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Bariloche na Primavera e a Nova Passageira - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Bariloche na Primavera e a Nova Passageira

Argentina, Bariloche

Portal para entrar na praça central de Bariloche, na Argentina

Portal para entrar na praça central de Bariloche, na Argentina


São Carlos de Bariloche, ou simplesmente Bariloche, é o sonho de consumo de dezenas de milhares de brasileiros. Aliás, não só o sonho, mas o destino de férias. A cidade com cerca de 125 mil habitantes aos pés da cordilheira dos Andes é a segunda cidade argentina mais visitada por brasileiros, atrás apenas da capital Buenos Aires. Quase todos eles atrás de frio, neve e a chance de esquiar. Nove em cada dez brasileiros visita a cidade durante o inverno e só a conhece branquinha de neve.

Bariloche, na Argentina, espremida entre as montanhass andinas e o lago Nahuel Huapi

Bariloche, na Argentina, espremida entre as montanhass andinas e o lago Nahuel Huapi


Final de tarde, a praça central de Bariloche está vazia (Patagônia Andina, na Argentina)

Final de tarde, a praça central de Bariloche está vazia (Patagônia Andina, na Argentina)


Por isso é possível dizer que a cidade que visitamos hoje é desconhecida de quase todos os brasileiros: Bariloche na primavera! As estações de esqui já estão fechadas faz tempo e as ruas turísticas do centro da cidade estão vazias, mas nem por isso Bariloche deixa de ser interessante. Muito pelo contrário, a região oferece um sem número de possibilidades para aqueles que gostam de botar o pé na trilha, remar (ou mesmo nadar!) em lagos tranquilos ou rios cheios de corredeiras, cavalgar por bosques e montanhas, dirigir por estradas belíssimas ou comer em bons restaurantes. E para quem gosta mesmo de neve ou gelo, sempre se pode fazer um trekking até o alto do Cerro Tronador, eternamente coberto de branco.

Pinheiro, árvore típica em Bariloche, na patagônia andina na Argentina

Pinheiro, árvore típica em Bariloche, na patagônia andina na Argentina


O estranho nome “Bariloche” vem do termo “vuriloche”, que na língua mapuche quer dizer “povo de trás da montanha”. Ou seja, só pelo nome já podemos ter uma boa noção da história da região! “Mapuches” eram indígenas que viviam no que hoje é o Chile, do outro lado dos Andes, e migraram para a região de Bariloche já em tempos coloniais. Aqui, desocuparam os antigos habitantes que se referiam a eles como “vuriloche”, pois tinham vindo do outro lado dos Andes. Daí para algum europeu ouvir a palavra vuriloche e entender “bariloche” foi um pulinho!

Dia ensolarado na praça central de Bariloche, na Argentina

Dia ensolarado na praça central de Bariloche, na Argentina


Torre do Relógio em Bariloche, na Argentina

Torre do Relógio em Bariloche, na Argentina


Falando em europeus, eles só começaram a se estabelecer na região no início do séc. XX. Algum tempo depois chegava a primeira estrada de terra e logo depois, os primeiros visitantes ilustres, como o ex-presidente americano e grande explorador Theodore Roosevelt. Quem também viveu por aqui durante alguns anos, ainda antes da chegada da estrada, foram os famosos bandidos americanos Butch Cassidy e Sundance Kid (Paul Newman e Robert Redford, respectivamente, no clássico do cinema dos anos 70), mas tiveram de fugir para a Bolívia quando a polícia apertou o cerco. Por fim, com o lugar atraindo tanta gente conhecida assim, o governo argentino resolveu investir no turismo e, na década de 30, cria o Parque Nacional Nahuel Huapi, nos arredores da cidade, e remodela o centro de Bariloche, construindo os prédios históricos que hoje são o cartão postal daqui, como o Centro Cívico, a catedral e o hotel Llao Llao.

Visita ao club Andino para conseguir mapas e informações sobre trilhas na região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina

Visita ao club Andino para conseguir mapas e informações sobre trilhas na região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina


Lago Nahuel Huapi, em frente a Bariloche, na Argentina

Lago Nahuel Huapi, em frente a Bariloche, na Argentina


Finalmente, foi a vez das atividades de esqui se desenvolverem e logo o turismo passou a ser a principal atividade econômica da região. A pequena e tranquila Bariloche, que em 1970 ainda tinha uma população de apenas 25 mil habitantes, hoje multiplicou isso por cinco, transformando-se na maior cidade argentina no lado andino. Tornou-se referência mundial como centro de esqui, atraindo turistas de todo o mundo, mas principalmente chilenos e brasileiros. Não é a toa que os próprios argentinos chamam a cidade de “Brasiloche”.

Belo prédio no Centro Civico de Bariloche, na Argentina

Belo prédio no Centro Civico de Bariloche, na Argentina


Bom, esse apelido realmente serve para a temporada de inverno, mas não agora. Quase não vimos brasileiros nas ruas da cidade e os poucos turistas eram, na sua maioria, nacionais. Melhor assim, pois desse modo conhecemos uma Bariloche argentina. Chegamos ontem de tarde e não foi difícil encontrarmos um hotel com bons preços. Com a Fiona devidamente guardada na garagem, fomos conhecer o centro a pé. A cidade pode ter crescido, mas o centro continua do mesmo tamanho e é facilmente conhecido com duas ou três caminhadas. Charmoso e compacto, destoa bem dos bairros da periferia onde vive a maioria da população local em condições muito mais duras. Bariloche é conhecida por viver sob forte tensão social, um grande abismo social entre ricos e pobres. Deu para perceber isso através da janela da Fiona enquanto entrávamos na cidade.

Final de tarde, caminhando na orla de Bariloche, na patagônia andina na Argentina

Final de tarde, caminhando na orla de Bariloche, na patagônia andina na Argentina


A bela região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina

A bela região de Bariloche, na patagônia andina na Argentina


Enfim, fomos passear pela praça central, pelo Centro Cívico e pela orla. A cidade está na beira de um enorme lago alimentado por águas de degelo, o Nahuel Huapi, águas limpas e frias. Difícil imaginar que uma enorme onda varreu esse lago causando destruição e morte na cidade em 1960. Mas foi o que aconteceu, reflexo de um enorme terremoto no vizinho Chile. Mas ontem, e hoje também, suas águas estavam plácidas, ideais para refletir a luz do entardecer ou para um passeio de catamarã. Outra cena típica que vimos no Centro Cívico foram as fotos de turistas com os cães São Bernardo, algo que já virou tradição para quem visita a cidade. Para quem quiser uma atividade mais “séria”, uma boa pedida é visitar aí mesmo, em um dos prédios históricos, o excelente Museu dos Povos Patagônicos. História, arte, cultura, costumes, está tudo ali, um pouquinho de tudo.

Turistas posam para foto com cachorro São Bernardo na praça central de Bariloche, na Argentina

Turistas posam para foto com cachorro São Bernardo na praça central de Bariloche, na Argentina


Levando o São Bernardo para passear em Bariloche, na Argentina

Levando o São Bernardo para passear em Bariloche, na Argentina


Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina

Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina


Depois da cultura, a alma! Fomos a uma das cervejarias artesanais da cidade que estão se multiplicando por aqui. Uma delícia, como pode-se perceber pelas fotos. E foi lá que, enfim, encontramos nossa amiga Rowan, a escocesa que também viajou para a Antártida no Sea Spirit e que, desde então, veio por terra desde Ushuaia até aqui, com duas ou três paradas. Ela chegou a Bariloche já no escuro, deixou suas coisas na pousada e veio nos encontrar. Vai ser nossa companheira nos próximos dias enquanto exploramos as belezas dessa região magnífica. Companheira de trilhas, aventuras e copo, já deu para perceber lá na cervejaria, hehehe.

Hora de uma cerveja gelada em Bariloche, na Argentina

Hora de uma cerveja gelada em Bariloche, na Argentina


Deliciosa cerveja artesanal em Bariloche, na Argentina

Deliciosa cerveja artesanal em Bariloche, na Argentina


Um brinde ao reencontro com a Rowan, na Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina

Um brinde ao reencontro com a Rowan, na Cervejaria Antares, em Bariloche, na Argentina


Depois da cervejaria ainda fomos jantar num delicioso restaurante. Mais tempo para conversar e nos conhecer melhor. No navio, a Rowan estava com seu namorado, um dos guias da expedição, e não tivemos muita chance de socializar. Por isso, foi meio estranho quando combinamos de viajar juntos por alguns dias aqui na Argentina. Mas bastou algumas horas de conversa para perceber que ela é mesmo da nossa turma e acho que vai ser bem legal a convivência.

Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina

Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina


Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina

Encontro com a Rowan, nossa companheira de viagem pelos próximos dias na região de Bariloche, na Argentina


Hoje cedo nos reunimos novamente para botar o pé na estrada. Antes, uma parada estratégica no Club Andino, organização que centraliza as informações sobre parques e trilhas na região de Bariloche. Com mapas na mão e muita conversa, montamos nosso roteiro para os próximos dias, uma verdadeira corrida para estarmos de volta à Bariloche no dia 4 de tarde para pegarmos nossos aviões, nós para o Brasil e ela para a Escócia, ambos via Buenos Aires. Planos feitos, não tínhamos mais um minuto a perder, pé na estrada!

Com a Rowan, no início da nossa viagem pela região de Bariloche (ao fundo!), na patagônia andina na Argentina

Com a Rowan, no início da nossa viagem pela região de Bariloche (ao fundo!), na patagônia andina na Argentina

Argentina, Bariloche, história, cidade, Patagônia

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Comentários (1)

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  • 11/12/2014 | 19:40 por mabel

    Também visitei Bariloche na primavera. Fiquei impressionada com o tamanho das flores chamadas amor perfeito, aqui no Brasil são pequenas.
    Mas, tivemos uma nevasca que daria até para esquiar, mas faltou coragem..........

    Fiquei feliz que estão atualizando os posts, vou colocar minha leitura em dia, esta é uma região de tenho muito interesse.

    Lembro sempre de vocês toda vez que vou à Praia Vermelha do Sul......

    Abraços

    Resposta:
    Oi Mabel!!!

    Que bom receber notícias suas!

    Então, na primavera, a região de Bariloche vira mesmo um jardim! Muitas flores, muitas cores! Lindooo!!!! Nós passamos vários dias por lá, mas não pegamos nevasca não!

    Também estamos felizes de voltar a escrever. Agora vamos até o fim, espero...

    Agora no final do ano, também lembro muito da Praia Vermelha do Sul. Era nessa época que íamos para lá. Que saudades...

    Abraços

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