0
Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela
Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Caminhada entre as árvores gigantes do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
No final da tarde de ontem, passamos rapidamente por uma floresta de redwoods ao norte da cidade de Crescent City. A luz já não estava boa, os últimos raios de sol a conseguir ultrapassar aquelas copas de árvores a 100 metros de altura. Foi o bastante para ficarmos absolutamente encantados com essas árvores que chegam a viver mais de 2 mil anos! Exatamente, Jesus ainda andava na Galileia e algumas dessas árvores já praticavam a fotossíntese aqui do outro lado do mundo! Mal podíamos esperar o dia raiar novamente para podermos voltar lá e seguir pelo parque, caminhar entre elas e, agora com uma luz decente, tirar as merecidas fotografias...
A Fiona fica minúscula perto das árvores gigantes do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
De volta ao Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Pois bem, o dia raiou e nós, após passarmos pelas praias de Crescent City, aceleramos de volta para aquela estrada de terra que havia nos enfeitiçado no dia anterior. Felizmente, as árvores ainda estavam lá, hehehe! No mesmo lugar onde estiveram durante os últimos milhares de anos. Quanta coisa não devem ter visto e ouvido, essas sábias criaturas. Talvez por isso, permaneçam em silêncio. A tranquilidade da floresta de árvores gigantes só é quebrada pelos sons de admiração e exclamação dos viajantes que passam por baixo. “Ooohhhh!”, “Uuuaaauuuu!”, “My Gooood!”, é o que mais se ouve por ali. Hoje, por sinal, as redwoods tiveram que aprender um pouco de português: “Nooooooossa!”, “Puuuutz” e outras expressões não apropriadas para um blog de família!
Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Caminhando entre as gigantes do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Mas não foi sempre assim. Há apenas cem anos, estas majestosas e divinas criaturas estiveram perto da extinção. E é claro que a culpa desse desastre seria nossa. As árvores estavam sendo derrubadas sem piedade pela indústria madeireira. Mas, justiça seja feita, a mesma humanidade que destrói, protege. No início do século passado foi criado uma “Save the Redwoods League”, um grupo de pessoas um pouco mais conscientes que lenhadores e capitalistas do lucro fácil, que percebeu que aquelas árvores maravilhosas deviam ser admiradas também pelas gerações vindouras. Bem ao estilo americano, a tal liga logo trouxe para a sua causa pessoas mais abastadas que passaram a comprar terras simplesmente para poder preservá-las. Essas propriedades foram o embrião dos parques estaduais e nacional que hoje protegem uma boa parte da faixa costeira ao norte de San Francisco. As redwoods estavam salvas e poderiam viver outros milhares de anos! O irônico é que, justo essa primeira área que vistamos, ontem e hoje pela manhã, um parque estadual, foi preservada pela esposa de um dos grandes barões da indústria madeireira daquela época. Acho que ela deu um novo (e ótimo) significado à expressão “em casa de ferreiro, espeto é de pau”. Ao caminhar pelas gigantes da sua antiga propriedade, só pude ser-lhe extremamente grato.
Prestando reverência às redwoods com 100 metros de altura no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Nesse parque estadual passamos algumas horas, dirigindo, caminhando, fotografando e, acima de tudo, nos entregando, de corpo e alma, à sensação glorificante de ali estar, respirando o mesmo ar daquelas gigantes, protegidos por sua sombra, tentando captar seu conhecimento. Algo que recomendo para todas as pessoas que tiverem a chance de fazê-lo.
O "pequeno" tronco de uma redwood, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
As redwoods são primas das sequoias, outras árvores que já conhecemos quando chegamos aos Estados Unidos, sete meses atrás, nessa mesma Califórnia. O link do meu post sobre esse encontro está aqui e é super interessante comparar as fotos (para quem não pode compará-las ao vivo). As redwoods são mais altas, enquanto as sequoias são mais gordas. As duas sobrevivem por milênios, mas as sequoias vivem mais. Ambas são extremamente resistentes à insetos, pois sua casca exterior (“bark”, em inglês) é grossa e impalatável para eles. O mesmo bark funciona como um eficiente escudo contra incêndios, que costumam matar as outras árvores e deixar as gigantes vivas, agora com mais espaço para crescerem e se reproduzirem. Nas sequoias esse bark é vermelho, o que as torna bem visíveis perto das outras árvores, de tons mais marrons. As redwoods, apesar do nome, também são marrons. Mas a madeira, escondida pelo bark, é bem vermelha sim. Daí vem o nome da árvore que, pela qualidade e beleza de sua madeira, quase foi extinta.
Trilha no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Uma das maiores redwoods no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Desse parque estadual, seguimos para um dos centros de visitantes. Vã esperança! Obviamente que estava fechado, fora de estação que estamos. Ficamos ali, do lado de fora, a ler alguns dos painéis explicativos quando chegou um dos funcionários, para fazer um pequeno trabalho fora de época. Primeiro a Fiona (sempre ela!), depois a nossa viagem (sempre ela também!) trataram de atrair sua curiosidade. Depois, agora que tivemos a chance de conversar, foi o nosso interesse por árvores que o fez ficar ainda mais amável e simpático. Ele nos deu uma verdadeira aula sobre as redwoods e toda a família, folhas, sementes e troncos. Muito joia! Por fim, mostrou-nos várias das árvores plantadas ali. O meu sonho se realizou: uma redwood ao lado de uma sequoia! Pena que ainda são muito novinhas, mas o bisneto do meu tataraneto vai poder voltar aqui e compará-las já na fase “adolescente”!
As folhas de uma redwood, uma sequoia e uma "parente" chinesa, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
As duas nascidas em 1981, a Ana e uma sequoia, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Havia por lá, também, a terceira árvore da família. Um parente mais antigo que, pensava-se, estaria extinta já há vários milhares de anos. Que nada! Foi redescoberta nas regiões centrais da China, há poucas décadas. Hoje, a família está reunida aqui. Quem mais cresceu, até agora, foi a redwood, pois está “jogando em casa”, perto do mar e num país onde falam a sua língua. Muito interessante e curioso foi saber o ano que elas foram plantadas: 1981. Ou seja, têm a mesma idade da Ana! Obviamente que não resistimos a tirar uma foto conjunta da geração de 81. Que tenham uma vida longa e saldável!
Impressionada com o tamanho de uma das redwoods do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Depois do intervalo cultural, estava na hora de voltar à prática. Seguimos para o sul, em busca de mais parques onde crescem protegidas as redwoods. Diferentemente das sequoias, elas crescem em grande número e, nas áreas de proteção, podemos ver centenas delas. São florestas inteiras de árvores gigantes, o que faz daquele ambiente ainda mais especial, mais mágico, Podemos ver alguns dos exemplares mais grossos que se tem conhecimento, mas não as mais altas. Isso porque os cientistas evitam revelar a sua localização exata. O medo é que um maluco, em busca de fama ou por pura loucura, tente derrubar a árvore. Por mais inacreditável que possa parecer, já aconteceu algo parecido, no Canadá. Uma árvore considerada sagrada pelos nativos foi botada abaixo por um louco, sem razão de ser. Quase foi linchado em seguida, mas o mal já havia sido feito...
As medidas de uma das redwoods do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Outra razão é que esse título fica mudando de mãos, ou de galhos, constantemente. Assim, fazer uma estrada ou trilha até lá para, logo depois, a tal árvore perder o título, não faz muito sentido. Assim, deixem elas lá, sossegadas. Afinal, aqui de baixo, todas elas parecem igualmente gigantescas e poucos metros não fazem diferença alguma.
Uma pequena caverna dentro de uma redwood que sobreviveu a um incêndio, no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Enfim, foi um dia incrível entre essas gigantes. Mais um capítulo do nosso turismo “vegetal”. Acho que só esse aspecto dos 1000dias já valeria um livro. Das gigantes tropicais aos titãs subtropicais, da Amazônia às florestas do Canadá, da mata Atlântica às lindas Araucárias, das flores silvestres às folhas de Outono, dos cogumelos psicodélicos aos emaranhados de algas, dos cactos do deserto à tundra polar, temos ficado absolutamente fascinados com o que temos visto nesses 1000dias pela Ao qual todos dependemos, silencioso que é, não poderia ser mais eloquente.
Trilha no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos
Sabemos como é gostoso receber comentários postados em nosso site quando viajamos, mas para não ficar repetitivo escrevendo: Maravilhoso, noooooossa, sensacional, mais uma vez me emocionei com voces, etc...acabamos não postando. Mas estamos sempre aqui admirados com tanta beleza tanto da natureza, quanto da narrativa de voces. Esperamos que seja intenção dos dois editarem um livro sobre os 1000dias, porque certamente será um guia para futuros viajantes onde nos incluímos.
Grande abraço e continuem os treis com Ele de carona.
Resposta:
Olá Silvan!
Muito joia seu comentário! Muito obrigado, mesmo!
O livro (quem sabe, mais de um...) faz parte dos planos sim! Vamos ver...
Um grande abraço e não tenha medo de "ficar repetitivo" nos comentários, quando tiver vontade de escrever, hehehe
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet