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Los Roques 2007

Venezuela, Los Roques

Não é difícil encontrar estrelas-do-mar nas águas transparentes de Los Roques, no litoral venezuelano

Não é difícil encontrar estrelas-do-mar nas águas transparentes de Los Roques, no litoral venezuelano


Quando se pensa em caribe venezuelano, o primeiro nome que vem à cabeça é Isla Margarita, famosa mundialmente por suas praias e agitação noturna. Mas há no país um pequeno arquipélago um pouco mais afastado da costa, formado por ilhas bem menores, que merece muito mais a alcunha de “paraíso”. Esse conjunto de areias brancas, águas caribenhas, e praias desertas formando aquele cenário idílico típico de comercial de TV tem o nome de Los Roques.

Chegando ao arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Chegando ao arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Avião chega à Grand Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Avião chega à Grand Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


O arquipélago está a cerca de 130 quilômetros da costa, bem na longitude de Caracas. São mais de 300 pequenas ilhas com uma população fixa de 2 mil pessoas, sem contar os quase 70 mil turistas anuais, boa parte deles vindos apenas para passar o dia, diretamente de capital. Certamente, quando chega a hora de partir, no final da tarde, arrependem-se de não ter programado mais tempo por aqui.


Los Roques (B) é um pequeno e paradisíaco arquipélago venezuelano, bem mais tranquilo que Isla Margarita (C), quase na mesma longitude da capital Caracas (A) e latitude de Aruba, Curaçao e Bonaire (D)

As ilhas já eram conhecidas no final do século XVI e pelos próximos 300 anos sua posse foi disputada entre espanhóis, holandeses e venezuelanos. Los Roques estão bem próximas das Antilhas Holandesas, principalmente de Bonaire, e de lá vieram vários de seus habitantes no séc XIX. Dessa época vem o nome de várias das pequenas ilhas, como Francisqui, Nordisqui ou Madrisqui, o “qui” do final vindo do inglês “Cay” ou “Key”, que significam “Cayo” (pequena ilha). Mas a posse acabou ficando mesmo com a Venezuela e a população atual, fora os estrangeiros radicados recentemente, são descendentes de imigrantes vindos de Isla Margarita no início do séc. XX.

Caminhando nas pacatas ruas de Grand Roque, a 'capital' de Los Roques, no litoral venezuelano

Caminhando nas pacatas ruas de Grand Roque, a "capital" de Los Roques, no litoral venezuelano


Grand Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Grand Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Por muito tempo, a economia local era baseada na pesca e exploração de sal e guano, mas isso mudou bastante nas últimas décadas, quando o turismo se tornou a principal força. Praticantes de mergulho, amantes de windsurfe ou kitesurf, ou aqueles apenas apaixonados por praias desertas e encantadoras, todos encontram em Los Roques o local perfeito para uma temporada longe dos agitos do continente. Em Los Roques, há apenas uma vila, na ilha Gran Roque, e todos os outros cayos são, basicamente, praias desertas e paradisíacas esperando por algum “explorador”.

Pelicanos são muito comuns em Los Roques, no litoral venezuelano

Pelicanos são muito comuns em Los Roques, no litoral venezuelano


Turistas se encantam com a quantidade de pássaros em Los Roques, no litoral venezuelano

Turistas se encantam com a quantidade de pássaros em Los Roques, no litoral venezuelano


O acesso ao arquipélago, pelo menos para os simples mortais que não possuem seu próprio iate, é de avião, num voo de cerca de uma hora numa aeronave pequena. Boa parte dos hotéis e pousadas na ilha de Gran Roque pertence a europeus, principalmente italianos. Preços são todos dolarizados e Los Roques é, provavelmente, o local mais caro do país. Pouco antes de ser diagnosticado com câncer, o presidente Chávez disse que iria “nacionalizar” a ilha e boa parte dos proprietários de pousada devem ter tremido nas bases. Mas a doença veio e o status quo foi mantido, Los Roques mais italiana do que nunca.

O aeroporto e o farol de Gran Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

O aeroporto e o farol de Gran Roque, a principal ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Observando o mar e o aeroporto de Gran Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano

Observando o mar e o aeroporto de Gran Roque, a maior ilha de Los Roques, no litoral venezuelano


Nós chegamos a esse paraíso com uma mão na frente e outra atrás, quase sem dinheiro depois do roubo no metrô de Caracas. Nossa primeira hora na vila foi percorrendo as caras e charmosas pousadas, tentando encontrar alguma que coubesse no nosso pequeno orçamento restante, o dinheiro que a Ana tinha sacado no caixa eletrônico na capital. Por fim, encontramos uma das mais simples e conseguimos pagar pelos nossos dias por lá, com direito à café da manhã. Com isso, teto e alimentação matinal garantida, ficamos literalmente zerados. Se quiséssemos fazer algum passeio para conhecer as pequenas ilhas vizinhas ou comer e beber algo nas tardes e noites, precisávamos arrumar algum dinheiro.

Visão da única vila em Los Roques, arquipélago no litoral venezuelano

Visão da única vila em Los Roques, arquipélago no litoral venezuelano


Pôr-do-sol no ponto mais alto do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Pôr-do-sol no ponto mais alto do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Sem cartões, era uma tarefa difícil. A VISA reconheceu que não conseguiria entregar um cartão emergencial por aqui, mas a Amex teimou que faria isso em dois dias. Acho que eles não tinham a menor ideia de onde era Los Roques, o que acabou mesmo se confirmando, já que nunca vi a cara desse cartão de emergência. Ainda bem que não acreditamos nisso e continuamos a procurar outra maneira de conseguir dinheiro. Tenta daqui, procura dali, chagamos ao único salvador da pátria de Los Roques. Dono de um dos bons hotéis da ilha, ele trabalhava com o sistema Pay Pal. Com a internet capenga da ilha, eu não iria conseguir fazer nenhuma transferência, mas minha irmã salvadora, lá de Nova York, enviou dinheiro para a conta dele e ele nos repassou. Estávamos salvos! Melhor ainda, estávamos salvos e no paraíso!

Fim de tarde em Grand Roque, principal ilha do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano

Fim de tarde em Grand Roque, principal ilha do arquipélago de Los Roques, no litoral venezuelano


Hora do descanso em Los Roques, no litoral venezuelano

Hora do descanso em Los Roques, no litoral venezuelano


Enquanto o dinheiro não chagava, contentamo-nos com Gran Roque mesmo. As melhores praias do arquipélago estão nas outras ilhas, apenas acessíveis de barco. Em Gran Roque, além das ruas de casas coloridas e dos ótimos restaurantes, podemos ir na praia do aeroporto, nos encantar com a cor da água que nos cerca, nos divertir com as centenas de gaivotas e pelicanos ao redor do porto e subir até o ponto mais alto do arquipélago, onde há um farol e um ponto maravilhoso para se admirar o pôr-do-sol.

Kite surfing é muito popular em Los Roques, no litoral venezuelano

Kite surfing é muito popular em Los Roques, no litoral venezuelano


Por fim, o dinheiro chegou e passamos a conhecer os cayos ao redor. Cada praia mais linda que a outra. A nossa primeira experiência caribenha, aquela que nunca iremos esquecer. Assunto para o próximo post...

Feliz da vida, a caminho de mais um cayo paradisíaco em Los Roques, no litoral venezuelano

Feliz da vida, a caminho de mais um cayo paradisíaco em Los Roques, no litoral venezuelano

Venezuela, Los Roques, Praia, ViagemAntiga

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Comentários (1)

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  • 16/01/2015 | 18:08 por tim

    nós vamos!!! a dois anos estamos planejando.
    2015 será o ano!!

    parabéns pela beleza de viagem a los Roques

    engraçado, e não triste, o episódio do roubo da carteira!! rsrsrs

    Resposta:
    Oi Tim

    Los Roques são sensacionais! Um paraíso perdido no meio do mar do Caribe. É caro, mas vale muito a pena! Tem que ter disposição também para andar de barco, pois todas as praias mais bonitas estão na ilhas pequenas ao redor da ilha principal. Para chegar até lá, só de barco! Mas cada esforço vale muuuuito a pena!

    A história do roubo da carteira, na hora, foi muito mais triste do que engraçada, hehehe. Mas depois, olhando para o passado, me divirto também. E, sinceramente, eu é que fui mané. Só faltava uma placa na testa dizendo: "Por favor, roubem-me!". Enfim, tomando os devidos cuidados, acho bem difícil isso acontecer...

    Um abraço e não deixe mesmo de ir!

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