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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Dia de muito vento e águas agitadas no lago Traful, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
O Caminho dos Sete Lagos, ou Ruta de Los Siete Lagos em espanhol, é uma das mais belas e famosas rotas turísticas na patagônia Argentina. São cerca de 100 quilômetros de estrada, metade rípio, metade asfalto, ligando as cidades de Villa La Angostura e San Martín de Los Andes, ao norte, Como o próprio nome indica, a estrada passa ao lado de vários lagos ao longo de seu percurso, sempre envolto em bosques verdejantes e com montanhas andinas ao fundo. Se for na primavera, boa parte da estrada é enfeitadas com diversas espécies de flores patagônicas, brancas, amarelas, laranjas, azuis, roxas, enfim, um verdadeiro festival de cores. Há ônibus de linha e de turismo que percorrem a estrada, mas o melhor mesmo é fazer no próprio carro, com tempo para parar onde der vontade e tirar todas as fotos que quiser.
Quando chegamos à Bariloche há alguns dias e começamos a ler sobre os atrativos da região, eu não dei bola para essa rota, imaginando que eu já tinha feito ela da outra vez que estive aqui, há mais de 20 anos. Além disso, conforme minhas memórias, a gente nem poderia fazê-la com a Fiona. Ledo engano, era eu que estava me confundindo. Na verdade, minhas mérias eram de outra travessia, igualmente famosa, o “Cruce de Los Lagos”. Essa é uma rota que liga Bariloche à região dos langos chilenos, do outro lado dos Andes, às cidades de Puerto Varas ou Perto Montt. É uma viagem que mistura o transporte por barco e por ônibus, num percurso de quase 12 horas. Cruzamos 3 lagos no caminho e quatro trechos de “terra firme”. Os lagos são lindos, a visão do vulcão Osorno também. Mas não é possível ir em carro próprio, pois os barcos levam apenas passageiros. Entre um lago e outro, ônibus nos esperam. Apesar das belezas, não sei se vale muito a pena, pois é bem caro (cerca de 200 dólares) e tem de ser feito numa espécie de excursão, coisa que não nos adaptamos muito. Talvez seja mais inteligente e prático fazer o percurso normal de ônibus, que custa 30 dólares, e depois fazer uns passeios nos lagos de cada país.
Obra em estrada da Ruta de Los 7 Lagos, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Aproximando-se de Villa La Angostura, trecho asfaltado da Ruta de Los 7 Lagos, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Enfim, esse é um outro passeio e não é uma opção para nós que não deixaremos a Fiona para trás! De volta à Ruta de Los Siete Lagos, nós a percorremos no sentido contrário, vindos de San Martín de Los Andes. Ontem já tínhamos passado pelos quatro primeiros lagos num trecho quase todo de asfalto e dormimos em um camping entre os lagos Falkner e Villarino. Hoje, depois do café da manhã na praia do Falkner, entramos na Fiona para terminar o belo percurso. Faltavam pouco mais de 50 km. Isso se seguíssemos diretamente, mas nós resolvemos pegar um desvio e ir conhecer a pequena cidade de Villa Traful, na orla do lago com o mesmo nome, mas que não está na lista original dos sete lagos.
Chegando à charmosa Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Visitando a igreja e cartão postal de Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
O trecho de hoje tinha mais rípio, embora o asfalto esteja “avançando”. São vários trechos em obras. Já o desvio para a pequena Villa Traful, esse é todo de rípio mesmo, sem previsão para asfalto. Pois é justamente esse desvio um dos trechos mais bonitos da região, com mais flores e um bosque mais fechado. Passamos ao lado de uma das fazendas de Ted Turner, o milionário americano conservacionista que comprou enormes extensões de terra dos dois lados dos Andes, só para melhor conservá-los. Isso pode até irritar alguns patriotas locais, mas para nós, turistas, qualquer esforço de conservação é muito bem vindo.
Jardim da igreja de Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Pássaro caminha pelos jardins de Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
O dia tinha céu azul, mas hoje ventava muito! Com isso os lagos estavam bem agitados, formando até ondas. E qualquer ímpeto de dar um mergulho desaparecia depois de alguns minutos expostos ao vento ou, pior, depois de colocarmos os pés dentro da água gelada. Então, o passeio limitou-se a dirigirmos tranquilamente a Fiona, pararmos para fotos e caminharmos um pouco Em Villa Traful, onde tivemos um almoço bem gostoso.
Encontro e brincadeiras com um simpático cão em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Encontro e brincadeiras com um simpático cão em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Nós chegamos a essa charmosa vila de 500 habitantes por volta do meio dia, caminhamos um pouco pelos gramados que marcam o centro do povoado e fomos visitar a igrejinha de madeira. A vila é toda espalhada e escondida em um bosque me frente ao lado. Não há ruas, calçadas ou quarteirões e muito menos asfalto, Alguns restaurantes e casas bem bacanas. Na Argentina, é muito chique ter uma casa em Villa Traful. Havia pouca gente por ali e nós ficamos bem amigos foi de um simpático cachorro. As meninas mal conseguiam deixar ele para trás.
A igreja de Villa Traful, na Argentina
Dia de muito vento e águas agitadas no lago Traful, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Mas por fim a fome bateu e achamos um pequeno restaurante com vista para lago. Comida sadia em um ambiente inspirador. Depois, a digestão foi feita enfrentando-se o vento a caminhando um pouco na orla do lago. Com um pouco mais de vento, acho que daria até para pegar jacarés nas ondas do lago!
Caminhando pela praia do lago Traful, justamente em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Caminhando pela praia do lago Traful, justamente em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Depois voltamos para a pista principal, sempre admirando as flores ao lado da estrada. Foram tantas que vou fazer um post só sobre elas! A próxima parada foi no lago Espejo. Tem esse nome porque ele, em dias calmos, reflete perfeitamente a paisagem magnífica que o cerca, especialmente as montanhas. Como está mais abrigado, há menos vento por aqui. Mas em um dia como hoje, nem o Espejo estava imune.
Dia de muito vento e águas agitadas no lago Traful, em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Dia de sol, mas com muito vento em Villa Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Pelo vento também, não vimos quase nenhum pescador, atividade que traz boa parte dos turistas para cá. Todos os lagos e rios da região são ótimos para a pesca, ricos em trutas e salmões. É preciso conseguir uma permissão de pesca e seguir as regras, mas aparentemente toda esse trabalho vale muito a pena. No Espejo foi o único lugar que encontramos um grupo deles. Mas estavam só averiguando e fizeram muita festa com a gente, quando perceberam que a Fiona vinha de longe.
Chegando ao lago Espejo, mais um na Ruta de Los 7 Lagos, já bem perto de Villa La Angostura, Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
Perto de Villa La Angostura, o lago Espejo, na Ruta de Los 7 Lagos, Parque Nacional Nahuel Huapi, na Argentina
No meio da tarde chegamos ao destino final, Villa La Angostura. Outro lugar chique, mas bem maior que Villa Traful, com pouco mais de 10 mil habitantes. As pousadas se espalham ao longo da orla do lago Nahuel Huapi, o mesmo onde está Bariloche. Mas esta está na ponta sul do lago enquanto Villa La Angostura está no norte. Muita gente viaja entre as duas cidades de barco mesmo, ao invés de seguir pelo asfalto entre elas.
A pescaria é muito popular nos lagos da Ruta de Los 7 Lagos (lago Espejo, próximo à Villa La Angostura, na Argentina)
Mapa da região de Villa la Angostura e do pequeno Parque Nacional Los Arrayanes, na Argentina
Aliás, que vem de barco para cá quase sempre está em uma excursão cuja atração principal é um pequeno parque nacional que existe em uma península do lado aqui do lado de La Angostura. É o parque Los Arrayanes, criado para proteger um bosque dessas plantas nativas , pinheiros de casca alaranjada. Nós tentamos ir até lá, mas infelizmente o parque fechava as 6 da tarde, apesar da luz ir até as 8 da noite. Com isso, não teríamos tempo de chegar até o bosque, doze quilômetros adentro do parque, já que a Fiona não pode entrar e teríamos de seguir caminhando. A outra alternativa seria alugar uma bicicleta, mas isso deve ser feito com horas de antecedência. Para amanhã de manhã também não teremos tempo, pois seguiremos até Bariloche para fazermos a trilha do lago Jakob, 10 km de caminhada para chegar até lá, onde vamos dormir em um refúgio. Entre uma trilha e outra, entre o Jakob e os Arrayanes, acabamos decidindo pelo primeiro, embora o ideal seria fazer os dois. Mas nos faltou um dia para isso, já que depois de amanhã, de tarde, embarcamos todos no aeroporto.
O lago Nahuel Huapi, onde está Villa La Angostura, na Argentina
Villa La Angostura, na orla do lago Nahuel Huapi, na Argentina
Então, Villa Angostura, para nós, foi apenas um lugar para tirarmos mais fotos de lagos e para termos um belíssimo jantar com vinho. Aproveitamos também o tempo em nossa pousada para deixarmos tudo pronto para a caminhada dos próximos dois dias, mochilas e comida, tudo organizado. Os Arrayanes ficam para a próxima e o Jakob, ou Refúgio San Martín, de tão saudosa memória para mim, são nosso objetivo para amanhã! Antes disso, um pouco de flores patagônicas. No próximo post...
Lago Nahuel Huapi, já em Villa Anggostura, na Argentina
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