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Viva La Revolución!

Cuba, Havana

Propaganda pró-revolução nas ruas de Camaguey, em Cuba

Propaganda pró-revolução nas ruas de Camaguey, em Cuba


Fulgêncio Batista governou Cuba por três períodos, de 1933 a 1940, quando concentrou todo o poder para nominações de cargos públicos, já começando a mostrar sua face ditatorial. Foi eleito democraticamente em 1940, governando até 1944 e percebendo que não ganharia as eleições no ano de 1952 arquitetou um golpe militar, iniciando a pior ditadura já vivida por Cuba. Restrição da liberdade de expressão, controle à imprensa, universidade e congresso, além de desvio de dinheiro e alto índice de corrupção, fazendo fortuna para o seu grupo, enquanto o povo passava fome, não tinha acesso à educação e saúde.

Rua não turística no centro de Havana, capital de Cuba

Rua não turística no centro de Havana, capital de Cuba


Foi neste cenário que começam a surgir os primeiros movimentos oposicionistas, o maio e mais conhecido dele depois apelidado de Movimento 26 de Julho (1953), data em que Fidel Castro e mais 160 homens tentaram a invasão do Quartel Moncada e falharam. Vários morreram, mas algumas pessoas nasceram com sorte e Fidel definitivamente foi uma delas. Primeiro por que a guarda nacional de Fulgêncio havia recebido ordens de matá-lo antes mesmo de chegar à prisão, porém o Tenente Pedro Sarría seguiu as leis e não as ordens do ditador, prendendo-o e impedindo que Fidel fosse apagado sem o conhecimento da imprensa. Sarría obviamente foi mandado direto à prisão e Fidel foi condenado a 20 anos na Prisión Modelo da Isla los Pinos, atual Isla de La Juventud. No seu julgamento, utilizando o seu título de doutor em direito e a eloqüência que lhe é natural, foi seu próprio defensor e imortalizou a frase: “A história me absolverá!”

Famosa foto de Fidel, em exposição na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba

Famosa foto de Fidel, em exposição na Fortaleza de San Carlos, em Havana - Cuba


A história eu não tenho certeza, mas Batista, como ato de reconciliação, anistiou os presos políticos em 1954, libertando Fidel Castro e os poucos que haviam sobrevivido ao Moncada. Após viver um tempo no México, Fidel retorna com um grupo revolucionário reunido no México, dentre eles Raúl Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto Che Guevara. A Expedição Granma desembarcou no oriente cubano e foi dizimado pelo exercito de Batista, sobrando apenas 11 homens dos 82 que estavam presentes.

Antiga torre de fortaleza em Havana, capital de Cuba

Antiga torre de fortaleza em Havana, capital de Cuba


Os lideres conseguiram se refugiar na Sierra maestra e, contando com o apoio da luta clandestina representada por Frank País, angariou homens, armas, alimentos e equipamentos para o início da luta armada. Chegaram a ser formadas 8 colunas na guerrilha cubana, que pouco a pouco vieram tomando territórios, quartéis e cidades. O apoio popular era grande, as mulheres tiveram papel fundamental no transporte de munição e informação entre os comandantes. Em 1958 Fidel e seus companheiros “barbudos” tomaram Santa Clara, cidade mais próxima à capital La Havana, e Fulgêncio deixa o país em 31 de Dezembro de 1958 depois de assaltar os cofres públicos, deixando livre o caminho para o novo Governo Revolucionário.

Museu de la Revolución, em Havana, capital de Cuba

Museu de la Revolución, em Havana, capital de Cuba


A partir daí o novo governo começou a reforma política do país para o sistema socialista, promulgando decretos polêmicos como o fim da propriedade privada. Aqueles que não apoiavam ou que perceberam os rumos que tomava o novo sistema começaram a deixar o país.

Rua movimentada no centro de Havana - Cuba

Rua movimentada no centro de Havana - Cuba


No início do novo governo carros foram abandonados pelos antigos proprietários que saíram do país e assumido pelos que ficaram. Sabe-se lá se o governo os redistribuiu ou se foram simplesmente apossados pelos vizinhos mais ágeis. Assim, fora as casas e os carros particulares adquiridos antes da revolução, tudo em Cuba tudo é estatal. Restaurantes, bares, hotéis, lojas, supermercados, farmácias, postos de gasolina, salões de beleza, cinemas, plantações, fábricas, hospitais, clínicas, escolas, empresas de quaisquer áreas... Enfim, tudo. Ah, se sua casa fosse grande demais ou se você tivesse duas ou três propriedades, estas também seriam desapropriadas e compartilhadas com aqueles que necessitassem.

Preparando os famosos morritos! (em Havana, capital de Cuba)

Preparando os famosos morritos! (em Havana, capital de Cuba)


Em 1961 aconteceu o principal episódio da Contra-Revolução, quando cubanos treinados pela CIA em Miami e apoiados pela Nicarágua, tentaram a invasão da Ilha de Cuba pela Playa Girón, na Baía de los Cochinos (Baía dos Porcos). Fidel foi à frente de batalha e os derrotou. Este episódio foi marcante para o fortalecimento dos laços da Cuba Socialista com o mundo Comunista Soviético, reafirmando o corte de relações diplomáticas estadounidenses. Foi em 1962, quando a União Soviética decidiu implementar uma base de mísseis nucleares em Cuba, que os Estados Unidos fizeram o imenso bloqueio naval à Cuba e desde então o bloqueio e embargo econômico isolaram Cuba dos produtos norte-americanos e de todos os países que querem manter qualquer relação diplomática com os Estados Unidos.

Brasil e Cuba, povos irmãos! (em Havana - Cuba)

Brasil e Cuba, povos irmãos! (em Havana - Cuba)


A Revolução Cubana parece ter encontrado o cenário ideal para o seu sucesso. Descontentamento popular, lideranças inflamadas contra o sistema, uma área geográfica relativamente pequena e muuuita sorte. Toda essa história pode ser vista no Museu da Revolução, recortes de jornais e murais contam a história de forma totalmente parcial, mostrando seus heróis e o triunfo do bem (Fidel) contra o mal (Fulgêncio).

Rua turística no centro de Havana, capital de Cuba

Rua turística no centro de Havana, capital de Cuba


Após a aula de história saímos caminhando pelas ruas de Havana Vieja e conhecemos um casal de cubanos muito bacana, Dani e Alfredo. Eles nos levaram a alguns dos bares mais tradicionais nas ruelas do bairro, onde o mais difícil é encontrarmos algum turista. É claro que depois do “boi” que levamos ontem ficamos com aquela pulga atrás da orelha, mas no final o bom papo com os dois sobre sua visão de mundo, histórias cubanas e suas famílias, acaba sempre valendo á pena. Tomamos cinco mojitos cada um e já meio trelelés fomos jantar em um paladar com os dois. Noite agradável que prometia se estender em uma balada em Miramar, o bairro chique de Havana, mas o cansaço novamente nos venceu e acabamos nos rendendo aos sonhos (socialistas?) nos braços de Morpheu.

Confraternização em boteco de Havana, capital de Cuba

Confraternização em boteco de Havana, capital de Cuba

Cuba, Havana, La Havana, Revolución Cubana, Fidel Castro, Che Guevara

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Comentários (1)

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  • 29/04/2012 | 20:35 por Bruna

    Ler esse blog reacendeu meu sonho de ir à Cuba, vou providenciar minha viagem. Só não gostei da postura de vocês com relação à história. Com toda certeza que o Fidel é a representação do bem frente ao gigante imperialista que destrói tudo ao seu redor e que infelizmente mora bem ao lado de Cuba.

    Viva la revolución!

    Resposta:
    Olá Bruna! Toda história tem dois lados, pontos positivos e negativos. Para falar bem a verdade não tenho uma posição em relação à essa história, mas quando vc for para lá com certeza conseguirá entender bem do que estou falando. Esperamos notícias da sua viagem! Não deixe de realizar o seu sonho! beijos!

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