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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Florestas verdejantes e rios formam o cenário da Carretera Austral na região de La Junta, no sul do Chile
Continuamos hoje nossa jornada para o norte através da Carretera Austral, no Chile. A ideia era fazer um percurso mais curto, menos de 200 km, e assim termos tempo para outras atividades. Saímos de La Junta e viajamos até Chaitén, a cidade que foi quase totalmente destruída por um vulcão em meados de 2008.
Nossa pousada em La Junta, na carretera Austral, sul do Chile
Um bom trecho da estrada, hoje, foi de rípio novamente. Asfalto, agora, só ao norte do parque Pumalin, no último trecho da Carretera Austral. O número de ciclistas diminuiu bastante comparado ao que víamos no trecho mais setentrional da Carretera. Em compensação, aumentou o número de carros e também de caronistas. Muita gente vem conhecer as atrções da parte norte dessa famosa estrada no dedo. Nós fizemos a nossa parte e demos carona ontem e hoje também. Estudantes de outros continentes e nacionais, todos com suas mochilas coloridas em busca de natureza e aventura. Vieram ao lugar certo!
Por aqui, estamos em um “mar verde”, florestas viçosas para todos os lados, cortadas por rios e lagos. Ao fundo, sempre as montanhas. Não há como negar que ainda é uma região onde a natureza reina absoluta e podemos sentir isso no ar que respiramos. Apenas aqui e ali, uma casinha ou outra. Mas estamos indo para o norte e isso vai mudar.
Florestas verdejantes e rios formam o cenário da Carretera Austral na região de La Junta, no sul do Chile
Ponte estreita na Carretera Austral, região do lago Yelcho, no sul do Chile
Não demorou muito e já passávamos pelo belíssimo lago Yelche, paraíso de pescadores. Eles alugam algum chalé na frente do lago e passam dias, até semanas, fazendo seu esporte predileto. Não é muito a nossa praia e, para nós, foi só a oportunidade de mais uma dezena de fotos. Depois, pé na estrada novamente.
O lago Yelcho, entre La Junta e Chaitén, na Carretera Austral, sul do Chile
O lago Yelcho, entre La Junta e Chaitén, na Carretera Austral, sul do Chile
Nossa primeira parada de verdade foi nas Termas de Amarillo. Região de vulcões, sempre há termas também. Aliás, a mais cara e chique do país também está aqui perto. São as Termas de Puyuhuapi, mas frequentá-las não é para qualquer um. A maioria dos visitantes vêm em pacotes de até três dias, chilenos abonados de Santiago e outras cidades grandes. É possível fazer uma visita de um dia, mas só se houver espaço e se quiser gastar bastante. Nós preferimos ir conhecer a versão mais popular mesmo, as Termas de Amarillo, acessadas por um desvio da Carretera Austral uns 20 km antes de Chaitén.
Muitas obras de manutenção ao longo da CArretera Austral, no sul do Chile
A Fiona enfrenta o rípio da Carretera Austral na região de La Junta, no sul do Chile
Não sei se porque não era fim de semana, o fato é que quase não havia gente por lá e foi um ótimo investimento que fizemos, de tempo e de dinheiro. Há uma piscina ladrilhada e com água bem limpa (filtrada) e duas outras menores, naturais. As piscinas naturais são menos atrativas, mas a água é mais quente por lá e é só uma questão de nos acostumar com o chão de areia e barro e a água escura. De qualquer maneira, sempre podemos voltar para as águas claras da piscina maior. Foram duas horas de relaxamento e conversa com outros frequentadores. É até mesmo possível alugar algum chalé na propriedade e dormir por lá. Dizem que o banho sob a lua cheia e no meio da mata densa é ainda mais relaxante!
O prédio da "administração" das Termas del Amarillo, perto de Chaitén, no sul do Chile
Regras para o uso das piscinas nas Termas de Amarillo, perto de Chaitén, no sul do Chile. Nada de namorar ou fazer xixi dentro das piscinas!
Mas nós resolvemos seguir aquele finalzinho de estrada até Chaitén. Primeiro, porque precisávamos reservar nosso espaço nas balsas de amanhã. Esse trecho final da Carretera Austral, na região do parque Pumalin, tem duas passagens de balsa, uma delas bem longa. Reservar o lugar do carro é essencial. Além disso, ainda queríamos ir caminhar pelo vulcão que, poucos anos atrás, mudou por completo a vida dos moradores dessa cidade.
Piscina tratada de águas termais nas Termas del Amarillo, perto de Chaitén, no sul do Chile
Piscina natural de águas termais nas Termas del Amarillo, perto de Chaitén, no sul do Chile
No dia 2 de Maio de 2008 o vulcão Chaitén, a pouco mais de 10 km da cidade, despertou depois de um sono de 10 mil anos. Aliás, com exceção de alguns vulcanólogos, ninguém nem sabia que aquela montanha era um vulcão. Ele despertou com fúria e uma evacuação da cidade foi ordenada. Primeiro, voluntária, pois muitos moradores queriam ficar e apostar a sorte. Depois, quando a situação piorou, foi obrigatória mesmo e Chaitén virou uma cidade fantasma, seus 4.500 habitantes evacuados para Puerto Montt e outras cidades próximas. A coluna de fumaça do vulcão atingiu incríveis 25 km de altura e suas cinzas cruzaram os Andes e se espalharam por toda a patagônia, chegando até Buenos Aires.
A nova praia criada pela erupção vulvânica do vulcão Chaitén, no sul do Chile
Cinzas e entulho vulcânico que destruíram a antiga cidade de Chaitén, no sul do Chile
Mas o pior ainda estava por vir. Tanta cinza caída acabou por fazer uma barragem natural no Rio Blanco que, ao romper, criou um “lahar”, uma onda gigantesca de barro que inundou e destruiu boa parte da cidade. Felizmente, mesmo os mais teimosos já haviam sido evacuados. Quando o vulcão se acalmou, o governo central resolveu mudar a cidade de lugar, reconstruindo-a 10 km mais ao norte.
A nova cidade de Chaitén, ao longo da Carretera Austral, no sul do Chile
Mas os habitantes originais não gostaram da ideia. A parte norte da cidade original não havia sido destruída e para lá voltaram os moradores. O governo insistiu, mas os habitantes teimaram. Hoje, parece que eles são os vencedores e Chaitén continua onde sempre esteve. Quer dizer, ao menos, metade dela. A antiga avenida litorânea já não é mais tão litorânea assim. O rio mudou seu curso e criou uma nova praia, o mar já bem mais distante. Para quem chega ali pela primeira vez, como nós, logo percebe que há algo errado naquela praia cheia de pedras e entulho. Não demoramos muito para entender. Outra cena chocante é ver o lado sul do rio. Ali estava a outra metade da cidade, agora sob escombros e muita lama. A gente consegue perceber alguma coisa ou outra que, algum dia, já foi uma construção.
Estrada atravessa pista de aeroporto na região de Chaitén, no sul do Chile
Mas a força do vulcão e os efeitos da erupção são ainda mais claros na própria área onde ele hoje descansa tranquilo. E foi para lá que seguimos, pois nos últimos anos foi aberta uma trilha que leva até a boca do monstro. Fica dentro do parque Pumalin, outra das vítimas da erupção. Mal podíamos nos conter para chegar lá...
Chegando ao Parque pumalin, no norte da Carretera Austral, sul do Chile
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