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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Mergulhando na parte interna do navio-cruzeiro Bianca C, naufragado em 1961 em Granada
Granada é considerada a “capital dos naufrágios do Caribe”, tal a quantidade de barcos afundados em águas mergulháveis ao redor da ilha. A gente já tinha ouvido falar disso, mas nessa correria nossa pelas ilhas caribenhas, chegamos aqui completamente esquecidos desse fato. Nossa última etapa nesse longo giro pela região, clima de final de viagem, já pensando no retorno a NY, estávamos meio perdidos por aqui, seguindo na inércia...
Em Grande Anse, embarcando para os mergulhos do dia (em Granada, no Caribe)
Mas ontem de manhã, antes de seguir para o Fort George, passamos no escritório de turismo e bastou um minuto folheando as várias revistas para relembramos o tesouro escondido nos mares granadinos. O problema é que só teríamos mais um dia no país, hoje, e ainda pensávamos em rodar de carro pelo interior. Sem contar que voaríamos no dia seguinte pela manhã, e não se deve mergulhar com menos de 24 horas antes de viagens de avião. Confabulamos e, dali mesmo, já ligamos para uma operadora para marcar uma sessão de mergulhos para hoje de manhã. Nossa ideia foi combinar tudo: o mundo subaquático com as montanhas e cachoeiras do interior de Granada, num dia corrido e intenso, daqueles que a gente adora!
Explorando a piscina do Bianca C, o enorme navio-cruzeiro naufragado em Granada
E assim foi. Bem cedinho, já estávamos motorizados e seguindo para Grande Anse, a mesma praia que estivemos ontem de tarde. Aí estão os grandes hotéis de Granada e também as operadoras de mergulho, quase sempre dentro de algum resort. O mergulho escolhido por nós não deixava por menos: simplesmente, o Bianca C, conhecido como o “Titanic do Caribe”! Um navio-cruzeiro italiano que começou a operar logo depois da 2ª Guerra Mundial e que, em 1961, trazia centenas de cliente para um giro pelo Caribe. Quando estava aportado em St. George’s, uma de suas caldeiras explodiu, matando um tripulante e condenando o navio. A tripulação e passageiros foram retirados do barco e o Bianca C foi rebocado por uma fragata inglesa para longe do porto, onde pode naufragar em paz.
Mergulhando na parte externa do enorme naufrágio Bianca C, em Granada
Para a sorte dos mergulhadores do futuro (nós!), eram águas mergulháveis, isso é, com profundidade de até 70 metros. Pois é, não é um mergulho para qualquer um, pois é preciso mais treinamento para mergulhos profundos. Mas, definitivamente, vale a pena! O navio tem cerca de 200 metros de comprimento e está dividido em dois, com quase toda a estrutura ainda em pé, apesar dos 50 anos de ação do mar. São necessários vários mergulhos para se conhecer todo o naufrágio, ainda mais que, nessa profundidade, o consumo de ar é muito maior e o tempo que podemos ficar por lá é muito menor, para mergulhos não-descompressivos.
Mergulhando na parte externa do enorme naufrágio Bianca C, em Granada
Mas nós só tínhamos um mergulho. A ideia era só dar uma geral no naufrágio. Não iríamos até o fundo, na areia, pois com isso ganharíamos mais tempo e ar nos “andares acima”. Mergulhando um pouco acima dos 40 metros, teríamos 15 minutos de fundo e poderíamos ver uma boa parte do exterior do navio, de seus decks, dar uma olhada rápida em seu interior e até “mergulhar” na antiga piscina que fazia a festa dos turistas.
Escada de aparência fantasmagórica dentro do naufrágio do Bianca C, em Granada
E assim foi. O Oscar, nosso guia, nos levou diretamente para a piscina, sua armações de metal retorcidas pela ação do tempo. De lá, começamos a navegar ao lado do barco, uma estrutura gigantesca e fantasmagórica naquela água azul própria de mergulhos profundos. Eram dezenas de aberturas para se olhar para dentro do barco, uma tentação enorme de fazer a penetração e explorar aquela gigantesca “caverna artificial”.
Mergulhando na parte interna do navio-cruzeiro Bianca C, naufragado em 1961 em Granada
Mas não tínhamos tempo para isso, infelizmente. Entramos em um dos decks, mais espaçosos, eu fotografando e a Ana filmando. A visibilidade era de uns 20 metros, tudo muito azul. Difícil ter uma ideia de toda a grandiosidade do lugar pela foto, que não consegue capturar tudo. Mesmo os nossos olhos, a gente só vê um pedaço. Apenas nadando por lá é que se tem a ideia.
Chegando ao naufrágio Veronica L, em Granada
Logo já estávamos subindo para a superfície. O Bianca C foi se transformando apenas numa sombra e depois sumiu sob nós. Mas continua lá embaixo, imóvel, esperando novas visitas e explorações. Pelo menos até que o mar e a natureza acabem com seu trabalho de desmontá-lo.
Mergulhando no pequeno cargueiro Veronica L, em Granada
Mergulhando no pequeno cargueiro Veronica L, em Granada
Já nós, seguimos lentamente para o segundo ponto de mergulho, enquanto corria o chamado “tempo de superfície”, para que pudéssemos mergulhar novamente. O ponto escolhido foi outro naufrágio, este em águas rasas e o barco bem menor. Um pequeno cargueiro chamado Veronica L.
Entrando no compartimento de carga do Veronica L, em Granada
Respirando em uma bolha de ar a quase 10 metros de profundidade, no naufrágio Veronica L, em Granada
Aí tivemos mais de 40 minutos para explorar o barco e os corais ao seu redor. Aliás, a paisagem formada por esses corais parecia cenário de outro planeta. Acho que esses escritores e diretores de filmes de ficção científica vem ao fundo do mar, para buscar inspiração. Até o James Cameron confessou isso, com o seu “Avatar”.
uma enorme e linda moréia verde ao lado do naufrágio Veronica L, em Granada
uma enorme e linda moréia verde ao lado do naufrágio Veronica L, em Granada
Quanto ao pequeno Veronica L, duas cosias foram muito legais. Primeiro, ainda do lado de fora, uma gigantesca, talvez a maior que eu já tenha visto, moreia verde. Estava quase toda fora da toca, inchada, ameaçadora. Ao contrário das moreias pintadas, menores, dessa aí não tive coragem de me aproximar muito não. Como pode um bicho ser, ao mesmo tempo, tão bonito e tão feio?
Peixes nadam sobre corais que mais parecem um cenário de outro planeta, ao lado do naufrágio Veronica L, em Granada
A outra coisa muito interessante foi uma bolha de ar que se formou dentro do naufrágio, depois das milhares de visitas de mergulhadores. Assim, a quase dez metros de profundidade, pudemos tirar nossos reguladores e conversar lá embaixo. Um ar pesado, com o dobro da pressão da nossa atmosfera ao nível do mar, faz os sons ficarem meio estranhos. Muito joia!
A belíssima praia de Grande Anse, ao sul de St. George's, em Granada, no Caribe
Era meio dia quando voltamos à praia de Grande Anse. Apenas o tempo de um lanche rápido e dirigirmos rapidamente para o parque de Grand Etang, no interior montanhoso de Granada. Assunto para o próximo post...
Depois dos mergulhos, lanchando na praia de Grande Anse, ao sul de St. George's, em Granada, no Caribe
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