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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O movimentado mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Depois da manhã de paz e tranquilidade na praia paradisíaca do Hotel Obama, rumávamos de volta à Port-au-Prince, juntos com a Lana e o Eric no carro chamado por ele. A Lana é uma cozinheira de mão cheia, pratos exóticos aprendidos em suas viagens pelo mundo que agora fazem sucesso no hotel do casal em Pétion-Ville, bairro onde ficam os turistas que viajam à capital haitiana. Sabendo que passaríamos ao lado do mercado na cidade de Cabaret, ela insistiu que parássemos por lá para nos abastecer de ingredientes para suas deliciosas receitas.
O movimentado mercado de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Um taptap nas ruas de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Cabaret é a antiga Duvalierville, e retomou seu nome original depois que Baby Doc, a segunda geração da família tirana, fugiu do país, em 1986. O pai, o notório e sanguinário Papa Doc, havia mudado o nome da cidade em sua homenagem, logo depois de uma visita à Cabaret no ano de 1962. Prometeu diversos investimentos e uma nova era de progresso, o que obviamente nunca aconteceu, mudou o nome de alguns edifícios e avenidas para o de sua esposa e o nome da cidade para o seu, na maior cara de pau. Quer dizer, ele era mesmo ególatra, mas não tanto como seu colega ditador da vizinha República Dominicana, que havia sido assassinado no ano anterior. Trujillo não havia se contentado com uma cidade pequena. Não! Ele tinha mudado o nome da capital do país para auto homenagear-se. Algo que nem Stálin havia pensado em fazer. Felizmente, ditadores como Strossner, Trujillo, Duvalier e Lenin se vão e as cidades retomam seus nomes originais.
O movimentado mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Mais tarde, buscando informações na internet sobre a cidade, li artigos escritos por jornais americanos logo depois da fuga de Baby Doc e da volta do nome da cidade para o original. Foi triste ver as entrevistas dadas em 86, as pessoas esperançosas de um tempo melhor e mais próspero, com o fim da ditadura. Mal sabiam as agruras e dificuldades que os esperavam pelos próximo 25 anos, ou seja, até hoje.
O movimentado mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Bem, foi por essa Cabaret de hoje que passamos, seu mercado de rua completamente lotado, ali do lado da estrada. “Quem compra tanta coisa?”, é tudo o que me vem à cabeça quando vejo esses movimentados mercados haitianos. Foi o nosso carro encostar no acostamento que fomos cercados por dezenas de ávidos vendedores, todos curiosos com aquele carro cheio de pessoas brancas que ali estava.
Uma elegante vendedora no mercado de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
O Eric, no banco de passageiros, logo abriu sua janela e mandou ver no seu creolle fluente, para surpresa dos vendedores (na verdade, vendedoras, já que as mulheres formavam a grande maioria). Recobradas da surpresa inicial, elas logo partiram para o “ataque”, tentando enfiar todos os tipos de produto. AO mesmo tempo, a Lana, que não fala uma palavra da língua local, notava algo mais que queria comprar e pedia ao Eric que providenciasse. Bombardeado por todos os lados, ele passou a lista de compras ao motorista e pediu que ele descesse e se virasse. Eu e a Ana, de camarote, no banco de trás, observando toda a cena que se desenrolava em frente aos nossos olhos, o gostinho de Haiti finalmente chegando às nossas bocas.
Detalhes de haitianos no mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
O motorista desceu e se perdeu naquele mar de gente. Eu respirei fundo, peguei a nossa máquina fotográfica e saí do carro. Era onde eu queria estar, no meio daquela gente e bagunça toda, o único branquinho no meio daquela África americana. Mais curiosos do que eu com eles, eram eles comigo.
Detalhes de haitianos no mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Fotos para lá e para cá, situação intensa, quase inebriante, imagens, sons e cheiros cercando-me por todos os lados. Lá estava eu em meus devaneios quando alguém me toca nas costas. Era o motorista e nós já estávamos prontos para partir. Voltamos para o carro e seguimos em frente, eu saboreando aqueles cinco minutos de Haiti que tinha acabado de vivenciar. A experiência tinha valido o dia!
Um taptap, forma mais comum de transporte no país (no mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti)
Mais uma vez elogiar as escritas. Parabéns Rodrigo!
Resposta:
Muito obrigado Leidiane!
Um abraço e espero que continue gostando
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