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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Praça principal de San Juan, na Argentina, com a torre da igreja ao fundo
Desde que compramos nossas passagens de barco para a Antártida, zarpando de Buenos Aires no começo de Novembro, que já estamos planejando a rota que faríamos para cruzar o país, vindos de Santiago. Entre as muitas possibilidades, nenhuma delas passaria pela cidade de San Juan, 160 km ao norte de Mendoza, um considerável desvio para quem quer ir para o leste e não para o norte. Mas tudo isso mudou quando encontramos nosso amigo Maxi em La Serena (ver post aqui). Ele e sua esposa Marianela estão morando lá e tínhamos de visitá-los, ainda mais que ela está grávida de uns sete meses. A Ana e ela tem se comunicado muito por internet nesses últimos dias e era a hora de colocarmos o papo em dia, desde nosso último (e único!) encontro em Playa del Carmen, lá no México (veja post aqui). Diante disso, San Juan, aí fomos nós!
Praça principal de San Juan, na Argentina, com a torre da igreja ao fundo
San Juan sempre foi uma cidade tranquila e pacata, desde a sua fundação no séc. XVI. Mas uma enorme tragédia mudaria não só a sua história, mas também a do país. Grandes terremotos não são tão comuns na Argentina como no vizinho Chile, mas eles também ocorrem por aqui. O mais trágico de todos havia ocorrido em Mendoza em 1861, matando quase 5 mil pessoas, como descrevi no post passado. Foi quando, em 15 de Janeiro de 1944, um grande tremor abalou a cidade de San Juan matando 10 mil pessoas e destruindo 90% das construções da cidade, no maior desastre natural da história argentina. O país se comoveu e se uniu na organização de uma grande operação de salvamento e ajuda dos desabrigados.
Igreja matriz de San Juan, na Argentina
Quem organizou esse grande operação e foi o responsável por uma campanha de meses de esforços para arrecadar fundos para a cidade destruída foi um então desconhecido burocrata do segundo escalão do governo. Foi o sucesso dessa organização que o tornou numa figura conhecida nacionalmente, o início de uma carreira política fulminante que o transformaria na figura histórica argentina mais importante do séc. XX. Seu nome: Juan Domingo Perón. E ainda tem mais! Para arrecadar fundos, Perón mobilizou diversos artistas famosos argentinos, realizou shows e festas. Nelas se envolveram também artistas menos conhecidos, como a quase anônima Eva Duarte, cantora de rádio de 2ª grandeza. Eva estava destinada a conquistar o coração de Perón e se eternizar na história argentina como a quase mitológica Evita. Enfim, é impossível imaginar a história da Argentina hoje sem esses dois personagens, Perón e Evita, que vieram a se conhecer justamente por causa dessa enorme tragédia que se abateu sobre San Juan.
Maxi prepara um legítimo asado argentino na sua casa em San Juan, na Argentina
Preparando um "asado" em San Juan, na Argentina
Bom, no processo de reconstrução da cidade, assim como foi feito em Mendoza 80 anos antes, foram usadas técnicas para ajudar a cidade a resistir a novos terremotos: material de construção mais resistente, prédios baixos, ruas e calçadas largas, etc... A prova veio em 1977, quando um terremoto de força semelhante (pouco acima de 7 na escala Richter) se abateu sobre a cidade. Dessa vez, o número de mortos não passou de 65!
Confraternização com as famílias do Maxi e da Marianela em San Juan, na Argentina
Foi nessa San Juan que chegamos ontem no final da tarde. Achamos um pequeno hotel no centro, caminhamos um pouco e fomos visitar o Maxi e a Marianela onde dividimos alguns vinhos e passamos horas conversando sobre viagens, Américas e filhos. Assunto é que não faltava! Depois, voltamos para o hotel com a promessa de reencontro hoje, quando eles fariam um legítimo “asado” argentino.
Com nossos amigos Maxi e Marianela em San Juan, na Argentina
O asado não era só para nós! Também estão em San Juan os pais da Marianela e a família do Maxi estava recebendo as visitas com muita carne e vinho. A sobremesa, fomos nós que levamos, comprada na melhor confeitaria da cidade. E assim passamos algumas boas horas por lá, uma deliciosa confraternização que celebrava o Dia das Mães na Argentina, que tem data bem diferente do Brasil! Ficamos muito amigos de todos e agora já temos até mais um lugar para parar no nosso caminho para Buenos Aires: na cada dos pais da Marianela! Apesar dela não estar lá, os simpáticos Cristina e Anibal insistiram muito para tomarmos um chá na nossa passagem por lá, pertinho de Córdoba.
Com o Maxi nas janelas de um velho avião abandonado perto de San Juan, na Argentina
Com o Maxi no interior de um velho avião abandonado perto de San Juan, na Argentina
Depois do asado, saímos os dois casais na Fiona para uma volta pelas cercanias de San Juan. O Maxi nos guiou até uma represa que fornece energia para a cidade, mas vive uma seca histórica. É uma área desértica, mas muito bela. Daqui sai a estrada que cruza os Andes e chega direto em La Serena, no Chile, passando pelo Paso Aguas Negras, que dizem ser muito bonito também. Mas nós não fomos tão longe assim. Tiramos umas fotos em um antigo avião militar abandonado no meio deserto e voltamos para a cidade, a tempo de pegar um cineminha junto com os pais da Marianela. Enfim, um típico programa de domingo para finalizar com chave de ouro um típico Domingo das Mães!
O Maxi em um velho avião abandonado perto de San Juan, na Argentina
Nada como uma programação familiar para quebrar um pouco o ritmo frenético de viagem. Falando nisso, amanhã retomamos esse ritmo, hehehe. A gente se despediu dos amigos e fomos dormir. Amanhã, seguimos ainda mais para o norte, para depois retomarmos o sentido leste. A razão agora são dois parques, um provincial e outra nacional, que já estavam no nosso radar desde que cruzamos a Argentina mais ao norte, quando íamos em direção ao Paso San Francisco. O nome dos parques? Ischigualasto e Talampaya!
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