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Alexsander (02/09)
Olá..primeiramente gostaria de dar os parabéns pelo feito desta grande ...
Thyago (01/09)
Bom dia, estarei em NYC no inicio de fevereiro e terei de 3 a 4 dias para...
ju (28/08)
thainá (27/08)
gostaria de saber qual é a maior idade em saint martin, lado holandês. ...
Helder Geraldo Ribeiro (26/08)
Puxa vida, não dá nem pra visitar um sítio arqueológico que esses pap...
Ontem a noite conhecemos no Eco Hostel 2 Gustavos. Um é o dono da pousada, gente boa pra caramba e outro é agente regional do Instituto Estrada Real, outro figura que entende muito aqui de toda a região. Ele trabalhou durante anos em agências de ecoturismo em Serra do Cipó e também como consultor de ecoturismo. Não tinha ninguém melhor para nos ajudar a resolver o roteiro que faríamos aqui na região. Foi uma noite de boas conversas e muitas perguntas para os Gustavos e acabamos saindo com uma consultoria completa!
Ana com os Gustavos, no Hostel de Tabuleiro - MG
Daí nasceu a Maratona Serra do Cipó, que ganhou o slogan “O máximo do mínimo”. Afinal, como faríamos para conhecer o máximo de coisas no mínimo de tempo, passando pelas 3 principais cidades e atrações da região em apenas 4 dias? O roteiro definido foi o seguinte:
MARATONA SERRA DO CIPÓ
1º DIA – 18/08/10
Cidade base: Tabuleiro, Distrito de Conceição do Mato Dentro.
Cachoeira Rabo de Cavalo – 170m, 2 horas de caminhada.
Cânion do Peixe Tolo – 3h30 de caminhada para chegar até o final do cânion, vamos ver até onde conseguiremos chegar.
2º DIA – 19/08/10
Cidade base: Tabuleiro, Distrito de Conceição do Mato Dentro.
Cachoeira de Congonhas – 107m de altura, 2 horas de caminhada.
Cachoeira do Tabuleiro – 273m de altura, a maior de Minas Gerais e 3ª maior do Brasil!
3º DIA – 20/08/10
Cidade base: Serra do Cipó, Distrito de Santana do Riacho.
Trekking de 20km que desce de Palácio, na parte alta do Parque Nacional da Serra do Cipó até a portaria do meio, passando por:
- Cachoeira de Congonhas de Cima ou dos Guedes
- Cachoeira de Congonhas de Baixo
- Cachoeira do Gavião
- Cachoeira das Andorinhas
4º DIA – 21/08/10
Cidade base: Lapinha, Distrito de Santana do Riacho.
- Cachoeira do Bicame – 15km em 2h30 de caminhada.
- Travessia da represa de canoa para ver as Pinturas Rupestres.
Será que vamos conseguir? Temos que correr! Vem com a gente!
As imponentes ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador
Colocarmos o pé na estrada novamente. Seguimos viagem agora rumo à Guatemala! Nossa primeira ideia era seguir direto, sabíamos que no caminho ficariam para trás mais dois sítios arqueológicos, Tazumal e Casa Blanca, mas não tínhamos muito tempo e precisávamos chegar a Antigua.
Subindo as escadas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador
Foi em uma parada no posto logo após a cidade de Santa Ana, um frentista jovem e muito simpático ficou curioso sobre a viagem e logo quis nos falar sobre as belezas e os pontos turísticos da sua região. Mostrou-nos fotos de Tazumal e Casa Blanca, insistindo para passarmos por ali, “ficam a apenas 5 minutos daqui” dizia ele, empolgado. No caminho passamos na beira da estrada encontramos a entrada das Ruínas de Casa Blanca, que estavam fechadas para restauração. Já no clima, perguntamos e decidimos desviar mais 5 minutos para a cidadezinha de Tazumal, construída praticamente sobre as antigas ruínas Maias do mesmo nome.
As ruínas de antigo templo maya em Tazumal, em El Salvador
Tazumal em K´iche´ significa “pirâmide onde as vítimas eram queimadas”, nem gosto de imaginar! Está localizada no meio do povoado de Tazumal, vizinha do cemitério municipal, arqueólogos estimam que os primeiros moradores desta região datam de 5.000 a.C. As primeiras expedições arqueológicas escavaram parte do sítio já na década de 40, anos mais tarde arqueólogos começaram um trabalho de manutenção e reconstrução das ruínas que já estavam descobertas, alterando sua construção original, incluindo cimento na estrutura para aumentar sua durabilidade. Em 1954 foi visitada por Che Guevara nas suas andanças pela América Latina, antes mesmo de se rebelar e começar a guerrilha armada.
Visitando o sítio arqueológico maya de Tazumal, em El Salvador
As últimas reformas feitas em 2006, já em uma nova linha de trabalho, começou a desconstrução da camada de cimento, tentando devolver a originalidade às ruínas. Segundo pesquisas, sua primeira camada teria sido feita em blocos de adobe e só depois, já sob domínio Maia, foi que recebera blocos de pedra e ornamentos do período clássico (250 A 900 d.C). Foram mais de 13 fases de construção, o que faz os arqueólogos estimarem que 70% da estrutura ainda não foi desenterrada e hoje está abaixo da vila de Tazumal. Depois de 900 d.C foram construídas pirâmides Toltecas, assim como um campo de “jogo de bola”, sendo abandonado definitivamente em 1200 d.C.
Momento de carinho nas ruínas mayas de Tazumal, em El Salvador
As ruínas são as maiores que vimos aqui nessa nossa iniciação do mundo Maia, lindas e impressionantes! O museu fornece bastante informação, assim como os guias que podem ser contratados no local. Nós, como estávamos naquela correria básica, fizemos algumas fotos, demos uma olhada rápida no museu e saímos dali com milhares de perguntas sem respostas, apenas imaginando como seria aquela cidade na época em que os maias ou os toltecas viviam por ali... milhares de pessoas assistindo os rituais aos seus deuses e divindades, vivendo sua vida e aprendendo sobre sua história. História essa que hoje tentamos remontar, baseados apenas em pistas que nos foram deixadas através do tempo e destas ruínas.
Divindade pré-colombiana no museu em Tazumal, em El Salvador
Continuamos o nosso dia em direção à Las Chimanas, fronteira de El Salvador com Guatemala. Os trâmites foram rápidos e os oficiais da aduana guatemalteca foram eleitos os mais simpáticos de toda a viagem! Eles até fizeram fotocópias e montaram com durex um mapa da Guatemala que tinham na parede para nos dar de presente.
Chegando à Guatemala, indos de El Salvador
A primeira impressão assim que cruzamos a fronteira já é de um país mais organizado, a estrada e a cidade fronteiriça todas sinalizadas e pintadinhas, apesar das dezenas que túmulos (lombadas) que encontrávamos pelo caminho. Menos de duas horas depois chegamos à capital, Cidade da Guatemala, que nos impressionou positivamente. Chegamos pela parte alta da cidade, avenidas largas e arborizadas, sem passar pela periferia costumeira das cidades grandes na América Latina.
Tumulo? É o nome dos quebra-molas na Guatemala e em El Salvador
Prédios modernos, restaurantes e uma infra-estrutura completa, cruzando as zonas 15, 14, até chegar a Zona 10, onde ficaríamos hospedados. Conhecida como Zona Viva a Zona 10 é a mais turística, ao lado da Zona 1, centro histórico da capital e à Zona 13, onde estão a maioria dos museus. Aproveitamos a nossa única noite na capital para jantar em um restaurante de comida típica guatemalteca, vizinho do nosso hostal, o Kacao. As principais comidas típicas são sopas que levam diversas verduras, batata, milho, coentro e alguma carne, principalmente frango. Tomamos um caldinho e o prato especial foi um churrasco guatemalteco, acompanhando de uma espécie de tutu de feijão e guacamole, delícia!
Restaurante Kacao, de comida típica, na Cidade da Guatemala, capital do país
Fechamos nossa noite no Bar Esperanto, indicado por Pablo, um viajante e blogueiro, nosso amigo virtual guatemalteco que amanhã mesmo iremos conhecer. Um bar boêmio, tocando uma cumbia gostosa, galera animada e bem receptiva. A energia da cidade já nos cativou, ficou decidido: vamos ficar um dia mais para conhecer e curtir a vibrante Cidade da Guatemala!
Balada no bar Esperanto, na Cidade da Guatemala, capital do país
Conduzindo o barco com o dia raiando, na viagem entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Hoje, 4h30 da manhã já estávamos no porto de Apicum Açu, embarcando no barco de pesca Yuri II, nossa carona para a Ilha de Lençóis. Ainda estava escuro, a lua cheia iluminava o rio e a única coisa que sabíamos é que tínhamos 4 horas de viagem pela frente.
Deixando o porto de madrugada, no início da viagem de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Eu havia visto o mapa do Maranhão no guia rodoviário e, nesta escala, só conseguia visualizar a Baia de Lençóis e a vizinha Baia de Turiaçú, onde o rio do mesmo nome desemboca no mar. Por este mapa vamos sair por este rio e margear algumas ilhas até alcançar a Baia de Lençóis.
De madrugada, lua cheia, início da viagem de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Entramos no barco e logo ele partiu, apenas com a luz da lua. A sombra dos manguezais, o vento batendo tranquilo em nossos rostos e a sensação de liberdade plena. Estamos longe de tudo, principalmente longe dos pacotes e esquemões turísticos.
Lua cheia no início da viagem de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Mesmo para os turistas mais aventureiros a Ilha de Lençóis é um destino bem alternativo, já que a infra-estrutura da ilha é pouca e a distância mesmo para os maranhenses é muita. A viagem direto de São Luis para a Ilha pode durar até 12 horas. Esta sensação de estar desbravando, chegando aonde poucos chegaram, é uma das mais maravilhosas da viagem.
Viajando de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Os pescadores estavam concentrados em seu trabalho, ou com sono mesmo, pois não estavam para muita prosa. Achamos por bem esperar clarear o dia para puxar assunto. Estávamos ansiosos para ver a paisagem, entender o caminho que estávamos fazendo e qual seria o tempo que pegaríamos pela frente. Todas as nuvens a esta hora da madrugada parecem de chuva. Mas se chover, que chova canivete, fomos com o espírito pronto para tudo.
Dia nascendo durante a viagem de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Aos poucos o dia foi clareando e as nuvens começaram a se definir, o vento frio bateu e um dos pescadores veio nos oferecer para guardarmos as coisas junto com a tralha de pesca, em um compartimento fechado e mais protegido. “As coisas ficam secas, mas a gente vai ter que se molhar mesmo!”, nos avisou, simpático.
Foi a nossa deixa para a conversa, ele começou a nos explicar o caminho, saímos pelo rio Apicum Açu, que nem constava no nosso mapa, e dele caímos direto na Baia dos Lençóis, um belo corte de caminho! Vieram alguns pingos, mas não foram suficientes para nos ensopar. Ao longe avistamos alguns barcos, algumas ilhas e muitas nuvens pretas. Estávamos indo direto na direção delas, a cada “poc poc” do motor chegávamos mais perto.
Ultrapassando outro barco durante a viagem entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Um dos pescadores nos mostrava cada ilha e nos ensinou um novo conceito de casa que nunca havíamos conhecido. Os ranchos dos pescadores fixados em bancos de areia no meio da baia, no caminho entre Apicum Açu e o mar aberto. Eles as usam como posto avançado para pesca, dormem ali e seguem para o alto mar. Outros ficam por ali mesmo, região boa para a pesca de camarão. Passam uma semana, 10 dias longe de casa. O camarão resiste sem gelo, pois eles cozinham, salgam, descascam e embalam para a venda, a maior parte vai para Belém e São Luis.
Casa de pescador no meio do mar, na viagem de barco entre Apicum Açu e a Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Quase três horas de viagem depois começamos a avistar ao longe a Ilha de Lençóis, árvores e um pedacinho de duna. Logo o vento frio bateu, vimos os pescadores se cobrirem com uma lona azul, sinal de que a chuva estava chegando novamente. Nos preparamos para água, pois o céu estava mesmo preto, olhamos para o lado e há apenas uns 200m víamos o mar crespo, salpicado pelas gotas da chuva, mas conseguimos escapar andando na borda da nuvem. Mais uma vez escapamos por muito pouco, confesso que não sei se foi sorte nossa ou manha do mestre do barco que só navegava na tangente dos chuveiros que São Pedro abria lá em cima.
Chegando à Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Depois de 4 horas de viagem, enfim chegamos a Ilha de Lençóis. Não é difícil reconhecer a ilha, pois dentre tanto verde e mangue de repente surgem imensas dunas de areia. Como será que essas dunas se formaram aqui, no meio do mar?
Dunas da Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Os pescadores moram em Bate Vento, comunidade vizinha, logo do outro lado do canal. Descemos ali no areal encharcado, daqueles que afundam o pé. A viagem mesmo longa não chegou a ficar tediosa nem um minuto, não apenas pelo espírito aventureiro que nos acompanhava, como também pela ansiedade de descobrirmos estas novas paisagens das Reentrâncias Maranhenses.
Nosso barco nos deixa na Ilha de Lençóis, nas Reentrâncias Maranhenses - MA
Delicate Arch, o mais famoso cartão postal do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A água e o gelo erodiram por de mais de 100 milhões de anos as paisagens do Arches National Park. Ainda hoje as forças naturais continuam o seu trabalho incansável e contínuo, esculpindo cada fresta e fissura que formam os mais de dois mil arcos no deserto de Moab. É a maior concentração destas formações em todo o mundo, sendo o menor deles com pouco menos de um metro e o maior com 93m de extensão, o maior do mundo.
Observando o colossal Landscape Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Difícil é entender como estes arcos naturais de formaram e ainda mais difícil é compreender como e por que eles foram se concentrar aqui. Os geólogos aparentemente encontraram uma resposta, e ela está em um elemento relativamente simples e bem comum na natureza: o sal.
Chegando pelo caminho errado no Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Há mais de 300 milhões de anos a região foi coberta por um mar, que eventualmente evaporou, deixando uma camada de sal que pode chegar a 1,6km de espessura. O parque está sobre este leito de sal, o grande responsável pela formação dos arcos, pináculos, barbatanas de arenito e monolitos que foram erodidos no decorrer de milhões de anos.
Muita neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A incrível paisagem da Windows Section, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A maioria dos arcos são formados de Entrada Sandstone, uma rocha rosada e clara, ou pela Navajo Sandstone. A jovem rocha formada sobre o leito de sal foi deslocada e dobrada, a água penetrou por suas fissuras e com a ajuda das altas e baixas temperaturas, congelando e derretendo, expandindo e encolhendo, foi dando forma às barbatanas, fileiras inteiras de rocha que aos poucos foram se transformando nos arcos que vemos hoje.
Momento de contemplação nos gigantescos Double Arch, uma das mais belas formações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Nós estávamos ansiosos para chegar ao deserto de Utah, um dos estados com a maior concentração de áreas naturais de preservação, entre reservas, monumentos naturais, parques estaduais e nacionais. Já passamos pelo Zion e pelo Bryce Canyon, que possuem histórias geológicas semelhantes, mas tipos de erosão e paisagens completamente diferentes. E a pergunta que nos fazemos sempre é a mesma, quando será que este país vai parar de nos surpreender? Quando achamos que já vimos de tudo, chegamos a um novo parque nacional e nos deparamos com cenas como esta. É brincadeira!
A majestosa "Park Avenue", no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O nosso roteiro pelo Arches foi de dois dias intensos, no primeiro dia nós percorremos os 15km iniciais da estrada cênica do parque, que passa pelo visitor center e se estende por 28km até uma das trilhas mais famosas do parque, a Devil´s Garden Trail. A primeira parada foi na Park Avenue Viewpoint and Trailhead, colocamos o nariz para fora da Fiona (a -8°C) apenas para tirar uma foto e observar a belíssima paisagem.
Mirante da "Park Avenue", no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Seguimos pela estrada impressionados com a grandiosidade do cenário. Uma encostada rápida no Mirante das Dunas Petrificadas e logo enxergamos ao longe a Balanced Rock, uma rocha suspensa, aparentemente equilibrada sobre uma torre de pedra, o tal pináculo.
Paisagem invernal e gelada no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Uma enorme rocha parece equilibrar-se em um pedestal no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Um detour rápido e logo estamos em alguns dos principais arcos do parque, o Turret Arch e as Janelas (North and South Windows). Para ver os arcos de perto seguimos com tripla camada de roupas pela trilha, num circuito circular de 1,6km, os arcos rosados são incríveis, cada um com sua peculiaridade e cenários magníficos.
A enorme North Window, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
A bela formação da South Window, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Ali ao lado está a saída para a rápida trilha do Double Arch, quase ninguém vê e acaba passando reto, mas foi um dos nossos arcos preferidos! O Arco Duplo é considerado um pothole arche, pois ambos foram escavados em uma rocha quase circular em um buraco em forma de pote, formação comum em rios e cachoeiras. Neste caso os geólogos afirmam que eles são formados por reações químicas, não apenas físicas, ativadas pela ação do clima ao longo dos milhares de anos.
Momento de contemplação nos gigantescos Double Arch, uma das mais belas formações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
As nuvens de neve que cobriam o céu pouco a pouco começaram a se dissipar e manchas azuis surgiram, um bom presságio para os viajantes e fotógrafos, era hora de acelerarmos o passo para pegarmos o pôr do sol em um dos principais cartões postais do parque: o Delicate Arch.
Procurando o melhor ângulo do Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Uma trilha de quase 5km (ida e volta) liga o estacionamento ao arco preferido dos fotógrafos que visitam este parque. Ela sobe lentamente aos 1.474m, coberta de gelo e neve se torna um pouco lenta e seus caminhos podem ficar confusos, já que centenas de pessoas na mesma peregrinação escolhem diferentes direções para escapar do gelo escorregadio. Quase uma hora depois, a -10°C de temperatura e muito calor interno, chegamos ao Delicate Arch.
Delicate Arch, o mais famoso cartão postal do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O arco é delicado, mas o que o faz mais especial não é a sua forma e sim a sua localização, no alto de um pequeno platô de pedra com o vale e as montanhas nevadas ao fundo. O sol do final de tarde ilumina a sua cor rosada contra os tons frios e azuis do cenário de fundo. A peregrinação da centena de turistas e fotógrafos para ver este espetáculo é recompensada com um pôr do sol digno de nota.
Observando o mágico, quase inacreditável Delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Voltamos antes do sol se pôr, ainda com luz e um restinho de calor dos raios que restavam. As sombras já tinham um frio quase insuportável, congelando o ar que respirávamos, sem falar nos dedos, nariz e todo o resto.
Agora, no caminho certo para o delicate Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Eram 5h30 da tarde e já estava escuro. Retornamos à Moab, precisávamos alimentar o corpo e a mente curiosa sobre a história deste lugar perdido no meio dos Estados Unidos. A região começou a ser explorada em meados do século XX, quando um geólogo entrou no deserto de Moab em busca de urânio. O ano era 1952, a Guerra Fria impulsionava a pesquisa e desenvolvimento de novas armas e tecnologias nucleares. O governo americano estava recompensando generosamente a descoberta de novas minas deste material. Após anos de buscas infrutíferas e já quase sem esperanças, finalmente Charlie Steen foi recompensado com a descoberta de uma imensa mina nesta região. Charlie, então pobre e endividado, tornou-se milionário do dia para a noite e colocou a cidade de Moab no mapa americano. A sua casa, construída no alto de um morro no caminho para o parque nacional, hoje se tornou um dos melhores restaurantes da cidade e com uma bela vista do vale. Um jantar cultural, que além de bons pratos, nos proporcionou uma viagem na história da região.
Céu colorido de fim de tarde atrás dos arcos de pedra do Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Neste primeiro dia tivemos uma boa visão do parque, mas ainda nos faltava conhecer uma das mais famosas trilhas deste parque nacional: a Devil´s Garden. No outro dia cedo, cruzamos a Fiery Furnace até o começo da trilha e novamente triplamente encapotados começamos a caminhada sobre a neve, entre as rochas e arcos de pedra do Aches National Park.
Pine Tree Arch, mais um arco de pedra no nosso segundo dia de explorações no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O primeiro loop nos levou ao Tunnel Arch e ao Pine Tree Arch. Voltamos à trilha principal e seguimos por mais de um quilômetro até encontrar o Landscape Arch, o maior arco do mundo, com 93m de extensão!
Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Landscape Arch, o maior arco de pedra no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
O Landscape Arch é uma das provas mais recentes de como o parque está em processo constante de erosão. Na década de 90 uma grande seção do arco se desprendeu e veio ao chão sob os olhos atentos e assustados dos turistas que estavam embaixo dele. Todos conseguiram escapar e alguns deles até fotografaram o momento. Antes disso turistas podiam chegar até a base do arco e inclusive atravessá-lo por cima, mas depois do ocorrido o parque achou mais prudente o manter fechado, garantindo a segurança dos turistas e principalmente a do arco.
Turistas descansam sob o Navajo Arch, no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Daqui para frente a trilha sobe sobre as rochas nevadas e o gelo escorregadio exige calçados aderentes e equipamentos que deem mais segurança sobre a neve, pois um escorregão pode te levar fenda abaixo. Eu voltei, o Ro com mais ganas e coragem resolveu seguir com seu tênis guerreiro, sobre o gelo e ainda conseguiu chegar ao Partition e Navajo Arch.
Trecho extremamente escorregadio de trilha no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Este parque deve ser outro mundo no verão e já entrou na nossa longa lista de lugares que voltaremos a visitar.
Trilha tomada pela neve no Arches National Park, perto de Moab, em Utah, nos Estados Unidos
Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL
Partiu de Piranhas o barco que nos levou conhecer a Rota do Cangaço, chamada assim por fazer parte de um dos momentos mais importantes na história deste movimento. Foi logo aqui em frente à antiga Piranhas que lampião e mais 38 cangaceiros desceram o rio em canoas até um novo esconderijo, a Grota do Angico.
Grota do Angico, local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos, em Canindé do São Francisco - SE
Foi a primeira vez que ficaram neste esconderijo, segundo o guia turístico do local. Lampião liberou os vigílias, já que os macacos pensavam que ele estava em outro esconderijo. O coitero de Lampião foi comprar alimentos na vila para todo o bando e despertou desconfiança entre os moradores da vila que avisaram a volante da cidade. Esta por sua vez reuniu três grupos de volantes das cidades vizinhas e imediatamente foram para o local.
Casa do coitero de Lampião, perto da Grota do Angico, região de Canindé do São Francisco - SE
As volantes subiram com metralhadoras das mais modernas, doadas pelos EUA para combate de guerrilhas ao Brasil. Lampião morreu com rajadas de metralhadoras e foi decapitado, Maria Bonita não teve a mesma sorte, pois morreu durante a decapitação. Suas cabeças foram expostas em Tapera e diversas cidades da região, como exemplo e represália aos cangaceiros que restaram. Ali não morreram apenas Virgulino e seus comparsas, morreu também o cangaço.
Foto de Lampião e seu bando exposta em restaurante próximo a Grota do Angico, em Canindé do São Francisco - SE
Eram 45 homens, que por mais cuidadosos e silenciosos que fossem, estavam na caatinga, pisando em folhas secas e carregando armamentos, perguntamos: como Lampião e seus homens não ouviram e perceberam a chegada dos policiais?
Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL
Alguns dizem que foi a cachaça que apagou o bando, o que eu duvido já que eram acostumados a beber todos os dias. Outros acham que armaram para eles, colocando alguma droga ou sonífero nas bebidas. O que aconteceu lá ninguém sabe ao certo e sem dúvida alguma esta é uma das faíscas que mantém acesa a chama da curiosidade e paixão pela história deste personagem tão controverso do nordeste e do Brasil.
Com os especialistas em cangaço, na Grota do Angico, região do Canindé do São Francisco - SE
Este mergulho na história foi entremeado por conversas divertidíssimas com os nossos amigos historiadores do cangaço, uma dose de pinga com caju e um tucunaré frito às margens do SanFran.
Nadando no São Francisco depois do passeio à Grota do Angico - SE
Depois de um mergulho e despedidas de tal local histórico foi que demos falta de um dos personagens mais importantes do 1000dias, o nosso querido celular! Voltamos, procuramos no restaurante e não encontramos. Ele só pode ter ficado ali, na mesa, no balcão ou então na trilha. Será este mais um dos mistérios que rondam a Grota do Angico? Lampião decidiu ficar com ele para fazer contatos imediatos de terceiro grau? Nosso amigo Nokia saiu dos 1000dias, mas entrou para a história do cangaço!
Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia
A maior planície salgada do planeta, o Salar de Uyuni possui 12 mil hectares e está localizado a 3.650m.s.n.m. no altiplano boliviano. Antes um imenso lago pré-histórico salgado formado pela elevação dos Andes e recuo dos oceanos, hoje um dos maiores depósitos de sal do mundo, com estimados 120m de profundidade e 10 bilhões de toneladas de sal. É a maior reserva de lítio do planeta e contém ainda boro, potássio e magnésio.
Salar de Uyuni, na Bolívia
A sensação que temos às margens do Uyuni é de estarmos em uma praia, o relevo, o horizonte sem fim e a brisa são inconfundíveis, não há como ter dúvida que um dia aquela imensidão branca foi um imenso lago de águas marinhas. Para aqueles que ainda tem alguma dúvida, a melhor prova é visitar um dos principais atrativos turísticos do salar, a Ilha Inca Huasi, também conhecida como Ilha do Pescado. Terra cercada pelo mar de sal e coberta de cardones, aqueles imensos cactos de mais de 10m de altura com idades estimadas de até 1000 anos, a Ilha Inca Huasi possui imensas formações coralíneas.
Restos de cactus milenar na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia
Me desculpem, mas corais são vidas encontradas apenas no mar. Além da magnífica vista que se tem do topo da montanha, o arco de corais foi para mim o mais impressionante! Não existe uma formação rochosa igual, eu olhava sem cansar para ele e repetia, é um CORAL! A ilha toda esteve emersa durante milhares de anos para que aqueles frágeis corais pudessem se formar. Hoje mortos, tornam-se quase rochas, testemunhas das mudanças que ocorreram na geografia desta região nos últimos milhões de anos.
Um grande arco de coral na Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia. Prova de que tudo isso já foi mar!!!
No salar é quase impossível ter noção de distância. A imensidão e proporção das coisas enganam até os mais geolocalizados. A Ilha Inca Huasi desaparece no horizonte quando a sua referencia é o Vulcão Tunupa com 5.432m, na base norte do salar. À leste está a cidade de Colchani, onde estão os imensos hotéis de sal, há apenas 25km da cidade de Uyuni.
Bandeiras em frente ao Hotel de Sal no Salar de Uyuni, na Bolívia
Aceleramos pela rodovia mais larga do mundo, de olhos fechados e sem as mãos! Ali, quando estamos fora das trilhas mais usadas, encontrar outro carro é tarefa difícil! Fácil é se perder, sem referência e sem trilha, já que no inverno a planície seca fica completamente trafegável na maior parte do salar. Apenas algumas partes podem ter pedras de sal salientes ou até sal fofo, facilitando o carro a atolar.
O vulcão Tunupa visto da Isla Icahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia
Depois de cruzarmos o salar até Uyuni, onde nos despedimos de Krasna e Cristóbal, pegamos todas as referências possíveis para não nos perdemos na vastidão branca a caminho de Llica, na borda noroeste do salar. Escolhemos uma rota alternativa para retornar ao Chile, via Colchane (com E), a caminho de Iquique. Rodamos, rodamos, rodamos e não chegávamos nunca! O Tunupa que parecia próximo parecia estar brincando de mãe pega conosco. Quanto mais corríamos, mais longe ele estava! Confesso que chega a dar um certo desespero, sem trilhas, sem estradas, a sensação é que estamos rodando no vazio. A nossa principal preocupação era encontrar marcas de carro, pois chegando perto de Llica teríamos um trecho de lama lacustre, sal fofo e para entrar na cidade só encontrando a estrada. Seguimos o nosso faro, com uma boa ajuda do GPS, que ao menos nos indicava a direção onde estava Llica.
A Isla Incahuasi, no Salar de Uyuni, na Bolívia
Chegamos à vila no final da tarde e já não tínhamos tempo de luz suficiente para continuar na estrada. A distância de Llica à Pisiga, na fronteira com o Chile, era de uns 150km que levariam de 3 a 4 horas de estrada. Encontramos uma hospedagem simples, sem banho quente (mais um dia! Argh!) e conseguimos comer o último pollo com papas de um dos únicos restaurantes da cidade. Ufa, chegamos.
Mildias no Salar de Uyuni, na Bolívia
O bicho-preguiça parece nos pedir ajuda para cruzar a estrada, no trecho inicial da BR-319, rodovia que liga Manaus à Porto Velho
1º Dia - Manaus a Igapó-Açú - 250 km
Cruzamos o ferry pelo encontro das águas do Solimões e Negro para Careiro da Várzea, onde começa a BR-319 para Porto Velho. Para a nossa surpresa seguimos por um tempo em um asfalto praticamente novo, trecho de 70km que acabou se ser construído.
Cuzando o rio Amazonas, em Manaus
O exército está trabalhando nas obras para asfaltar ao menos os primeiros 150km. O asfalto foi piorando e, seguindo a lógica da decadência, logo virou terra. Aí perto passamos por Careiro, uma cidadezinha bem movimentada comercialmente, última chance de abastecer o carro, próximo posto, 500 quilômetros!
Obras no início da BR-319, que liga Manaus, no Amazonas, à Porto Velho, em Rondônia
BR-319, que liga Manaus à Porto Velho, nos seus trechos iniciais
Tempo seco, aceleramos enquanto a estrada era de terra batida. Olhos atentos para as novidades que poderíamos encontrar na estrada. Onças? Macacos? Cobras? Pássaros? Não sei! Estamos no meio da Amazônia, não é possível que não encontremos nada. Eis que finalmente vi algo estranho na pista, uma forma animal, mas parecia estar totalmente parada... seria um animal atropelado? Fiz o Rodrigo voltar e olha só quem encontramos!
Desajeitadamente, um bicho-preguiça tenta cruzar a estrada no trecho inicial da BR-319, rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Uma preguiça 3 dedos lindíssima, se não me engano é a preguiça conhecida como Preguiça-Bentinho. Os bichos preguiças são arborícolas, ou seja, vivem pendurados em árvores e galhos de onde tiram o seu alimento e onde se camuflam contra os seus predadores. Elas pesam entre 6 e 8 quilos e chegam a 60 cm de comprimento de puro braço e pernas. Seus membros são longos e muito fortes, são as melhores ginastas que já vi na minha vida! Assim, elas não ficam em pé ou “de quatro”, para se movimentarem precisam se agarrar em algo para puxar o corpo.
Um bicho-preguiça tentando cruzar a estrada no trecho inicial da BR-319, rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Essa pobre preguiça estava tentando atravessar a estrada, mas sem galhos e sem ter onde usar a suas garras ela estava fritando no chão! Enquanto o Rodrigo fotografava e filmava eu fui a grande felizarda que pôde fazer o resgate da preguiça! Peguei um pau que tinha no carro, venci a desconfiança dela e consegui que ela se agarrasse nele para leva-la até a mata do outro lado da estrada! Com meio dedo ela se agarrou e sustentou todo o seu peso (pesada para burro!) até chegar no primeiro matinho em que pôde se agarrar. Tão linda!!! Foi emocionante!
Ajudando o bicho-preguiça a cruzar a estrada, no trecho inicial da BR-319, rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Ajudando o bicho-preguiça a cruzar a estrada, no trecho inicial da BR-319, rodovia que liga Manaus à Porto Velho
Já imaginaram que ela poderia ser atropelada!? Tudo bem que não são muitos carros que passam por aqui, mas hoje a estrada estava movimentada, vimos apenas dois caminhões e duas land rovers! Quando vimos as land rovers se aproximando não podíamos acreditar... serão eles?
Encontrando outros aventureiros, que vinham em sentido contrário, na BR-319, que liga Manaus à Porto Velho, nos seus trechos iniciais
Há dias estávamos tentando falar com o Luis e a Lancey, viajantes americanos que conhecemos em Arcata, Califórnia. Eles estão na estrada há quase 4 anos na Lost World Expedition, vão e voltam dos EUA para trabalhar, juntam dinheiro e continuam viajando. Junto deles estavam os designers costa-riquenhos Erick e Lucy da Expedição La Vuelta al mundo en N días. Paramos por meia hora para conversar no meio da estrada, pegando dicas do caminho, querendo saber da vida e nos desviando desses caminhões que nunca existem e resolveram aparecer bem nessa hora! Foi incrível o timing, pena que não pudemos passar uma das noites aqui juntos. Boa viagem galera!
Reencontrando o Luis e a Lancy, do Lost World Expedition, e o casal costarriqueno do Vuelta al Mundo en N Dias na BR-319, que liga Manaus à Porto Velho, nos seus trechos iniciais
Finalmente depois de muita terra, quilômetros de asfalto esmigalhado, buracos e muita paciência, chegamos ao tão esperado Igapó-Açú! Atravessamos a balsa e fomos bem recebidos pela Dona Mocinha e o Seu Raimundo com uma cervejinha quase gelada e mais tarde um jantar caseiro bem gostoso.
Nossos amigos motociclistas pegam a balsa sobre o Igapó-Açu, na BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, à Porto Velho, em Rondônia
Nossa pousada no Igapó-Açu, na BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, à Porto Velho, em Rondônia
Logo conhecemos também os motociclistas aventureiros Manga, Saré, Augusto e Verô! Eles estão fazendo a travessia de toda a Transamazônica, desde João Pessoa até Humaitá, onde conectaram com a BR-319 e seguirão até Manaus para voltar com as motos de barco até Belém.
Os motociclistas que, de uma só vez, fizeram a transamazônica e a BR-319, em Igapó-Açu, já a poucas horas de Manaus, no Amazonas
Grande aventura! E esse mundo é pequeno mesmo, não é que o Everardo (Verô) é lá de Oeiras e conhece o nosso amigo Joca? Ele está planejando subir de moto até o Alasca, então já viram que a noite foi de muita conversa e histórias!
Encontro com os motociclistas Everardo, Manga, Augusto e Saré, no Igapó-Açu, na BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, à Porto Velho, em Rondônia
Dormimos ao som dos sapos cururus e os roncos dos vizinhos, no último quartinho que a Dona Mocinha tinha para alugar. Lugar super simples, chuveiro frio para um banho rápido e cama! Bora repor as energias para o dia de amanhã, primeira etapa completa!
De balsa, cruzando o Igapó-Açu, na BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho
Entrando em piscina natural na base de uma das Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Se você está procurando praias de areias brancas, resorts e bares com mulheres dançando o ula-ula você está no lugar errado. Agora, se você é apaixonado pela natureza e quer se lançar em uma aventura para descobrir vulcões, águas termais, matas tropicais, trekkings e a última população indígena remanescente no Caribe, Dominica vai te surpreender em todos os sentidos!
Praia em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Vista da orla de Roseau, capital de Dominica
Dominica é o que poderíamos chamar de Caribe “off the beaten track”, já que não possui vôos diretos da Europa ou Estados Unidos. Aqui você não irá encontrar hordas de turistas descendo de 4 ou 5 navios e muito menos pacotes turísticos com grupos imensos instalados em beach resorts. Ainda assim o turismo é seu dom natural e desponta como uma das principais atividades econômicas da ilha.
Uma ilha de colonização inglesa que hoje é politicamente independente e comandada pelo Primeiro Ministro mais jovem do mundo! Vindo de uma família de fazendeiros rastafáris, ele a princípio teve boa aprovação popular, mas nem ele se salvou de perder-se pela ganância e poder. As recentemente alianças duvidosas com o governo chinês e venezuelano tem sido questionadas pelos eleitores mais atentos.
Delicioso banho de cachoeira na Emerald Pool, no Trois Pitons National Park, em Dominica
Nós chegamos no domingo, quando tudo está fechado. Tivemos sorte de encontrar uma pessoa da locadora de carros na saída do ferry, esperando por um casal mais organizado e que já havia feito a reserva. Não precisamos nem pagar o táxi, pegamos uma carona no transporte do car-rental. Carro alugado, tanque cheio, trash-food (a única lanchonete aberta na ilha) e uma hora depois estávamos prontos para colocar o pé na estrada!
Embarcando no moderno barco que faz o percurso entre Guadalupe e Dominica
Fomos direto para a Emerald Pool, tomar um banho de cachoeira em meio a uma floresta tropical, como um ritual de batizado em águas dominicanas. Boas vindas dadas, seguimos para o nosso roteiro nada tradicional tentando ver o máximo do país nos poucos dias que nos restaram no calendário do ferries inter-ilhas.
Delicioso banho de cachoeira em Emerald Pool, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Cruzamos o país pelas montanhas, saímos da costa oeste em direção à costa leste em uma longa e sinuosa estrada passando pelo interior de Dominica, nosso plano era cruzar o território indígena dos Caribs. Sempre lemos sobre a história deste povo de origem sul-americana que colonizou as ilhas caribenhas muito antes de Colombo ou qualquer esquadrilha francesa ou inglesa. Eles começaram a subir as ilhas desde as guianas, onde ainda hoje podem ser encontradas algumas tribos caribs ou arawaks. Na história os Caribs são índios maus, guerreiros que chegavam expulsando os pacíficos arawaks. Na atualidade vemos que a sua guerra não seria párea para as doenças e tecnologia dos europeus, que exterminaram com a população nativa, deixando pouco menos que 4 mil caribs, todos eles aqui, em Dominica.
Vista panorâmica em trilha do Trois Pitons National Park, em Dominica
Fim de tarde no belo litoral norte de Dominica
Novamente o dia de domingo nos pregou uma peça, um dia em que normalmente todos estariam nas ruas, descansando e se divertindo, aqui é o dia de ir à missa e ficar dentro de casa com a família. Vimos alguns poucos caminhando pelas ruas, mas suas barracas de artesanatos e restaurantes estavam fechados. Ainda assim é muito bacana encontrar algumas caras familiares aos nativos americanos nessa Região Afro-Americana que é o Caribe.
Procissão em estrada que atravessa o território dos índios Caribs, na costa leste de Dominica
À noite chegamos à Portsmouth, segunda maior cidade da ilha, sede da Escola de Medicina de Dominica. Estudantes de todos os cantos vêm parar aqui (não me perguntem como) e dão um ar um pouco mais alternativo para a pequena cidade, que fora dos tempos de provas chega a ter uma vida noturna estudantil mais agitada.
A Ana caminha no pier do nosso hotel em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Trânsito nas ruas de Roseau, capital de Dominica, no Caribe
O segundo dia em Dominica começou no Cabrits National Park, um antigo forte inglês construído no século XVIII e que além de belas vistas e um pequeno museu, tem algumas trilhas bacanas entre a mata secundária e ruínas das antigas construções do forte.
Vista do alto do forte no Cabrits National Park, região de Portsmouth, em Dominica, no Caribe
Visita ao Fort Shirley, no Cabrits National Park, em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Ruínas da antiga casa do comandante do forte, retomada pela floresta do Cabrits National Park, região de Portsmouth, em Dominica, no Caribe
Caranguejo se enrola em trilha do Cabrits National Park, em Portsmouth, no norte de Dominica, no Caribe
Dirigimos em torno de 40 minutos rumo à Rouseau e a nossa próxima parada é na imperdível Trafalgar Falls. Duas cachoeiras de quase 60m de altura que desembocam entre paredes de pedras imensas e logo encontram uma fonte de águas termais e sulfurosas, o verdadeiro vale dos dinossauros!
Observando as majestosas Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Explorando as Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
A trilha é fácil até as piscinas termais, mas para ver de perto a força dessas lindas cascatas vale a pena um esforço entre as pedras imensas e escorregadias para um mergulho nas suas águas refrescantes. Se você não quer arriscar, descendo um pouco logo encontrará as águas termais mescladas com o Trois Piton River, que se origina no alto destas montanhas no famoso Boiling Lake.
Explorando as Trafalgar Falls, no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
Banho relaxante em riacho com águas quentes no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
No caminho para a capital Rouseau paramos para um lanche no Riverside Bar and Restaurant, um achado no meio desse cenário jurássico. Com vista para as paredes verdes e o rio pedimos um simples sanduíche de queijo e presunto. O que não sabíamos é que tínhamos ali um chef de cozinha de mão cheia, ele adicionou uma salada especial com um tempero delicioso! Rodrigo provou a cerveja nacional Kubuli, nome original de Dominica na língua dos Caribs que significa “grande é seu corpo”.
A cerveja nacional da Dominica, no Caribe
Eu provei a bebida nacional que é chamada de rum punch, mas é mais parecida com as nossas cachaças de frutas. Eles “temperam” o rum com maracujá, limão, amendoim, laranja e variados sabores, como fazemos com a pinga e fica uma delícia! Eu tomei um de maracujá misturado com suco e gelo, para ficar mais levinho, delícia!
Relaxando em barzinho no Trois Pitons National Park, em Dominica, no Caribe
O final de tarde foi nas instalações da Dive Dominica, que será a nossa operadora de mergulho de amanhã. O Dive Resort estava lotado de mergulhadores norte-americanos, nos hospedamos no seu vizinho que nos ajudou a encontrar um guia que topou nos acompanhar na maratona matutina de trekking para o Boiling Lake as 5h30 da matina! Agora é descansar, por que o dia amanhã será longo.
Nadando no rio ao acordar, em Jacumã, distrito de Conde - PB
Acordei tarde, banho de rio, piscina e ainda descolei um café da manhã tardio com o Almir, querido. Era quase uma da tarde quando, abaixo de chuva, conseguimos nos despedir das Cris e pegar estrada. Ah, um agradecimento especial às meninas, minhas novas amigas, elas fizeram uma surpresa linda para mim, deram de presente 2 brincos lindooos! Eu fiquei impressionada e emocionada, fui pega tão de surpresa que nem tive como retribuir a altura!
Despedida da Pousada Dos Mundos e da Cristina, Cristiane e Almir, em Jacumã, distrito de Conde - PB
O Rodrigo já tinha nadado pelo rio até o mar e corrido uns 8km para a praia de Coqueiro, passando por Tabatinga 2. Aproveitamos a preguiça da moça aqui e a chuva para ir até lá de carro fazer algumas fotos. Que lugar sensacional! Tabatinga 2 é ainda mais linda, falésias imensas e uma baia verdinha e tranqüila, demais!
Visitando as falésias de Tabatinga, em Jacumã, distrito de Conde - PB
Seguimos viagem para o ponto mais oriental do Brasil, há apenas 30km dali, a Ponta do Seixas. Um farol todo diferente, bonitão está construído para marcar o ponto onde estamos mais próximos da África. Este farol é da época de Garrastazú Médici, presidente linha dura do Brasil na ditadura militar no início da década de 70, bicho ruim este!
O Farol do Cabo Branco, na Ponta do Seixas, em João Pessoa - PB
Junto ao farol fica a Estação Cabo Branco um espaço cultural belíssimo de onde podemos ter uma vista 360° de João Pessoa, Ponta do Seixas e região. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a Estação reúne espaços para exposições permanentes e temporárias, teatro e convenções.
O Farol do Cabo Branco, na Ponta do Seixas, em João Pessoa - PB
O ambiente é muito agradável, um espaço bem democrático, aberto ao público sem custo algum. Lembrou bastante o nosso “Olho”, o MON lá em Curitiba. Bacana entrar em João Pessoa já com esta visão cultural e privilegiada da cidade.
Estação Cabo Branco, espaço cultural em João Pessoa - PB
Saímos deste espaço tão gostoso e agradável, totalmente desavisados que entraríamos em uma missão (quase) impossível: encontrar um hotel com 2 noites disponíveis e com uma diária razoável, entre 100 e 150 reais. Que função! Hoje é quinta-feira, não imaginamos que João Pessoa estaria tão lotada. Rodamos a Av. Cabo Branco (beira-mar) inteirinha parando de hotel em hotel, os que tinham vaga para as duas noites custavam no mínimo 250,00. Até achamos um mais barato e com vaga, mas este era com camas de solteiro e de higiene meio duvidosa... Enfim, duas horas de procura depois acabamos nos rendendo ao mais barato que conseguimos... 228,00!!! Um absurdo pela qualidade oferecida, mas alta temporada no nordeste é assim mesmo... desgrama.
Exposição de quadros na Estação Cabo Branco, em João Pessoa - PB
Finalmente instalados, saímos para um jantarzinho básico e uma caminhada rápida na orla e voltamos aos nossos afazeres bloguísticos.
O mar na Ponta do Seixas. Do lado de lá é a África, pertinho.. (em João Pessoa - PB)
Admirada com a gigantesca árvore sobre sua cabeça! (Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Dia de ir embora nunca é um dia muito legal. Quando o tempo está chuvoso facilita um pouco, mas não diminui a vontade de explorar e conhecer. Saímos cedo no Yosemite Lodge em busca dos ursos pretos, tão comuns por aqui e que ainda não havíamos encontrado. Vimos até as caixas de segurança para as comidas nas áreas de camping, mas parece que os ursos não gostam muito de chuva. Passamos na entrada da trilha do El Capitán e da Yosemite Falls, mas a chuva e as dores no corpo que ficaram da caminhada de ontem me fizeram preferir continuarmos de Fiona.
Caixas lacradas, a prova de ursos negros, para estocar comida no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
A Bridalveil Falls, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Pegamos a Southside Drive em direção à Bridelveil Fall, uma das únicas cachoeiras que não seca durante todo o ano. A pequena caminhada até o mirante ajudou a alongar e a perceber que o estrago no joelho foi pior do que eu imaginava! Rsrs! Ainda embaixo de chuva paramos no Tunnel View para a vista clássica do Yosemite Valley, normalmente a porta de entrada para a maioria dos viajantes que vem do sul da Califórnia.
Muita névoa no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Imaginem se eu não queria morrer por não ter vindo até aqui no nosso primeiro dia, com o restinho de luz, para ver o vale limpo e com o sol dourando as encostas. Enfim, a natureza tem diversas faces, a névoa e a chuva sem dúvida lhe confere um certo ar de mistério que não pode ser menosprezado.
Meio desanimado com as nuvens sobre a grandiosa paisagem do Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Com planos de viajar e chegar perto de San Francisco ainda hoje, tivemos que acelerar e passar algumas atrações históricas do parque na área de Wawona como o Pioneer Yosemite History Center e o próprio Wawona Visitor Center. Lá está também o hotel mais caro dentro do parque nacional, se não estamos dispostos a pagar os altos preços de hospedagem, talvez uma parada para um almoço ou um jantar possa ser uma ideia para conhecer a atmosfera deste hotel em estilo vitoriano que é um National Historical Landmark.
As milenares sequoias do Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Há poucos quilômetros dali, já pertinho da entrada sul do parque está uma das paradas obrigatórias do parque nacional: a Mariposa Grove. O bosque é a casa de mais de 500 sequoias gigantes em idade madura, as maiores árvores do planeta. Algumas delas chegam a 3 mil anos de idade, perdendo apenas para o bristelcone pine que pode chegar a quase 5 mil anos e também é encontrado aqui no leste do Yosemite e no Great Basin National Park, dentro dos Estados Unidos.
Um flerte milenar: o "Solteiro e as Três Graças", na Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Já do estacionamento vemos várias sequoias, guardiãs do tempo e da história neste nosso planetinha. Porém há mais vida além do estacionamento, dezenas de sequoias gigantes nos esperavam, abaixo da chuva, para uma despedida mais pessoal, já que serão as últimas que veremos durante os 1000dias. Então tive que tomar coragem, me haver com as minhas dores e sair caminhando pelo bosque. Foram em torno de 3 km entre o Bachelor & Three Graces, a Grizzly Giant, atravessamos o California Tunnel Tree e subimos até o belíssimo Faithfulll Couple. Mesmo em um bosque de gigantes é difícil não reconhecê-las, os nomes da sequoias são sempre bem sugestivos!
Minúsculo quando comparado à gigantesca sequoia, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
Assim fechamos nosso tour por um dos parques nacionais mais famosos e visitados dos Estados Unidos. Despedir-se de um lugar como o Yosemite só fica mais possível quando temos, dentro de nós, a certeza de que voltaremos.
Túnel sob uma sequoia viva, no Mariposa Grove, no Yosemite National Park, na Califórnia, nos Estados Unidos
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