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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Transporte por burro, muito comum na estrada entre Astrea e Mompós, na Colômbia
Mompós, também conhecida como Mompóx, é uma pequena cidade localizada numa das centenas de ilhas de uma vasta região alagada pelo rio Magdalena, no noroeste da Colômbia. Para muitos, é a cidade que inspirou a famosa "Macondo", do clássico de Gabriel Garcia Marques, "Cem Anos de Solidão".
Checando a Fiona após o uso do guincho, no caminho à Mompós, na Colômbia
A cidade foi um importante porto fluvial na rota para o interior da Colômbia, a partir de Cartagena, subindo o rio Magdalena. Mas, por um capricho da natureza, em meados do século XIX o rio mudou o seu curso e seu braço principal para atravessar esse verdadeiro pantanal colombiano deslocou-se uns quinze quilômetros para oeste. O braço que passa ao lado de Mompós perdeu volume e capacidade para barcos de maior calado.
Muito barro no caminho à Mompós, na Colômbia
Com isso, a cidade perdeu importância econômica e mergulhou em um século de marasmo. Que sorte! A modernidade não chegou e suas históricas construções continuam todas lá, do mesmo jeito que eram há 300 anos. O turismo descobiu Mompós há poucas décadas e hoje ela está na rota dos viajantes mais aventureiros, em busca de tranquilidade, beleza arquitetônica e um passeio pela orla do rio mais importante do paÃs.
Transporte por burro, muito comum na estrada entre Astrea e Mompós, na Colômbia
A aventura está em chegar lá, principalmente em época de chuva. A rota mais normal é pelo norte, de Cartagena. Um ferry faz a travessia de meia hora sobre o rio. Mas, para quem vem dos outros lados, só enfrentando o barro, terrenos alagados e uma mirÃade de caminhos que cortam o terreno pantanoso. Pode ser de burro, moto ou com carro tracionado, desde que escolhendo os caminhos certos!
Cruzando de balsa um dos braços do Rio Magdalena, no caminho à Mompós, na Colômbia
Nós saimos de Bucaramanga cedinho, preparados psicologicamente para a longa viagem. Mas, para a nossa surpresa, a estrada estava muito melhor do que o esperado. Pelo menos esse primeiro e longo trecho de asfalto, na importante rota que liga Bucaramanga à Santa Marta, já na costa caribenha. Tinham nos dito que levarÃamos 6 horas nesse trecho de estrada, até a saÃda para El Banco, que dá acesso à Mompós. A gente fez em menos de quatro! Foi aà que acabou a moleza...
Cruzando de balsa um dos braços do Rio Magdalena, no caminho à Mompós, na Colômbia
No posto de gasolina que ficava nesta saÃda, fomos informados que a estrada estava interrompida pela água. A solução era rodar mais 120 km para o norte e tentar uma outra via de lá. Assim fizemos. A boa notÃcia era que, neste ponto da estrada tinha até uma placa indicando Mompós! Entramos, andamos aguns quilômetros num asfalto mais precário e chegamos a Astorja. AÃ, uma pequena estrada já de terra levava à Astrea e, de lá, para Mompós. E uma estrada melhor, de asfalto, levava para El Banco, principal rota para Mompós por esses lados. Seguindo o conselho do dono de outro posto, seguimos os 60 km para El Banco. Apenas para descobrir que a rota estava inundada para Mompós.
Garça nos pântanos do Rio Magdalena, no caminho à Mompós, na Colômbia
Que beleza! Voltamos alguns quilômetros para tentar por outra rota, mas a notÃcia de um morador local também foi desanimadora. "Talvez por Astrea" - sugeriu. Bom, para lá voltamos novamente, já chegando no escuro na pequena cidade. Ali, as informações sobre a rota adiante eram meio desencontradas. Mas, em geral, achavam que a Fiona passaria. O bom senso nos fez querer dormir no único hotel da cidade, propriedade do simpático e figuraça Gonçalo, que adorou nossa história. E assim, as próximas horas foram passadas em conversas regadas à cerveja, muitas risadas e uma inusitada lembrança que levaremos para o resto de nossas vidas. Foi muito legal!
Imagem de satélite mostrando a vasta planÃcie alagada pelo Rio Magdalena onde se encontra Mompós, na Colômbia. Em vermelho, nossa rota de acesso.
No dia seguinte, bem cedinho, estávamos prontos para tentar terminar nossa jornada. Antes das sete da manhã já estávamos enfrentando o barro. Por sorte, muita gente no caminho, de moto, para nos guiar pelas encruzilhadas. A Fiona tirava os lamaçais de letra, mas nem todos os carros tinham essa sorte. Demos de cara com um Voyage da década de 80 completamente preso e tampando a estrada. Com nosso guincho, salvamos ele. AÃ, pudemos passar pelo lamaçal, virar a Fiona para o lado de cá e puxar o Voyage para lá. Durante a operação, uma fila se formou do lado de lá. Entre os carros, a polÃcia, para desespero dos ocupantes do Voyage que faziam carregamento ilegal de gasolina. SaÃram em disparada, assim que tiramos eles do barro. Queriam até levar parte do nosso equipamento que estava preso no carro deles.
Dois quilômetros à frente os encontramos novamente, dessa vez com problemas no motor. AÃ, já não era mais problema nosso. Como diria a Xuxa, "beijinho, beijinho, tchau, tchau!". A viagem seguiu sem maiores incidentes até chegarmos à San Sebastian, onde uma pequena balsa nos levou através de um dos braços do Rio Magdalena. Estávamos na Ilha de Mompós, 24 horas depois da sairmos de Bucaramanga!
Essa é a estrada à nossa frente, no caminho à Mompós, na Colômbia
Mas faltava um último desafio. Cruzar um trecho alagado de uns 300 metros onde a estrada desapareceu e só vÃamos um lago. Seguimos por onde imaginávamos ser a estrada, a Fiona afundando, afundando, afundando até que, para nosso alÃvio, ela começou a levantar, o som do motor já meio rouco abaixo d'água. Mas, enfim, passamos! Finalmente, chegamos à mÃtica Macondo!
Construção histórica com grande porta para o Rio Magdalena, em Mompós, na Colômbia
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