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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Na praia do fim do fim do fim da estrada, região de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Mesmo sem muitas esperanças do tempo melhorar, partimos para nossas explorações da Península do Kenai, a região à sudoeste de Anchorage que é um verdadeiro playground dos habitantes da maior cidade do Alaska. Na verdade, havia uma luz no final do túnel, ou pelo menos no meio dele, pois os sites de previsão (que costumam acertar tudo por aqui) diziam que no dia 17 não choveria, inclusive com alguns períodos de céu claro. Para o dia 16 e dia 18 em diante, os prognósticos eram desanimadores...
A bela paisagem no caminho para Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Ontem, dia 16, eles acertaram direitinho. Tempo nublado e frio entremeado de chuvas. Mesmo assim, a estrada é muito bonita, passando ao largo de fiordes, cruzando montanhas nevadas e passando por um vale que costuma registrar ventos fortíssimos. Na época certa, que não é agora, pode-se até ver baleias beluga nadando nos fiordes. Mas com esse frio e chuva, nem elas se animam muito.
Dia nublado, especial para fotos em PB, em Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Bom, o tempo podia estar ruim do lado de fora da Fiona, mas do lado de dentro estava muito confortável. Ela deslizou através dos ventos fortes e nos levou são e salvos até a cidade de Homer, no extremo sul da península. Ali, com a fome apertando, deixamos o hotel para depois e seguimos até a pontinha de uma longa ponta de areia e pedras que se estende fiorde adentro por quase cinco quilômetros (uma antiga “moraine” de uma geleira desaparecida faz 10 mil anos), onde encontramos um delicioso restaurante, com vista para o mar e para as montanhas escondidas atrás das nuvens.
Dia nublado, especial para fotos em PB, em Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Sabemos disso porque, no decorrer do almoço, as nuvens se afastaram um pouco e as tais montanhas e suas geleiras apareceram, mostrando o quão grandiosa era a paisagem. Aproveitamos a melhora no tempo para caminhar um pouco pela praia de pedras da “spit”, que é o nome em inglês dessa ponta que entra mar adentro. Com o tempo tão nublado, tudo ganhava tons acinzentados, paisagem e luz ideais para uma sessão de fotos em preto e branco, bem com a cara do dia!
Maré baixa em praia de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Voltamos para o centro, achamos um hotel ao lado do hidroporto de onde saem os hidroaviões em direção a Katmai e aí ficamos até o dia seguinte. Katmai, do outro lado do fiorde, é o Parque Nacional onde se tiram aquelas fotos mais famosas de ursos, quase o símbolo do Alaska. Estou falando daquele rio em que os grizzlies se posicionam ao lado das cachoeiras e corredeiras de um rio e abocanham em pleno ar os salmões que tentam seguir rio acima, para seu local de desova. O único meio de acesso é por hidroaviões e na temporada, centenas de turistas desembolsam algumas centenas de dólares para assistir a este espetáculo, no conforto e segurança de um mirante ao lado do rio. Ali, passam horas se maravilhando com as dezenas de ursos em raro momento de convivência pacífica, pois tem salmão para todo mundo.
O belo fiorde onde está Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Vimos essas fotos em diversos cartazes espalhados pelas Oficinas de Turismo de todo o Alaska. Além disso, dez entre dez documentários sobre ursos ou sobre o Alaska também mostram essa cena. Infelizmente, são somente essas ”lembranças” que levaremos para casa, já que o mau tempo e o alto preço do passeio nos desestimularam a fazer o investimento. Além disso, ainda vamos passar em outros rios com ursos, aqui no Alaska. Sem a famosa cachoeira, mas com algumas corredeiras também.
A belíssima região de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Hoje o dia amanheceu mais promissor, conforme a previsão. Como já havíamos desistido de Katmai, o programa foi dirigir pelas estradas cênicas aqui da região. E começamos justamente pela que mais me interessava, a estrada do fim do mundo. Como todo mundo já sabe (pelo menos, quem lê o 1000dias.com sabe, hehehe), a maior estrada do mundo é a Rodovia Panamericana, que liga a Patagônia ao Alaska. Mas, e aqui no Alaska, para onde ela vai? A resposta é discutível. A Rodovia Panamericana, desde a Columbia Britânica, no Canadá, se confunde com a Alaska Highway. Pouco depois de entrar no Alaska, em Delta Junction, a Alaska Highway termina oficialmente, bifurcando-se: um lado para Fairbanks e o outro para Anchorage. Quando nós viemos para o Alaska, seguimos para Fairbanks. A partir dessa cidade, a rodovia muda de nome e segue para o norte, até Prudhoe Bay, já na costa do Oceano Ártico. Nós seguimos até a metade desse caminho e, para muitos, esse seria o final da Rodovia Panamericana.
Uma das muitas geleiras na região de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Mas existe também outra opinião. Como na bifurcação em Delta Junction, o ramo principal da estrada segue para Anchorage, esse sim seria a continuação da Rodovia Panamericana. Aliás, é a mesma estrada (mesmo número, a 1) que entra no Alaska e vem para Anchorage. Seria aí o fim? Não! A rodovia 1 segue em frente, entra na Península do Kenai e chega até Homer, onde estamos! A 1 acaba na cidade, mas a estrada continua, com o nome de “East End Road”. Foi por aí que seguimos, contornando o fiorde e nos maravilhando com as montanhas e geleiras ao seu redor. O asfalto terminou, mas uma estrada de terra seguia em frente. Finalmente, chegamos a uma placa que dizia: “Não continue! Daqui para frente, a estrada não tem manutenção!” Nós seguimos em frente. A estrada descia uma enorme ribanceira, própria para carros tracionados e chega a uma praia. Pronto, este é o fim do fim do fim da estrada! Chegamos ao final da Rodovia Panamericana!
A fiona chega ao fim do fim do fim da estrada, na região de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Passeio na região de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
O cenário não poderia ser mais propício. Uma praia de pedras ao lado de um fiorde maravilhoso. Ao fundo, picos nevados separados por geleiras titânicas. Típica paisagem do limite da civilização. Para o lado de lá, a natureza bela e selvagem. Para o lado de cá, quase 50 mil km de estradas até a Terra do Fogo. Foi emocionante ter estado aí, com a nossa Fiona linda ao nosso lado, um ar meio blazè diante da importância daquele momento.
Admirando o mar de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Delicioso entardecer em praia de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Sem dúvida, esse foi o ponto alto da nossa visita a Homer, mas ouve outros também. Percorremos várias estradas cênicas por ali, sempre em meio a nomes russos que batizam praias, estradas e estabelecimentos. Lembrança constante que esse pedaço da América quase já foi Ásia e que, se não fosse pelo excelente negócio realizado pelos EUA em 1867, hoje, ao invés de dizer “Good morning”, “Thank you”, “Please” ou “Beer” (as principais expressões de qualquer língua!), teria de apender a falar “Dobroye utro”, “Spasibo”, “Pajalusta” e “Piva”.
Influência russa nos nomes dessa região do Alaska (em Homer, na Península do Kenai)
A cidade de Homer e sya londa "spit", na Península do Kenai, no sul do Alaska, vistos do alto do mirante
Subimos no alto do morro nas costas da cidade e daí pudemos admirar a “spit” entrando pelo fiorde. Magnífica! Lá de cima, parece tão pequena, principalmente quando comparada com a paisagem infinita ao seu redor. Mas quando descemos lá outra vez e voltamos à mesma praia de pedras de ontem, agora com o tempo bem melhor, não tem nada de pequeno não! Outra vez, caminhamos pela praia, sentimos o cheiro delicioso do mar e revimos o Oceano Pacífico, tão gelado aqui em cima. A última vez tinha sido na Baja California, onde a água já era fria, mas permitia um banho. Aqui, nem pensar! Mas as gaivotas, essas eram as mesmas. Seja no Pacífico, seja no Atlântico, seja no sul, seja no norte, elas estão sempre na praia. “Êta passarinho encardido, sô!”, como diriam lá na minha terra, que nem mar tem.
As gaivotas estão em toda a América. Até em Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Perseguindo gaivotas em praia de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Não foi só o tempo que mudou com relação a ontem. A maré também. E as marés do Alaska estão entre as maiores do mundo. A prova viva estava ali na nossa frente. Os mesmos locais fotografados pareciam de planetas diferentes. É por isso que esses fiordes sustentam uma vida tão variada, tanto de água doce como de água salgada. Na maré baixa, prevalece a influência dos rios que descem continuamente das geleiras, trazendo água limpa, nutritiva e gelada. Na maré alta, é o mar que domina. Um encontro de ecossistemas que atrai a migração de peixes, pássaros e mamíferos aquáticos de todas as partes.
Maré baixa na praia do Farol em Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
Maré baixa na praia do Farol em Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
É, o Alaska é mesmo especial e a Península do Kenai, mesmo para padrões “alaskianos”, se destaca. Hoje, pudemos ver e entender um pouquinho disso tudo, com a ajuda de São Pedro. Aproveitamos ao máximo, pois amanhã o dia será feio. Mesmo assim, vamos para o outro lado do Kenai, para a cidade de Seward. Vamos ver...
Barco navega pelo fiorde de Homer, na Península do Kenai, no sul do Alaska
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