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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Fronteira entre Bolívia e Argentina, entre as cidades de Bermejo (BO) e Água Blanca (AG)
Decidimos ontem seguir viagem já hoje para a Argentina, ao invés de passar mais um dia explorando a região de Tarija. Nessa nossa nova fase da viagem, através dos diversos países da América Latina, infelizmente não temos o tempo que tínhamos no Brasil. Assim, um dia a mais por aqui significaria um dia a menos em outro lugar igualmente ou mais interessante para nós. Vai ser um dilema que continuamente vamos viver daqui para frente: ficar ou partir, ir para um lado ou para outro. Quem mandou não planejarmos o 2000dias.com?
Homenagem à Sucre, em Tarija - Bolívia
Mas a manhã ainda foi na simpática Tarija! A cidade tem outros ares, ruas largas, limpas e organizadas. Bem diferente de Potosí, Sucre ou La Paz. Boas universidades trazem estudantes de todo o país a até do Brasil. E junto com os estudantes vem também a vida cultural e boêmia. Caminhando pelo centro, parecia que estávamos em alguma cidade média brasileira. Outro diferencial são os bons vinhos produzidos na região. Uma gastronomia mais requintada foi desenvolvida para acompanhar os vinhos e a consequência são os bons restaurantes! Aliás, mas do que reminiscências do Brasil, Tarija traz semelhanças é com a vizinha Argentina. Nunca tinha pensado nisso, mas faz todo sentido! Já que Jujuy é a mais boliviana das cidades argentinas, pela proximidade, o espelho seria esse: Tarija é a mais argentina das cidades bolivianas!
A Plaza de Armas, em Tarija - Bolívia
Passeamos por suas praças e ruas, fotografamos seu mercado e igrejas e deixamos a cidade com aquele gostinho de "quero mais". Seguimos diretamente para o sul e demos de cara com a frente fria que seguia para o norte. O encontro se deu bem no alto de uma cordilheira, nuvens ameaçadoras tentando engolir gigantescas montanhas. Paisagem digna de filmes como "O Senhor dos Anéis". Isso foi a uns 30 km ao sul de Tarija, região que deve oferecer diversas possibilidades de trekking! Mas não àquela hora! O vento que vinha das montanhas quase levantava a Fiona! E olha que a Fiona não é leve...
Família descansa na Plaza de Armas, em Tarija - Bolívia
Em seguida entramos no canyon do rio Bermejo e fomos acompanhando o rio em sua lenta descida para a Argentina, por cerca de 100 quilômetros. A estrada, toda asfaltada, serpenteava por entre enormes paredões e encostas verdejantes com a vegetação, sempre com o rio encachoeirado ao lado. Muitas vezes, passamos por túneis no meio da rocha, bela obra da engenharia boliviana. Tudo muito lindo, cenário completamente diferente daquele dos últimos dias, de vegetação rasteira e grandes espaços.
Arquitetura em Tarija - Bolívia
Tudo tão próximo entre si, assim é a Bolívia, um mundo à parte no meio da América do Sul, com montanhas nevadas, florestas tropicais, um planalto a mais de 3 mil metros de altura e uma cultura milenar. Só faltou mesmo o mar, tomado pelo Chile há quase 150 anos. O pouco que vimos nessa semana foi apenas um aperitivo para o que nos resta ver. Logo estaremos de volta, no famosos Salar de Uyuni. E na volta da América do Norte, será a vez da região do Titicaca e de La Paz, além do norte amazônico do país.
Restaurantes no Mercado Municipal de Tarija - Bolívia
Mas antes disso, muita água ainda vai passar embaixo da ponte. A começar pela Argentina! A passagem pela fronteira foi bem tranquila. Com os bolivianos, deixamos a documentação da Fiona, carimbada em vários postos de contrôle pelo país afora. Uma pena não podermos manter esse documento conosco, testemunha de nossa passagem pela Bolívia. No lado Argentino, carimbamos nossos passaportes e fizemos nova documentação para a Fiona. Depois, foi seguir em frente.
Frente fria chega à região de Tarija, vinda do sul, no dia da nossa viagem da Bolívia para a Argentina
A paisagem mudou completamente. Agora estávamos numa planície infinita, retas a perder de vista. O tempo era chuvoso, assim como no dia em que estivemos em Puerto Iguazú. Parece ser a nossa sina, Argentina com chuva! Cinquenta quilômetros país adentro, chegamos na nossa primeira cidade de verdade, Oran. Ali nos abastecemos de dinheiro e combustível. E como a fome apertava e havia um café super charmoso ao lado do ATM, resolvemos também abastecer o estômago. Nossa... que delícia e classe de café, ali naquela cidade perdida no extremo norte do país. Realmente, estávamos na Argentina!
A estrada que liga a Bolívia à Argentina segue pelo lindo canyon do rio Bermejo, sempre com asfalto e muitos túneis
Aqui, tenho de render uma homenagem! Sou o primeiro a querer fazer alguma piada com os hermanos mas, ao mesmo tempo, reconheço em alto e bom tom: todas as minhas experiências aqui no país vizinho foram excelentes. Sempre um banho de cordialidade, cultura, boa educação, ótima comida e paisagens maravilhosas, urbanas ou naturais. Sempre foi um prazer enorme viajar pela Argentina e, nesses 1000dias, o país é um dos nossos principais e mais aguardados destinos!
A estrada que liga a Bolívia à Argentina segue pelo lindo canyon do rio Bermejo, sempre com asfalto e muitos túneis
Homenagem rendida, sigamos em frente que já começava a ficar escuro e tínhamos muita estrada pela frente! Afinal, mudamos nosso objetivo para o dia de hoje. Ao invés da cidade de Salta, fomos até Jujuy e de lá para a Quebrada Humahuaca, um longo e estreito vale na rota mais conhecida entre a Argentina e a Bolívia, usado já pelos incas e depois pelos espanhóis à caminho de Potosí. Nós viemos por outro caminho, menos conhecido, e agora resolvemos dar uma olhada nesta rota também, patrimônio mundial da Unesco.
O rio que separa a Bolívia (direita) da Argentina (esquerda)
Resolvemos usar na pequena cidade de Tilcara como base para conhecermos a Quebrada. Fica a 90 km ao norte de Jujuy. O caminho deve ser maravilhoso, mas já era de noite e não vimos a paisagem. Não faz mal, porque voltaremos por ela em alguns dias. Bem, não vimos a paisagem, mas vimos outra coisa, que há muito procurávamos: neve!!! pois é, a primeira neve dos 1000dias veio como uma enorme surpresa, já que ela é bem rara por aqui também, exceto no alto das montanhas. Nós dirigíamos ladeira acima, saindo dos 800 metros de Jujuy em direção aos 2.400 metros de Tilcara quando a chuva rala à nossa frente tomou um aspecto diferente. Pareceu engrossar um pouco, ficar mais ntensa. A Ana foi a primeira a desconfiar de algo. Foi quando eu percebi que a tal "chuva" não molhava nosso parabrisa. Aquela cortina que tanto refletia a luz do nosso farol alto não era água, mas neve! Branquinha, bem fininha, girando com o vento, linda, maravilhosa, neveeeeeeeeeeee! Saímos do carro felizes, ignorando o frio de 0 graus e gritamos felizes com a novidade. Quando menos esperávamos, lá estava ela, uma bela surpresa que esse país fascinante nos reservou logo no nosso primeiro dia por aqui! Viva o país dos hermanos!
Fronteira entre Bolívia e Argentina, entre as cidades de Bermejo (BO) e Água Blanca (AG)
O evento foi celebrado em grande estilo, com vinho e queijo em nosso quarto quentinho com lareira, na Pousada Con Los Angeles, em Tilcara. Cama quentinha para enfrentar as temperaturas negativas lá de fora. Fechamos com chave de ouro um dia inesquecível nesses 1000dias! Que continue assim, hehehe...
Também tem TAM na Bolívia! (em Tarija)
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