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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Praia em Hopkins, no litoral sul de Belize
Voltamos ontem de Caye Caulker para Corozal, para reencontrar nossa querida Fiona e também para decidir nosso futuro nesse pequeno país. Depois de conhecermos o principal cartão postal de Belize, a barreira de corais e o Blue Hole, o que mais fazer por aqui? Quais são as outras atrações e destinos turísticos do país?
Casas coloridas em Corozal, no norte de Belize
As duas principais cidades, Belize City e a capital Belmopan, não têm a melhor fama. Belmopan é uma cidade planejada, construída depois que um furacão arrasou a antiga capital, Belize City, no início da década de 60. Acharam por bem proteger melhor as repartições públicas no interior do país. Ainda hoje, para o turista, é só um lugar para trocar de ônibus. Já Belize City, conversando com as pessoas daqui e também com os estrangeiros que vieram morar em Belize, é um lugar para ser evitado. Muito perigosa e sem atrações. Até para simplesmente deixar a Fiona por lá para ir à grande barreira, disseram-me ser arriscado. Por isso, optamos pelo caminho marítimo mais longo, partindo de Corozal mesmo. Valeu a pena, pois quando voltamos, a Fiona estava inteirinha, nos esperando.
Atravessando ponte em Belize City, a maior cidade do país
Portanto, não há turismo de cidades interessante por aqui. Mas, quem vem para Belize atrás de urbanidade? Só se for outra, de algumas centenas ou milhares de anos atrás: a urbanidade maya! O país tem várias ruínas impressionantes e bem menos concorridas que as do Yucatán e da Guatemala. As mais famosas são Altun-Ha e Lamanai, as duas no norte do país. Mesmo mais tranquilas que suas congêneres em outros países, para padrões belizenhos, são elas as mais movimentadas, pela facilidade de acesso. Para boa parte dos turistas que aqui chegam, vindos por pacote turístico, uma visita a uma dessas duas ruínas está no roteiro. Nós, depois de tantas visitas à antigas cidades mayas, estávamos meio enfadados. Mas até nos interessamos por visitar Lamanai, o que envolveria também um interessante passeio fluvial, pois a maneira mais fácil de chegar lá é de barco. Mas esse barco só sai de manhã e nós perdemos o horário para pegá-lo. Não quisemos esperar mais um dia inteiro no norte do país para isso e nem enfrentar a longa estrada de terra, o caminho alternativo para se chegar às ruínas. Além disso, descobrimos que, na verdade, os achados arqueológicos mais impressionantes de Belize não estão nessas ruínas mais famosas, mas em Caracol, quase na fronteira com a Guatemala. A dificuldade de acesso faz com que muito poucas pessoas lá cheguem e nós resolvemos que essa seria a nossa “ruína maya de Belize”.
Ver mapa maior
Resolvido isso, estávamos prontos para viajar para o sul do país. Olhando o mapa rodoviário de Belize, só há uma entrada e uma saída (ou vice-versa, claro!). Uma fronteira no norte, com o México, por onde entramos, e uma fronteira no oeste, com a Guatemala, nossa porta de saída. Essa porta de saída fica na parte central do país. Então, se fôssemos para o sul, teríamos de retornar. O que a maioria dos viajantes Overland que passam pelo país fazem é simplesmente ignorar essa parte sul. Já para os aventureiros que chegam aqui de mochila, cruzando a América Central, existe também a possibilidade de se chegar até o extremo sul de Belize, à cidade de Punta Gorda e, daí, pegar um barco para Guatemala ou mesmo Honduras. Esse barco é só para pessoas, carros, apenas naquelas saídas que falei acima.
Longo trecho de estrada de terra no caminho para o sul de Belize
Indo para o sul de Belize por uma estrada secundária
Nossa decisão, curiosos que somos, foi por conhecer também o sul do país, bem menos visitado. Especialmente as pequenas cidades fora do circuito dos ônibus. Escolhemos começar pela pequena Hopkins, localizada entre as maiores e mais populares Dangriga e Placencia. Hopkins é uma pequena vila de origem garifuna (ainda vou falar deles!), em frente ao mar, ruas de areia e longe do circuito turístico principal.
Praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
Meninas garifunas vendem artesanato para turistas em Hopkins, no litoral sul de Belize
Para ir até lá, fizemos questão de realizar um desvio e passar por dentro de Belize City, ao menos para vê-la com nossos próprios olhos. Não nos pareceu tão mal como havia sido pintada. Ruas estreitas, mas pouco movimentadas, casas coloridas, estrutura viária em reforma, uns poucos gringos caminhando perdidos perto do mar e dos hotéis mais chiques e um rio que divide a cidade em duas. Cumprida nossa “obrigação moral” de ver a maior cidade do país, seguimos em frente.
Noite em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
O caminho de asfalto para o sul dava uma longa volta, seguindo na direção oeste até Belmopan, para depois virar para baixo. Resolvemos pegar um atalho, enfrentar uma estrada de terra mesmo para não dar a grande volta. Cruzamos uma região quase deserta de pessoas, mas com muita vegetação, rios e montanhas ao longe. Aliás, depois do Yucatán, é até estranho ver montanhas no horizonte.
Frente do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Finalmente, encontramos novamente a estrada principal, deixamos Dangriga para trás e chegamos ao acesso de Hopkins, uma estrada de 10 quilômetros de terra, cruzando planícies e charcos litorâneos. Chegamos ao povoado e nos instalamos na pousada Kismet, em frente ao mar. A Trisha, a dona, é uma figuraça, uma senhora nova-iorquina que já rodou o mundo, tem ou teve negócios na Jamaica e no Harlem, mas que está por aqui, atualmente.
Cães (incluindo o Chími - o marrom) brincam em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
A Cher, o galo do nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Chegamos na tarde de ontem e ainda deu para caminhar um pouco pela praia, estreita e com vegetação abundante. O mar é meio escuro, influenciado pelos rios que aqui perto desembocam. O clima é de algum lugarejo perdido no litoral do nordeste brasileiro, de algumas décadas atrás. Alguns poucos turistas, crianças garifunas vendendo pulseiras ou bolinhos, e pouca coisa para se fazer além de sentar, olhar para o mar e beber alguma cerveja.
Tarde preguiçosa em praia de Hopkins, no litoral sul de Belize
Trabalhando no nosso quarto de hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize
Nós resolvemos passar o dia de hoje por aqui, de barriga para o ar. Interagimos com a Trisha, com as crianças garifunas, com os cães na praia e até com a Cher, um galo que manda no terreiro da Trisha, refestelando-se nas muitas galinhas que também vivem por ali. Eram seus cacarejos que nos acordavam pela manhã, ou antes dela.
Nossa primeira foto do Gaston, antes mesmo de conhecê-lo (em Hopkins, no litoral sul de Belize)
Quem nós conhecemos também foi o holandês Gaston, que mora em seu veleiro há mais de 15 anos, quase todos eles aqui na América Central, entre Panamá, Honduras, Guatemala e Belize. Nesses dias, estava estacionado bem em frente à pousada da Trisha. Figura muito interessante também, papo vai, papo vem, mudamos completamente nosso roteiro para os próximos dias. Vamos com o Gaston velejar até a Grande Barreira de Corais novamente. Ele nos convenceu que tínhamos de conhecer Tobacco Caye, uma ilhota encima da barreira, um lugar paradisíaco e tranquilo, cercado por água transparente. Então, amanhã cedinho, eu vou dar um pulo rápido em Dangriga para pegar dinheiro enquanto ele e a Ana fazem compras em Hopkins, para podermos passar três dias no mar. São mudanças de plano assim que fazem a nossa jornada ficar mais interessante. E imprevisível...
Barco ancorado em frente ao nosso hotel em Hopkins, no litoral sul de Belize. Ainda não conhecíamos o "The Rob"...
Rodrigo, eu acompanho vcs desde o sul da Bahia, e tenho sim o direito de perguntar isso: Você não acha perigoso velejar 3 dias com um desconhecido? não pre julgando ninguém, principalmente o Holandês em questão, claro que uma jornada épica dessas tem seus riscos e cuidados e sei de sua experiência de viajante, é ai que fico mais tranquilo. mais so vc e a Ana...Não é um pouco arriscado?
Resposta:
Oi Samuel
Um fiel leitor nosso que viaja conosco há tanto tempo pode e deve perguntar tudo o que queira, sempre! Obrigado pela preocupação!
Então, todos os nossos amigos e conhecidos foram, em algum momento, desconhecidos também. Essa transição entre "desconhecido" e "conhecido" é bem subjetiva e varia de caso a caso. Pode ser no primeiro segundo, por alguma estranha e irresitível empatia, pode durar para sempre, como com aquele vizinho de décadas com quem nunca conversamos.
Com o Gaston, tivemos três longas conversas antes de nos decidirmos pela viagem. Ele também já era amigo da dona do nossa pousada, Enfim, a impressão era muito boa e só se confirmou durante a viagem. Nós acreditamos muito em nossos instintos, mas também gostamos sempre de nos sentir seguros. Numa viagem como a nossa, o segredo está em achar o equilíbrio entre essas duas coisas. Até aqui, tudo vai dando certo!
Um grande abraço para vc e, outra vez mais, pergunte sempre tudo o que queira. Para nós, é uma honra e prazer tentar responder
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