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Galopando Ladeira Acima

Colômbia, Cali, San Agustín

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


Voltamos aos cavalos hoje. A Ana tinha feito um passeio na "avenida dos vulcões", no Equador, enquanto eu subia o Chimborazo. A minha última vez tinha sido na região de Salta, na Argentina. Hoje, estávamos os dois juntos novamente, subindo e descendo as serras da bela região de San Agustín, na Colômbia.

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


São vários os atrativos do passeio. A começar pela própria maneira de fazê-lo: à cavalo! É a melhor maneira de se locomover no terreno acidentado da região, um morro atrás do outro. No percurso, muitas plantações do mais afamado café do mundo e algumas fazendas onde se encontraram mais tótens de pedra, inclusive os únicos coloridos que foram achados até hoje. Além disso, passamos também por um local onde há uma conhecida senhora que lê o calendário maia para nós.

Cruzando com vacas assustadas durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Cruzando com vacas assustadas durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


A primeira boa surpresa foram os cavalos. Estava esperando uns pangarés, mas eis que foram os cavalos mais fortes sobre os quais já cavalguei. O meu, o Relâmpago, queria marchar (andar rapidamente) o tempo todo e não podia ver uma ladeira à sua frente que já começava a galopar. Foram uns quinze quilômetros neste ritmo. Impressionante! Galopar ladeira acima a mais de 2 mil metros de altitude carregando 75 quilos nas costas... que saúde! Já o cavalo da Ana, era um pouco mais preguiçoso. Mas com o nosso guia Ricardo atrás dele dando umas cutucadas, veio no ritmo do Relâmpago todo o tempo. Nossa... com a minha (pouca) experiência de cavalgadas nas fazendas de Ribeirão e montanhas de Poços de Caldas, nunca tinha visto cavalos tão resistentes!

Visitando totens de pedra milenares durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Visitando totens de pedra milenares durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


A nossa primeira parada foi numa fazenda com alguns belos tótens de pedra e, ali mesmo, aprendermos um pouco sobre o calendário maia. Com a nossa data de nascimento em mãos, a senhora nos deu uma aula sobre o calendário, discorrendo sobre o momento em que estamos passando. A Ana é o "Sol Rítmico", traz a luz e a vida por onde passa (acertou em cheio, hehehe!) enquanto eu sou o "Dragão Lunar". Bom, para quem não liga para horóscopo ou chacras, o calendário maia foi mais um a entrar neste grupo. Mas a Ana ouviu atentamente e percebeu vários acertos na análise da senhora. Os erros, esses a gente não lembra...

O Calendário Maia (em San Agustín, na Colômbia)

O Calendário Maia (em San Agustín, na Colômbia)


Consulta ao Calendário Maia, em San Agustín, na Colômbia

Consulta ao Calendário Maia, em San Agustín, na Colômbia


De volta aos fortes cavalos, foi um sobe e desce de morros, passando por várias plantações de café. À cavalo, passando ao lado de cafezais, que saudade da infância e das desaparecidas plantações de Ribeirão, substituídas todas por uma sem-graça cana-de-açúcar. E aqui, além de tudo, café de serra, sempre uma bela vista pela frente. Não é à tôa que o café cresce gostoso e sadio.

Plantação de café nas montanhas de San Agustín, na Colômbia

Plantação de café nas montanhas de San Agustín, na Colômbia


Os únicos tótens de pedra coloridos em San Agustín, na Colômbia

Os únicos tótens de pedra coloridos em San Agustín, na Colômbia


Próxima parada, a fazenda com os incríveis tótens coloridos, amarelo, vermelho e negro. De alguma maneira, aqui os pigmentos foram preservados, enquanto nos outros toda a cor se foi. Pelo menos, é o que se imagina. Com cores, eles ganham ainda mais vida mas, ao mesmo tempo, já não parecem ser tão antigos e misteriosos. Não sei qual me impressiona mais. Para tentar solucionar essa dúvida cruel, nada como uma cervejinha não tão gelada (infelizmente) num botequinho ali do lado.

Pausa para cerveja gelada durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Pausa para cerveja gelada durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


Muito quilômetros de galopes, curvas, subidas e descidas depois, chegamos ao final do passeio. Bem em tempo de fazer o check-out do hotel, almoçarmos deliciosamente uma tradicional carne de cerdo no Richards (uma das melhores da nossa vida!) e iniciarmos nossa longa viagem do dia.

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia


Mas começamos em sentido contrário, indo primeiro para um lugar chamado "Estrecho". Um dos rios mais importantes do país é o Rio Magdalena, que não nasce longe daqui, mas já tem bastante água quando chega em San Agustín. Esse rio corta a Colômbia de sul à norte, entre as cordilheiras Ocidental e Central, desembocando no Mar do Caribe lá perto do Panamá. Pois bem, lá no Estrecho, seu leito se reduz à meros dois metros de largura, boa parte da água passando sob as pedras, de forma subterrânea. Os nossos novos amigos de ontem recomendaram muito que fôssemos dar uma olhada e assim fizemos, apesar do adiantado da hora e da longa estrada pela frente.

Visita ao 'Estrecho', ponto onde o leito do poderoso rio Magdalena se estreita a apenas dois metros! (em San Agustín, na Colômbia)

Visita ao "Estrecho", ponto onde o leito do poderoso rio Magdalena se estreita a apenas dois metros! (em San Agustín, na Colômbia)


Valeu à pena! Local de rara beleza! Muito nos lembrou dos belos rios que temos nas nossas Chapadas. Mas aqui não tínhamos tempo para nadar. Voltamos para San Agustín e de lá de volta para a estrada que fizemos ontem, para Popayan. Uma última parada numa cachoeira famosa com mais de 150 metros de altura, ao lado de mais plantações de café e banana (muitas vezes, estão misturadas!) e finalmente pude acelerar na estrada velha conhecida. Não queria dirigir ali de noite. Já conhecedora do caminho, a Fiona foi mandando ver, mas chegamos a um ponto onde a estrada estava interrompida para obras. Quase uma hora de espera e não teve jeito: escureceu mesmo antes de chegarmos à Popayan.

Rio Magdalena na região de San Agustín, na Colômbia

Rio Magdalena na região de San Agustín, na Colômbia


Café e banana, combinação comum na região de San Agustín, na Colômbia

Café e banana, combinação comum na região de San Agustín, na Colômbia


Bom, o que não tem remédio, remediado está. Com paciência, chegamos à Popayan e de lá continuamos para Cali, pouco mais de uma hora à frente. Aí, seguindo o instinto da Ana, fomos nos instalar no centro novo da cidade (separado do velho por um rio), no hostal Iguana. Muito popular entre os mochileiros que chegam por aqui, administrado por suiços, clima jovem e familiar ao mesmo tempo. Apesar do cansaço, ainda tivemos o pique de sair para uma balada num bar de rock ali perto. Adoramos o bar e tivemos nosso primeiro contato com o rock colombiano. Mal sabíamos que esse primeiro contato era apenas o começo...

Visitando totens de pedra milenares durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Visitando totens de pedra milenares durante passeio à cavalo em San Agustín, na Colômbia

Colômbia, Cali, San Agustín, cavalo, arqueologia

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