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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Caminhando em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Enquanto almoçávamos, o Sea Spirit nos levou mais alguns quilômetros para leste, até o nosso próximo ponto de desembarque. Era a ilha de Carcass Island e a nossa digestão seria feita com uma caminhada de pouco mais de três quilômetros através das praias e colinas verdejantes dessa bela ilha também localizada no noroeste do arquipélago das Malvinas.
A praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
A praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Esse estranho nome, “Carcass”, assim como o nome do grupo de ilhas onde havíamos estado pela manhã, “Jason”, não tem nenhuma razão mais profunda de ser. Simplesmente, eram os nomes dos navios onde estavam os primeiros exploradores dessas respectivas ilhas. Nada de carcaça de baleia ou, quem sabe, o Jason da série de filmes “Sexta-feira 13”. Apesar do que, é bem capaz que muitas carcaças de baleia tenham mesmo vindo parar aqui nas praias de Carcass Island, no tempo em que esse magnífico mamífero aquático nadava por essas águas aos milhares, antes da caça desenfreada do século passado que quase os levou à extinção. Hoje em dia, as carcaças que vimos por ali não passavam de pequenos gansos ou ovelhas...
Caminhando na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Enfim, a ideia era os zodiacs nos deixarem em uma praia da ilha e nos pegarem bem mais adiante, enquanto a gente fazia o caminho por terra. O ponto de encontro era outra baía, onde está localizada a sede da fazenda de Rob e Lorraine McGill, os atuais donos de toda a ilha. Além de fazendeiros, eles também promovem o turismo na ilha e tem até uma pequena pousada rural no local. Apesar da criação de ovelhas, que já estão na ilha há mais de um século, práticas cuidadosas preservaram o rico meio ambiente de Carcass Island. Por exemplo, não há gatos, cães ou ratos na ilha, o que torna a vida dos pássaros bem menos complicada. Carcass Island é o lar de várias espécies de gansos e pequenos pássaros autóctones, além de ser bastante frequentada por pinguins de Magalhães. Essa é a espécie mais numerosa de pinguins e vivem ao longo de toda a costa sul da América do Sul, chegando mesmo ao Brasil. Sim, são eles que, quando se perdem, acabam indo parar em praias do Rio de Janeiro como Arraial do Cabo ou Búzios.
Caminhando em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Passageiros do Sea Spirit caminham em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Bom, os zodiacs nos deixaram em uma praia chamada Dyke Bay, no sudeste de Carcass Island. Por incrível que pareça, a praia tinha quase um aspecto caribenho, com areias bem brancas e águas azuis, mesmo com o dia nublado. Quem sabe se o sol estivesse brilhando a gente até não animasse a dar um mergulho? Quer dizer, essa vontade iria até encostarmos o pé na água gelada. Se bem que, aparentemente, ao lado de Port Stanley (a capital de Falkland – vamos para lá amanhã!), há sim uma praia onde gente louca costuma dar um mergulho rápido no verão...
Um pássaro em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um casal de gansos observa o movimento de turistas em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Começamos a caminhar pela praia mesmo, algumas pessoas em grupos, outras em casais a alguns apenas com seus botões. A recomendação era apenas tomar o cuidado devido com a vida selvagem no caminho, ninhos e ovos de pássaros e com os buracos no terreno, muitas vezes usados como tocas por pinguins de Magalhães.
Um casal de upland gueese caminha com seus filhotes em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Um casal de upland gueese caminha com seus filhotes em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
A caminhada foi uma delícia. Os pinguins, só os vimos de longe, refugiados em uma pequena baía onde não descemos. Em compensação, vimos uma miríade de outros pássaros, o Jim sempre muito empolgado em descrevê-los, principalmente àqueles que só são encontrados aqui, neste arquipélago isolado do mundo.
Caminhando em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Passageiros do Sea Spirit caminham em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Para mim, o mais interessantes foram os gansos da espécie “Upland”. Os machos tem uma tonalidade mais clara, enquanto as fêmeas são marrons. Eles formam casais apaixonados e caminham juntos pela ilha, principalmente quando tem filhotes. É lindo ver a família toda caminhado junta, mãe e pai nas extremidades, protegendo os filhos. Cena de desenho animado! Só que era verdade, bem na frente dos nossos olhos. Precavidamente, eles observavam os estranhos “pinguins amarelos” (nós!) caminhando em seu território. A esta altura, já devem estar acostumados com turistas, mas é sempre bom ter um pouco de cuidado!
Chegando à fazenda de Rob e Lorraine McGill em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Uma espécie invasora, flores amarelas embelezam a paisagem de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Falando na cor amarela, nós não éramos os únicos por ali. Ao longo dos últimos séculos, não apenas espécies animais foram introduzidas nessas ilhas, mas também muitas plantas. Uma delas, vinda diretamente da Escócia, produz uma marcante flor amarela e elas se deram muito bem no clima e condições de Carcass island. Conforme íamos nos aproximando da sede da fazenda, até parecia que estávamos num grande jardim. São plantas “alienígenas”, mas é inegável que sejam belas!
Muito vento em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Muito vento em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Quem também é “alienígena” por aqui são as árvores. Elas não existiam nas Malvinas antes dos europeus chegarem aqui. Hoje já não é mais assim, apesar de não conseguirem se desenvolver sem a ajuda do homem. Existe apenas um pequeno bosque em West Falkland, além de árvores individuais em Port Stanley e outras pequenas vilas espalhadas pelo arquipélago. Aqui em Carcass Island também há, especialmente perto da sede da fazenda.
Rob e Lorraine McGill nos recebem com muitos quitutes em sua casa em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Recebidos com doces e guloseimas na casa de Rob e Lorraine McGill, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Pois é, nós chegamos a tal fazenda e fomos recebidos animadamente pelos proprietários, que nos esperavam com uma mesa repleta de quitutes e guloseimas. Nada de pão de queijo ou empanadas, claro, afinal a influência é inglesa. Eram bolos, tortas e assemelhados, para a alegria da mulherada.
Recebidos com doces e guloseimas na casa de Rob e Lorraine McGill, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Lorraine se despede de nós na sua casa em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
Foi ao mesmo tempo estranho e reconfortante, uma casa aconchegante naquele lugar perdido no mundo. Depois do vento frio ao longo de toda a caminhada, o calor lá de dentro fez bem para o corpo e para a alma. Fiquei até com vontade de passar uns dias no pequeno lodge que eles têm por lá, mas é claro que isso não era possível agora. O Sea Spirit já ia partir e tínhamos todos de nos dirigir a baía onde nos esperavam os zodiacs. Mas primeiro nos refestelamos nas guloseimas, claro. Depois, de novo a enfrentar o vento frio e constante que assola esse arquipélago até chegamos de volta à segurança do nosso navio. Enquanto íamos nos distrair no bar do navio, ele já se dirigia a nossa próxima parada: Port Stanley.
A fazenda de Rob e Lorraine McGill em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas
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