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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Visita ao Museu de Direitos Humanos em Santiago, no Chile
Ontem nosso avião partiu no começo da tarde de Hanga Roa, na Ilha de Páscoa, mas só chegamos a Santiago de noite. Além das mais de quatro horas de voo, ainda tinha o fuso horário para descontar. Mas fomos muito bem recebidos pela Maria Ester em sua casa, onde também nos esperava a Fiona, já de vidro novo, surpresa preparada pelo Pablo (ver post aqui).
Com a Maria Esther, a mãe do Pablo, que nos recebeu em casa e guardou a Fiona por lá enquanto viajávamos para a Ilha de Pascoa
Durante o voo, não perdi minha segunda chance de ver o filme “No!”, que trata do plebiscito acontecido no Chile no ano de 1988 e que decidiu sobre a continuidade ou não no poder, para mais um longo termo presidencial, do general Augusto Pinochet. Este senhor havia chegado ao poder 15 anos antes, mais precisamente no dia 11 de Setembro de 1973, em um dos mais sangrentos golpes militares já ocorridos no nosso continente.
Visita ao Museu de Direitos Humanos em Santiago, no Chile
Uma das primeiras vítimas do golpe militar foi o próprio presidente na época, Salvador Allende, morto no própria sede de governo do país, o Palacio de La Moneda. Mas ele não foi o único. Ao longo dos quinze anos seguintes, mas principalmente no início, foram assassinadas mais de 3 mil pessoas, entre quase 40 mil vítimas de torturas e prisões arbitrárias. Para termos uma noção da escala da violência, o número de mortes foi mais de seis vezes superior ao ocorrido no Brasil durante nossos governos militares. Considerando que a população do Brasil é aproximadamente doze vezes maior que a do Chile, uma simples conta de padeiro nos diz que a ditadura chilena foi 72 vezes mais violenta do que a nossa.
Andando de metrô em Santiago, no Chile
Pudemos sentir isso um pouco mais de perto hoje, quando fomos visitar um museu em Santiago dedicado à Memória e aos Direitos Humanos. É simplesmente chocante acompanhar o que acontecia naqueles anos de chumbo. A primeira vez que visitei o país foi apenas dois anos após o general deixar o poder político (ainda controlava o exército) e lembro-me muito bem da tensão no ar. Enfim, ainda é um episódio muito recente.
Andando de metrô em Santiago, no Chile
De qualquer maneira, também é preciso reconhecer que o governo militar teve alguns logros, principalmente econômicos. A economia chilena dos anos 80 era infinitamente superior ao caos que vivia o país nos anos que precederam o golpe, quando o governo estatizou diversos setores da economia. A reação de setores mais conservadores à época praticamente pararam o país, com greves por todo o lado, inflação e quase um caos social. Nos anos seguintes ao golpe, sem permitir a ação da oposição ou de greves, Pinochet implementou reformas liberais sobre a batuta de economistas da escola de Chicago e o resultado foi transformar o Chile num modelo de economia na América Latina. Críticos dizem que o país enriqueceu, mas a riqueza não estava distribuída, aumentando muito a distância entre as classes sociais.
Enfim, não vou entrar nessa discussão, mas o fato é que o tal plebiscito retratado no filme foi bem acirrado, a opção pelo “não” vencendo com quase 55% dos votos. Foi uma disputa entre aqueles que defendiam as conquistas econômicas e a ordem social contra os que pediam um futuro de liberdades e pluralidade. Felizmente, a campanha pelo “Sim”, que tentou difundir o medo de uma “volta dos terroristas” foi derrotada. Para surpresa de muitos, a ditadura reconheceu sua derrota e tirou seu time de campo. Por muito tempo, a justiça chilena não ousou chegar perto de Pinochet, que acabou preso e humilhado na Inglaterra, a pedido de um juiz espanhol. De nada adiantou a ajuda de sua amiga e aliada Margaret Thatcher. Muita confusão jurídica depois, o velhinho foi definhando até morrer.
Almoço em delicioso restaurante do bairro Providencia, em Santiago, capital do Chile
Mas nossa volta a Santiago não tratou apenas desse período conturbado da história chilena. Não. Também fomos passear numa parte mais chique da cidade, no bairro de Povidencia. A Fiona continuou guardada e segura no quintal da Maria Ester enquanto a gente se locomoveu de metrô mesmo. O último havia sido nos Estados Unidos!
Almoço em delicioso restaurante do bairro Providencia, em Santiago, capital do Chile
Fomos a um centro comercial e fizemos compras para repor o que nos foi roubado na praia de Totoralillo. Basicamente, equipamento de camping e uma máquina fotográfica mais compacta. Lá se foram 1.200 dólares enquanto que os desgraçados que nos roubaram, duvido que tenha vendido tudo por mais de 120 dólares. Enfim, estamos loucos para começar a acampar novamente para testar o novo equipamento. A câmera nova, uma Canon, essa já está em uso nesse post mesmo!
Almoço em delicioso restaurante do bairro Providencia, em Santiago, capital do Chile
Depois das compras, um delicioso almoço tardio num restaurante do bairro. Comemos na calçada mesmo, acompanhando o movimento da burguesia ao nosso redor. Um bom vinho chileno para comemorar nossa volta ao continente e a inesquecível temporada na Ilha de Páscoa. E um brinde especial ao publicitário retratado no filme que ajudou a vitória do No!
Festa de aniversário na casa da Marias Ester, em Santiago, no Chile
Essa não foi a única celebração do dia. Quando chegamos de volta à casa da Maria Ester, havia uma festa de aniversário de um neto seu. Como o meu próprio aniversário havia sido pouco dias atrás, também disseram que a festa era minha, com direito a bolo e tudo! Para me sentir mais em casa ainda! Foi joia! Nossa última noite chilena nessa etapa, já que amanhã voltamos à Argentina, rumo a Buenos Aires e aos mares gelados do sul. Para o Chile regressaremos, mas vai ser lá no extremo sul do país. Nossas aventuras por aqui não terminaram!
Com a Maria Ester em sua casa em Santiago, no Chile
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