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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Assistindo à erupção do geiser Strokkur na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Sempre achei a palavra “gêiser” engraçada, diferente e distante de todas as outras palavras do nosso idioma. Aqui na Islândia, terra de tantos vulcões e atividade geológica, sempre soube que encontraríamos gêiseres pela frente, mas não imaginei que descobriria, enfim, o significado da simpática palavra.
Esperando a erupção do Strokkur, um dos mais importantes gêiseres em Geysir, uma das atrações do Golden Circle, na Islândia
O Strokkur entra em eupção na área de Geysir, uma das atrações do Golden Circle, na Islândia
Depois do nosso mergulho espetacular na falha geológica que divide América e Europa e do longo passeio nas terras sagradas de Thingvellir, nós pegamos o carro e continuamos a fazer o circuito do Golden Circle. A próxima parada era exatamente no mais importante campo de gêiseres da Islândia, uma ilha profícua nesses fenômenos geológicos. Um gêiser necessita de condições bem específicas para acontecer e são bastante raros no mundo. Primeiro, é preciso magma por perto, para aquecer a água que será ejetada do solo. Depois, é preciso uma câmara subterrânea perto do magma ligada à superfície por um canal bem estreito. Por fim, é preciso uma fonte contínua de água para alimentar o sistema.
Região termal de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
O processo funciona mais ou menos assim: a água na câmara subterrânea esquenta pela proximidade com o magma enquanto que a água fria, acima, serve como uma tampa, aumentando a pressão interna. Quase como se fosse uma panela de pressão. Com isso, a água na câmara pode ultrapassar em muito o ponto de ebulição e continuar líquida. É o que chamamos de “superaquecimento”. Finalmente, de tão quente, ela começa a formar bolhas que sobem coluna acima. Ao chegar no alto, fazem a água fria “derramar” para fora da piscina. Menos água encima, menos peso, menos pressão embaixo. Sem a pressão, a água de baixo que estava superaquecida se transforma em vapor rapidamente e sobe que nem um raio para cima, causando a erupção do gêiser. Bingo! Com a erupção, todo o sistema fica vazio. Mas a água que vem de entradas laterais enche a câmara novamente e todo o ciclo recomeça. É por isso que os gêiseres funcionam como um reloginho, entrando em erupção em intervalos regulares.
PLaca informativa na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia, mostra os principais gêiseres do mundo
Isso tudo vimos nos painéis explicativos espalhados pela área. Nós já tínhamos visto gêiseres no Atacama e eu, muito tempo atrás, na Nova Zelândia. Em breve estaremos também no Parque Yellowstone (EUA), outro lugar famosos por seus gêiseres. Lá está o gêiser mais famoso do mundo, o “Old Faithful”, que tem praticamente a mesma altura do gêiser mais regular daqui, o Strokkur. Foi esse que vimos por aqui entrando em erupção várias vezes, ao longo de mais de meia hora.
Assistindo à erupção do geiser Strokkur, na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Assistindo à erupção do geiser Strokkur, na área de Geysir, parte do Golden Circle, na Islândia
Strokkur pode ser o mais regular, mas não é o maior aqui da Islândia. Esse posto cabe a outro, que só entra em erupção depois de muita atividade vulcânica na área. Aí, ele pode chegar aos 80 metros de altura! E sabem o nome dele? “Geysir”! Daí nasceu a palavra “gêiser”, e não o contrário! Ele é que deu nome ao fenômeno, a todos os da sua espécie. “Geysir” é uma palavra viking e quer dizer “jorrar”. Faz sentido! E, quem diria, temos uma palavra em português que tem origem viking!
O Strokkur "descansa" entre duas erupções, em Geysir, na Islândia
Uma última curiosidade que aprendemos ali foi sobre um incrível mergulho que fizeram no Strokkur. Isso mesmo! Se vocês já nos acham louco por ter mergulhado na água gelada da fenda, hoje de manhã, isso não é nada comparado com o maluco do islandês que mergulhou nas águas ferventes do Strokkur. Ele desenvolveu uma roupa que aguentasse altas temperaturas, mas esse não era o maior perigo. O problema é que o Strokkur entra em erupção a cada 8 minutos. Então, esse era o tempo que ele tinha, pois mesmo a roupa não o salvaria do vapor em ebulição. Então, assim que o gêiser jorrou, ele pulou lá dentro, ficou uns poucos minutos e tratou de sair. A cor da água é linda, mas só de chegar perto já sentimos o calor. Isso sim é loucura!
A majestosa Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
A majestosa Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
Bom, depois da área de Geysir, seguimos um pouco adiante para chegarmos à outra grande atração do Golden Circle: a cachoeira de Gullfoss. Uma das mais populares do país, foi alvo durante décadas de uma grande polêmica. Queriam fazer uma Usina Hidrelétrica ali. Olhando tanta água caindo no estreito desfiladeiro, a tentação é mesmo grande. Ao mesmo tempo, imaginar aquela beleza toda embaixo d’água é de cortar o coração. Era isso o que pensava Sigrídur Tómasdóttir, filha de um antigo proprietário da área. Ela foi a maior ativista na luta contra a ideia da hidrelétrica e ameaçava se jogar na cachoeira caso o projeto fosse levado adiante. O fato da cachoeira ainda estar ali mostra quem ganhou a batalha! Sigridur é homenageada com um monumento no alto da Gullfoss.
Visitando a cachoeira Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
São vários mirantes espalhados pela área para podermos admirar essa obra da natureza. Interessante também é ver as fotos de Gullfoss no inverno, quase toda coberta de gelo e neve. Além de gelada, deve ser linda!
Visitando a cachoeira Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia
Com esse dia espetacular, terminamos nosso turismo de natureza aqui na Islândia. Mas não era ainda o fim da viagem. Uma semana tão intensa merecia uma comemoração. Então, voltamos para Reykjavik ainda com luz e resolvemos tirar a mão do bolso e investir em um belo jantar, com direito a vinho e vista da cidade. Nosso último jantar no país, já que amanhã voamos de volta aos EUA. Foi maravilhoso, mas isso é um assunto para o próximo post.
Foto invernal da Gullfoss, uma das principais atrações do Golden Circle, na Islândia, coberta de gelo e neve
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