SÃ£o Chico e Joinville

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Karina (27/09)

OnÃ§as!

OlÃ¡, tambÃ©m estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)

Motorizados Novamente!

hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
FlÃ¡via (14/07)

Viajando para Oiapoque

VocÃª conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa histÃ³ria?...
Martha Aulete (27/06)

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FEV 2014

JAN 2014

SHUFFLE HÃ¡ 1 ano: Rio De Janeiro HÃ¡ 2 anos: Rio De Janeiro

31/03/2014(0 comentários) Confira as fotos deste dia

Brasil, Santa Catarina, SÃ£o Francisco do Sul, Joinville

A bela Igreja Matriz de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Hoje, depois de tantos dias de praia espalhados pelo litoral de Santa Catarina, resolvemos mudar de foco. Afinal, estÃ¡vamos do lado de SÃ£o Francisco do Sul, uma das mais antigas cidades do Brasil, verdadeiro patrimÃ´nio histÃ³rico do paÃs. A cidade, como jÃ¡ falei no post passado, fica na ilha de mesmo nome. Mas a grande maioria das pessoas que vem para cÃ¡, inclusive nÃ³s, no passado, nem vai conhecer o centro histÃ³rico e fica mesmo sÃ³ pelas praias da ilha. Pois bem, estava mais do que na hora de sanarmos essa nossa falha de conhecimento!

Mapa da regiÃ£o de Joinville, mostrando tambÃ©m a ilha de SÃ£o Francisco do Sul e a BaÃa da Babitonga, no norte de Santa Catarina

SÃ£o Francisco do Sul, carinhosamente apelidada de SÃ£o Chico, foi fundada por volta de 1650, a primeira povoaÃ§Ã£o do estado de Santa Catarina. Mas os europeus jÃ¡ frequentavam a ilha e a baÃa onde foi fundada a cidade muito antes disso. Especula-se que uma expediÃ§Ã£o francesa passou por aqui em 1504 e levou para a Europa um indÃgena (filho de um chefe local) que viveu em Paris atÃ© os 90 anos de idade! NÃ£o que nÃ£o tenha querido voltar, mas uma carona, naquela Ã©poca, nÃ£o era coisa fÃ¡cil. Enfim, adaptou-se muito bem ao estilo de vida e lÃngua franceses. A histÃ³ria Ã© verdadeira, mas nunca se pode comprovar que ele tenha mesmo saÃdo de SÃ£o Francisco do Sul.

Centro histÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Ar colonial nas fachadas do centro histÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Quem comprovadamente passou por aqui em 1515 foi o famoso navegante espanhol Juan Dias de Solis. Foi ele que nomeou a ilha com o nome que conhecemos hoje. Quatro dÃ©cadas mais tarde os espanhÃ³is atÃ© tentaram ocupar a ilha, fundando um povoado. Mas a pequena vila nÃ£o teve vida longa. ApÃ³s feroz ataque dos Ãndios tupiniquins, os colonizadores abandonaram tudo e fugiram para AssunciÃ³n, no Paraguai.

Centro histÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Dirigindo peles ruas histÃ³ricas SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, Ã s margens da baÃa da Babitonga

Um sÃ©culo mais tarde, por volta de 1650, foi a vez dos portugueses tentarem. Depois de escravizarem ou exterminarem boa parte da populaÃ§Ã£o indÃgena do local, os bandeirantes paulistas nÃ£o tiveram problemas maiores em fundar a cidade. Nascia SÃ£o Chico, primeiro subordinada a ParanaguÃ¡, mais ao norte, mas ganhando luz prÃ³pria com o passar do tempo. Basta caminhar pelas ruas de seu centro histÃ³rico para perceber que a cidade jÃ¡ teve tempos de glÃ³ria nos dois sÃ©culos seguintes.

Rua do centro de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Placa informativa no centro de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

AlÃ©m do charmoso casario com ares coloniais que se espalha pelas ruas principais, chamam a atenÃ§Ã£o a Igreja Matriz, com mais de 200 anos de idade, e o Mercado Municipal, construÃ§Ã£o tambÃ©m centenÃ¡ria. O centro Ã© pequeno e podemos (e devemos!) percorrÃª-lo a pÃ©. Oportunidades para fotos nÃ£o faltarÃ£o! A cidade estÃ¡ na beira da BaÃa da Babitonga que, cercada de verde e montanhas ao fundo, compÃµe bem qualquer fotografia.

Observando a baÃa da Babitonga, em frente a SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

BaÃa da Babitonga, em frente a SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Outro ponto alto da visita Ã cidade Ã© o Museu HistÃ³rico. Ele faz uma homenagem ao enorme litoral do nosso paÃs, alÃ©m de suas bacias hidrogrÃ¡ficas. Especializou-se na relaÃ§Ã£o dos brasileiros, desde os tempos indÃgenas, com a Ã¡gua. AÃ aprendi que em nenhum outro paÃs do mundo hÃ¡ uma variedade tÃ£o grande de embarcaÃ§Ãµes como no Brasil, cada uma adaptada ao clima, condiÃ§Ãµes do local e necessidades de quem as constrÃ³i. Para quem gosta desse tipo de coisa, Ã© uma visita imperdÃvel! AlÃ©m da exposiÃ§Ã£o de barcos, canoas, jangadas e outros tipos de embarcaÃ§Ã£o, a prÃ³pria construÃ§Ã£o do museu, em galpÃµes centenÃ¡rios, e sua localizaÃ§Ã£o na orla da Babitonga sÃ£o atrativos extras.

A bela Igreja Matriz de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Museu HistÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Foram duas horas de agradÃ¡vel exploraÃ§Ã£o pela cidade, com direito atÃ© Ã lanche no pequeno Mercado. Depois, pÃ© na estrada novamente, mas para uma viagem bem curta. Nosso prÃ³ximo destino foi a cidade de Joinville, ali do lado, mas jÃ¡ no continente.

O belo cenÃ¡rio do restaurante do Museu HistÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Museu HistÃ³rico de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Santa Catarina Ã© o Ãºnico estado do Brasil cuja capital, FlorianÃ³polis, nÃ£o Ã© a maior cidade estadual. Essa honra cabe exatamente a Joinville, cidade de colonizaÃ§Ã£o alemÃ£ e que hoje tem mais de 500 mil habitantes, menor apenas que Porto Alegre e Curitiba em toda a regiÃ£o sul do paÃs.

Fachada do Mercado Municiapal de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

Interior do Mercado Municipal de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina

A cidade (e seu nome!) tem uma origem bem interessante. Em 1843, Maria Leopoldina de Austria, filha de Dom Pedro I e irmÃ£ do Imperador Dom Pedro II casou-se com o 3Âº filho do rei da FranÃ§a naquela Ã©poca, Luis Filipe. Seu nome, Francisco Fernado de OrleÃ¡ns, o PrÃncipe de Joinville. Essa â€œJoinvilleâ€ original Ã© uma pequena cidade francesa (hoje tem uns 5 mil habitantes) no nordeste do paÃs. Como dote de casamento, alÃ©m de joias e dinheiro, a princesa levou consigo uma considerÃ¡vel porÃ§Ã£o de terra onde hoje se localiza a cidade de Joinville, no nordeste de Santa Catarina. Durante as negociaÃ§Ãµes prÃ©-nupciais, os franceses pediram que as terras do dote fossem prÃ³ximas Ã Guiana Francesa, mas os brasileiros acharam por bem nÃ£o misturar as coisas e escolheram terras no lado oposto do paÃs, a mais de 4 mil quilÃ´metros de Caiena.

A Ana descansa e divaga na orla de SÃ£o Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, Ã s margens da BaÃa da Babitonga

InfluÃªncia alemÃ£ no pÃ³rtico de entrada da cidade de Joinville, no norte de Santa Catarina (foto da Internet)

O casal real nÃ£o teve chance de conhecer sua propriedade, pois moravam na Europa e, cinco anos apÃ³s o casamento, o pai do PrÃncipe de Joinville foi derrubado na FranÃ§a por uma revoluÃ§Ã£o. O prÃncipe e a princesa acabaram se refugiando na Inglaterra e, apÃ³s alguns anos, sem a benevolÃªncia do dinheiro estatal, acabaram falindo. EntÃ£o, para ajudar a pagar suas contas, venderam aquela propriedade distante que possuÃam lÃ¡ no sul do Brasil para um rico magnata alemÃ£o, o senador Christian Mathias Schroeder. Este estava organizando pequenas colÃ´nias alemÃ£s no Brasil, mandando famÃlias de imigrantes para cÃ¡. Para homenagear o antigo proprietÃ¡rio da terra, o alemÃ£o resolveu batizÃ¡-la de Joinville. Nasceu pequena e alemÃ£, mas algumas dÃ©cadas mais tarde, passou por um intenso processo de industrializaÃ§Ã£o que lhe rendeu o apelido de â€œManchester brasileiraâ€, em referÃªncia Ã principal metrÃ³pole industrial da Inglaterra e do mundo naquele final de sÃ©culo XIX.

Vista aÃ©rea de Joinville, a maior cidade do estado de Santa Catarina (foto da Internet)

Joinville, no norte de Santa Catarina, Ã© sede do principal festival de danÃ§a do paÃs (foto da Internet)

Hoje, a simpÃ¡tica Joinville ganhou fama tambÃ©m por seu Festival Internacional de DanÃ§a, o mais importante da AmÃ©rica Latina. Talvez por isso, aqui estÃ¡ instalada a Ãºnica filial do prestigioso Ballet Bolshoi na AmÃ©rica. Eu jÃ¡ tive chance de estar na cidade durante a realizaÃ§Ã£o do festival e Ã© realmente um show, dezenas de espetÃ¡culos com danÃ§arinos de todo o mundo e a noite fervendo na cidade.

Encontro com o LuÃs Felipe, primo da Ana, em Joinville, norte de Santa Catarina

Encontro com a Vitoria, prima da Ana, em Joinville, norte de Santa Catarina

Mas nÃ£o estamos na Ã©poca certa. EntÃ£o, nÃ£o foi isso que nos atraiu Ã grande metrÃ³pole catarinense. Viemos para visitar a tia Wal, aquela do apartamento de Bombinhas, e seus dois filhos, primos da Ana, o LuÃs Felipe (como aquele rei da FranÃ§a derrubado em 1848 e pai do PrÃncipe de Joinville) e a Vitoria. Fomos muito bem recebidos e passamos a noite por aqui, a nossa Ãºltima em Santa Catarina. De noite, um grande encontro de amigos do Luis Felipe na casa, todos fÃ£s de narguilÃ©, aquele aparelho de origem Ã¡rabe para fumar. Uma delÃcia! Passamos horas ali, testando e experimentando novos sabores e essÃªncias. Depois, atÃ© fizemos uma pequena apresentaÃ§Ã£o de fotos dos 1000dias para os presentes, quem sabe a primeira de muitas!. E foi assim, com esse calor humano, que fechamos nossa temporada nesse estado. Agora, sÃ³ falta mesmo alguns dias no ParanÃ¡ para retornarmos, de vez, para Curitiba. O frio na barriga sÃ³ vai aumentando...