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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Barco a caminho do naufrágio do Rhone
Outubro de 1867. Um dos principais navios da marinha mercante inglesa é o Rhone. Com poucos anos de idade, é um dos mais modernos do mundo. Usando as últimas tecnologias, navio à vapor, caldeira de bronze, velocidade de 14 nós! E ainda dois grandes mastros, para navegação à vela, complementar ao vapor. Os passageiros disputavam suas cabines de primeira classe.
Suas primeiras viagens foram para um exótico país chamado Brasil. Após provar seu valor nas 5 viagens iniciais para este país, passou a servir o Caribe, uma linha considerada mais nobre. Um dos dois navios da época considerados inafundáveis, sua velocidade atraía os donos das plantations caribenhas e suas famílias, em trânsito entre Inglaterra e o Caribe. Era a jóia da corôa.
Pois bem, em Outubro de 1867 o Rhone estava programado para aportar numa estação carvoeira nas antigas Ilhas Virgens Dinamarquesas. Mas, um surto de febre amarela em St. Thomas o impediu de aportar na ilha. Seguiu então para a vizinha Tortola, nas BVI. Uma estranha tempestade no final de Outubo, com ventos vindos do norte atingiram o navio, que procurou refúgio, então, na parte sul da ilha. Um outro navio inglês, menos seguro, também estava ali. Os passageiros desse navio foram transferidos para o Rhone, inafundável. O tempo melhorou mas, cabreiros, os capitães dos navios resolveram seguir para alto mar, já que a tempestade tinha arrebentado suas âncoras. Apesar da desconfiança, nesta época do ano não poderia ser um furacão. Mas era. Após a calmaria (era apenas o olho do furacão), a segunda parte da tempestade chegou, dessa vez com ventos vindos do sul, bem aonde o Rhone tinha ido se proteger. E os ventos chegaram bem no momento em que o navio estava passando ao largo de uma pequena ilha, a Salt Cay. Chegaram com força, rapidamente. A primeira vítima foi o próprio capitão, levado por uma onda do convés, para nunca mais ser visto. Apesar da luta desesperada, as caldeiras funcionando à todo vapor, o Rhone foi lançado contra uma pedra. A água fria invadiu o navio, entrou em contato com as caldeiras ferventes e o resultado foi uma grande expolsão. O navio, inafundável, foi à pique.
Salt Cay, onde afundou o Rhone
Naquela época, durante tempestades, por motivo de segurança, os passageiros de 1a, 2a ou 3a classe, eram todos amarrados às suas camas. Não tiveram muita chance, amarrados. Mais de 150 almas se perderam, a maioria gente da elite colonial caribenha. O único passageiro que conseguiu se desamarrar e sair pela janela foi um italiano. Ele e mais 22 membros da tripulação se salvaram. O acidente foi manchete dos jornais do mundo inteiro. Uma verdadeira tragédia na Inglaterra.
Três anos mais tarde, dois irmãos, especialistas na sua arte, foram contratados para mergulhar no local e recuperar tudo o que fosse possível. O naufrágio foi numa área rasa, variando entre 5 e 25 metros. Imaginem! Mergulhar no séc. XIX. Que equipamento usavam? Algum tipo de escafandro, imagino. O fato é que eles recuperaram muita coisa, inclusive vinho e champagne que serviram para uma festa memorável, em 1870, nas praias de Salt Cay. Queria voltar no tempo e ir nessa festa...
Tripulação do barco de Mergulho no Rhone
Bom, não posso. Mas posso mergulhar nesse naufrágio, hoje um parque nacional e um dos mergulhos mais conhecidos do Caribe. E não é por menos: é espetacular mergulhar num naufrágio de quase 150 anos. Um mergulho nas águas claras e na história. E que história. Foi emocionante.
Tripulação do barco de Mergulho no Rhone
Eu e a Ana tivemos um mergulho super VIP. Apenas nós e um casal no barco. Guiados por duas belas loiras, uma alemã e outra inglesa. Quando as vi no barco, a Ana entre elas, achei que eram todas dinamarquesas, relembrando o tempo em que reinavam sobre as ilhas do outro lado do canal. Só faltaram alguns escravos para completar a imagem.
Fizemos dois mergulhos no naufrágio, o primeiro na parte mais profunda e o outro na parte mais rasa (o navio se partiu, com a explosão). Até a colher de chá do desaparecido capitão, deu para ver. Os mastros caídos, a caldeira, ferramentas, tudo está muito vivo ali. Água transparente, é impossível para nós imaginar um furacão e um mar bravio. Mas o Rhone está lá para mostrar que isso acontece.
Ana no barco que nos levou ao naufrágio do Rhone
De lambuja, ainda tivemos um terceiro mergulho num local com paredes incrustadas de corais coloridos, "Painted Walls", é nome desse local mágico. Mergulho maravilhoso. Na verdade, mergulhos maravilhosos. Os últimos dessa temporada caribenha. O próximo?Hmmm, acho que na Laje de Santos. Veremos.
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