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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um belíssimo e verdejante bosque na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Quem acompanha nossa viagem de perto sabe que, apesar de termos dirigido até o Alaska e a Terra do Fogo, o 1000dias é muito mais feito de pernas do que de rodas. Sim, foram mais de 160 mil quilômetros rodados até aqui, mas se toda essa quilometragem for distribuída ao longo da viagem, são cerca de 110 quilômetros por dia. Não é muito e há bastante gente que roda mais do que isso sem nunca sair de sua cidade ou estado, apenas na sua rotina diária de trabalho. Na média, isso significa, talvez, 1h 30min diários dentro da Fiona e o resto, fora dela! É onde os 1000dias realmente acontecem, conosco perambulando entre montanhas e florestas, praças e museus.
A cidade de Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, vista do alto do parque Cerro Santiago (sul do Chile)
Caminhando pela praça central de Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Pois bem, digo isso porque os últimos 10 dias de nossa viagem foram bem atípicos nesse sentido. Desde nosso último dia cheio em Torres del Paine, exatamente na véspera de natal, que temos dirigido todos os dias. Fomos até a Terra do Fogo, cruzamos o sul da Argentina, entramos no Chile e chegamos à Carretera Austral sempre a bordo da nossa querida Fiona. Apenas em Punta Arenas e Ushuaia passamos mais de uma noite, mas mesmo nessas cidades, durante o dia cheio que nelas passamos, foi nosso carro que nos levou até o ponto extremo da América do Sul, na primeira, e ao Parque Nacional Tierra del Fuego, na segunda. Sim, caminhamos também, não só em Ushuaia como também no Bosque Petrificado ou nas passarelas de Caleta Tortel, mas a Fiona foi bastante usada todos esses dias. Enfim, uma correria, mas uma correria sobre rodas!
A charmosa e rústica arquitetuta de Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Embalado por cerveja, trabalhando um pouco no computador em nosso albergue em Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Então, merecidamente, vimos a chance aqui em Villa O’Higgins de quebrar um pouco esse ritmo. Esticar as pernas de verdade e dar um descanso à Fiona. Não poderíamos escolher melhor lugar, pois a cidade que fica no extremo sul da Carretera Austral está circundada por uma natureza exuberante e quase virgem. Bosques, geleiras, rios, lagos e montanhas formam o entorno dessa cidade perdida no meio da patagônia chilena e que se autodenomina “a porta de entrada do Campo de Gelo Sul”. Pois é, nós já estivemos em outras “portas de entrada” desse enorme campo gelado, como El Chaltén e El Calafate, ambos do lado argentino. Mas aqui desse lado da fronteira, é mesmo Villa O’Higgins a principal via de acesso ao segundo maior banco de gelo do planeta fora das regiões polares.
Nosso albergue em Villa O'Higgins, também muito frequentado por ciclistas que viajam pela Carretera Austral, no sul do Chile
Nosso albergue em Villa O'Higgins, também muito frequentado por ciclistas que viajam pela Carretera Austral, no sul do Chile
Nós chegamos aqui no dia 2 às 21:00 e ainda aproveitamos a luz de fim de tarde (viva o dia “esticado” da patagônia!) para dirigir até o fim da estrada, alguns quilômetros ao sul de Villa O’Higgins. Foi só depois disso que viemos para a pequena cidade de 600 habitantes para nos instalar no aconchegante El Mosco Hostel. É um misto de albergue e hostel, muito popular com os ciclistas que fazem a travessia daqui para a Argentina, ou vice-versa. Tem quartos coletivos e para casais e infraestrutura para cozinharmos as próprias refeições. Todo em madeira, é uma delícia!
Despedida da Fili, proprietária da nossa casa em Villa O'Higgins, o Hostel Rio Mosco (sul do Chile)
Despedida da Fili, proprietária da nossa casa em Villa O'Higgins, o Hostel Rio Mosco (sul do Chile)
A dona do hostel é a simpaticíssima Fili e conversamos bastante com ela nessa noite e na manhã seguinte. Foi ela que nos indicou o excelente “Entre Patagones”, um restaurante delicioso que jamais imaginei encontrar nesse verdadeiro fim de mundo (no bom sentido!). Aí nos refestelamos com comida e vinho chilenos, nós e muitos dos viajantes de passagem por aqui. Todos celebrando estar no lugar onde estamos. Mas, voltando a Fili, foi ela também que nos deu um panorama geral da questão da Hidroaysen, as hidrelétricas que querem construir na região. Muito ponderada, nos mostrou prós e contras tentando não influenciar nossa própria opinião. Uma ótima e agradável conversa, um dos pontos altos de nossa estadia por aqui.
Mirante no alto do parque Cerro Santiago, em Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
A caminho do Glaciar do rio Mosco, perto de Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Foi também ela que nos orientou sobre os diversos trekkings existentes na região. Conforme já esperávamos, a caminhada até o Campo de Gelo Sul dura vários dias, tempo que infelizmente não dispomos. Vamos mesmo ter de voltar à patagônia algum dia só para conhecer essa que é uma das mais fascinantes e inexploradas regiões do mundo. Por outro lado, ela também deu várias dicas de caminhadas de apenas um dia pela região e foi assim que escolhemos o nosso trekking de hoje: uma trilha pelo vale do Rio Mosco até o glaciar onde nasce o rio. Certamente, não é uma trilha tão impressionante como o trekking até o Campo de Gelo, mas ainda sim mais belo do que a maioria das trilhas espalhadas pelo nosso continente.
Marcações na trilha para o Glaciar do rio Mosco, em Villa O'Higgins, no sul do Chile
Atravessando um bosque na trilha do Glaciar do rio Mosco, em Villa O'Higgins, no sul do Chile
Foi assim que, devidamente agasalhados e com sanduíches na mochila, saímos a caminhar hoje, primeiro pela própria cidade e depois subindo o vale do rio Mosco. O primeiro destino foi o Cerro Santiago, o parque municipal de Villa O’Higgins. Aí subimos um pequeno morro de onde temos belas vistas da cidade e ruas retas e ordenadas e construções baixas e de madeira. Era daí que partia a nossa trilha, devidamente sinalizada com tinta em árvores e pedras a cada 50 ou 100 metros.
Trecho aberto da trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Durante a caminhada para o Glaciar do Rio Mosco, uma visão do belo vale onde está Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Durante a caminhada para o Glaciar do Rio Mosco, uma visão do belo vale onde está Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Aqui ou ali, alguma bifurcação e a dúvida sobre por onde seguir. Principalmente no trecho inicial, ainda perto de fazendas e gado que cria suas próprias trilhas. Mas, aos poucos, fomos nos afastando da civilização e a trilha ficou bem clara ao cruzar bosques ou subir e descer encostas.
Na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, um mirante para o vale onde está Villa O'Higgins, no sul do Chile
Retornando à cidade depois de fazermos a trilha para o Glaciar do Rio Mosco, região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Do ponto mais alto do caminho, tivemos uma belíssima visão do vale onde está Villa O’Higgins, desde a própria cidade até o lago onde chegamos ontem, ponto de término da Carretera Austral. Ao fundo, do outro lado do vale, as montanhas que escondem atrás de si o Campo de Gelo Sul. Um dia, chegamos lá... Já olhando para o outro lado, para a direção em que caminhávamos, as montanhas e o glaciar do Rio Mosco. Ele está longe de ser grande como os glaciares que nascem no Campo Sul, como o Viedma, o Grey ou o Perito Moreno, mas não deixa de ser uma visão impressionante, aquele rio de gelo pendurado entre as montanhas longínquas. Acho que brasileiros nunca vão se acostumar ou achar “normal” a visão de uma geleira. Mesmo nós que vimos tantas delas nesses últimos anos, no norte e no sul do nosso continente.
Um belíssimo e verdejante bosque na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Um belíssimo e verdejante bosque na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Dessa parte alta descemos para o vale criado pela própria geleira alguns milênios atrás, mas que hoje é percorrido apenas pelo rio de mesmo nome que nasce na sua linha de frente. A partir daí, entramos em bosques maravilhosos e por eles caminhamos durante horas, acompanhando as curvas do terreno e as curvas de nível. Muitos córregos e pequenas cascatas no caminho, mas o mais impressionante mesmo é o verde exuberante do bosque.
Encontrando o rio Mosco, na trilha que leva ao Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
No meio do bosque, o refúgio Puesto Rivera, na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Chegando ao refúgio Puesto Rivera, na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Por fim, chegamos à uma pequena casa de madeira no meio da floresta. Era o refúgio Puesto Rivera, nome que homenageia um dos pioneiros da região e que também usava essa mesma trilha que caminhamos hoje muito tempo atrás. Era um dos caminhos que levava à terras argentinas, do outro lado das montanhas. O refúgio é bem simples e rústico, mas convidativo o suficiente para lancharmos lá dentro. Não sei como seria passar a noite por ali, certamente algo entre o aventureiro e o amedrontador, o clima meio parecido com a Bruxa de Blair, principalmente no meio daquele bosque e totalmente longe da civilização.
Interior do refúgio Puesto Rivera, com direito até a chaminé para fazzer uma fogueira, na trilha para o glaciar do rio Mosco, região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Lanche para recuperar as energias, no refúgio Puesto Rivera, na trilha para o Glaciar do Rio Mosco, região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Mas nossos planos nunca foram mesmo dormir ali. Continuamos um pouco mais adiante, até a beira do rio Mosco que agora corria ao nosso lado. Daí voltamos a ter uma vista mais ampla, o glaciar já bem mais perto de nós. Foi o ponto final da nossa trilha, já bastante satisfeitos com a esticada de pernas, com o ar puro ingerido, o contato com a natureza e a sensação total de liberdade. Hora de retornar.
O rio Mosco, na trilha que leva ao glaciar de mesmo nome, região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
O rio Mosco, que nasce no glaciar de mesmo nome, ao fundo, na região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Poucas horas mais tarde e chegávamos ao hostel. Além de uma cama mais confortável e de mais calor humano do que no refúgio no meio da floresta, ali tínhamos material para um nutritivo jantar. Muito macarrão, cerveja gelada e o sempre bom e barato vinho nacional, uma das grandes vantagens de se estar no Chile. Podíamos não estar tão isolados como se estivéssemos ainda no Puesto Rivera, mas, mesmo assim, ficar bebericando aquele vinho numa varanda nessa cidade perdida no meio da patagônia chilena entre ciclistas de todo o mundo foi mais do que o suficiente para saciar nossos “instintos selvagens”.
O Glaciar do Rio Mosco, região de Villa O'Higgins, no sul do Chile
Fim de tarde e de caminhada, hora de merecido lanche acompanhado de vinho e cerveja no nosso albergue em Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
A Fiona ganhou seu dia de descanso, assim como nossos corações e espíritos. Apenas quem se cansou foram as pernas, mas o motivo foi justo, hehehe. Amanhã, elas terão seu descanso, já que retomaremos a estrada. Dessa vez, rumo ao norte. Para nós, a Carretera Austral começa aqui e agora e seu final está a 1.250 km ao norte, lá na distante Puerto Montt. Será uma viagem e tanto...
Fim de tarde e de caminhada, hora de merecido lanche acompanhado de vinho e cerveja no nosso albergue em Villa O'Higgins, última cidade da Carretera Austral, no sul do Chile
Nunca me esqueço de minha viagem para lá aquele ano. Eu tinha saído pra uma caminhada e quando voltei tinha uma caminhonete Hilux com placas de Curitiba.
Pensei com meus botões, que mundinho pequeno mesmo, encontrar "vizinhos" lá no final da Carretera.
Resposta:
Oi Marcelo
Hehehe
Eita mundinho pequeno mesmo! Já tínhamos batido na trave em Cochrane, mas de Villa OHiggins não escapou!
Abs
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