na areia há mais de uma hora e o pessoal, de pá, tentando tirá-lo de lá. Encostamos a Fiona, amarramos uma corda e começamos a puxá-lo, de ré. O carro saiu, mas quem ficou foi toda a frente do carro, que desmontou como se fosse de papel, agarrada na areia. Isso não tirou o ânimo das simpáticas pessoas no carro, pai e filho pela primeira vez naquela estrada, e de um amigo que os acompanhava num pequeno caminhão. Eles colocaram a frente do carro desmontada na caçamba e resolveram seguir viagem. A gente se despediu com aquela sensação de que nos veríamos novamente.

Momento em que o Fiat Strada perde toda a frente, presa na areia (na região de Alto Parnaíba - MA)

Momento em que o Fiat Strada perde toda a frente, presa na areia (na região de Alto Parnaíba - MA)


No quilômetro 57 o GPS mandou que mudássemos de estrada, entrando numa pequena trilha. Estávamos quase em Morrinhos (o Zé Batista disse que eram 60 km) e resolvemos "obedecê-lo". Muita areia na trilha mas a Fiona passava bem. Até que chegamos numa erosão mais cabeluda onde tivemos de pelejar por uns 20 minutos para passar. Passamos e essa trilha nos levou para bem próximo da estrada principal novamente, de onde começava a se afastar logo depois. Mas, quando chegamos neste ponto, percebemos as casas de Morrinhos e, numa delas, os carros dos nossos amigos. Fomos lá bater um papo e fizeram a maior festa. Melhor ainda, pudemos conversar com o dono da casa, que nos disse que essa estrada apontada pelo GPS não era mais usada e que deveríamos pegar outra, um pouco mais adiante, para chegar até Riozinho.

Fiat Strada sem a frente o carro, na região de Alto Parnaíba - MA

Fiat Strada sem a frente o carro, na região de Alto Parnaíba - MA


Assim fizemos, para pegar uma trilha com bastante areia novamente, mas sem muitas erosões. Uma hora mais tarde chegávamos à Riozinho, uma comunidade com sete ou oito casas. Logo na primeira, um menino nos orientou sobre o caminho à frente, uma ladeira meio complicada e uma tal bifurcação à direita. Andamos mais um pouco e vimos uma casinha simples, mas muito arrumadinha. Resolvemos fotografá-la, para postar no site como são as casas daqui.

Casa na comunidade de Riozinho. AInda não sabíamos que era exatamente ali que iríamos dormir! (região de Alto Parnaíba - MA)

Casa na comunidade de Riozinho. AInda não sabíamos que era exatamente ali que iríamos dormir! (região de Alto Parnaíba - MA)


Poucos quilômetros à frente a tal ladeira apareceu. Nos trechos mais erodidos haviam desvios e, com carro alto e traçado, passamos sem problemas. Lá em cima, já observando todo o chapadão e aquela linda vastidão, ficamos com a impressão que o pior já tinha passado. Doce ilusão...

A Chapada das Mangabeiras, no P.N. das Nascentes do Parnaíba, extremo sul do Maranhão

A Chapada das Mangabeiras, no P.N. das Nascentes do Parnaíba, extremo sul do Maranhão


Quando apareceu a bifurcação, o GPS foi enfático: à esquerda! A estrada para lá aparentava mesmo ser melhor e eu desconfiei que a tal bifurcação que o menino falou era mais à frente. E assim, seguimos à esquerda. Andamos por uns quarenta minutos, sempre com muita areia e alguma erosão até um lugar onde a estrada entrou numa mata. Mais adiante, ela simplesmente acabou! Voltamos um pouco e achamos uma variante, que contornava a mata. Aí, felizmente, apareceu uma casa com uma senhora. A única alma viva em quilômetros! Ela nos informou que aquela estrada que estávamos, que aparecia no GPS, era para Porto Alegre, outra minúscula comunidade. De lá, até seria possível seguir para São Félix, mas ela nos aconselhou retornar e, logo depois da mata, pegar um atalho que nos levaria de volta à estrada correta. Ou então, voltar até a bifurcação, lá atrás.

A estrada vai ficando mais rústica, próximo à comunidade de Morrinhos, região de Alto Parnaíba - MA

A estrada vai ficando mais rústica, próximo à comunidade de Morrinhos, região de Alto Parnaíba - MA


Resolvemos pegar o atalho. Nunca o quebra-mato da Fiona foi tão usado. Acho que já não passava carro lá há meses. Mas, com bastante paciência, cruzando o meio do cerrado e vendo araras e siriemas, conseguimos chegar à outra estrada, bem na altura de uma cancela. Pela lógica, viramos à esquerda, atravessamos a cancela e, numa primeira bifurcação, seguimos à esquerda novamente. Isso porque essa estrada parecia seguir na direção da outra que o GPS nos mostrava, lá longe, que ía de Porto Alegra para São Félix. Essa estrada cruzou um charco e muitas erosões até que chegou numa grande ponte de madeira com uma outra cancela. Crizamos a ponte, andamos mais um quilômetro e chegamos numa erosão mais cabeluda. Com aquela dúvida atroz sobre se estávamos ou não na estrada certa, resolvemos voltar...

Fiona enfrenta estrada de areia no P.N das Nascentes do Parnaíba, no extremo sul do Maranhão

Fiona enfrenta estrada de areia no P.N das Nascentes do Parnaíba, no extremo sul do Maranhão


De volta à primeira cancela, seguimos no sentido oposto, na esperança de logo encontrar a estrada de verdade, aquela da primeira bifurcação à direita. Que nada! Apenas meia hora depois chegamos à própria bifurcação. Ou seja, aquela era mesmo a estrada correta. Só não sabíamos se deveríamos virar a esquerda ou direita naquela bifurcação logo depois da cancela.

Feliz em ter uma casa no final do dia, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Feliz em ter uma casa no final do dia, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Agora já eram mais de quatro da tarde. O juízo bateu na cabeça e resolvemos voltar mais um pouco, descer a ladeira e ir até Riozinho. O melhor seria dormir por lá e obter melhores informações sobre a estrada adiante. Lá, numa casa bem em frente àquela que fotografamos, encontramos o Nilvan. Ele nos deu dicas valiosas da estrada adiante e confirmou que o caminho certo seria passar pela ponte com a cancela e por aquela erosão que não tínhamos passado. Disse também que estávamos bem na metade do caminho: 100 km para Alto Parnaíba, 100 km para São Félix do Tocantins. Quando perguntamos se havia ali algum lugar onde pudéssemos dormir, ele não titubeou: poderíamos dormir na casa em frente, aquela arrumadinha que fotografamos! Era do seu irmão que não estava ali esses dias!

Com o Jaime, qie nos recebeu na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Com o Jaime, qie nos recebeu na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


E assim, ganhamos uma casa só para nós. Com um rio no quintal, para tomarmos um belo banho! Inacreditável! Depois do banho, quando já tinha escurecido, a gente com luz de velas (o Luz Para Todos não chegou em Riozinho!!!), apareceu o Jaime, outro irmão do Nilvan. A única coisa que poderíamos oferecer para eles era uma pinga deliciosa que a gente vem carregando desde a Bahia, na Chapada Diamantina. Está há meses no carro, "curtindo" dentro de uma garrafa pet. Foi conosco até as Guianas, cruzou a Amazônia, tem história para contar.

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Pois bem, não poderia haver melhor hora e local para ser consumida. Nós quatro, dentro da casa do Nilvan, com luz de velas, comendo um arroz com abóboras, matamos a pinga. Com um dedo de prosa maravilhoso. Experiência para levar para o resto da vida! Dois mundos completamente diferentes se encontrando ali, ao redor de uma vela regada à pinga baiana da melhor qualidade, empatia total. Muito, muito legal!

Hora de se recolher na 'nossa' casa, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Hora de se recolher na "nossa" casa, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA


Depois, nos recolhemos à nossa casa. Uma simpatia, dois quartos, sala e uma grande cozinha. No quintal, porcos, galinhas e gado. Além do Rambo, o cachorro protetor. E um gato, devorador de ratos e cobras. Dormimos felizes e cansados. O dia de amanhã promete...

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA

Brasil, Maranhão, Alto Parnaíba, Morrinhos, Nascentes do Parnaíba, Parque, Riozinho

Veja todas as fotos do dia!

Gostou? Comente! Não gostou? Critique!

Shenandoah National Park

Estados Unidos, Virginia, Shenandoah

Admirando a grandiosa paisagem do Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Admirando a grandiosa paisagem do Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Depois da nossa visita à colossal ponte de pedra de Natural Bridge, seguimos no nosso rumo norte. Mas abandonamos a Blue Ridge Parkway para seguir por uma autoestrada paralela, infinitamente mais rápida. Só por umas poucas dezenas de quilômetros. Em breve reencontramos a famosa estrada cênica, justamente no ponto em que ela termina, na entrada do Parque Nacional de Shenandoah. Na verdade, ela acaba apenas no nome, pois o caminho segue sobre os Apalaches, agora batizado de Skyline Drive. Foi por ele que entramos nesse belíssimo Parque Nacional criado para proteger esse setor da cordilheira dos Apalaches.

A bela paisagem dos Apalaches no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos

A bela paisagem dos Apalaches no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos


Na entrada do parque recebemos um mapa da região, mostrando as principais atrações e infraestrutura de Shenandoah. Os guarda-parques sempre nos tratam muito bem, principalmente quando veem nosso passe anual de parques nacionais, uma das melhores compras que fizemos nessa viagem. O guarda também me explicou onde encontrar hotéis, já que queríamos dormir o mais perto do parque, para poder aproveitar o dia seguinte também.

O belo cenário dos Apalaches no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos

O belo cenário dos Apalaches no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos


A própria estrada já é uma das atrações do parque, cheia de mirantes o tempo todo, nos oferecendo vistas dos dois lados da cordilheira, sempre aquela miríade de vales e montanhas verdejantes. Quase toda a vegetação é mata secundária, a natureza se recuperando depois da destruição causada nos séculos XIX e início do XX.

Caminhando na 'Apalachian Trail' no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos. A trilha, com centenas de milhas, cruza toda a cordilheira dos Apalaches

Caminhando na "Apalachian Trail" no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos. A trilha, com centenas de milhas, cruza toda a cordilheira dos Apalaches


Em um dos mirantes, um simpático americano veio conversar conosco, atraído pela Fiona. Afinal, ele trabalhava com revenda de Toyotas e nunca tinha visto um carro como o nosso. Aproveitamos para perguntar sobre o parque e ele nos indicou uma pequena trilha ali perto, para subir no alto das Black Rocks. Além da bela vista, a curiosidade desse monte de pedras quase todo tomado por fungos e líquens que lhe dão essa cor escura.

No alto das Black Rocks, no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos

No alto das Black Rocks, no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos


Para lá seguimos, aproveitando para caminhar num pequeno trecho de uma das maiores trilhas dos Estados Unidos, a Apalachian Trail, que atravessa toda a cordilheira, de norte a sul, num percurso de centenas de milhas. Até deu aquela pontadinha de vontade de seguir adiante na trilha. Mas, para completá-la, são precisos meses e não horas... Uma viagem só para isso e não para ver todos os países do continente.

Fungos cobrem as 'Black Rocks', no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos

Fungos cobrem as "Black Rocks", no Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos


Chegamos no amontoado de pedras escuras, uma verdadeiro jardim negro de líquens. Do alto, uma magnífica vista para as montanhas que nos cercavam por todos os lados. Na volta para o carro, depois de todo o verde das florestas, o azul do céu e o negro das dark rocks, foi a vez do colorido das flores. Agora, em plena primavera, os Apalaches são um verdadeiro jardim, um paraíso para quem gosta dos “órgãos reprodutores das plantas”. Tem de todas as formas, cores e tamanhos. Um espetáculo da natureza.

Muitas flores na primavera do Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos, região dos Apalaches

Muitas flores na primavera do Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos, região dos Apalaches


Muitas flores na primavera do Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos, região dos Apalaches

Muitas flores na primavera do Shennandoah National Park, na Virginia, Estados Unidos, região dos Apalaches


O dia estava terminando e nós seguimos em frente. Pelo avançado da hora, até desistimos de descer algumas centenas de metros num caminho que nos levaria até uma cachoeira. O problema seria ter de subir essas mesmas centenas de metros já no escuro. Ao invés disso, seguimos lentamente de carro, tomando cuidado para não atropelar os diversos veados que vivem soltos por ali, quase não temem humanos e muito menos estradas.

É comum encontrar veados no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

É comum encontrar veados no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Restaurante com uma belíssima vista no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Restaurante com uma belíssima vista no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Chegamos em tempo a um restaurante construído estrategicamente no alto da cordilheira, parede com janelas grandes voltadas para o oeste, lugar ideal para uma refeição com direito à vista. Especialmente na hora do pôr-do-sol! A gente não sabe se come ou se fica de boca aberta admirando o espetáculo.

Pôr-do-sol no Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos

Pôr-do-sol no Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos


Agora, já no escuro, pegamos uma pequena estrada perpendicular à Skyline para sair do parque em direção à pequena cidade de Sperryville. Era a nossa melhor opção para um hotel menos caro. Dito e feito! Achamos um bed&breakfast bem simpático, de uma senhora muito amável, ex-hippe mochileira e amante das viagens. A empatia foi tão grande que decidimos fazer daí a nossa casa por duas noites!

Nossa Guest House em Sperryville, perto do Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos

Nossa Guest House em Sperryville, perto do Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos


Nosso quarto na acolhedora pousada de Sperryville, perto do Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos

Nosso quarto na acolhedora pousada de Sperryville, perto do Shennandoah National Park, na Virginia - Estados Unidos


Isso porque ainda queríamos voltar ao parque hoje, para fazer a mais famosa e desafiadora caminhada de Shenandoah, a subida de Rag Mountain. Mas, infelizmente, o dia amanheceu chovendo hoje. Chuva e neblina nas montanhas. Que beleza!

Trilha no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Trilha no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Esperamos, esperamos, esperamos e foi ficando cada vez mais tarde para iniciar uma caminhada em que a propaganda diz ser necessário 8 horas para fazer o circuito. Pois é, perto das 11 horas, com a chuva já bem fininha, decidimos que eu iria e a Ana ficaria. Tinha conseguido um programa bem mais interessante: uma sessão de massagem com a Elizabeth, a dona do B&B e terapeuta holística e corporal de mão cheia. Enfim, tudo o que a Ana procurava fazia tempo!

Trilha para subir a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Trilha para subir a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Quanto à mim, parti mesmo para o programa de índio. Programa de índio no melhor sentido da expressão, afinal, estava saindo para caminhar no mato e com chuva, Sempre entendi a expressão como um elogio, hehehe!

Muitas flores entre nuvens no topo de pedra da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Muitas flores entre nuvens no topo de pedra da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


O mapa da Elizabeth me levou direitinho até o início da trilha. Ali, dois mochileiros que já conheciam o caminho me disseram que, fazendo acelerado, era bem possível fazer todo o caminho em 4 horas. Ótimo, pois já era quase uma da tarde! E assim saí apressado montanha acima, numa trilha muito bem feita no meio da floresta, ziguezagueando gentilmente para o alto.

Muita neblina no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Muita neblina no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Pouco menos de uma hora depois, finalmente deixei a mata para trás e cheguei à parte de pedras. O manto negro da neblina cobria quase tudo e eu não tinha a menor noção da distância até o cume verdadeiro. Na verdade, com a visão restringida a uns 20 metros, acho que devo ter passado nuns 20 “cumes”, hehehe! Mas sempre havia um mais alto um pouco adiante.

Marcas azuis nos guiam no labirinto entre pedras no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Marcas azuis nos guiam no labirinto entre pedras no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


O caminho era um verdadeiro labirinto entre as pedras, por baixo delaa e, às vezes, por cima delas. Se eu tivesse de desbravá-lo, naquelas condições de nebulosidade, certamente demoraria um dia para achar o caminho correto. No meio daquele branco todo, as pedras bem parecidas, não dá para saber que direção seguir. Mas, felizmente, sitas azuis pintadas nas pedras me levavam elegantemente pelo emaranhado de pedras. Cada sinal azul avistado lá na frente se tornava um novo objetivo a ser alcançado, além de atiçar a curiosidade em descobrir o que haveria mais adiante.

Passagem estreita no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Passagem estreita no caminho para a Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


E assim fui, escalaminhando atrás das setas azuis até chegar no cume verdadeiro. A falta de uma visão ampla da paisagem foi mais do que recompensada pelo prazer da caminhada e do desafio conquistado. O silêncio e a solidão lá de cima também eram maravilhosos, dignos de momentos de contemplação. E de refeição também, devorando meu sanduíche e frutas carregadas até lá.

No alto da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

No alto da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


A descida foi par o outro lado, para completar o circuito circular. Para baixo, todo santo ajuda. Principalmente para aquele lado, que não tinha trecho de escalaminhada. Passei por dois refúgios simpáticos no meio da mata e cheguei à estrada de incêndio. Por ela, pude fazer uma deliciosa corrida de poucos quilômetros, sempre morro abaixo e no meio daquela floresta encantada e inspiradora, até o estacionamento onde iniciei a trilha. Tempo total: 03h:45min, com direito à lanche e paradas para fotos. A trilha perfeita!

Refúgio na trilha da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Refúgio na trilha da Old Rag Mountain, no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Estrada de incêndio no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos

Estrada de incêndio no Shennandoah National Park, na Virginia, nos Estados Unidos


Não pude deixar de registrar, ainda no meio da mata onde encontrei a estrada de incêndio, a placa informativa sobre as belezas do parque. Entre as informações, a lei nacional criada na década de 60 para proteger as áreas de belezas naturais do país. É de tirar o chapéu como esses americanos sabem cuidar do que é seu. Parques muito bem cuidados, trilhas que permitem acesso à todos os lugares e leis muito bem escritas que procuram proteger esse patrimônio natural mundial para as gerações vindouras. Parabéns!

A lei que protege o meio ambiente nos Estados Unidos (placa no Shennandoah National Park, na Virginia)

A lei que protege o meio ambiente nos Estados Unidos (placa no Shennandoah National Park, na Virginia)

Estados Unidos, Virginia, Shenandoah, Apalaches, Parque, Skyline Drive, Sperryville, trilha

Veja todas as fotos do dia!

Participe da nossa viagem, comente!

No Alto da Fumaça

Brasil, Bahia, Lençóis (P.N. Chapada Diamantina)

Local onde o rio cai para formar os 380 metros da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Local onde o rio cai para formar os 380 metros da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Deve haver poucos lugares tão especiais no Brasil para se dormir e acordar como na parte alta da Cachoeira da Fumaça. E foi justamente lá que eu e a Ana acordamos hoje. O dia fica claro por aqui antes das seis da manhã e meia hora mais tarde, preguiçosamente, começamos a sair de nossos sleepings, abrigados sob um teto de pedra e com vista para um vale 400 metros abaixo de nós.

Bem no ponto onde a água despenca quase 400 metros até o vale abaixo, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Bem no ponto onde a água despenca quase 400 metros até o vale abaixo, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Fomos nos espreguiçar na beira do penhasco, respirando a ar puro da manhã e vendo a água cair, cair e levantar de novo, tornando-se uma espécie de chuva fina ao invés de chegar no lago lá embaixo. Cenário mais inspirador, impossível.

No nosso local de acampamento, ao lado da queda da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

No nosso local de acampamento, ao lado da queda da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Ficamos conversando com o Marcos, de Feira de Santana, até que ele partiu para mais um dia de caminhadas por essa terra que ele aprendeu a amar. Nós voltamos para nossa "varanda" para tomar nosso café da manhã. Pão com queijo (mesmo cardápio das últimas duas refeições) acompanhado de um delicioso vinho, sobra da noite anterior. Vinho no café da manhã? Garanto que, naquele cenário, fez todo o sentido!

Observando a queda da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Observando a queda da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Depois disso, longa e merecida sessão de fotos, tentando captar para o site e para quem nos acompanha um pouco da beleza daquele lugar. Tarefa difícil, mas acho que conseguimos.

Local onde o rio cai para formar os 380 metros da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Local onde o rio cai para formar os 380 metros da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


A Cachoeira da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

A Cachoeira da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Antes de partir, um banho delicioso naquelas águas prontas para despencar no abismo. Falando nisso, enquanto fotografávamos, ouvíamos os gritos de satisfação de pessoas que dormiram lá embaixo, junto ao lago, e agora se banhavam nas mesmas águas que eu me banharia em seguida, 400 metros acima.

Observando a queda da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Observando a queda da Cachoeira da Fumaça, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Corpo e alma lavados, seguimos para o Capão. Trilha batida com cara de auto-estrada comparado com a trilha que pegamos na noite anterior. Um longo trecho plano atravessando o platô onde está o rio da Fumaça e depois uma íngrime descida para o Capão. Nesse ponto podemos admirar a beleza imponente do Morrão, um dos cartões postais da Chapada. É de encher os olhos.

Banho matutino na parte alta da Cachoeira da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Banho matutino na parte alta da Cachoeira da Fumaça, próxima à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA


Lá embaixo nos esperava o Lúcio e a Fiona. Juntos, rumaríamos para o Vale do Pati. Nosso dia e nossa temporada de caminhadas pela Chapada Diamantina estava apenas começando...

O Morrão, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

O Morrão, próximo à vila do Capão, na Chapada Diamantina - BA

Brasil, Bahia, Lençóis (P.N. Chapada Diamantina), cachoeira, Cachoeira da Fumaça, Capão, Chapada Diamantina, Parque, Trekking, trilha

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

No Tirol Brasileiro

Brasil, Santa Catarina, Treze Tilias

Treze Tilias, um pedacinho do Tirol austríaco em Santa Catarina

Treze Tilias, um pedacinho do Tirol austríaco em Santa Catarina


Começo da década de 30. São anos difíceis na Europa. O crash da bolsa de Nova York derrubou a economia mundial e atingiu com força os países do Velho Mundo, especialmente aqueles que haviam sido derrotados na 1ª Guerra Mundial e forçados a pagar pesadas indenizações pelo Tratado de Versalhes. A Áustria é um deles. Um século antes e Viena era a capital do poderoso Império Austro-húngaro. Agora, os habitantes da antiga potência passam fome.

Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina

Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina


Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina

Visitando a praça central de Treze Tilias, em Santa Catarina


Já há várias décadas que a solução encontrada para fugir dessas crises que assolam a Europa é a imigração. Estados Unidos, Brasil, Argentina e Austrália recebem centenas de milhares de viajantes que vêm apenas com a passagem de ida, em busca de uma nova pátria e de uma nova chance de viver. Assim, não é de se estranhar que, outra vez, a solução para a mais nova crise seja a imigração.

A prefeitura de Treze Tilias, em Santa Catarina

A prefeitura de Treze Tilias, em Santa Catarina


Homenagem ao ministro austríaco da agricultura que, no início da década de 30, organizou a imigração de seus conterrâneos para Treze Tilias, em Santa Catarina

Homenagem ao ministro austríaco da agricultura que, no início da década de 30, organizou a imigração de seus conterrâneos para Treze Tilias, em Santa Catarina


Dessa vez, quem lidera o movimento é Andreas Thaler, presidente da Associação de Agricultores e Ministro da Agricultura da Austria. Ele mesmo já não vê futuro em seu país e decide que imigrar é a melhor coisa a fazer. Já havia viajado pela América do Sul nas décadas anteriores e negocia com o governo brasileiro uma área no centro-oeste do estado de Santa Catarina. Junto com diversas famílias do Tirol, região alpina na fronteira entre Áustria e Itália, viaja de navio para o Brasil e, no dia 13 de Outubro de 1933, funda a cidade de Treze Tílias.

A igreja matriz de Treze Tilias, em Santa Catarina

A igreja matriz de Treze Tilias, em Santa Catarina


Roupas típicas austríacas vendidas em Treze Tilias, em Santa Catarina

Roupas típicas austríacas vendidas em Treze Tilias, em Santa Catarina


A ideia era replicar por aqui o modo de vida austríaco. A região onde foi fundada Treze Tílias foi escolhida pelo clima parecido com o da antiga pátria. Até a neve era comum por aqui naquela época, caindo em todos os invernos, o que já não ocorre mais. As famílias trataram de tocar sua fazendas e construir suas casas, sempre com o estilo arquitetônico do país europeu. Aprenderam a falar português, mas não esqueceram o alemão. Não só isso, os filhos e netos continuaram a falar o idioma, para ajudar a preservar a cultura trazida do hemisfério norte.

Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina

Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina


Os primeiros anos, claro, não foram fáceis. Algumas famílias chegaram a desistir e voltaram para a Europa. Não tinham ideia do buraco em que estavam se metendo. Os mais teimosos aqui ficaram, inclusive Andreas Thaler. Com isso, escaparam de ver seu país ser anexado pela Alemanha de Hitler para, alguns anos mais tarde, participar da 2ª Guerra Mundial. É, mesmo com as dificuldades de adaptação, muito melhor mesmo era ter ficado no Brasil do que ir lutar na temida frente russa...

Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina

Prédios típicos em Treze Tilias, em Santa Catarina


Quem não viu esse trágico destino da antiga pátria foi o fundador de Treze Tílias. Andreas Thaler morreu em uma grande cheia que atingiu Treze Tílias em 1939. Mas seus filhos e netos prosperaram e ainda podem ser encontrados na cidade em que chegamos ontem de noite e conhecemos melhor hoje pela manhã.

Maquete da cidade de Treze Tilias, no parque Lindendorf, em Santa Catarina

Maquete da cidade de Treze Tilias, no parque Lindendorf, em Santa Catarina


Nossa viagem de 1000dias é apenas pelas Américas, mas nem por isso deixamos de conhecer o resto do mundo. Afinal, o continente que conhecemos hoje foi feito por imigrantes de todos os outros continentes. Vimos pedacinhos da Alemanha e da Itália no Brasil, EUA e até no Paraguai, entre outros. Chineses estão por toda a parte. Na Guiana, há quarteirões que parecem ter saído da Índia e o Caribe, em alguns lugares, é totalmente africano. Até um pedacinho da Rússia visitamos no Alaska. França e Holanda também estão bem representadas no Caribe, há pedacinhos suecos e dinamarqueses espalhados por aí. Pois bem, hoje foi a vez de chegarmos à Áustria!

Uma deliciosa cerveja Bock, feita em Treze Tilias. Perfeito para o clima frio da cidade, em Santa Catarina

Uma deliciosa cerveja Bock, feita em Treze Tilias. Perfeito para o clima frio da cidade, em Santa Catarina


Goulash e Spatzle, deliciosos pratos típicos servidos em Treze Tilias, em Santa Catarina

Goulash e Spatzle, deliciosos pratos típicos servidos em Treze Tilias, em Santa Catarina


A arquitetura realmente não engana, estamos muito perto do Tirol. Mas ontem de noite, o que nos fez sentir em terras tirolesas foi mesmo a comida e a bebida. Cerveja da melhor qualidade e pratos típicos suculentos como o Spätzle com goulash. Hmmmmm... uma delícia! Cardápio e garçons falando alemão, claro! Mas com a devida tradução em português, afinal, estamos ao sul do equador!

Uma Tilia, árvore comum na Áustria e, agora, em Treze Tilias, em Santa Catarina

Uma Tilia, árvore comum na Áustria e, agora, em Treze Tilias, em Santa Catarina


Hoje sim, passeamos pelas ruas admirando a arquitetura dos prédios, da prefeitura, dos grandes hotéis e das igrejas. Assim como as Tílias, a árvore trazida da Áustria e que deu nome à cidade. É bem fácil encontrá-las nos jardins, nas praças e nos parques.

Um sempre curioso avestruz, no parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina

Um sempre curioso avestruz, no parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina


Parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina

Parque Lindendorf, em Treze Tilias, em Santa Catarina


Aliás, falando em parques, foi no principal deles que terminamos nossa visita à Treze Tílias. O Lindendorf tem uma enorme maquete da cidade, trilhas ao redor de um lago e cercados onde vivem animais como um avestruz, além de um restaurante típico. Ainda não tínhamos fome para almoçar, mas não resistimos e nos refestelamos com uma deliciosa apfelstrudel na beira do lago. Queríamos ir embora com um gostinho bem austríaco e, para isso, a torta de maçã fazia bem mais sentido que o desengonçado avestruz, hehehe. Gula saciada, rumo ao Rio Grande do Sul. A maior cachoeira horizontal do mundo nos espera por lá...

Apfelstrudel, ou torta de maçã, a sobremesa típica e deliciosa servida em Treze Tilias, em Santa Catarina

Apfelstrudel, ou torta de maçã, a sobremesa típica e deliciosa servida em Treze Tilias, em Santa Catarina

Brasil, Santa Catarina, Treze Tilias, Arquitetura, história

Veja todas as fotos do dia!

Participe da nossa viagem, comente!

Da Primeira à Quinta

Brasil, Bahia, Morro de São Paulo

Quarta praia em Morro de São Paulo - BA

Quarta praia em Morro de São Paulo - BA


As praias em Morro de São Paulo são conhecidas pelo seu número: Prmeira, Segunda, Terceira e Quarta. A vila histórica aqui fica encima do morro e se estende pela Primeira e Segunda Praias. Morro já é conhecida dos gringos e turistas há mais de uma década e hoje é o terceiro destino turístico do estado da Bahia, após Salvador e Porto Seguro.

Segunda Praia, em Morro de São Paulo - BA

Segunda Praia, em Morro de São Paulo - BA


Eu e a Ana, diferentes que gostamos de ser, saímos em caminhada hoje em direção à distante Quinta Praia, longe do alcançe da maioria dos turistas. Passamos pela urbana Primeira Praia, pela badalada Segunda Praia, pela em processo de desenvolvimento Terceira Praia e pela longa Quarta Praia, com a mais famosa piscina natural da ilha.

Mergulhando na piscina natural na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Mergulhando na piscina natural na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Caminhando na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Caminhando na Quarta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Tudo isso à caminho da pouca conhecida, selvagem e bela Quinta Praia, a quase cinco quilômetros do centro. Na maré baixa, uma enorme planície de areia cortada por um riacho de mangue e aquele marzão verde esmeralda. Incrível que num destino tão turístico ainda seja possível achar um lugar onde se possa esquecer as marcas humanas e imaginar-se num mundo selvagem, só com praias, mar e coqueiros.

Riacho da Quinta Praia, em Morro de São Paulo - BA

Riacho da Quinta Praia, em Morro de São Paulo - BA


Só na imaginação mesmo porque, apesar da vila e do movimento estarem longe, há várias pousadas ali perto. Se não podemos vencê-las, vamos aproveitá-las, e tivemos uma deliciosa água de coco e uma refeição de peixe inesquecível.

Água de coco na Quarta Praia em Morro de São Paulo - BA

Água de coco na Quarta Praia em Morro de São Paulo - BA


De lá voltamos para a vila e para o morro do farol. A intenção original eram fotos da vila e do astro-rei mas a Ana animou de usar a mais alta tirolesa das Américas (é o que diz a propaganda), descendo de 75 metros direto para o mar. Ela desceu e eu fiquei lá encima para fotos do pôr do sol e da igreja, na descida.

A famosa Tirolesa da Primeira Praia em Morro de São Paulo - BA

A famosa Tirolesa da Primeira Praia em Morro de São Paulo - BA


Pôr-do-sol em Morro de São Paulo - BA

Pôr-do-sol em Morro de São Paulo - BA


É duro ser o mais velho, preocupado com nossas parcas economias. Tudo bem, um dia mando isso tudo para os ares... A noite foi jóa, lual com nossos amigos belgas (eles ficaram de nos mandar as fotos) na Segunda Praia. Daqui para Salvador e depois, aquela dúvida: litoral norte baiano ou Chapada Diamantina... Tenho a impressão que, de qualquer maneira, vamos nos dar bem...

Nossos amigos belgas em Morro de São Paulo - BA

Nossos amigos belgas em Morro de São Paulo - BA

Brasil, Bahia, Morro de São Paulo,

Veja todas as fotos do dia!

Quer saber mais? Clique aqui e pergunte!

Viajando no Espaço e no Tempo

Brasil, São Paulo, Campos do Jordão

No topo da Pedra do Baú, na região de Campos do Jordão - SP

No topo da Pedra do Baú, na região de Campos do Jordão - SP


Tão interessante como viajar no espaço é viajar no tempo. Viajar no espaço é o que temos feito nesses pouco mais de 3 meses e o que continuaremos a fazer pelos próximos 900 dias. Viajar no tempo é o que tenho feito nos últimos 35 anos e o que continuarei a fazer nos próximos 50 anos. É o karma de pessoas nostálgicas como eu.

No meu caso, uma viagem puxa a outra e vice-versa. Para viajar para meus tempos de adolescência, vim à Campos de Jordão. Por vir à Campos de Jordão, viajei nos meus tempos de infância.

No Bauzinho com a Pedra do Baú ao fundo, na região de Campos do Jordão - SP

No Bauzinho com a Pedra do Baú ao fundo, na região de Campos do Jordão - SP


Na verdade, refiro-me mais à Pedra do Baú do que à Campos propriamente dita. Mesmo depois de tantas montanhas e trekkings, o calcanhar da Ana ainda em carne viva, eu quis levá-la para o Baú. Por quê? Bom, pelas razões óbvias da beleza e aventura do lugar. Mas, mais do que isso. Bem mais do que isso. No aniversário de 80 anos da minha finada avó, em 1986 (lá se vão 24 anos!), bem na época da decretação do também finado Plano Cruzado, minha família se reuniu num hotel de Campos do Jordão para as devidas comemorações. Entre as atividades, fomos vários netos em "excursão" familiar ao topo da Pedra do Baú. Para mim, foi muito excitante ver a família reunida fora dos lugares comuns (para nós!) de Poços de Caldas, Ribeirão Preto ou Guarujá. Ainda mais em uma atividade esportiva na natureza, como é a subida pelos frágeis degraus que nos levam ao topo do Baú. Alguns dos primos menores não se arriscaram. Muito menos tios e tias. Mas a maioria dos primos lá chegou. Fotos foram tiradas e ainda hoje enfeitam paredes e a imaginação dos que lá estiveram naquele dia distante ou dos que nem haviam nascido e hoje tem idade próxima à dos pais naquela época.

Caminhando sobre o Bauzinho em Campos do Jordão - SP

Caminhando sobre o Bauzinho em Campos do Jordão - SP


Pois bem, eu sou um daqueles que aparecem nessas fotos na parede e quis levar a Ana lá, para tirar fotos no mesmo lugar e também para saciar meu saudosismo egoísta. Enfim, tentar torná-lo menos egoísta e reparti-lo com minha amada. Lá estivemos e lá tiramos as fotos. Na verdade, quase não tiramos já que acabou a bateria da máquina. Mas a Ana salvou o dia e minha viagem espaço-temporal ao lembrar-se que o celular também tira boas fotos!

Na ponta da Pedra do Baú na região de Campos do Jordão - SP

Na ponta da Pedra do Baú na região de Campos do Jordão - SP


E não é que, ao passear pelo topo do Baú, não foram essas reminiscências que povoaram minha mente mas outras mais antigas ainda? De forma totalmente inesperada, passei a ver e sentir o pequeno moleque de apenas 9 anos que, em dezembro de 1978 escalou o Baú pela primeira vez, em excurção promovida pelo Paiol Grande, colônia de férias famosa que marcou gerações de paulistanos (e uns poucos mineiros como eu). Subimos pelo lado de São Bento, muito mais amedrontador que as escadas do lado de Campos. Principalmente para um menino de 9 anos. Ao ver hoje como a Ana enfrentou e venceu seus medos e os degraus que sobem a pedra, lembrei-me perfeitamente da minha própria briga, não com o medo mas com o pavor daqueles degraus subindo verticalmente aquelas paredes ameaçadoras, quase infinitas. Diferentemente daquela criança, a Ana não chorou. Mas os dois chegaram lá em cima.

Descendo a Pedra do Baú na região de Campos do Jordão - SP

Descendo a Pedra do Baú na região de Campos do Jordão - SP


Como homenagem à essas memórias tão antigas que invadiram minha mente, não pude deixar de ir ao Paiol Grande depois de descermos do Baú. Lá chegando, já no fim de tarde, um descuido da segurança nos deixou entrar, já que o acampamento estava fechado para as filmagens de um filme do Didi (Renato Aragão). Para tristeza de um dos diretores do setting, mas para minha alegria indiscutivelmente maior e mais sincera, pude mostrar à Ana os chalés e campos esportivos que marcaram minha infância e adolescência, já que lá estive por seis temporadas. As lembranças se encheram de cenas de pessoas que já não vejo há décadas e que provavelmente nunca mais verei. Pessoas que passaram pela minha vida, tiveram seu papel e continuaram seus próprios caminhos. Mas também revivi cenas de pessoas que ainda hoje me são muito presentes. O irmão Guto, os primos Haroldo, Jorge e Chico e, especialmente, o irmão Paulinho, que nesse dia 29 celebraria 38 anos mas que para sempre terá 17 anos.

Na colônia de férias Paiol Grande em São Bento do Sapucaí

Na colônia de férias Paiol Grande em São Bento do Sapucaí


Na colônia de férias Paiol Grande em São Bento do Sapucaí

Na colônia de férias Paiol Grande em São Bento do Sapucaí


E meu coração se encheu de uma alegre tristeza. Afinal, é dessa tristeza alegre que vivem os nostálgicos. É o nosso karma.

Observando pessoas escalando a Pedra do Baú

Observando pessoas escalando a Pedra do Baú

Brasil, São Paulo, Campos do Jordão,

Veja todas as fotos do dia!

Quer saber mais? Clique aqui e pergunte!

Praias do Norte

Brasil, São Paulo, Ubatuba

Feliz da vida na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP

Feliz da vida na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP


Mais de 15 anos frequentando Ubatuba e não é que eu descobri um mundo novo hoje!?! Nada melhor que ser surpreendido positivamente!!!

Como sempre fiquei hospedado na parte sul de Ubatuba, a grande maioria das vezes na Praia Vermelha (dos Arquitetos), foi por aqui que, junto com a família, fiz a maioria das minhas explorações. Estive praticamente em todas as praias das penínsulas da Cassandoca, da Fortaleza e da Ribeira. Dezenas de prainhas lindas! Subimos o Corcovado, nadamos da Vermelha para o Lázaro, da Fortaleza para a Dura, entre outras aventuras. Tudo isso aqui na parte sul.

Saco da Ribeira em Ubatuba - SP

Saco da Ribeira em Ubatuba - SP


Mas, para o norte, quando muito fui até a famosa Itamambuca e as vizinhas Félix e Vermelha do Norte. São praias maiores, de tombo, ao gosto de surfistas. Desta vez, como estamos numa viagem meio "diferente", resolvi variar. Quis levar a Ana em praias que eu não conhecia. Bela decisão!!!

Caminhando na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP

Caminhando na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP


Fomos primeiro ao extremo norte de Ubatuba, na Praia da Almada. A estradinha asfaltada que dá acesso à praia já é um show. Uma bela vista de várias das praias do norte ao redor de uma enorme baía. A praia em si é de águas calmas e bem limpas. Areia mais escura, cheia de conchas. E um bar especializado em caipirinhas exóticas. Uma delícia. Uma caminhada de 20 min transpondo um morro nos leva para outra praia e outro mundo. Uma praia praticamente deserta, longa e de tombo. Ar selvagem, faz a alegria dos surfistas e amantes da natureza. É a Brava da Almada. Ali ficamos por um tempo, perto da simpática lagoa no final da praia. Nós e o único outro banhista da praia: um pato!

O único banhista na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP

O único banhista na Praia Brava da Almada em Ubatuba - SP


Nessas duas praias passamos um dia tranquilo. Depois, pegamos o final de tarde num bar-mirante, o Bar da Dona Xica, com uma bela vista da baía. E de lá ainda fomos conhecer mais duas lindas praias do norte, já no caminho para Ubatuba.

Sentindo o sol no Bar da Dona Xica na estrada da Almada em Ubatuba - SP

Sentindo o sol no Bar da Dona Xica na estrada da Almada em Ubatuba - SP


Primeiro, a Puruba. Uma estrada de terra nos leva através da mata até o encontro de dois rios que, juntos, ficam ainda mais largos. Para chegar à areia e ao mar é preciso transpor esse rio. Se quiser enfrentar a placa que avisa sobre afogamentos, pode-se ir nadando (uns 100 metros). A água é bem convidativa. A outra opção é pagar uma canoa ou pegar a canoa da prefeitura, que é de graça. Essa chegada na praia empresta à ela um ar de aventura ao mesmo tempo que a protege do desenvolvimento.

Um dos rios da praia da Puruba em Ubatuba - SP

Um dos rios da praia da Puruba em Ubatuba - SP


A segunda praia foi a Prumirim, mesmo nome da cachoeira do outro lado da estrada. Quem protege esta praia do desenvolvimento não são os dois rios da Puruba mas um condomínio pelo qual temos de passar para chegar à praia. As casas tem de estar afastadas da areia e da orla não se vê casas. Jóia mesmo! Os únicos sinais de civilização são a estrada e a antena de celular no alto da encosta e os três bares na praia. Um deles, bem bonito, foi construído em cima de uma rocha, entre o mar e o rio Prumirim. Construção de muito bom gosto, diga-se!

Praia de Puruba em Ubatuba - SP. Para se chegar ao mar é preciso atravessar um rio

Praia de Puruba em Ubatuba - SP. Para se chegar ao mar é preciso atravessar um rio


Um passeio, quatro praias, um dia maravilhoso e uma dúvida: porque essas praias não são conhecidas nem superexploradas? Uma teoria: há uns 15-20 anos, foram as praias de São Sebastião que caíram no gosto dos paulistanos, que vinham deixando o Guarujá de lado. Sorte dos que escolheram essas praias de Ubatuba. Elas continuam muito parecidas com o que eram há 15-20 anos. Eu arriscaria dizer que elas mudaram pouco nos últimos 150-200 anos! Que continuem assim!

Final de tarde visto sob a lente do óculos na estrada da Almada em Ubatuba - SP

Final de tarde visto sob a lente do óculos na estrada da Almada em Ubatuba - SP

Brasil, São Paulo, Ubatuba,

Veja todas as fotos do dia!

Quer saber mais? Clique aqui e pergunte!

Curitiba, (pen)Última Vez

Brasil, Paraná, Curitiba, Ilha do Mel

Com os cunhados e a sobrinha na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com os cunhados e a sobrinha na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


A festa do casamento foi até às seis da manhã de hoje. Uma das grandes vantagens de se casar na Ilha do Mel é que por lá não há carros e nem Lei Seca. Assim, bebemos e nos divertimos o quanto queremos e não corremos o risco de sermos atropelados por algum bêbado e nem de trombar nosso próprio carro em algum poste. A sobriedade deve ser mantida até o limite de ainda termos a capacidade de encontrar o caminho de volta para a nossa pousada naquele emaranhado de trilhas que existe na ilha. Como o sol já havia raiado, o dia iluminado ajuda bastante nessa tarefa!

Deixando a Ilha do Mel, no litoral do Paraná

Deixando a Ilha do Mel, no litoral do Paraná


Partindo da Ilha do Mel, no litoral do Paraná

Partindo da Ilha do Mel, no litoral do Paraná


Acordamos perto do meio dia e fomos despertar de verdade num delicioso banho de mar na Praia de Fora. De corpo e alma lavados, era a hora de partirmos e deixarmos para trás mais uma vez esse lugar que tanto amamos. Mas ainda vamos voltar! Nossos 1000dias começaram aqui e terminarão aí também!

Com a vó Odila e a tia Dri, no apartamento delas em Curitiba, no Paraná

Com a vó Odila e a tia Dri, no apartamento delas em Curitiba, no Paraná


Com a irmã Daniella, na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com a irmã Daniella, na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Com amãe e a irmã na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Com amãe e a irmã na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Pegamos a barca de volta ao continente e voltamos para Curitiba. Amanhã embarcamos de volta para Bariloche, onde nos espera a Fiona. Antes disso, ainda deu tempo de um último evento social, uma última despedida. Fomos jantar na casa da Tia Dri, irmã mais nova da Patrícia. Lá também estavam nossa queridíssima vó Odila, a Dani (irmã da Ana) e o Dudu (marido da Dani) e, claro, a Luiza, filha dos dois e nossa sobrinha querida.

Reencontro com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Reencontro com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


A sobrinha Luiza não para de crescer! (casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná)

A sobrinha Luiza não para de crescer! (casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná)


Muita festa, muita bagunça, mais uma despedida. Essa é nossa última passagem por Curitiba antes do fim dos 1000dias. Ao longo de toda essa expedição, passamos por aqui cinco vezes, sempre procurando alguma maneira de colocá-la na rota de nossos ziguezagues pelas Américas. Além de termos de resolver algumas burocracias, o razão principal para isso é clara: reencontrar nossos familiares queridos.

Dani e a Luiza, que está chegando! (Maio de 2010)

Dani e a Luiza, que está chegando! (Maio de 2010)


Luiza com mamãe e titias, em Curitiba - PR (Julho de 2010)

Luiza com mamãe e titias, em Curitiba - PR (Julho de 2010)


Todas essas passagens por Curitiba, além de servir para revermos familiares e amigos, tem uma outra função: mostrar que o tempo está passando. Na estrada, sem muito tempo para acompanhar notícias do país ou do mundo, sempre em lugares diferentes, vivemos numa espécie de “lapso temporal”. É claro que sabemos que os dias do mês e da semana estão passando, mas nada na prática indica que o próprio tempo anda. No espelho, estamos sempre iguais. Adultos não mudam de um mês par o outro, não envelhecem de um ano para o outro. Pelo menos, não na nossa idade. Perdemos a referência, simplesmente nos movemos no espaço sem nos mover no tempo. Uma situação ideal!

Paparicando a Luiza em Curitiba - PR (Setembro de 2010)

Paparicando a Luiza em Curitiba - PR (Setembro de 2010)


Tios orgulhosos, em Curitiba - PR (Junho de 2011)

Tios orgulhosos, em Curitiba - PR (Junho de 2011)


Mas, não é bem assim. E percebemos isso claramente nas nossas passagens e repassagens por Curitiba. Isso porque aqui está o nosso “relógio”. Ele atende pelo nome de Luiza, esse pequeno ser que ainda morava no confortável ventre de sua mãe quando iniciamos os 1000dias e que, a cada vez que a vemos, está maior, mais pesada, mais inteligente, mais sapeca. Com uma luva de película, é um verdadeiro tapa na cara a cada vez que a vemos: sim, o tempo está passando!

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR (Julho de 2011)

Almoço com a Luiza, em Curitiba - PR (Julho de 2011)


A Luiza, nossa linda sobrinha, em Curitiba, no Paraná (Setembro de 2013)

A Luiza, nossa linda sobrinha, em Curitiba, no Paraná (Setembro de 2013)


Bom, amanhã partimos para os últimos quatro meses de viagem. Muita coisa pela frente ainda, todo o cone sul do nosso continente, as paisagens patagônicas, montanhas, geleiras, etc... Mais um tempo para “não” passar. Pelo menos, até voltarmos de vez à Curitiba e vermos a Luiza de novo. Enfim, nada mais justo... uma viagem maravilhosa dessa tem de ter o seu preço.

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná


Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brincando com a sobrinha Luiza na casa da Tia Dri, em Curitiba, no Paraná

Brasil, Paraná, Curitiba, Ilha do Mel,

Veja todas as fotos do dia!

Comentar não custa nada, clica aí vai!

Página 79 de 161
Blog da Ana Blog da Rodrigo Vídeos Esportes Soy Loco A Viagem Parceiros Contato

2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet