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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
As famosas "Bruxas de Salem", em Massachusetts, nos Estados Unidos
Conforme temíamos, mas já esperávamos, a bateria da Fiona estava outra vez arriada, hoje de manhã. Outra vez também, nosso cabo de chupeta nos salvou, assim como a simpatia dos americanos, que prontamente emprestam seus carros para conseguirmos ligar a Fiona. A bruxa realmente estava solta. Depois de quase 90 mil km pelas Américas, finalmente tivemos nosso primeiro problema no carro (sem contar os pneus furados).
Portland, em Maine, nos Estados Unidos
Então, com o carro já ligado e carregado das malas, deixei a Ana e a Bebel no centro de Portland e segui para uma concessionária Toyota, na região da cidade. Como sempre, o carro fez o maior sucesso na loja, todos os vendedores e funcionários muito interessados naquela Toyota que veio do Brasil, funciona à diesel e é equipada com snorkel e guincho. Examinaram rapidamente a bateria e concluíram: “Não tem jeito. Uma das células não carrega mais. Tem de trocar!”. E assim foi feito, Fiona de bateria nova, garantia de 4 anos, nos EUA e Canadá.
Lagosta, especialidade em Portland, no Maine, nos Estados Unidos
Com o carro novo em folha e pronto para cruzar o continente outras vez, fui encontrar esposa e afilhada no centro da cidade. Ainda deu tempo de eu dar uma andadinha por lá e tomar um delicioso frozen iogurt de morango, um verdadeiro deleite no calor abafado de mais de 30 graus que fazia na cidade. A Ana e a Bebel me contaram sobre o passeio na região do porto e o restaurante japonês em que almoçaram. Um pouco depois e já estávamos na estrada rumo à Boston, a cidade que já quero conhecer há quase 30 anos.
Delicioso Frozen Iogurt em Portland, em Maine, nos Estados Unidos. O merecido prêmio depois de consertar a Fiona
Bom, na verdade, eu ainda teria de esperar mais um pouco. Afinal, antes de Boston, ainda resolvemos passar em Salem, a famosa cidade das bruxas.
Visita à Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Pois é, em Salem se passou uma das histórias mais inacreditáveis da época da colonização dos Estados Unidos. Os peregrinos haviam chegado há apenas três gerações no novo continente e os colonizadores ainda levavam uma vida duríssima. Mas, seguindo a tradição inglesa, era uma sociedade que vivia sob o império da lei, num mundo relativamente racional, mesmo para os nossos padrões do século XXI.
O Museu das Bruxas de Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Mas aí, na pequena e pacata Salem, um pouco ao norte da capital Boston, a jovem Abigail, garota de 11 anos de idade, começou a ter sintomas que hoje classificaríamos como de epilepsia. Logo depois, foi sua prima de 9 anos, Betty Paris, que também teve o mesmo comportamento. O doutor da cidade, ao examiná-las, não conseguiu identificar nenhuma causa médica para isso e resolvei dizer que, talvez, elas estivessem sob o efeito de bruxaria.
Visita ao Museu das Bruxas de Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Foi a fagulha que deu início ao incêndio. Nunca na história do continente, a expressão “caça às bruxas” foi tão literal. Aliás, o mais provável é que a expressão tenha nascido desse episódio. Várias possíveis “bruxas” foram identificadas na cidade e as crianças parecem ter gostado da brincadeira, pois eram as primeiras a apontar as pobres velhinhas que viviam na vizinhança. Quando a primeira delas foi julgada e os jurados decidiram pela inocência (a racionalidade ainda imperava...), as crianças, que até então estavam mudas no julgamento, tiveram um ataque histérico e, apontando os dedos para a velhinha, gritaram: “Bruxa! Bruxa! Bruxa!”. A esta altura, já não eram duas, mais quase uma dezena delas, pois várias outras meninas tinham se juntado á Abigail e sua prima. O juiz ficou impressionado com a manifestação e mandou que os jurados “repensassem” seu veredito. E assim o fizeram, declarando a ré culpada.
As famosas "Bruxas de Salem", em Massachusetts, nos Estados Unidos
Ela foi apenas a primeira. A histeria aumentou e as bruxas (e bruxos) foram sendo presos às dezenas. As garotas os acusavam de, à noite, sob forma de espíritos, visitá-las e forçá-las a assinar o livro do demônio, para vender suas almas. Era o bastante para que fossem presos e jogados nas masmorras. A onda se estendeu para outras cidades e vizinhos se acusavam, tentando resolver velhas disputas simplesmente acusando seu adversários de bruxos.
Condenado à morte por esmagamento, acusado de bruxaria no final do séc XVII em Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Pastor é enforcado por bruxaria em Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Vinte mortos (por enforcamento) depois, mais de cem pessoas na prisão e centenas de outros sob acusação, foi somente quando a própria esposa do governador foi acusada de bruxaria que, finalmente, o governador da província colocou um fim aos julgamentos. Isso porque, estando em um lugar que vivia sob leis “racionais”, esses julgamentos eram todos feitos pelo Estado, e não pela igreja, como era na inquisição europeia. Aqui, até pastores foram enforcados. Um bom exemplo de como as leis era seguidas é o caso de um senhor de posses de Salem que foi acusado e simplesmente se recusou a se declarar culpado ou inocente. Por isso, a lei dizia que não poderia ser julgado. A mesma lei dizia que, num caso desses, a pessoa deveria ser “convencida” a se declarar (culpado ou inocente), e o meio para esse “convencimento” era o esmagamento. Pois bem, ele foi colocado sob o enorme peso de muitas pedras por mais de dois dias, mas nada disse. Finalmente, suas costelas cederam e ele morreu. Mas, como ele não havia sido julgado, suas posses não foram tomadas pelo Estado (o que teria acontecido, caso fosse julgado e declarado culpado), e simplesmente foram herdadas pelos filhos. Filhos, aliás, que também tiveram a mãe enforcada (essa sim, com medo do esmagamento, se declarou inocente, foi julgada, condenada e executada). Anos depois, processaram o Estado e ganharam suas reparações.
Velejadores praticam seu esporte nas águas do Charles River, em Boston, capital de Massachusetts, nos Estados Unidos
Bom, enfim, nós estivemos nessa famosa Salem e visitamos o Museu das Bruxas. Afinal, tantos séculos depois, é claro que os americanos sabem faturar com essa história, que atrai centenas de milhares de visitantes anualmente. Hoje, tanto tempo depois, é difícil acreditar que isso tenha ocorrido de verdade. Mas a representação feita da história no museu nos ajuda a tentar entender o que realmente aconteceu. Tempos difíceis e incompreensíveis para nós. Nada como viver num mundo mais “racional”. Até quando, só o futuro dirá... A história mostra que a irracionalidade chega de surpresa e sopetão, vira o mundo de cabeça para baixo e depois, desaparece novamente. Que o diga os judeus que viviam na “racional” Alemanha da década de 20 ou os mulçumanos na civilizada Iugoslávia da década de 90. Pois é, a irracionalidade está muito mais perto de nós que possamos imaginar...
Passeio pela orla do Charles River, na chegada à Boston, capital de Massachusetts, nos Estados Unidos
Daí, seguimos para Boston, já bem no final da tarde. Fomos diretamente para Cambridge, onde estão duas das melhores e mais “racionais” universidades do mundo: Harvard e o MIT. Cruzamos o famoso Charles River, tiramos fotos e estamos ansiosos para que chegue o dia de amanhã, que será dedicado inteiramente à capital de Massachusetts. Antes disso, só temos de passar por uma noite onde os sonhos estarão cheios de bruxas...
Bruxas, principal atrativo de Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos
Lodi e Ana, boa estada agora nas Bahamas, já bem longe das bruxas de Salem!
Resposta:
Grande Petruskas!
são as Bermudas e nãos as Bahamas, cada uma um vértice do famoso triângulo
Por aqui, morremos de saudades da nossa bruxinha de Salem
Um grande abraço
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