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Brasil, Pará, Santarém, Óbidos

Fim de tarde no Rio Amazonas, já bem próximo de Santarém - PA

Fim de tarde no Rio Amazonas, já bem próximo de Santarém - PA


Barco cheio, logo cedo paramos em Parintins, na divisa com o Pará. É aquele entra e sai de gente, ambulantes e mercadorias. Eu estava com sono e entregue à preguiça. Ainda teríamos um dia inteiro de viagem. Logo depois mais uma parada em Juriti, novamente aquele sobe e desce, entra e sai.

Entrando no estado do Pará, pelo Rio Amazonas, rumo à Santarém

Entrando no estado do Pará, pelo Rio Amazonas, rumo à Santarém


A única parada que seria mais complicada seria em Óbidos, cidade do Pará onde fica a fiscalização da Polícia Federal. Todos já sabem, eles vasculham tudo, são mais de duas horas na fiscalização, buscando por mercadorias ilegais e principalmente drogas. São comuns apreensões de cocaína vindas do Perú nestas embarcações. Para a nossa surpresa a parada em Óbidos não durou mais de 15 minutos, a PF já não trabalha há 15 dias, pois acabou a verba. Boa época para os traficantes adiantarem seus negócios.

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA


Banho frio delicioso para acordar e começamos a socializar. Neste mundo de água encontramos personagens sensacionais. Desde o pescador que se mudou para Manaus e está vindo visitar a família, a ex-garimpeiros que já moraram em cada pedaço das Guianas e já fuçaram cada canto dessa Amazônia em busca de ouro. Encontramos também turistas e aventureiros malucos, como o Seu Rogério.

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA

Passando pela cidade de Óbidos, a caminho de Santarém - PA


Rogério rodou o mundo inteiro de bicicleta. Segundo ele, já foi aos Estados Unidos, Europa, Cuba e diversos países da América do Sul. Ele anda numa bicicleta antiga, cada peça da bicicleta tem uma história e é de uma marca diferente. O guidão, o banco e até a grade onde carrega sua pesada caixa de madeira com seus pertences. No guidão ele pendura dezenas de peças de metal pesadíssimas, segundo ele peças de avião que ele comercializa para a Embraer. Apertando bem ele recorda que não, as peças são de bicicleta mesmo, ele as carrega, pois não encontra mais peças como se faziam antigamente. Rogério conta que começou a pedalar com 7 anos de idade e está na estrada há 21 anos. Mineiro nascido em Governador Valadares, diz ter 30 e poucos anos, 36... 38, por aí. Já apareceu no Fantástico, Jornal Nacional e Globo Esporte e agora está em busca de patrocínio para fazer a viagem até o Japão. Ele quer pedalar até os Estados Unidos e de lá pegar um barco. Ele acorda, passa o dia inteiro e inclusive dorme com o seu capacete e óculos de aviador. É o homem mais viajado do Brasil, representante do país no exterior, comerciante da Embraer, louco e feliz.

Conversando com o novo amigo islandês, que está dando a volta ao mundo em 80 dias (foto no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém)

Conversando com o novo amigo islandês, que está dando a volta ao mundo em 80 dias (foto no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém)


Sighvatur Bjarnason é piloto de avião na Islândia, tem 35 anos e está em uma viagem ao redor do mundo em 80 dias. Ele passou pela África negra, foi deportado da Etiópia direto para Djbuti e dali deportado novamente para o Iêmen, no Oriente Médio. Cruzou o país de carro com o acompanhamento de um policial e atravessou para Omã. Dali para o Paquistão, onde, logo após um atentado terrorista, teve que ser escoltado até a fronteira com a Índia. Este é apenas um dos trechos da aventura que percorre em média 500 km por dia para conseguir executar a volta no tempo determinado. Aqui na América do Sul ele voou para o Chile, passou pela Argentina, Bolívia e Perú até cruzar a fronteira com o Brasil. Viemos encontrá-lo aqui, na sua última semana de viagem, cruzando o Rio Amazonas de barco até Belém, de onde voará finalmente de volta para casa. Ele mantém um vídeo blog com vídeos editados pelo menos semanalmente. Os curiosos podem encontrá-lo facilmente no facebook “Umhuerfis jordina a 80 dogum”, tradução em islandês para o tema (Umhuerfis = viagem, jordina = mundo/terra, dogum = dias). Se alguém entender alguma coisa, por favor, volta aqui para me contar.

O bar atrás das redes, no Luiz Afonso. Adivinha quem está lá?

O bar atrás das redes, no Luiz Afonso. Adivinha quem está lá?


Ana Paula índia Ximari, da tribo Telles Pires, nome do rio que faz a divisa do Mato Grosso e do Pará, perto da cidade de Alta Floresta. Ela foi criada até os 7 anos na tribo, quando foi seqüestrada e levada para a cidade de Itaituba, ao sul de Santarém. Foi criada por uma família dentro dos costumes brancos, portanto aos 14 anos decidiu que não queria mais ser chamada pelo nome indígena, escolheu seu novo nome, Ana. Quando completou 20 anos de idade começou a procurar a sua família, pois tinha lembranças claras da sua infância, sua mãe e sua vida na tribo. Recorreu a um vizinho de Itaiatuba, ela lembrou que ele conhecia sua família indígena e ele a levou até lá. Chegando à tribo, 13 anos depois e dentre tantas pessoas, ela soube, sem titubear, reconhecer a sua mãe. “Ela era exatamente como eu me lembrava”, contou.

O canto mais interessante do nosso barco para Santarém

O canto mais interessante do nosso barco para Santarém


Embora tenha traços, Ana não parece ser índia, isso por que sua pele é mais clara e seus cabelos encaracolaram, ela diz que essa mudança ocorreu por não ter sido criada nos mesmos costumes, pele ao sol e cabelos ao vento. Durante o período que morou na tribo, ela e seus dois filhos mais velhos ficaram com malária durante 8 meses. Hoje, é o medo da doença que não a deixa retornar. Curioso é que os seus irmãos, primos e outros índios da tribo possuem algum tipo de imunidade, pois segundo ela não adquirem a doença. Aos 17 teve seu primeiro filho, primeiro dos 6, sua mais nova tem 16 anos. Ela se separou depois de 15 anos de casamento e hoje, aos 39, tem um namorado de 23. “Não me arrependo nem um pouquinho de ter feito os meus filhos cedo, pois hoje eles já estão crescidos e criados e posso cuidar da minha vida sem me preocupar.” História impressionante, vivida por uma mulher forte e bem resolvida, a vida como ela é.

Primeira visão da cidade de Santarém - PA

Primeira visão da cidade de Santarém - PA


O sol finalmente saiu, convidei Sighvatur para ir à frente do barco para aproveitarmos o tempo seco e admirarmos a paisagem. Pouco depois avistamos uma grande cidade, só pode ser Santarém, disse ele. Eu, ao contrário pensei, não pode ser, JÁ? Eu que tinha feito tantos planos para esta viagem, nem me dei conta do tempo passar. Pudera, com personagens como estes, não precisamos de mais nada.

Terras alagadas pelo Rio Amazonas, próximo à Santarém - PA

Terras alagadas pelo Rio Amazonas, próximo à Santarém - PA

Brasil, Pará, Santarém, Óbidos, Rio Amazonas, Rio Negro, Óbidos, Luiz Afonso, Rio Solimões, Parintins, Juriti

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Blog do Rodrigo Mosaico de redes coloridas no barco Luiz Afonso, a caminho de Santarém

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