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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Depois de tanto tempo, de volta à califórnia, nos Estados Unidos
No dia 26 de Março desse ano, nós entrávamos nos Estados Unidos com a Fiona pela primeira vez. Foi na fronteira Tijuana/San Diego e o post está no arquivo contando a história dessa epopeia. San Diego está no sul do estado da Califórnia, estado que tem encantado brasileiros por gerações, principalmente surfistas e amantes da vida mansa. Passamos quase duas semanas explorando o sul do estado, diversos parques nacionais e algumas cidades antes de deixar o estado rumo à Las Vegas, onde tínhamos um encontro marcado.
Nosso caminho de hoje. Infelizmente, nem o Google Maps tem as pequenas estradas de terra que passamos para chegar mais diretamente as cavernas do Oregon (B)
Sete meses mais tarde, após uma enorme volta por todo o país, incluindo o Alaska, viajar pelo Canadá, fazer um tour pelo Caribe e ir conhecer os rincões gelados da Groelândia e Islândia, hoje era o dia de voltarmos ao Golden State. Mas dessa vez chegaríamos pelo norte, vindos do Oregon, sem complicações de fronteira. O que não mudou foi a trilha musical que embalou esse momento, a deliciosa música de Lulu Santos, “Garota, Eu Vou Prá Califórnia”.
O gerente do nosso motel em Ashland, que consertou o computador da Ana (sul do Oregon, nos Estados Unidos)
Mas antes disso, ainda tínhamos uma programação pelo sul do Oregon! Pela manhã, saímos da simpática, teatral e colorida Ashland. Uma foto de despedida do gerente do nosso motel que ontem, com toda a simpatia, consertou o computador da Ana, tomado por um irritante e teimoso vírus. Enquanto passeávamos por entre as árvores coloridas da cidade, o computador foi vacinado e já está pronto para ir até a Argentina! E nós, prontos para o dia de viagem!
A bela região onde está o Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Saímos em direção ao Oregon Caves National Monument, uma região famosa por suas cavernas. Mais interessante que o próprio parque foi o caminho para chegar até lá. Nada de autoestradas que davam uma longa volta! Nosso GPS resolveu seguir pelos atalhos, estradas rurais e caminhos que cortam a National Florest vizinha ao parque. Estradas feitas para combater incêndios, nada acostumadas a receber turistas brasileiros dirigindo seu carro nacional, hehehe. As raras pessoas que cruzamos nesse caminho completamente perdido do mundo devem ter se perguntado de onde a gente tinha aparecido! Mas, enfim, mesmo por aquele emaranhado de estadas de terra subindo montanhas e descendo desfiladeiros, a Fiona nos levou direitinho até a entrada do parque! Tração aqui e ali, para vencer trechos com neve ou gelo, no meio de matas de pinheiros, o que importa é que chegamos ao nosso destino, provavelmente no mesmo tempo que levaria dando a longa volta asfaltada.
Fechado para a estação, Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Era o dia da eleição no país, deputados, senadores, governadores e o presidente sendo escolhidos pelo voto de 200 milhões de pessoas. Por aqui, dia de eleição é feito numa terça-feira, dia normal de trabalho. Mesmo assim, algo nos dizia que o parque não estaria aberto. Pois é, não estava mesmo! E nem podemos colocar a culpa no Obama ou no Romney. Não, a culpa é de São Pedro, que inventou as estações. O parque havia fechado no último final de semana e será reaberto somente em Março do ano que vem. Para nós, meio difícil de esperar...
Centro de visitantes vazio e fechado no Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Bom, na verdade, não é o parque que fecha. Os parques nacionais americanos ficam abertos o ano inteiro. O que fecha é a infraestrutura: restaurante, centro de visitantes, lojas e, o mais chato de tudo, as estradas. Fecham para os carros, mas quem quiser entrar andando, vai conseguir. O problema é que, muitas vezes, as atrações estão dezenas de quilômetros parque adentro e caminhar até elas não é uma boa opção. Principalmente com neve caindo na cabeça!
Caverna fechada no Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Seria o caso desse parque daqui, em anos normais. O Park Ranger que encontramos nos disse que, normalmente, já teríamos uns trinta centímetros de neve no chão nessa época. Porém, não neste ano! Mas não importa! Regras e prazos existem para serem cumpridos e a estrada estava fechada. O que, nesse pequeno parque, não importa muito. São menos de 500 metros de caminhada da cancela até a caverna principal. Pois é, cavernas, esse foi o problema! Elas fazem parte da “infraestrutura” e só podemos entrar acompanhados de um guia, em tours com hora marcada. E o próximo tour está marcado para Março!
Respirando o ar puro das montanhas do Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Paciência! A caverna estava fechada, mas éramos livres para percorrer as trilhas acima da terra. Escolhemos uma delas, justamente aquela que nos levaria para o alto, para termos uma visão geral da região. No caminho, painéis explicativos nos ensinam sobre a geologia, a história das montanhas e o processo de formação das cavernas. Sempre fico impressionado com a quantidade de conhecimentos que a humanidade já tem dos processos naturais em nosso planeta e o quão antigo rochas e montanhas podem ser. Aqui, por exemplo, tudo começou abaixo do mar. Bactérias, no seu processo de sobrevivência, foram retirando cálcio da água do mar e formando corais e recifes, ao longo de milhões de anos. Uma reviravolta no movimento das placas tectônicas e esses corais vão parar embaixo da terra, sob a pressão d algumas bilhões de toneladas. Eles se recristalizam, formando mármore. Novo choque de placas, o oceano escorre para o lado, o mármore se levanda da terra e forma a base de uma montanha. Outros milhões de anos de ação da erosão, lençõeis freáticos e o frio e calor das estações, as pedras racham, dão passagem a rios subterrâneos que formam galerias. Os rios afundam ainda mais, e as galerias, agora vazias, são cavernas para serem exploradas pelo mais novo animal do planeta, o bicho-homem! Pelo menos aqui nesse parque, não no inverno, mas na primavera, a partir de Março!
Visita ao Oregon Caves National Monument, no sul do estado, nos Estados Unidos
Assim, depois de muito aprender sobre rochas metamórficas, ígneas ou sedimentares, mas sem ver as cavernas por dentro, seguimos caminho para o próximo destino, a Califórnia! A ideia era recomeçar nossas andanças pelo terceiro maior estado americano (depois do Alaska e do Texas) pelo norte, pelo Redwood National Park.
Estrada de terra corta o Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Pois foram exatamente essas gigantes que nos deram as boas vindas depois de 7 meses fora da Califórnia. O parque nacional se estende por boa parte da região costeira ao norte do estado e a principal cidade-base é Crescent City. Para lá seguíamos já no fim de tarde quando tivemos a chance de deixar a estrada principal de lado e tomar uma estrada alternativa, de terra, que cortava um dos trechos do parque.
Um magnífico exemplar de Redwood, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Quase já não havia luz, principalmente abaixo daquela floresta de árvores gigantes. As Redwoods, primas das Sequoias que já conhecemos, são as mais altas árvores do planeta, ultrapassando com facilidade a marca dos 100 metros de altura. Não são tão “gordas” como suas parentes e, apesar do nome, também não são tão vermelhas. O “vermelho” do nome vem da cor da madeira no seu interior, que não conseguimos ver. A grossa casca que a protege (“bark”, em inglês) de todos os insetos, parasitas e até incêndios tem vários tons de cinza, do mais claro ao mais escuro, e faz dessas gigantes um ser praticamente imortal. Não é a toa que chegam a viver mais de 2 mil anos!
A Fiona fica pequena perto das árvores do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Então, bem no final de tarde, passando por entre essas gigantes, praticamente sós naquele parque, tivemos nosso momento de magia nesse dia que nos trouxe de volta ao ponto inicial de nossa viagem pelos Estados Unidos. Parece ter sido ontem quando estivemos entre as Sequoias! E hoje, entre as maravilhosas Redwoods! Foi fantástico! Já no escuro, chegamos à Crescent City, ansiosos para que o dia raie novamente. Amanhã, vamos ver o parque com a ajuda do sol. Essa tarde foi apenas o aperitivo entre as silenciosas e imponentes Redwoods!
Nossa primeira árvore gigante no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
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