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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Entre os muitos novos amigos a bordo do Sea Spirit, já no coquetel de despedidas da viagem
Infelizmente, o tempo passa. Para mim então, um nostálgico convicto, quase doentio, é mais triste ainda. Enfim, temos de lidar com isso e nos preparar para o que vem e não para o que já se foi. Nessa nossa longa viagem de 1000dias por Toda América estamos constantemente encerrando ciclos e etapas e iniciando os próximos passos que, ao final, completarão nosso grande sonho de conhecer todo o continente. Agora, por exemplo, estamos terminando uma das mais empolgantes e antecipadas etapas de nossa grande aventura: a viagem à Antártida. Três semanas de júbilo total conhecendo regiões do nosso planeta com as quais eu sonhava desde criança. Foi simplesmente espetacular! Mas está terminando e temos de nos preparar e nos alegrar com o que vem pela frente: Argentina de norte a sul, Chile de sul a norte, nosso simpático vizinho Uruguai e o litoral sul do Brasil. Não dá para reclamar do que nos espera, certo?
Com nossa amiga Kim na nossa última tarde a bordo do Sea Spirit, já bem próximos da América do Sul
No caminho de volta para a América do Sul, cozinheiro prepara deliciosas guloseimas para os passageiros do Sea Spirit
Enfim, antes de começar esses novos ciclos, temos de finalizar o último, a nossa viagem à Antártida. Por incrível que pareça, Malvinas, Geórgia do Sul, a península antártica e até mesmo a Drake Passage já estão no nosso retrovisor. Nesse longo caminho, aprendemos muito, nos extasiamos com paisagens inesquecíveis e também fizemos dezenas de novos amigos. Amigos que seguirão, cada um, os seus caminhos. Gente que durante 3 semanas convivia conosco 24 horas por dia e que, provavelmente, nunca mais veremos nessa nossa curta passagem pela vida. Então, durante esses últimos momentos navegando em alto-mar no confortável e cada vez mais querido Sea Spirit, nossa casa flutuante nesses 20 dias, foi o tempo que tivemos para muitas despedidas. Animadas, intensas e tristes despedidas.
Última atividade do grupo de caiaque, a lavagem de todo o nosso equipamento antes de guardá-lo para o próximo grupo, a bordo do Sea Spirit, já a caminho da América do Sul
Última atividade do grupo de caiaque, a lavagem de todo o nosso equipamento antes de guardá-lo para o próximo grupo, a bordo do Sea Spirit, já a caminho da América do Sul
O processo já começou ainda antes de entrarmos na Drake Passage, com os últimos icebergs da Antártida na nossa alça de mira. Pouco depois de voltarmos da praia de Brown Bluff, no dia 20, foi a hora do grupo de caiaque se reunir pela penúltima vez. Todos trouxemos nossos equipamentos, as roupas e o colete, e fizemos uma sessão conjunta de “lavação”. A ideia era tirar toda a água salgada, secar os equipamentos e deixá-los prontos para a próxima turma de passageiros do Sea Spirit que vão embarcar no navio dia 23, em Ushuaia. Estranho deixar para trás roupas que estiveram conosco nas nossas cabines por tanto tempo.
A Anna coloca suas roupas de caiaque para secar, depois de uma lavada geral, a bordo do Sea Spirit, já a caminho da América do Sul
Depois de lavadas, nossas roupas de caiaque secam no varal a bordo do Sea Spirit, já a caminho da América do Sul
No dia seguinte foi a vez da última reunião. A Val, eficiente como sempre, já tinha preparado um vídeo com os melhores momentos da nossa convivência, desde as primeiras aulas sobre como usar o equipamento e o próprio caiaque até a hora da lavação das roupas, na véspera, passando por cada uma das nossas sete saídas. Foi emocionante ver e rever nossas imagens remando entre focas e pinguins, icebergs e paisagens deslumbrantes. Adicione a isso uma trilha sonora emocionante e o clima de despedida e temos a receita perfeita para muitas lágrimas. Parabéns à nossa guia por conseguir montar e editar esse vídeo com tanta presteza!
Visitando a sala de comando da casa de máquinas do Sea Spirit, durante nossa travessia da Drake Passage
Visitando a Sala de Máquinas do Sea Spirit e seus possantes motores, durante nossa travessia da Drake Passage
A nossa navegação pela Drake Passage foi, como dizem os americanos, um “piece of cake”, o que nos permitiu aproveitar ao máximo as últimas horas no Sea Spirit. Eu e a Ana até pudemos fazer um tour pela impressionante Casa de Máquinas do navio. Essa não era uma atividade oferecida aos passageiros, mas nada que uma boa conversa não possa solucionar. Assim, guiados pelo vice-comandante do navio, um simpático ucraniano, passamos uma hora passeando pelo porão do Sea Spirit por entre potentes motores, geradores e maquinaria pesada. Ver aquilo tudo de perto nos ajuda a entender a força desse navio que nos levou com tanta segurança e conforto através dos mares mais imprevisíveis do planeta.
Visitando a Sala de Máquinas do Sea Spirit e seus possantes motores, durante nossa travessia da Drake Passage
Visitando a Sala de Máquinas do Sea Spirit e seus possantes motores, durante nossa travessia da Drake Passage
O Sea Spirit foi construído em 1991, na Itália, e hoje navega com bandeira das Bahamas. Tem pouco mais de 90 metros de comprimento por 15 metros de largura e pesa 4.200 toneladas. Convertido para navio polar no início desse século, ganhou reforço nos cascos e estabilizadores que o ajudam a navegar de forma mais suave em águas bravias. Comporta até 114 passageiros (na nossa viagem, éramos pouco mais de 70) e um número um pouco menor de tripulantes. Os possantes motores que vimos hoje levam toda essa massa a uma velocidade próxima dos 15 nós. Para quem não sabe, um nó equivale a uma milha náutica por hora. A milha náutica tem 1.852 metros, portanto 15 nós = 15 x 1,852 = 27,8 km/h. Para um barco desse tamanho, não deixa de ser impressionante. Para quem ficou curioso sobre esse número esdrúxulo da milha náutica, ele equivale à extensão de um minuto de arco (minutos são a divisão de 1 grau, que tem 60 minutos) da Linha do Equador ou dos meridianos da Terra. Conta rápida: a linha do Equador tem aproximadamente 40 mil km (uma volta na Terra!). Divida isso por 360 (número de graus de uma circunferência) e depois por 60 (número de minutos em cada grau) e (bingo!) vc vai chegar ao valor da milha náutica!
Uma espécie de leilão de ítens de viagem é realizado no Sea Spirit durante nossa tranquila passagem pela Drake Passage
Preparativos para mais um coquetel a bordo do Sea Spirit no nosso caminho entre a Antártida e a América do Sul
Último dia para visitar a lojinha do Sea Spirit, antes de chegarmos à América do Sul
Bom, além dessa nossa visita à sala de máquinas, o resto do tempo foi dedicado à leitura, contemplação e muita socialização no navio em diversos eventos. Um dos mais animados foi um leilão de “memorabilia” da viagem, itens simples como adesivos, bonés e camisas até os mais valiosos, como o mapa em que o comandante do navio foi marcando toda a nossa rota ao longo do caminho. O dinheiro arrecadado foi todo doado para causas sociais e ambientais e os valores pagos chegaram a 1.500 dólares! Foi uma diversão para todos e muito difícil nos conter de também fazer lances. Ao final, me arrependi de não ter comprado ao menos algum dos itens mais baratos, que saíram por 50 dólares, mas que valiam mais do que isso, computado o valor sentimental. Para quem não comprou nada, sempre havia a chance de uma última visita à lojinha do navio, claro!
O valente capitão do Sea Spirit se prepara para um discurso durante coquetel de despedidas
Com a sulafricana Kim e a neozelandesa Cheli durante coquetel de despedida no Sea Spirit
A Ana e a Kim fazem em merecido agrado na Cheli, a líder da nossa expedição à Antártida
Tão animado como o leilão foram os coquetéis. Com direito a discurso de despedida do capitão do navio e também da nossa querida e eficiente Cheli, a neozelandesa líder da expedição. Depois muita bebida para os convivas e a chance de, uma vez mais, conversar e dar risadas com nossos guias que se tornaram grandes amigos. Faço especial menção ao Damien, nosso guia de história, e ao Jim, nosso ornitólogo, que tanto nos ensinou e inspirou sobre os pássaros antárticos.
Com a Val, nossa guia de caiaques, durante coquetel no Sea Spirit
Durante coquetel no Sea Spirit a caminho da América do Sul, entre nosso guia histórico, o Damien, e nosso ornitólogo, o Jim
Com o Collin, nosso guia de cetáceos e que treinou a famosa baleia Keiko (a Free Willy dos cinemas) a se readaptar à vida selvagem
Outra menção especial ao Collin, nosso guia de cetáceos. Com poucos dias de viagem descobri que ele tinha sido o treinador da Keiko, mas conhecida como Free Willy, astro dos cinemas. Foi ele que ensinou ela a se readaptar à vida selvagem, antes que ela fosse solta na Islândia, numa história emocionante e dramática muito mais incrível que a história fictícia do filme. Exemplo clássico da realidade superando a arte. Eu fiquei emocionado de ouvir a história dele sobre quando nadou com ela em águas abertas para se aproximar de um bando de orcas selvagens. Seu maior medo naquele momento não era estar no meio de orcas, mas o de ser atingido pelas centenas de pássaros que mergulhavam como balas no mar em busca de um cardume de peixes que por ali passava. Imagina só a cena! Também o Collin se emocionava com o meu interesse pelo assunto e com o tanto que eu já sabia de orcas e de vida marinha. Depois de muitos drinques, dizia para a Ana que estava impressionado pela quantidade e qualidade das minhas perguntas.
O Gunnar, nosso querido amigo brasileiro a bordo do Sea Spirit
Último jantar a bordo do Sea Spirit, quase chegando a Ushuaia, na Terra do Fogo
O australiano Lochi ganha mais um pouco de vinho no nosso último jantar no Sea Spirit
Bom, além dos nossos guias, também foi a hora de nossas últimas conversas com os outros passageiros. Kim, Brian, Anna, Anne, Lochi, Jeff, o brasileiro Gunnar, Sail, o escultor e artista Bart, entre outros, todos personagens marcantes dessas 3 semanas de viagem. Talvez ainda cruzemos com alguns deles em terra firme nesse dia que teremos em Ushuaia, mas tratamos de aproveitar esses últimos momentos em nosso lar comum, o Sea Spirit.
Um último e merecdido drinque de champagne a bordo do Sea Spirit, já quase chegando de volta à América do Sul
Aproveitamos também a tarde magnífica de céu azul, cada vez mais próximos da América do Sul, para fazer um último brinde em grande estilo, eu e a Ana, com champagne. Felizmente, entre nós não é o caso de uma despedida. Apenas o coroamento de mais uma etapa vencida e bem vivida, a realização de nosso sonho polar. Agora, é respirar fundo e partir para as próximas aventuras!
Um último e merecdido drinque de champagne a bordo do Sea Spirit, já quase chegando de volta à América do Sul
Todas as fotos muito bonitas, mas a última com a taça na mão fantástica.
Resposta:
Tin-tin, amigo Virgilio!!!
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