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Luciana (30/09)
Adorei a matéria, conheço Ubatuba e Sao Sebastião, pretendo ir para Il...
raquel leal (29/09)
Oieeeeeeeeeeee... poderia me ajudar? Consegue me explicar como faço p ir...
Eloah Cristina (27/09)
Adorei as dicas e todo o relato. É muita história e cultura neste lugar...
lua (25/09)
esqueci, da pra fazer mergulho apenas ho halfmoon e the aquarium? sou ope...
lua (25/09)
oi ana, vc cita malamanai no primeiro post, mas pelo jeito nao foram ate ...
Representação do desembarque de ETs no Novo México, em exposição no Museu de Ufologia de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Alguém aqui já ouviu falar em Roswell, New México? Sem mais nenhuma pista, provavelmente a maioria de vocês deverá responder como eu, não. Mas você nem precisa ser um Mulder ou uma Scully para ter ouvido falar na tal operação secreta do exército americano para esconder do mundo um extraterrestre encontrado por estas bandas. Foi aqui, em Roswell que o encontro imediato de terceiro grau mais famoso e discutido por ufólogos e curiosos do mundo extraterrestre aconteceu.
O ano foi 1947, uma luz rápida no céu foi vista pelos fazendeiros e moradores da região. Dias mais tarde um deles encontrou materiais estranhos no seu terreno e os levou para o xerife na cidade, que logo entrou em contato com o exercito americano, já desconfiado de um incidente aéreo pouco comum.
Ao mesmo tempo dois amigos estavam reunidos em uma cabana, muito utilizada pelo povo da região como base de camping para os dias de caça. Deitados, dormindo na sua caminhonete escutaram um estrondo. Era alta madrugada, mas curiosos, pegaram suas lanternas e foram verificar do que se tratava. Chegando ao local viram um objeto metálico, sem asas, janelas ou motor, feito de um material que eles não podiam reconhecer, um metal maleável e leve, mas moldado, por mais que o dobrassem ele voltava ao mesmo formato. A luz era pouca e resolveram voltar depois do sol nascer. No dia seguinte, com luz, retornaram ao local e lá encontraram dentro da nave 5 corpos, 4 deles sem vida e um ainda parecia estar vivo. Foram buscar ajuda e nunca mais conseguiram retornar ao local, que no mesmo dia foi isolado pelo exército americano que tratou de limpar a área e retirar dali qualquer evidência.
Fotos de possíveis discos voadores no Museu de Ufologia de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Estas e outras histórias estão contadas em detalhes nas paredes do Museu de Ufologia de Roswell, que conseguiu reunir relatos de testemunhas envolvidas em toda a operação. Desde o operador do guincho que levantou a nave e do motorista que a deslocou, até a enfermeira que recebeu os corpos dos ETs no hospital e inclusive de diversos militares que foram instruídos a não revelar nada do que haviam presenciado.
Visita ao famoso Museu de Ufologia de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
A história na mídia recebeu diversas versões. As primeiras, mais certeiras, falavam sobre o acidente de uma aeronave extraterrestre. As próximas passaram a ficar confusas, dizendo primeiramente que seria um balão atmosférico, chegando a “forjar” fotos do tal balão para a imprensa. A interferência do governo e dos militares é esmiuçada e as controvérsias nos seus discursos que seguiriam apenas dá mais certeza aos estudiosos do caso de que o exército estaria escondendo a verdade. Cartas e testemunhos dos militares que participaram da operação apenas confirmam as suspeitas. A maioria delas enviada depois de 20, 30, 40 anos do ocorrido, como um segredo com a qual eles não gostariam de morrer.
Representação de como teria sido o exame médico de um ET em base secreta militar no Novo México, em exposição no Museu de Ufologia de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Eu não tenho dúvidas que existem extraterrestres, acredito também que eles já podem ter estado entre nós. Acho toda a história de Roswell totalmente crível e ainda mais fácil de acreditar estando em um museu como este, que reúne tanta informação, dados e relatos de testemunhas oculares do caso. Se isso se trata de uma grande teoria da conspiração que dominou os ufólogos que passaram por aqui, como em um ataque de euforia, já não posso afirmar. Se todos eles estão tendo uma alucinação coletiva, eu tendo a duvidar. Fato é que algo me diz que alguma coisa realmente aconteceu aqui em Roswell.
O Brasil também está presente no Museu de Ufologia de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos. É o famoso ET de Varginha!
Do outro lado do museu ainda encontramos curiosidades sobre outras pistas que os extraterrestres já teriam deixado para nós de sua existência. Um possível contato com o povo maia estaria registrado em uma estela esculpida e traduzida por antropólogos e ufólogos. Cada símbolo contido na porta demonstraria peças e instrumentos desconhecidos pelo povo maia.
Antigo mural maia que mostraria, segundo interpretações, encontros com ETs, em exposição no Museu de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Outra curiosidade são os desenhos encontrados ao redor do mundo em grandes plantações. As mesmas que já vimos no filme “Sinais”, com o Mel Gibson, que estão espalhados pela terra e sem uma explicação clara de como eles se formam. Os cortes são precisos e feitos em intervalos de tempo muito curtos, tarefas humanamente impossíveis de serem realizadas.
Painel atribuindo à extraterrestres os famosos círculos em campos de cultivo pelo mundo, no Museu de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Estes “crop circles” estariam alinhados com locais sagrados para as antigas civilizações. As pirâmides de Gizé, os pilares de pedra de Stonehenge, construções maias e os crop circles estariam sobre pontos de intersecção energética da Terra, como os chákras do planeta. É incrível!
Painel atribuindo à extraterrestres os famosos círculos em campos de cultivo pelo mundo, no Museu de Roswell, no Novo México, nos Estados Unidos
Ao final da visita ao pelo museu de Roswell, eu sinto que tudo o que eu queria era poder provar realmente que tudo isso é verdade, que não estamos sozinhos.
Praça Delícia, em Ponce - Porto Rico
A programação de hoje era intensa: dirigir 150km de Ponce até as Cavernas do Rio Camuy e o Observatório de Arecibo e depois dirigir até Fajardo mais 200km. Começamos o dia cedo, conhecendo a Praça das Delícias em Ponce e sua famosa Casa de Bombas, antes sede dos bombeiros da cidade, hoje é um pequeno museu em sua homenagem. Ao lado fica a Catedral de Nossa Senhora de Guadalupe, construída em 1931 onde ficava a primeira capela construída pelos espanhóis nos idos de 1660. Tomamos um gostoso café da manhã na padoca ali perto e pegamos estrada.
Museu dos bombeiros, na praça central de Ponce - Porto Rico
Eu estava empolgada com as trilhas, algo diferente no meio do Caribe. Nos preparamos para a caminhada, chegamos ao parque e seguimos comprar os tickets de entrada, 12 dólares cada um! Foi aí que começamos a nos dar conta da estrutura que os caras montaram. Eu e o Ro loucos para andar até lá, mas tínhamos que esperar chamarem a nossa senha. Já achei estranho, mas ok, estão preservando a caverna. Chamaram a nossa senha e primeiro passamos por uma sala de cinema com todas as instruções de segurança e depois de pegarmos os nossos capacetes entramos em um trenzinho que desceu uma rua toda pavimentada até a boca da caverna. Vimos por dentro e por fora a sua entrada natural, mas entramos por um bunker, escadas, luzes e até anúncio do restaurante mais próximo tinha lá... fiquei chocada. O choque só passou depois que vi a beleza do lugar. A Cueva Clara é magnífica, foi construída pelas águas do Rio Camuy, o terceiro rio subterrâneo mais longo do mundo. A guia deu informações bacanas sobre a caverna, no final acabei achando que valeu a pena. É um jeito totalmente exagerado de preservar um meio natural, mas aos poucos vou acostumar com o american way.
Cueva Clara, no parque Cuevas Del Rio Camuy, em Porto Rico
A próxima atração foi completamente diferente, o Observatório de Arecibo, que possui o maior rádio-telescópio do mundo. Mais uma sala de cinema para um filme explicativo do observatório, feito por engenheiros, com certeza. Me senti no filme do James Bond, mas no filme a antena era muito mais poderosa, estava muito mais maquiada e produzida, como podem ver na foto faltou uma faxina geral.
Rádio telescópio de Arecibo, em Porto Rico. O maior do mundo.
Depois de mais 200km de estrada chegamos em Fajardo, procuramos os hotéis mais próximos mas acabamos vendo que a região portuária fica abandonada durante a noite. Encontramos uma pousadinha chamada Passion Fruit em Las Croabas e é daqui que estou escrevendo mais este post, podre de cansada deste dia cheio de atividades, estradas e novidades. Nos restam apenas 3 dias em Porto Rico e muito para conhecermos... fica sempre aquela sensação de que poderíamos ficar mais.
Tartaruga recém nascida caminha para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
A Nicarágua é uma das principais áreas de anidação de tartarugas marinhas da espécie palasma, conhecida por nós como Tartaruga Oliva. Só aqui na Nicarágua são 4 praias que recebem centenas de milhares de tartarugas ao ano para depositarem seus ovos. Após viajarem toda a costa do pacífico, muitas vezes do extremo sul até o Alasca, elas retornam ao mesmo lugar onde nasceram para dar continuação ao ciclo da vida.
Placa informativa na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
A caminho da famosa Playa Coco, ao sul de San Juan del Sur está localizada o Refúgio da Vida Silvestre La Flor. Uma praia muito especial que recebe sozinha quase 200 mil tartarugas Paslama por ano.
Registro com contagem de tartarugas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
A principal época de desova é nos meses de setembro e outubro, se estendendo até novembro, porém durante todo o ano algumas mamães solitárias aparecem na praia para fazer seus ninhos. Durante 6 ou 7 dias ao ano, com a lua no quarto-crescente, acontecem as “arrivadas”, quando milhares de tartarugas chegam em massa, todas em um mesmo dia, para colocar seus ovos na mesma praia. O recorde registrado foram 8 mil tartarugas em um mesmo dia! Segundo os moradores locais, existem fotos da praia La Flor inteirinha preta, coberta por mamães palasmas parindo seus ovos, não se vê um só centímetro de areia!
Tartaruga em pleno "trabalho de parto", na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
O Refúgio da Vida Silvestre La Flor possui funcionários, biólogos e guarda-parques, além de voluntários que ajudam na contagem e diferenciação de espécies, registrando a data de cada ninho para o acompanhamento do nascimento dos pequenos bebês. Um trabalho bem parecido com o do Projeto Tamar no Brasil. Depois de 45 a 60 dias começa a eclosão dos ovos e o nascimento das pequenas tartaruguinhas que irão lutar para chegar ao mar e passar por seus predadores ainda com vida. Suas chances aumentam bastante com a ajuda destes anjos da guarda, que acompanham cada uma delas no seu trajeto para o mar, assegurando que chegarão lá sãs e salvas.
Tartaruguas recém-nascidas e recolhidas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
Além dos predadores naturais, infelizmente ainda estão os seres humanos, que possuem o hábito de se alimentar dos ovos de tartarugas, costume dos antigos na região.
Ovos de tartaruga na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
De San Juan del Sur partem tours quase todas as noites de diferentes hostales e custam em média 30 dólares para o transporte e a entrada do parque. Nós fomos de Fiona e pagamos 10 dólares de entrada cada um. Tivemos muita sorte, pois mesmo estando no mês de dezembro, conseguimos acompanhar a desova de uma mamãe palasma e o nascimento de dezenas de bebês! A melhor hora para assistir as tartarugas é a noite, portanto levem lanternas, de preferência com luz vermelha. A luz branca assusta as mamães e confundem as pequeninas que se guiam pela claridade do mar (reflexo da luz da lua na água), para chegar conseguir chegar até lá. Passamos algumas horas acompanhando e ajudando a mamãe a cavar seu ninho, buscando tartaruguinhas perdidas e colocando-as no caminho correto e observando este espetáculo da vida! É emocionante!
Tartarugas recém nascidas caminham para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
Quando saímos duas outras mamães estavam chegando, uma delas mais receosa, pois a lua cheia deixa a praia muito clara, o que facilita a ação de predadores e as deixa mais confusas, pelo reflexo da luz na areia. Uma delas retorna ao mar e a outra, vagarosamente caminha em direção à areia, buscando um lugar para desovar. Assim a vida continua e no ano que vem a mesma tartaruga estará aqui continuando um dos ciclos de vida mais antigos do planeta.
Logo após colocar os ovos, o duro retorno para o mar, na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Nestas nossas andanças pelos Parques Nacionais, Áreas de Preservação e Reservas Naturais uma das minhas vontades, inclusive já colocada aqui neste blog, é de ser pesquisadora na próxima encarnação. Muitas destas áreas só liberam a entrada para pesquisadores, biólogos, geólogos, etc. Para a nossa felicidade, este não é o caso da RPPN Feliciano Abdala. A Reserva Particular de Patrimônio Natural foi criada pelo Sr. Feliciano Abdala, um visionário fazendeiro da região de Ipanema – MG, que pôde conciliar a atividade agropecuária, cultivo de café e gado, com a preservação da mata que fazia parte da sua fazenda. Segundo Bragança, chefe do parque, a visão de preservação da mata já era anterior, tendo sido um pedido do antigo dono que vendeu a área ao Sr. Feliciano. Quando este se comprometeu a preservar a mata existiam apenas 8 primatas na sua área, hoje são mais de 300 indivíduos, apenas desta espécie.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Os Muriqui é, das espécies de primatas, uma das mais dóceis, por isso mesmo está arriscada de extinção. Só na RPPN dos Muriquis são 4 grandes bandos, sendo o maior deles com mais de 130 indivíduos. Eles convivem na reserva com outras 3 espécies de macacos, o Sagui e o Macaco Prego, mais difíceis de serem avistados e o Bugio, fácil de ser localizado pelo seu barulho ensurdecedor.
Os pequenos saguis na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Mirante de observação da RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
A área tem em torno de 1500 hectares, incluindo as matas vizinhas à reserva onde os Muriquis também transitam, por isso o trabalho para encontrá-los não é simples. São 3 biólogos que trabalham seguindo os 4 grupos durante uma semana inteira. Eles acompanham os macacos desde cedo, desde a hora que acordam, marcam o local em que eles param para dormir no final da tarde e tornam a encontrá-los no mesmo ponto para recomeçar o dia de pesquisa. Quando os grupos estão localizados, é muito mais fácil para um turista avistá-lo, seguindo as orientações de um destes 3 biólogos. Porém há um dia na semana em que os biólogos saem do campo para fazer o trabalho administrativo e assim os perdem de vista. O dia seguinte acaba sendo sempre de muita caminhada em busca dos Muriquis. Nós tivemos a grande sorte de chegar neste dia, onde pudemos sentir na pele parte do trabalho que estes pesquisadores têm para encontrar os bichinhos. Chegamos lá as 8h30 da manhã e após assistir a uma reportagem sobre a RPPN começamos a caminhar, perto das 9h.
Caminhando na mata a procura dos Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
O Bragança já tinha uma pista e foi por esta mata que começamos a procurar. Atravessamos a fronteira da reserva por trilhas já demarcadas pelos pesquisadores e chegamos a sentir o cheiro e ver as frutas que eles haviam acabado de comer, mas não tivemos nenhum sinal sonoro do bando. Este é facilmente reconhecido pela sua vocalização, parecida com um relinchar de um cavalo.
Frutas comidas pelos Muriquis, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Caminhamos pouco mais de duas horas, onde tivemos a sorte de encontrar as outras 3 espécies de primatas que habitam a área, o Bugiu que é o mais fácil de encontrar foi o primeiro ainda ao lado da sede, logo depois o Sagui e o Prego deram o ar da graça. Os Muriquis nos deram uma bela canseira, mas quando conseguimos encontrá-los foi um verdadeiro show da natureza.
Bugio Gritador, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Estava acontecendo um encontro de grupos e por isso eles ficaram muito alvoroçados em uma gritaria absurda, parecia que tinham uns 6 potros pendurados nas árvores. Nunca atravessei um cafezal tão rápido na minha vida, correndo por entre os pés de café chegamos à mata e tivemos em torno de 10 minutos de interação com os muriquis. Lindos! Chegam a quase 1,5m de altura, totalmente pacíficos não possuem um macho dominante, de onde podemos concluir que são dos primeiros primatas democratas da história. As fêmeas do grupo migram para grupos vizinhos quando atingem a idade adulta, para evitarem a consangüinidade, já que esta também pode ser coberta por vários machos no mesmo cio.
Foi apaixonante e nada difícil entender por que a Tati, bióloga que nos ajudou a encontrar o grupo, escolheu esta rotina. Ela sabe o nome de cada um dos Muriquis, que são diferenciados pela sua despigmentação no rosto, a Roberta, Mel, Eric Clapton e assim por diante. A Roberta, senão me engano, foi a macaca que ficou mais intrigada com a nossa presença, pois percebeu que não éramos parte da equipe que já estão acostumados. Ela parou em um galho próximo a nós e nos encarava, observava, fazia movimentos preocupados enquanto o restante do bando passava seguindo o seu caminho. Infelizmente tudo que é bom dura pouco, minha vontade era de me juntar à Tati e continuar seguindo esses lindos animais.
Visão próxima dos Muriquis, maior primata das Américas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Além dos macacos a reserva abriga milhares de espécies de animais comuns à Mata Atlântica e possui também horta orgânica e um grande viveiro de mudas nativas, com mais de 80 espécies e 150 mil mudas que irão ajudar a recuperar áreas dentro e fora da reserva.
Horta orgânica, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Plantio de mudas de árvores nativas, na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Bando de Anus Negros na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
Os Muriquis são considerados os maiores primatas do Continente Americano, por isso mesmo uma viagem de 1000dias pelas Américas não poderia deixar de conhecê-los.
Enorme jequitibá na RPPN Feliciano Abdalla, Reserva dos Muriquis, em Ipanema, próximo a Caratinga - MG
A Ana se refrescando no Rio São Francisco, em Januária - MG
Hoje íamos seguir viagem para o Parque Nacional das Sempre Vivas, mas resolvemos ficar Januária para fazer uma força-tarefa para o site e aproveitar a bela praia formada pelo rio São Francisco em frente ao nosso hotel.
A Ana se refrescando no Rio São Francisco, em Januária - MG
A praia desaparece durante os meses de chuva, de setembro a fevereiro chega a subir em torno de 4 metros e toda a mata alta que vemos à sua margem fica inundada. O Primo é barraqueiro há 37 anos e nos contou que a geografia do rio em frente ao cais aqui em Januária já mudou muito.
Barracas na praia do Rio São Francisco, em Januária - MG
Ele já teve a sua barraca em 3 lugares diferentes e atribui estas mudanças à natureza mesmo. A principal mudança durante todos estes anos foi a diminuição do rio, que hoje, comparado com o que já foi, é apenas um pequeno córrego. Além do desmatamento da mata ciliar, que levou o rio ao assoreamento, isso se deve também à Represa de Três Marias, próxima à cidade de mesmo nome.
A Ana se refrescando no Rio São Francisco, em Januária - MG
Umas belas braçadas no rio São Francisco para refrescar e voltamos para o nosso hotel trabalhar. O Rodrigo voltou nadando, saiu 5 minutos antes de mim, que atravessei de barco e chegou juntinho! O Ro está super em forma, mas não encarou levar a esposa a nado também. Sobrou para mim a canoa do Primo, que pelo menos me rendeu uma boa prosa.
Atravessando o Rio São Francisco de voadeira em Januária - MG
Paisagem bucólica na viagem por estradas de terra entre Terra Ronca e a Chapada dos Veadeiros - GO
Despedir-nos da Terra Ronca foi difícil, mas menos do que eu imaginava. Apenas por que a certeza que temos de que voltaremos é tão grande, que o até logo fica mais palpável, mais real. Fomos até a casa de Ramiro, entregar-lhe o CD com as fotos que tiramos ontem e buscar Flávia, nossa nova amiga que pegou uma caroninha conosco.
Despedida do Ramiro e de Terra Ronca, região de São Domingos - GO
A viagem daqui para Cavalcante, cidade ao norte da Chapada dos Veadeiros, é um tanto quanto complicada. Não há uma estrada que vá direto, embora os dois estejam há menos de 200km em linha reta, temos que dar uma mega volta para chegar até lá. O roteiro sul pareceu o mais rápido e lógico, depois de muitas conversas com todos, ainda assim não escapamos de muita estrada de terra, buracos e poeira.
Paisagem bucólica na viagem por estradas de terra entre Terra Ronca e a Chapada dos Veadeiros - GO
Tudo bem, com a Flávia no carro tudo passa mais rápido. Ela é paulista e vive em Alto Paraíso há um ano e meio. É relações públicas, trabalha com turismo e é super empreendedora e apaixonada pelo que faz. Este é um dos principais motivos que a faz ter assunto o tempo inteiro! Nós falamos a viagem inteirinha, impressionante! Foram umas 6 horas falando sem parar sobre o turismo, o desenvolvimento social na região, parques nacionais, estaduais, política e tuuudo o que se possa imaginar.
Com a Flávia, que pegou uma carona conosco na viagem para a Chapada dos Veadeiros - GO
No caminho fizemos uma parada especial, em um pequeno vilarejo chamado Ouro Minas. Uma vila formada para a mineiração de ouro e que foi praticamente abandonada pela empresa e pela maioria dos moradores, hoje possui apenas em torno de 10 famílias. Paramos no bar para nos refrescar e logo começamos assunto com os botequeiros de plantão. Simpatia pura!
Frequentador do boteco em Orominas, pequeno povoado na região de Nova Roma - GO
No trevo em que a estrada se dividia para Alto Paraíso, deixamos a Flávia pouco antes de escurecer. Preocupados, mas ela está bem descolada, deve ter encontrado uma boa carona. 21km depois chegamos a Cavalcante e quem estava lá nos esperando? Chicão! Primo do Rodrigo que mora em Rio Verde, é sempre uma delícia receber visitas. Havíamos combinado de nos encontrar as 15h e já eram 18h, mas as estradas valeram a pena! Trecho lindo entre Iaciara e Nova Roma, cerrados, montanhas e finalmente chegamos à Chapada dos Veadeiros!
Serra do Paranã - GO
Um preguiçoso leão-marinho nos dá as boas vindas à Galápagos, na Ilha de San Cristóbal
Hoje voamos de Quito para San Cristóbal com uma parada em Guayaquil. No aeroporto já tínhamos um receptivo com o check in pronto, apenas pagamos a taxa de 10 dólares para entrada em Galápagos, embarcamos os 35kg de bagagem de cada um e pronto, em pouco mais de 3 horas estávamos no Aeroporto de San Cristóbal.
Sobrevoando Galápagos na chegada à ilha de San Cristóbal
Chegamos a Galápagos e já sentimos aquele clima de paraíso. Como todo paraíso não é de graça, pagamos a taxa de 50 dólares por pessoa (valor para sul-americanos) e logo poderíamos esquecer de carteiras e dinheiros pela próxima semana!
Ainda no aviãos, passaportes e formulários prontos para entrar em Galápagos, na ilha de San Cristóbal
A recepção da equipe do Galápagos Sky, Glenda e Edwin foi ótima, cuidaram as bagagens e reuniram o nosso grupo para o transfer ao porto. O grupo com quem passamos os próximos dias é composto por 9 russos, 1 alemão, 1 sueca, 1 brasileiro/holandês e nós 4 brasileiros.
Apresentação da tripulação e passageiros no barco em Galápagos (foto de Maria Edwards)
A tripulação do Galápagos Sky tem 11 pessoas: el Capitán Victor, Chef e assistente, 02 panga riders, eletricista, maquinista, assistente do capitán, 02 dive masters e o mais importante homem à bordo, Jairo, o bartender! Aos poucos vamos decorar o nome de todo mundo.
O Jairo, o barman do nosso barco, na Isla Isabel, em Galápagos
O dia da chegada é sempre super animado. Tudo novo, um barco inteiro a explorar, novos amigos e muita ansiedade pelos mergulhos que estão por vir. Depois do almoço fizemos o check in nas cabines e aqui um detalhe engraçado. Como nós conseguimos nos “encaixar” neste live aboard na última hora, conseguimos apenas um quarto de casal e duas vagas de solteiro. Assim sendo decidimos dividir entre Rafa e Laura, eu e Rodrigo. As quatro primeiras noites eles dormirão no quarto de casal, enquanto Rodrigo irá para a cabine com Kostia, o instrutor de mergulho do grupo russo, e eu dividirei a cabine com Maria, viajante sueca que está dando uma volta ao mundo em 5 meses. Nos 3 últimos dias trocamos de cabines. Justo para todos e depois de 500 dias, será bom para ver se o Rodrigo vai sentir um pouco a minha falta... rsrs!
Prontos para o primeiro mergulho em Galápagos, perto do porto em San Cristóbal
Depois de todos devidamente instalados, fomos ao mergulho de check out! Um mergulho de 15 minutos apenas para checar os equipamentos, acertar os cintos de lastros, ver se falta alguma coisa, como a bateria do nosso computador que havia acabado! Sorte que vimos e deu tempo de pedirmos para comprar. As equipes de mergulhos foram divididas, os russos para um lado (equipe cinza) e “os outros” para outro (equipe amarela). Primeiro dia saímos com Glenda, dive master nascida em Galápagos super querida.
Maria, Laura e Glenda no barco que nos levava à Santa Cruz, em Galápagos (foto de Maria Edwards)
O ponto de mergulho era ali mesmo, no porto de San Cristóbal. O mar estava batido, água fria, cerca de 20°C e a visibilidade péssima! Aquele mergulho assim, para cumprirmos tabela. Ainda assim Glenda resolveu nos levar até uns corais, que mal podíamos enxergar, estava pior que os piores dias em Bombinhas...
Puerto Baquerizo Moreno, na Ilha de San Cristóbal, em Galápagos
Eis que vários leões marinhos surgiram, 4 ou 5 deles nadando a nossa volta, super curiosos! Ficaram brincando com os mergulhadores, com bolhas e olhando o seu reflexo nas máscaras e câmeras. Lindoooos! Foi a primeira vez que mergulhei com um leão marinho, não imaginava quão rápidos eles poderiam ser! É, não restaram dúvidas, chegamos à Galápagos!
Um preguiçoso leão-marinho nos dá as boas vindas à Galápagos, na Ilha de San Cristóbal
Fantástico entardecer no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O Oregon, o Beaver State, possui uma das menores densidades demográficas dos estados americanos. Um povo progressista, à frente do seu tempo em temas ambientais, sociais, de sustentabilidade e ao mesmo tempo super relaxado, tranquilo. O estado foi contemplado com uma costa coberta pela floresta úmida, interior repleto de montanhas e uma extensão da North Cascades Range, uma natureza exuberante, com pouca divulgação turística.
Caminho coberto por folhas na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
A incrível beleza da floresta refletida em uma represa na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Sua principal cidade atrai mentes geniais e geniosas, artistas e alternativos, então se um dia você cair de paraquedas, vier a trabalho, estudo ou pegar uma conexão torta pela região, aqui vão algumas dicas do que você pode conhecer no Oregon.
O magnífico Diamond Lake, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Riacho com pequenas cascatas no Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Existe um mundo maravilhoso a poucas horas de carro de Portland, florestas nacionais recortadas por estradas e trilhas cênicas, ao lado de rios, cachoeiras e águas termais. Porém você nunca irá encontrá-los se não se permitir explorar e sair um pouco das estradas convencionais. A Interstate 5 é a estrada que cruza o estado de norte a sul, interligando Washington à Califórnia. O nosso destino principal é o Crater Lake National Park, mas vamos escolher o caminho mais bonito, que nem sempre é o mais rápido.
A rota mais bonita entre Portland e o Crater Lake
Da I-5 pegue o desvio na altura da cidade de Cottage Grove, pela Row River Road. Você irá cruzar a pequena cidade e o lago de Dorena, a estrada ganhará outro nome Brice Creek Road ou NF-22, seguida pela NF 2213 e NF-38 (Steamboat Road). Nessa estrada você pode cruzar algumas atividades madeireiras, foi uma das rotas mais alternativas que encontramos nos lower 48. Estrada de terra entre a floresta de coníferas, veadinhos, buracos (sim! Existem estradas esburacadas nos Estados Unidos!), até chegar à OR 138.
Já quase no inverno, apenas os patos ainda tem coragem de continuar nadando nas limpas e gélidas águas do Diamond Lake, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Nós começamos a viagem tarde e quando chegamos à esta estrada fomos direto para o Diamont Lake, região com camping, um resort e motel para passarmos a noite. Acordar ao lado desse lago com um dia maravilhoso como este foi uma grata surpresa, já que há dias estávamos enfrentando o mau tempo peculiar à região nessa época do ano. Dia ensolarado, perfeito para explorarmos a região.
Mt. Thielsen, um antigo vulcão erodido pelo tempo, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O magnífico Diamond Lake, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
A Oregon Route 138, conhecida também como N. Umpqua Highway, é uma estrada cênica que cruza a Floresta Nacional de Umpqua, uma floresta belíssima, com cenários idílicos serpenteando o Rio Umpqua e suas árvores amareladas no outono. Ao longo da estrada inúmeras trilhas levam a diferentes cachoeiras, nós selecionamos algumas das mais bonitas com a ajuda e dicas dos locais:
Whitehorse Falls - milepost 65,9 - a pequena cachoeira em meio à floresta forma um spray mágico no ar, a luz do sol filtrada pelas gotículas de água forma um cenário ainda mais encantado. Ela está ao lado do estacionamento e uma área de camping e piquenique, super fácil acesso.
Whitehorse Falls, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O mata filtra os raios de sol na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Watson Falls – milepost 60,5 – uma trilha de um quilômetro nos leva até o mirante da cachoeira que é a quarta maior do Oregon, com 82m de altura. No fundo de um cânion a queda se forma em meio a um paredão rochoso em formato de ferradura. Belíssima!
Trilha na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
A mais alta cachoeira da região, a Watson Falls, na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Toketee Falls – milepost 58,6 – a trilha de apenas 700 m entre a floresta de folhas amareladas termina em uma plataforma de onde podemos observar ao longe a Toketee Falls. Um conjunto de 3 quedas com 36m de altura, que se despejam em um lago muito convidativo para um mergulho, não fosse a temperatura da água congelante e a ausência de uma trilha para chegar às margens dele. Curiosidade, Toketee é um nome Chinook, tribo indígena que habitava a região, e significa “cheia de graça”.
Toketee Falls, a mais bela cachoeira na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Warm Springs Falls - antes de seguirmos para o Crater Lake decidimos ainda fazer um pequeno detour para as hot springs, águas termais com acesso por uma trilha de apenas 500m, mas um tanto quanto íngreme. As águas termais surgem no topo da cachoeira em piscinas naturais e desce em níveis, formando pequenas piscinas com diferentes temperaturas. A vista para a floresta e o rio, em um cenário praticamente intocado pelo homem, não tem preço!
Banho em piscina natural de água quente em plena natureza da Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Ali é comum a prática do naturalismo, ou nudismo, casais, homens e mulheres vão se banhar sem roupa numa boa. Se isso te incomoda, o sinal já avisa, não vá até lá. O acesso é pela OR-138, pela Rd 2610, depois 600 e 680. Seguindo as placas não será difícil achar. Foi uma ótima parada para um relax antes de pegarmos a Oregon Route 230, que conecta a OR-138 ao Crater Lake National Park, uma estrada cênica com lindas vistas.
Banho em piscina natural de água quente em plena natureza da Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Aviso para quem pretende ir ás hot springs na Umpqua National Forest, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Aceleramos o passo para o Crater Lake, a esta altura já sabíamos que a Crater Rim Road estava fechada pela neve. Não nos restava muita opção a não ser dar a volta pela OR-230 e acessar o parque pela entrada sul. Subimos a mais de 2.000m de altitude já sem muitas esperanças, a floresta estava tomada pela neblina e o sol parecia já estar nas últimas. Quando chegamos lá em cima, porém, atravessamos as nuvens e chegamos a um dos lugares mais fantásticos da viagem! O lago mais profundo dos Estados Unidos e o segundo mais profundo da América do Norte.
Admirando a beleza perfeita do Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O lago foi formado na explosão do Mount Mazama, um mega vulcão que entrou em erupção em torno de 7.700 anos atrás. Calcula-se que a sua explosão foi pelo menos 20 vezes maior que a do seu vizinho do norte, Mount St Helens e a imensa caldeira foi exposta formando o Crater Lake.
Fantástico entardecer no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O lago possui 655m de profundidade e a água mais pura e cristalina, que reflete um azul intenso e espelhava o céu de final de tarde. O alaranjado, rosa, lilás, roxo e azul mesclados às poucas nuvens brancas no céu enganavam os nossos olhos e mente, em um espelho perfeito formado na profunda cratera vulcânica. Emudecidos, e sem acreditar que isso ainda seria possível, tivemos o final de tarde mais espetacular dos 1000dias. Já vimos o sol se pôr no Pacífico, no Atlântico, sob os Andes e as montanhas da Groelândia, mas este final de tarde superou todas as nossas expectativas! Lindo! Mágico!
Um fim de tarde com luzes e cores incríveis no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Um fim de tarde com luzes e cores incríveis no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
O maravilhoso Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
A região recebe uma imensa quantidade de neve nesta época do ano e fecha para o inverno. Porém durante o verão a estrada que dá a volta no lago está aberta e pode ser percorrida, com trilhas e mirantes para o lago.
Crater Lake, o resultado de uma gigantesca explosão vulcânica sete mil anos atrás, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Mágico fim de tarde no Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Dois dias de estradas, cascatas, rios, águas termais, montanhas e lagos e uma das naturezas menos civilizadas dos Estados Unidos. Um tour maravilhoso pelas estradas do Oregon que vale cada quilômetro dirigido, cada minuto dispensado. Mas se você ainda tem mais alguns dias e quer explorar um pouco mais deste estado, a cidade mais Shakespeareana dos Estados Unidos e uma das mais lindas cavernas da costa oeste, aguarde e leia o próximo post.
Fim de tarde a mais de 2 mil metros de altitude, o céu fica colorido em Crater Lake, no sul do Oregon, estado da costa oeste dos Estados Unidos
Piso de garrafas de vidro, no Beach Park, em Fortaleza - CE
O dia acordou cinza, ainda chuvoso, mas como havíamos nos prometido, hoje vamos sair da toca e explorar! Nossa opção foi uma das principais atrações da capital cearense, o Beach Park.
Beach Park, em Fortaleza - CE
Sinceramente não estava passando pela minha cabeça que iríamos lá, até por que preferimos geralmente atrações mais naturais ou culturais. O Rodrigo, porém, tinha um grande buraco no seu currículo, ele nunca havia estado em um parque aquático. Posto que ele tem 41 anos de idade e na sua infância tobogãs não existiam aqui, ele nunca havia brincado em um tobogã! Fomos nós então voltar a ser crianças e saciar esta vontade do meu meninão. Detalhe, por este motivo eu vou ficar sem conhecer as falésias de Morro Branco. Tivemos que escolher e a criança do Ro acabou tendo prioridade.
Tobogãs do Beach Park vistos do alto da torre do Insano, em Fortaleza - CE
O Beach Park é o clube das famílias aqui em Fortaleza, eles podem comprar um passe válido para um período longo de 1, 3, 5 anos. A entrada para crianças abaixo de 1m é franca, depois até 12 anos é 110 reais e para adultos a “bagatela” de 120 reais. O aviso está na bilheteria, o parque fecha alguns dos principais brinquedos em caso de chuva, o que fazia o nosso investimento ali ainda mais arriscado, mas decidimos tentar a sorte. Mal chegamos, colocamos nossas coisas no armário e o Rodrigo já logo se enfiou no segundo tobogã mais temido, o sarcófago.
Saindo à toda velocidade da boca do Sarcófago, brinquedo no Beach Park, em Fortaleza - CE
O Sarcófago é um tobogã com uma queda de 24m de altura em um tubo fechado e escuro a 80km/h! Eu fiquei esperando ele embaixo para fotografar e vendo o estado que saiam as pessoas. Biquínis e sungas totalmente indiscretas se tornam, em segundos, belíssimos fios dentais de cabo a rabo! Tontos, os amalucados têm como primeira providência colocá-los no lugar quando chegam embaixo. Só ouvi o grito quando o Rodrigo desceu e aí tive certeza que tinha feito a escolha certa. Ele parecia uma criança tentando disfarçar a alegria e a emoção! “Pô, é forte esse negócio!”
Fim de linha após descer no Sarcófago, no Beach Park, em Fortaleza - CE
Aí começamos a nos revezar. Fui no sarcófago também e confesso que quase tive um treco! Gritei, engoli água, entrou água no nariz e dá uma dor desgraçada no pescoço, mesmo na posição de segurança correta ele vem batendo em cada junção dos gomos do escorregador, AAAI!
Saindo do Sarcófago, no Beach Park, em Fortaleza - CE
Na sequencia o Rodrigo não queria perder tempo, fomos direto para o Insano! A maior atração do parque aquático com 41m, o equivalente a um prédio de 14 andares! O insano é considerado o mais radical dos equipamentos do gênero no planeta! Devido à sua altura e inclinação a descida dura apenas 5 segundos e chega a 105km/h! O corpo chega a descolar do tobogã! Assistimos alguns doidos descendo e lá foi o Rodrigo, próximo da vez dele acabou a luz no parque e todos os brinquedos pararam. 15 minutos depois, tudo normalizado, chegou a hora. Eu, assistindo, já fiquei com o coração disparado, imagina quando for a minha vez!
Despencando do Insano, tobogã com 41 metros de altura, no Beach Park, em Fortaleza - CE
Fui, eu olhava aquele trem doido ali e não sabia se teria coragem. Eu já tinha descido em algo parecido no wet´n wild, mas não era tão alto. Agora, uma vez lá em cima e sabendo que nunca houve nenhum acidente no equipamento, não tem nem que pensar! Chegou a sua vez, deita, cruza as pernas, mãos na cabeça e ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!
Deslizando a mais de 100 km/h pelo Insano, no Beach Park, em Fortaleza - CE
5 SEGUNDOS DEPOIS já estamos na piscina lá embaixo! Eu fui de olho aberto até onde a água permitiu, quando o tobogã dobra e entramos na queda “livre” é SURREAL! Eu acho que só gritei tanto quando saltei de Bunge Jump! Dá pra ver pela minha cara de desespero na foto! Adrenalina total!!!
Feliz por estar inteira após escorregar pelo Insano, no Beach Park, em Fortaleza - CE
Depois desse aí virou brincadeira, fomos no RamuBrinká, toboáguas com 24m de altura e descida em espirais. Kalafrio, que descemos em um bote de 7m de altura, Esfinges, chegando a 60km/h, Moréia Negra com tapetes que lembram aquela corrida no gelo, Atlantis e tudo o que tínhamos direito! Até esquecemos de almoçar! Rsrsrs!
A boca da Esfinge, no Beach Park, em Fortaleza - CE
A chuva não atrapalhou, pelo contrário, foi ótimo, pois o parque não ficou superlotado. Voltamos a ser crianças por um dia, mas crianças viciadas em adrenalina! Final do dia consegui lembrar bem aquela sensação da infância, de quando brincamos o dia inteiro e a noite ficamos entregues, mas nada de se entregar! A noite de hoje ainda promete!
Pronta para descer no Insano, a mais alta atração do Beach Park, em Fortaleza - CE
Os Terraços de Moray, laboratório agrícola dos incas, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Eram os Deuses Astronautas? A pseudociência ou pseudoarqueologia de Erich von Daniken pode ser considerada uma (pseudo) loucura, mas não precisamos ir tão longe estudando os antigos testamentos, esculturas pascoenses e nem sobrevoar as Linhas de Nazca para começar a entender como ele formulou toda a sua teoria. Afinal, me respondam, este lugar é ou não é um estacionamento de discos voadores?
Turistas meditam no centro dos círculos de Moray, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Lugares como as Ruínas de Moray nos remetem diretamente às teorias mais malucas que ligam a história das civilizações antigas à existência de vida (mais) inteligente fora da Terra. As pirâmides do Egito, as incríveis construções Astecas e Maias ou mesmo a menos conhecida Bateria de Bagdad são algumas das incríveis obras da humanidade que a ciência julgava serem impossíveis de serem construídas com a tecnologia da época. Moray entra neste grupo menos pela dificuldade de execução da obra, mais pelo formato sugestivo de seus círculos concêntricos escalonados, por sua grandiosidade e pela incrível energia que paira no ar.
Minúsculos, o Rodrigo e o Gustavo caminham ao lado dos terraços agrícolas de Moray, do tempo dos incas, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Ok, sejamos razoáveis, se não é um estacionamento de UFOs, com que finalidade os Incas construiriam um lugar assim?
Os Terraços de Moray, laboratório agrícola dos incas, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
A resposta é mais simples do que parece. Os mestres da agroengenharia antiga desenvolveram uma espécie de laboratório agrícola para determinar em que altitude e temperatura os grãos cultivados teriam melhor desenvolvimento, cultivo e produtividade. Em cada degrau, ou andene, destes círculos, diferentes culturas foram testadas, aprovadas e suas sementes e mudas distribuídas aos mais diversos produtores rurais do império. A diferença de temperatura entre o topo e o fundo deste imenso laboratório é de 15°C! Engenhosos esses incas, não?
Chegando perto dos terraços agrícolas de Moray, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
A genialidade deles não para por aí. A cada povo que conquistavam e anexavam ao seu império, novas técnicas e conhecimentos eram aprendidos e somados. Os incas muitas vezes são aclamados por serem um povo muito espiritualizado, mas nas nossas andanças a minha humilde conclusão é que eles eram mesmo muito espertos! Antes de mais nada eram um povo guerreiro, queriam terras, leia-se mais produção de alimento e pagamento de impostos (comidas e bens manufaturados) e não se importavam que língua falavam, que roupa vestiam ou a que Deus rezavam. A cada povo que conquistavam sua primeira medida era enviar seus engenheiros, agrônomos e astrônomos para adquirirem o conhecimento que cada um desses reinos menores já havia adquirido. A engenhosidade deste povo foi aprimorada através da soma de conhecimentos de todos os povos conquistados!
A bela paisagem no caminho para as Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Terraços para cultivo nas altas montanhas dos Andes, estratégias de plantio conforme as épocas do ano, o tipo de grão, temperatura e altitude, sistemas de irrigação e técnicas de construção anti-sísmicas são apenas algumas das práticas aprimoradas por esta civilização tão avançada para o seu tempo. Sem falar no respeito ao próximo, à propriedade e a cultura de paz que até hoje vemos nos povos Andinos. Raramente ouvimos falar de roubos, assaltos e piores crimes nesta região. Alguns escritos de padres espanhóis chegam a relatar e se perguntam, estamos ensinando-os a roubar, matar, trair, eles não sabiam o que é isso. Estamos destruindo uma cultura. Onde teriam chegado não fossem os espanhóis os conquistarem e destruírem?
Em meio a um vale, surgem as Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Não precisamos ir muito longe para nos depararmos com mais uma de suas incríveis obras. As Salinas de Mara são outro feito fantástico deste povo. A mina de sal usa o sistema de evaporação para extrair o mineral de um rio subterrâneo salobro. A primeira coisa que nos perguntamos é, sal, a 3500m de altitude? Lembrem-se, os Andes já estiveram sob as águas do mar há apenas 23 milhões de anos, antes que começassem a se elevar. Ontem, nos aproximados 4,5 bilhões de anos terrestres.
As Salinas de Maras,com suas centenas de piscinas para produção de sal, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Este sal se elevou, secou e ficou depositado na estrutura rochosa da montanha, mas a água o encontrou e o trouxe para a superfície. Os incas, por sua vez, só tiveram o trabalho de talhar a montanha em centenas de pocinhos como estes que vocês vêem nas fotos. A água escorre lentamente, evaporando e deixando cristais de sal em cada poço, que não excedem 4 metros quadrados e 30 cm de profundidade. Uma obra de arte criada pelo homem e pela natureza em um dueto perfeito!
Parece neve, mas é o sal das Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
As Salinas de Maras,com suas centenas de piscinas para produção de sal, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
A mina de sal criada pelos antigos incas está em funcionamento até os dias de hoje. Cada família é dona de um poço de sal, sendo responsável por sua extração. Para ser proprietário de um pocito de sal é necessário que o indivíduo viva na comunidade de Maras, encontre um poço livre, aprenda as técnicas de extração e pronto! As lojinhas na entrada vendem sais de diferentes cores e tamanhos.
Final de tarde nas Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Nosso final da tarde foi mágico, meditando no gramado de um dos círculos de Moray, vendo as estrelas surgirem no céu enquanto nos conectávamos com a energia cósmica dos nossos deuses astronautas e imaginávamos os mestres agrônomos plantando em cada um daqueles terraços. Como na arqueologia só se trabalham com hipóteses, você ainda pode escolher qual delas prefere.
Bem no centro dos círculos de Moray, admirando e sentindo o mágico entardecer no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Localização
A bela paisagem no caminho para as Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
Moray está localizado no município de Maras, ambas localizadas em um platô a 3.500m de altitude. Estão na mesma rota a menos de uma hora de distância por uma estradinha de terra meio mal-acabada, a aproximadamente 50km de Cusco e no final do nosso roteiro a caminho de Ollantaytambo. Se você volta para Cusco, esta estrada também te dá acesso direto, não precisa voltar por Písac.
Que tal incluir as Salinas de Maras e as Ruínas de Moray no seu roteiro? Sejam os deuses astronautas ou incas muito engenhosos, tenho certeza que irão aprovar.
Impressionada com a beleza das Salinas de Maras, no Valle Sagrado, perto de Cusco, no Peru
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