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Viagem à Tijuana - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Viagem à Tijuana

México, Sierra de San Francisco, Ensenada, Tijuana

Chegando em Tijuana e na fronteira com os Estados Unidos!!!

Chegando em Tijuana e na fronteira com os Estados Unidos!!!


Ontem, dia 24, ainda no alto da maravilhosa Sierra de San Francisco e em pleno Deserto Vizcaino, iniciamos nossa longa viagem para Tijuana, já na fronteira entre México e Estados Unidos. E a primeira etapa dessa longa viagem só durou cinco minutos! É o tempo que leva para dirigir os 3 km entre nosso hostal, onde tínhamos nos despedido da simpática Jadira, até a Cueva del Ratón, onde já nos aguardava o nosso guia, que tem o sugestivo nome de Refugio.

Com a simpática Jadira, gerente do nosso hostal na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

Com a simpática Jadira, gerente do nosso hostal na Sierra de San Francisco, na Baja California - México


Refugio, nosso guia na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

Refugio, nosso guia na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México


A tal cueva tem esse nome porque quando foi redescoberta, em finais do século XIX, pensou-se que uma das figuras ali pintadas parecia um rato. Ledo engano, que deve ter feito o milenar artista tremer em sua cova. Não, não era um rato, mas um puma! Esse e outros animais estão ali, magistralmente desenhados por artistas de muitos milhares de anos atrás que deixaram para nós marcas de sua cultura e sociedade há tanto desaparecidas.

Incríveis pinturas rupestres na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

Incríveis pinturas rupestres na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México


De novo, foi emocionante ter estado lá, diante dessa arte que ainda parece tão presente, ao mesmo tempo que evoca um passado tão distante. Outra vez, o mistério das pinturas estarem em paredes e tetos altos, inacessíveis sem uma boa plataforma. E, outra vez também, a figura do misterioso feiticeiro, túnica metade negra, metade vermelha e um capuz que faz seu rosto ficar escuro. Deve ter sido uma pessoa importante e poderosa, esse cara.

Admirado com a altura das pinturas rupestres na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

Admirado com a altura das pinturas rupestres na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México


O mesmo misterioso feiticero está na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

O mesmo misterioso feiticero está na Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México


Meia hora de visita e reverência e estávamos prontos para os próximos 800 km de estradas. A parte norte da península da Baja California é menos interessante que a parte sul e resolvemos atravessá-la rapidamente, depois de termos ficado quase 10 dias na parte meridional. Alguns quilômetros de estrada de terra precária nos levaram até o asfalto e daí para a estrada principal, que nos levaria até a fronteira. Nesse trecho, mesmo apesar do longo caminho à frente, impossível não parar para tirar mais umas fotos do cenário maravilhoso. As montanhas e canyons da Sierra de San Francisco e a vastidão da planície desértica à nossa frente, lá embaixo. Uma pintura!

O magnífico visual da Sierra de San Francisco, na Baja California - México

O magnífico visual da Sierra de San Francisco, na Baja California - México


A enorme planície desértica de Vizcaino vista do alto da Sierra de San Francisco, na Baja California - México

A enorme planície desértica de Vizcaino vista do alto da Sierra de San Francisco, na Baja California - México


Bom, descemos para a planície e seguimos em direção à costa do Pacífico. Nesse trecho, aí sim vimos aquele deserto que todos temos em nossas mentes, cheio de areia e quase sem vegetação. Mas não demorou muito e chegamos à Guerreiro Negro, já na orla do mar e cidade que marca a fronteira dos estados de Baja California (onde está Tijuana) e Baja California Sur, onde tínhamos ficado todo esse tempo. A placa animadora no final da cidade marcava 699 quilômetros para Tijuana e 407 km para San Quintin, onde pretendíamos passar a noite.

Atravessando o deserto Vizcaino a caminho de Guerrero Negro, na Baja California - México

Atravessando o deserto Vizcaino a caminho de Guerrero Negro, na Baja California - México


Em Guerrero Negro, já mais 'perto' de Tijuana, na Baja California - México

Em Guerrero Negro, já mais "perto" de Tijuana, na Baja California - México


Dois desafios nos esperavam até lá. O primeiro, as constantes barreiras do exército para revistar os carros. Passamos por umas cinco, entre ontem e hoje. Algumas mais rápidas, outras demoradas, mas sempre muito simpáticos e curiosos conosco. O segundo, a total ausência de postos de combustível. Depois de uns 30km de Guerreiro Negro, lá veio a placa: “Próximo posto – 217 km”! Ô loco! Ainda bem que o tanque da Fiona é grande! Assim que vimos a placa, comecei a controlar, pelo computado de bordo, o cálculo de autonomia do carro. No início, era um número parecido com a distância do posto. Mas foi só tirar o pé do acelerador que a autonomia foi aumentando e, quando enfim chegamos ao posto, o computador ainda marcava uns 60km!

Um dos muitos postos de vistoria do exército na Baja California - México

Um dos muitos postos de vistoria do exército na Baja California - México


No trecho final da estrada de ontem, o deserto ficou para trás e a paisagem foi sendo tomada pelo verde. Finalmente, depois de tanto tempo sem ver cidades, elas apareceram, uma grudada na outra, crescendo na beirada da estrada, já com cara de cidades americanas. Até aqui, a menos de 300 km da fronteira, eles chegam aos montes em busca de praias e “exotismo”. Parte da cultura já foi adotada, inclusive a dos eficientes motéis de beira de estrada. Num deles, em San Quintin, a gente se instalou para um respiro depois de tanto asfalto.

Região de San Tomás, área de produção dos melhores vinhos do México (próximo à Enseñada, na Baja California)

Região de San Tomás, área de produção dos melhores vinhos do México (próximo à Enseñada, na Baja California)


Hoje saímos para uma etapa mais curta, depois de ficar até tarde no nosso quarto. Pouco mais de duas horas de estrada e chegamos à Enseñada, uma cidade que só cresceu de verdade quando aí foi instalado um hotel-cassino construído para os americanos na década de 30, época da famosa Lei Seca. Oitenta anos antes a pequena cidade havia sido ocupada pelo flibusteiro americano William Walker, que a declarou capital da República da Baja California. Esse louco foi expulso pelos mexicanos e tentou de novo criar sua república escravocrata na América Central. Chegou a conquistar e governar a Nicarágua, mas acabou sendo capturado pela marinha inglesa e entregue aos hondurenhos, que o fuzilaram.

Tomando um bom vinho mexicano em Enseñada, na Baja California, no México

Tomando um bom vinho mexicano em Enseñada, na Baja California, no México


Enseñada hoje recebe milhares de americanos, muitos dos quais chegam em cruzeiros. Um aspecto bem mais interessante da cidade é que ela fica no centro da principal região vinícola do país. Ou seja, é fácil encontrar um bom vinho nos diversos cafés e restaurantes da cidade. Nós prestamos nossa homenagem a isso, parando para almoçar e bebericar um pouco, vinho nacional, é claro!

Delicioso almoço e ótimo vinho em Enseñada, na Baja California, no México

Delicioso almoço e ótimo vinho em Enseñada, na Baja California, no México


De volta ao asfalto, seguimos pela famosa autoestrada que liga Enseñada à Tijuana. É uma belíssima estrada costeira, mas o tempo não ajudou. Depois de tatos dias de sol, chovia hoje. Brincamos que era o México triste com a nossa partida. Hmmmmm...

Chegando com chuva em Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos

Chegando com chuva em Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos


Bom, entramos na mais famosa cidade fronteiriça do continente embaixo de muita água. Tanto ouvimos falar dessa cidade e de seus perigos que a chegada foi uma surpresa. Afinal, é uma cidade grande e organizada, avenidas largas e trânsito tranquilo. Chato mesmo, só a chuva.

Dirigindo no centtro de Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos

Dirigindo no centtro de Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos


A gente se instalou num hotel recomendado pelo guia e, já de noite, saímos para jantar. Mas acabamos saindo depois da hora e foi uma luta achar restaurante aberto. De qualquer maneira, dirigimos por quase uma hora pela cidade, entre as 10 e as 11 da noite, sem nenhum problema. Qualquer resquício de temor desapareceu de vez. Pelo menos para nós, Tijuana foi uma cidade tão tranquila como qualquer outra. Bom, vamos ver amanhã, quando passaremos pela fronteira. Parece que é ali perto que as coisa “rolam”...

Campo florido próximo à Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

Campo florido próximo à Cueva Ratón, na Sierra de San Francisco, na Baja California - México

México, Sierra de San Francisco, Ensenada, Tijuana, pinturas rupestres, deserto, Baja California, Vizcaino, Guerreiro Negro, Cueva El Ratón, San Quintin

Veja todas as fotos do dia!

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Blog da Ana Em Guerrero Negro, já mais 'perto' de Tijuana, na Baja California - México

Vizcaíno à Tijuana

Comentários (1)

Participe da nossa viagem, comente!
  • 17/03/2015 | 09:33 por carlos antonio garcia do carmo

    Parabéns ... vcs são demais. Já fui uma vez pela fronteira pro EUA e agora vou novamente . Dessa vez vou passar por tijuana . Não tenho visto americano . Orem por mim . Se tiver alguma dica me passem .abraços

    Resposta:
    Oi Carlos

    Legal que vc tenha gostado do post. Deu trabalho, mas ao final, deu tudo certo para nós!

    Só podemos te desejar muita sorte e que seus sonhos se realizem!! Estamos na torcida!


    Abs

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