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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Ao lado de paredão colorido no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
SaÃmos cedo de Paulo Afonso em direção à Pernambuco, passando por Alagoas e bem ao lado da fronteira de Sergipe. Imagino que essa tenha sido a nossa despedida final de todos esses estados, pelo menos durante esses 1000dias. Aliás, despedidas não faltaram essa manhã. Ao cruzar a ponte entre Bahia e Alagoas, deixamos para trás também um velho companheiro de viagens, o rio São Francisco. Boas lembranças e muitas fotos desse rio nos acompanharão. Depois, alguns quilômetros à frente, deixamos para trás a estrada que daria acesso ao vizinho e próximo estado de Sergipe. Olhamos para ela uma última vez, garganta apertada, pensando no nosso celular que lá ficou, nas mãos de Lampião. Nesses quase 280 dias de viagem ele sempre nos ajudou, como telefone, máquina fotográfica e meio de acesso à internet. Vai deixar saudades... Por fim, quem ficou para trás foi o estado das Alagoas. Mais uma vez, uma estrada em boas condições nos levou através do sertão e da caatinga, grandes pontes sobre grandes rios temporários. Um cenário que, de alguma forma, sempre me traz um sentimento de nostalgia. Hmmm... acho que é o ano que termina que me faz ficar mais suscetÃvel à saudades e nostalgias. Ou então, o distante sangue português...
Leiro quase seco de um rio no interior de Alagoas. Visão comum no sertão
Chegamos à pequena Buique, em pleno sertão pernambucano. O que nos trouxe aqui foi o Parque Nacional da Serra do Catimbau, logo ao lado da cidade. Eu sempre gostei de mapas e desde criança os devoro. No inÃcio da vida adulta, comecei a me interessar por "manchas verdes" nos mapas. Geralmente representam algum parque nacional ou estadual. Portanto, são uma ótima pista para lugares belos e/ou interessantes para serem visitados. Desde que comecei a viajar, há vinte anos, várias "manchas verdes" novas apareceram nos mapas. Uma destas foi exatamente esse parque aqui no meio de Pernambuco. Só isso já era motivo suficiente para, quando tivesse a chance, passar por aqui. Mas havia outro...
Morro do Cachorro, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
O nome do parque também me atraiu. "Catimbau" foi um nome muito forte na minha infância. Na fazenda da minha famÃlia, tinha um cavalo "sagrado" com esse nome. Sagrado porque eram poucas as pessoas que tinham acesso a ele. Primeiro, uma tia e depois, a irmã mais velha. Ninguém mais podia. Era um cavalo "bravo", diziam. Arisco e inteligente. O melhor marchador da fazenda e o que mais sabia "abrir porteiras". Além disso, invencÃvel nas corridas de curta distância. Nas longas, cansava. Pois bem, esse cavalo foi envelhecendo e nós também. Com o tempo, todos nós passamos a montá-lo. Mesmo assim, ele mantinha uma dignidade. Quem nasce rei, morre majestade, já diz o ditado. E esse foi o caso do Catimbau. Lembro-me que, já bem velhinho, numa última corrida de uma temporada na fazenda, ele disparou na frente como era seu costume. Eu vinha atrás, em outro cavalo mais forte, jovem e resistente. Sabia que seria uma questão de tempo ultrapassá-lo. Ledo engano. Ele se manteve firme na ponta até a cocheira. Talvez porque quem o montava era o mais leve de nós. Ou, prefiro pensar assim, para mostrar aos cavalos jovens e aos meninos que adolesciam quem ainda mandava naquela cocheira. No dia seguinte, voltamos para nossas cidades. E, antes do inÃcio da próxima temporada de fazenda, chegou a notÃcia: o Catimbau tinha se "aposentado". Partiu como rei.
Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Olha aà o espÃrito do ano que termina me influenciando novamente... Bom, a gente se instalou na pousada e fomos logo para o pequeno distrito de Catimbau, 12 km de estrada de terra. Ali encontramos o Márcio, nosso guia neste parque nacional tão pouco conhecido aà no sul/sudeste do Brasil. É uma área de canyons e montanhas, estranhas formações rochosas, pinturas rupestres e muita caatinga. Caatinga que nesta época do ano está verdinha! Cenário magnÃfico!
Com o Márcio, nosso guia no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
O Márcio é um guia excelente. ALém da simpatia, foi nos dando verdadeiras aulas de geologia e de botânica, nos apresentando para as plantas da região, seus usos medicinais e alimentares. Ficamos boquiabertos com a riqueza deste bioma. Mais boquiabertos ainda ficamos com as formações rochosas, as vistas dos canyons e das torres de pedra. Para completar, as pinturas rupestres que mostram que os povos antigos também gostavam de frequentar esse lugar especial.
Pedras que lembram o casco de tartarugas, no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Hoje estivemos em quatro lugares incrÃveis. O primeiro foi numa área onde as pedras parecem cascos de tartaruga. Enormes áreas onde elas estão todas fraturadas em forma geométrica. DifÃcil acreditar que a natureza pode ser tão caprichosa. Mas foi. Cabe aos geólogos tentar entender como isso ocorre. Há várias explicações, algumas convincentes, mas nenhuma definitiva. E assim, podemos dar asas à imaginação...
Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Depois seguimos para uma pequena toca, a Casa de Farinha, onde pudemos observar pinturas da tradição agreste. Qual seria o intercâmbio que existia entre esses povos e aqueles que viviam na Serra da Capivara, tão distante daqui, há 5 mil anos? Certamente havia trocas. Culturais, inclusive. Nossa, é tão difÃcil imaginar como seria a vida cotidiana naquela época... É sempre bom lembrar que aquela cultura que fez essas pinturas por milhares de anos não é a mesma dos Ãndios que habitavam o continente quando os portugueses chegaram. Nossos Ãndios conhecidos não faziam e não fazem pinturas rupestres. O que terá acontecido com o povo que pintava?
Admirando o Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
No alto de formações rochosas no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Depois das pinturas visitamos as Torres, enormes pináculos de rocha que se erguem no alto da serra, nas mais variadas formas. Do alto, a visão de todo o vale é maravilhosa. Assim como o é caminhar por entre esse labirinto de pedras, a cada esquina uma nova forma e uma nova visão do vale lá embaixo.
Admirado com as incrÃveis rochas coloridas do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Formações coloridas de erosão vertical no Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Por fim, descendo das Torres para o vale passamos pelos "Lapiais", uma região de barrancos e encostas coloridas, vários tons indo do branco ao preto, do amarelo ao vermelho, tudo separado em faixas e camadas, sinal de uma história geológica complexa e variada. Soma-se a isso processos de erosão horizontal e vertical e o resultado, visualmente falando, é absolutamente fantástico. Parece que estamos no meio de grandes pinturas, carregadas nas cores vivas.
Cores fortes, quase surreais, nos rochedos do Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
É um mundo magnÃfico, este que vivemos. É só sabermos para onde ir. Viva as manchas verdes no mapa. Viva os cavalos marcantes da infância. Viva o ano que se acaba e o outro que começa, trazendo mais tempo para que possamos conhecer mais manchas verdes...
Parque Nacional da Serra do Catimbau, em Buique - PE
Gostei muito da matéria e gostaria de visitar a Serra do Catimbau, porém, gostaria de saber quais os contatos de guias e se tem algum roteiro padrão para quem quer visitar, com horários, atividades e procedimentos necessários para poder chegar ao objetivo, ou seja, um planejamento, obrigado! Ah, o meu interesse em ir lá é porque minha esposa cursa história na UFPE e tem grande interesse na arte rupestre e nas cavernas, existe algum roteiro especÃfico para essa parte histórica ou os roteiros são padrões?
Gostei muito da matéria e gostaria de visitar a Serra do Catimbau, porém, gostaria de saber quais os contatos de guias e se tem algum roteiro padrão para quem quer visitar, com horários, atividades e procedimentos necessários para poder chegar ao objetivo, ou seja, um planejamento, obrigado!
Prezado,
Não é "serra" do Catimbau, é Vale do Catimbau, embora, oficialmente, o Parque seja chamado apenas de Parque Nacional do Catimbau.
Resposta:
Oi André
Até onde pude apurar, tanto por pessoas do local como na internet, o local é chamado, sim, de Serra do Catimbau. Antigamente, antes da criação do parque, era o "Vale do Catimbau", como vc disse.
Mas, independente da nomenclatura, o lugar é maravilhoso, um serra entrecortada por vales.
Um abraço
Vamos para Maceió e pelos seus posts pretendemos dar um giro pelo sertão. As dicas são ótimas . Que tudo continue dando certo por aà !Quem sabe ,tiraremos fotos dos azulejos que não foram vistos em Penedo....
Resposta:
Oi Rubens
Vá sim, passear pelo sertão, um dos lugares mais belos e ainda desconhecidos do Brasil. Por exemplo, a Serra do Catimbau é um verdadeiro tesouro!!!
Um grande abraço
P.S Quero ver essas fotos dos azulejos!
Gostaria de saber qual foi o custo dessa viagem fantastica, irei na minha proxima feria com minha familia... pf
Resposta:
Oi Arthur
Uma vez que vc chegue lá, não é caro. o hotel foi menos de 100 reais, assim como o serviço (essencial!) de guia. Ter carro por lá ajuda muito!
A viagem vale muito a pena. A Serra do catimbau ainda é muito pouco conhecida dos brasileiros.
Abs
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