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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Praia de El Tunco, litoral de El Salvador
Meio “avariado” pela mistura de bebidas da noite anterior, a minha manhã foi bem longa hoje. A falta de energia elétrica fez que o ar condicionado desligasse logo cedo e, um pouco mais tarde, já estávamos sem água no banheiro também. “No worries!”, como diriam os australianos. Fui para a piscina e cair na água fria foi como entrar no paraíso. Depois, na brisa fresca da manhã, achei uma cadeira de balanço bem confortável na sombra de um coqueiro e lá fiquei, até que a energia elétrica voltasse. Daí pude observar que o hotel e a praia estavam bem diferentes do sossego de ontem. Centenas de pessoas chegavam para aproveitar o dia ou o início da temporada praiana, depois de passarem o natal em casa. Mais um motivo para eu voltar à tranquilidade do meu quarto, agora com ar condicionado.
Nosso hotel La Guitarra, em El Tunco, litoral de El Salvador
Mais umas duas horas de sono e um Engov que a Ana me deu e eu já estada tinindo e com fome. Voltamos ao nosso café preferido na surf town, bem ao lado do rio que marca o fim de El Tunco e com vista para a praia e o mar e tivemos o nosso brunch saudável, salada de frutas com iogurte e granolas e sanduíche em baguete crocante. Saúde e paz nos cercavam de todos os lados, natureza exuberante e pessoas se divertindo ao fundo, música agradável nos altofalantes do café. Difícil imaginar cena mais tranquila e relaxante.
Domingão, praia cheia em El Tunco, litoral de El Salvador
Mais difícil ainda imaginar que esse país viveu uma longa e sangrenta guerra civil até pouco tempo. Pelo menos para mim, do alto dos meus quarenta e poucos anos. Fico imaginando que a maioria dos turistas daqui, ainda nos seus vinte e poucos, pouco ou nada sabem da história de El Salvador e só querem saber de pegar suas ondas no início do dia ou final da tarde. Alguns poucos devem ter lido algumas linhas sobre a guerra dos anos 80, mas linhas de livros são frias e vazias quando comparadas à realidade.
Felizmente, eu também não vivi essa realidade. Pelo menos, não de perto. Mas lembro-me de, quase diariamente, acompanhar as imagens e notícias da guerra, seja pelo Jornal Nacional, quando ainda era mais jovem, ou por jornais e revistas, já adolescente. Uma guerra sem fim e que parecia ser a eterna realidade desse pequeno país. Guerrilhas de esquerda tentando desapear do poder uma direita corrupta e violenta, sem nenhum apego aos direitos humanos, mas com apoio logístico e financeiro americano. O governo Reagan, na sua luta para vencer a Guerra Fria, principalmente aqui no seu “quintal”, tinha decidido que não queria uma outra Nicarágua na região. Nem que para isso precisasse sustentar um governo pavoroso como tinha o país naquela época. Sem esse apoio, certamente o governo teria caído e sabe-se lá o que teria ocorrido à El Salvador. Mas, na visão americana da época, certamente Honduras e Guatemala passariam a ser as bolas da vez, o “comunismo” chegando às portas dos Estados Unidos. Por isso, aqui, nesse pequeno país, se jogavam as grandes apostas de um mundo dividido. E eram os salvadorenhos que pagavam o pato.
Almoço saldável de Natal, em El Tunco, litoral de El Salvador
Dois lances marcaram essa guerra, um no seu início e outro já perto do seu fim. Em 1980 era assassinado a sangue frio, em plena celebração da missa, o arcebispo de San Salvador, Oscar Romero. Inicialmente um clérigo conservador, o arcebispo começou a vociferar em alto e bom tom contra as torturas, esquadrões da morte e o governo que as acobertava quando um padre jesuíta, seu amigo pessoal, foi vítima dessa guerra suja. Como nada foi apurado e a imprensa censurada era proibida de noticiar qualquer coisa sobre o assunto, Oscar Romero começou a usar suas missas para cobrar mudanças nessa política. Alguns meses depois, sem cerimônia, foi assassinado no púlpito. Governos de todo o mundo reagiram, a imprensa mundial veio cobrir o funeral e todos fomos testemunhas, via TV, do massacre ocorrido durante o enterro, transformado em grande manifestação. Dezenas de pessoas caindo mortas frente a tiros indiscriminados desferidos por agentes à paisana. Nada disso impediu que os EUA aumentassem a sua ajuda militar ao governo, já que para eles a alternativa seria ainda pior. Já no final da década, o governo Reagan mergulhado no escândalo Irã-Contras, a ajuda minguando para as ditaduras centro-americanas, a guerrilha resolveu apostar na “Ofensiva Final”. Chegaram à periferia da capital, o governo por um fio, mas a ajuda americana não falhou nessa hora e o poderio das armas falou mais alto. Novo empate técnico, guerra sem vitoriosos, promessa de mais anos turbulentos pela frente.
Domingão, praia cheia em El Tunco, litoral de El Salvador
Felizmente, vivíamos o fim da Guerra Fria, vencida pelos EUA de Reagan e Bush. Isso acabou possibilitando um grande acordo regional que pôs fim não só à guerra em El Salvador, mas também na Nicarágua. Timidamente, a democracia voltava também à Honduras e Guatemala. De lá para cá, muito melhorou nesses países, mas sem dúvida o caminho a percorrer ainda é longo.
Mas, enfim, a guerra foi substituída pela paz. Certamente, não a paz nos padrões de países de primeiro-mundo. Mas, se comparado à situação de anarquia anterior, certamente podemos chamar de paz, sim senhor. E foi essa “paz” que possibilitou a volta do turismo a esses belos países. Hoje aqui, na praia de El Tunco, o cenário era de paz. A guerra só estava na cabeça de um turista ainda meio ressacado e que procurava, nos olhos dos salvadorenhos mais velhos que encontrava, algum resquício, algum sinal da situação anterior. “Como será que esse pacato senhor que vende cocos na praia viveu a década de 80?”. “Como terá sido o natal de 1985 na praia de El Tunco?”. Perguntas para as quais não tenho resposta. Só duvido que tenha havido o belo show de jazz que tivemos aqui no La Guitarra, esta noite. Vantagens de se viver na paz...
El Tunco, litoral de El Salvador
Feliz ano novo e que a paz continue reinando na América Central e no mundo tb.
Resposta:
Oi Lurdes!!!
Feliz ano novo para vc e sua família também!!!
E viva a paz, amém!
Ainda agora,passeando na Escocia,lendo sobre as guerras
tenrríveis,destruição,morticinio,selvageria dos ingleses contra o
desejo eterno dos escoseses de terem um país livre e no entanto,aparentemente, vivendo em harmonia, chego à conclusão que tudo é uma questão de tempo. São ciclos que se
sucedem.Azar daqueles contemporãneos às grandes mudanças!
Sinto não estar mais viva para presenciar a paz entre Israel e
Palestina e a um Brasil menos corrupto.,mais Educado, sem o
Lula e seus petralhas. É uma questão de tempo! Bjs a vocês
Mantenha a cabeça mais leve!
Resposta:
Olá!!!
Esse ciclo na Palestina está demorando para passar!
Espero que o do Brasil passe mais rápido, hehehe
Beijos e vou tentar seguir o conselho
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