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Venerável árvore que já era grande des a época em que a civilização maya floescia na península do yucatán (em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México)
No nosso caminho para Chiquilá passamos por um pequeno povoado, Solferino. Curiosamente aquele lugar perdido no estado do Yucatán tinha ares diferentes, uma praça principal mais ajeitadinha que outras vilas do mesmo porte, projetos de arte infantil espalhados pelos muros da cidade e uma placa que não sairia da nossa cabeça: El Árbol Centenário.
Venerável árvore que já era grande des a época em que a civilização maya floescia na península do yucatán (em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México)
No carnaval de Holbox eu conheci uma figura super curiosa, uma artista plástica croata que viajou o mundo com uma mochila nas costas no final da década de 70 e inicio de 80 e que a 13 anos decidiu morar aqui no México. Vera se apaixonou por esta árvore e decidiu que iria viver ali, embaixo dela.
Indo conhecer a "árvore sagrada dos mayas", em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
No retorno passamos novamente por esta placa e desta vez decidimos parar. A árvore centenária de Solferino é uma Ceiba, a árvore sagrada dos mayas. Com mais de 500 anos de idade esta Ceiba é uma das poucas que restou em toda a península, devido a grande exploração de madeira levada à exaustão tanto pelos mayas, quanto pelos colonizadores. A Ceiba tem um significado muito especial para os mayas, que acreditam que ela é um portal para o inframundo, uma forma de se comunicar com seus ancestrais. A Ceiba é um únicos seres vivos que está presente em todos os níveis do universo espiritual maya. Seus troncos e seus galhos seriam os pilares de sustentação do Mundo Superior e seus 13 níveis. Suas profundas raízes a sua ligação com os 9 níveis do Inframundo ou Mundo Inferior, o mundo aquático do Deus Chac, deus maya da chuva, e lugar onde todos iremos depois de morrer. Dentro das cavernas os mayas acreditavam que as estalactites eram as raízes das ceibas, que dão suporte ao mundo onde nós vivemos e fazem parte do seu universo místico durante as cerimonias e rituais.
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Coleção de flores no terreno da árvore sagrada dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Esta Ceiba em particular tem uma história super curiosa, uma lenda que Don Garcia garante ser uma historia real, contada e vivida pelo seu avô. A árvore na época era bem menor e em certa ocasião viu passar por ali uma cobra imensa, com 8 metros de comprimento e grossa como um pé de mamão adulto. Seu avô e seu tio teriam corrido e com um espeto de ferro e arpoado a cobra contra a Ceiba, que ao passar dos anos cresceu aprisionando a cobra e o arpão de ferro. Hoje ainda podemos ver as cicatrizes do acontecido, verdade ou não sabemos agora, como nasce uma lenda.
A Fiona descansa tranquilamente sobre a quase milenar árvore do tempo dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Don Garcia é o herdeiro destas terras, apaixonado por plantas e pela vida ele foi um dos responsáveis pela preservação deste belo exemplar da árvore sagrada. "Ao invés de cortá-lo para vender e nunca mais receber nada por ela, resolvi preservá-la para mostrar a todo mundo, e transformei o meu terreno em um jardim botânico". A simplicidade e a sabedoria de Don Garcia são cativantes. Hoje escolas e turistas vêm de toda a região para conhecer sua ceiba sagrada e o ajudam com doações a manter o seu pequeno jardim botânico. Percorremos o jardim com ele que nos mostrava, orgulhoso, todas as orquídeas e plantas que ele cultiva.
O dono do terreno onde está a árvore sagrada dos mayas e a coleção de orquídeas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Depois da visita fomos à casa de sua vizinha, Vera. Ela nos recebeu em sua casa-atelier como sempre com muitas histórias para contar e acabou nos convencendo a tomar uma rota diferente no nosso caminho para Mérida, o caminho das salinas.
Casa e ateliê da artista plástica europeia que veio morar embaixo da árvore sagrada dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Visita à amiga artista que mora sob a sombra da quase milenar árvore maya, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Lá fomos nós, ziguezagueando pelo norte da península, passando de pueblito em pueblito, vendo as mulheres mayas em seus trajes típicos, saias coloridas e blusas rendadas, ocupadas com os seus afazeres diários. Cozinhar o milho, ralar e preparar as tortillas, lavar as roupas, carregar a água e cuidar das crianças, carregando as menores em seus sacos nas costas ou bem encaixados em uma rede presa no cocoruco da cabeça, mestres do equilíbrio.
O agitado mar do Golfo do México, no litoral norte do Yucatán, no México
Continuamos pela rala floresta do Quintana Roo, passamos às margens da reserva do Rio Lagarto, até chegar ao mar. Aqui sim a água já esta mais barrenta, não pelo golfo, mas pelo desague do rio lagarto a poucos quilômetros dali. O vento forte nos mostra que estamos no caminho certo, dali em diante entramos em outra parte da história importante para a civilização Maya: as salinas.
O agitado mar do Golfo do México, no litoral norte do Yucatán, no México
A região norte da península é repleta de lagoas e manguezais, onde a água salgada seca rapidamente e se acumula, formando cristais de diferentes cores. O vermelho das salinas faz um lindo contraste com o azul do céu e nos recorda que estas águas são ricas em vitaminas e alimentos para algumas espécies. É nesta água extremamente salgada que vivem alguns crustáceos que são o alimento preferido dos flamingos, pássaros imponentes comumente vistos na região.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
O sal era um bem muito empregado pelos antigos mayas, não apenas na sua culinária e na preservação dos alimentos, mas principalmente na sua economia. Ele foi utilizado como moeda nos seus mercados e nos negócios feitos no corredor marítimo até Belize e Guatemala, aceito por todas as cidades-estados no mundo Maya.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
Próximos a Progresso encontramos um mirante turístico para avistamento das salinas e dos flamingos, mas não tivemos a sorte de encontrá-los. Progreso é uma das cidades litorâneas mais turísticas nas proximidades de Mérida, com seus balneários, ruínas, cenotes e grutas.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
É sempre interessante como uma mera mudança de estradas pode enriquecer uma viagem. Um roteiro que nos levou pelo antigo e pelo atual mundo maya, viajando por suas árvores sagradas, salinas e histórias. E você, prefere o caminho mais rápido ou o mais bonito?
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