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A linda praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Ontem chegamos à Port-au-Prince, mais especificamente ao distrito de Pétion-Ville. Nosso encontro com Lana e Erick foi muito especial e depois de uma hora conversando sobre a vida e um possível roteiro pelo país, eles nos convidaram a viajar com eles para conhecer uma praia ao norte de Port-au-Prince, no litoral oeste da ilha, a Obama Beach.
A deliciosa e pacata praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O nosso roteiro pelo Haiti estava desenhado para uma semana, 2 dias em Port-au-Prince, 2 dias em Jacmel, cidade histórica do litoral sul haitiano, e no dia 24 voaríamos para a cidade de Cap-Haitien no norte. A única amarra que tínhamos era este vôo, já que fizemos a compra das passagens assim que chegamos à Rep. Dominicana. Então, por que não ir ao sabor do vento e nos deixar levar pelas oportunidades que surgirem durante a viagem?
Jangada singra os mares perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Vamos todos à Obama Beach! Uma praia de pedras roliças e águas cristalinas na grande baía de Port-au-Prince, pouco mais de 60km do centro da cidade. Transporte público aqui é complicado e bastante desorganizado, nem todos os destinos possuem ônibus de linha. Daqui à Jacmel seria mais fácil, porém até a Obama Beach seria uma aventura! Moto-táxi, 2 ou 3 tap-taps, caminhonetes que servem a comunidade como lotações, e ainda assim não sei se conseguiríamos chegar.
O trânsito sempre complicado de Port-au_Prince, capital do Haiti
Para a nossa grande sorte o convite veio acompanhado de uma carona com a Elsie, amiga haitiana que mora em Vermont - EUA. Ela está de férias aqui no calor do Haiti visitando a família enquanto Vermont está embaixo de neve. Sua filha Maya vive em Port-au-Prince e acaba de abrir uma academia de yoga.
Tarde gostosa com amigos no hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O carro de Elsie foi lotado, ela e Maya na frente, Jerome (namorado de Maya), Erick e Lana no meio e eu e o Rodrigo lembrando os tempos de infância no chiqueirinho. Foi pouco mais de uma hora de viagem passando pelas ruas tumultuadas do centro da capital, paisagens áridas e devastadas dos arredores da cidade, até ficarmos entre as montanhas e ao mar. Existem várias praias bacanas de grandes hotéis e resorts nesta costa, mas são caros mesmo para quem quer apenas passar o dia. Eles parecem criar um mundo particular para fugir da realidade das ruas. O Obama Beach é diferente, simples e acessível a todos, tem um restaurante aberto ao público e praia liberada para quem quiser. Seu nome vem mesmo de onde você imagina, o dono é fã do Obama e resolveu homenageá-lo no seu empreendimento.
Visualizar Obama Beach Hotel em um mapa maior
Chegamos ao Obama Beach Hotel ainda pela manhã e demos de cara com um grupo de brasileiros! Eram mais de 15 homens de todos os cantos do país, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e por aí vai. O grupo de oficiais está aqui pela missão de paz brasileira no Haiti. Eu confesso que nunca acompanhei muito as atividades do nosso Exército, mas sempre fiquei de olho no trabalho deste pessoal, afinal a Missão de Paz da ONU do Haiti, comandada pelo Exército Brasileiro, é um case de sucesso e sempre foi motivo de orgulho para o nosso país.
Brasão do batalhão de engenharia brasileira no MINUSTAH, as forças de paz da ONU no país (perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti)
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Durante a missão eles ficam 6 meses no Haiti e não podem se movimentar pelo país se não estiverem em grupo, mesmo quando estão de folga. O pessoal do batalhão de engenharia da missão estava aproveitando o dia de folga para relaxar na praia, fazendo um churrasquinho, tomando uma cervejinha e nos receberam de braços abertos! Nem preciso dizer que em dois minutos já estávamos em casa! Ouvir todos eles contando suas experiências aqui no Haiti, com os diferentes sotaques de norte a sul do país, mas em bom e claro português, enquanto comia uma carninha preparada por churrasqueiros que entendem do negócio, arrozinho e farofa brasileiros!?! Foi como chegar ao paraíso!
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Conversamos sobre o cotidiano deles durante a missão, as obras que estão realizando e inclusive que já realizaram no Brasil. Esse pessoal da engenharia do exército trabalha duro, abre mata e prepara a parte mais difícil do terreno para depois as construtoras licitadas chegarem com estrada pronta e florestas arrancadas para começar a construção. Alguns deles trabalharam na implementação de uma das obras mais polêmicas no Brasil, a “transposição” do Rio São Francisco. “Eu sou contra”, logo disse, mas com paciência eles me explicaram que logo de início o termo utilizado está errado, não é uma transposição e sim uma obra de canalização de 1% do fluxo do rio, seguida pela obra de desassoriamento do rio, esta sim criada pela falta de práticas ambientais corretas dos proprietários e agricultores que vivem ao longo do rio. Enfim, uma troca de experiências sensacional!
Confraternização com militares brasileiros da força de paz da ONU, na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Eles também adoraram saber do nosso projeto, os dois malucos que saíram dirigindo e passando por cada um dos seus estados, até chegar ao Alasca e agora retornar ao Brasil, mas não sem antes vir conhecer o Haiti. De todas estas conversas nasceu um convite para visitarmos o BRAENGCOY, a sede do batalhão no Campo Charlie, local onde estão baseadas a maior parte das tropas brasileiras. Mais uma grande oportunidade: conhecer o trabalho dos brasileiros que ajudam a reconstruir o Haiti!
Um verdadeiro churrasco brasileiro na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Tentei, mas confesso que foi bem difícil, dividir a atenção entre os nossos novos amigos haitianos e os novos amigos brasileiros! Rs! Eles logo tiveram que regressar à base, assim como Elsie, Maya e Jerome tinham que voltar à Port-au-Prince. Logo Lana e Erick, eu e Rodrigo estávamos praticamente sozinhos no hotel, dividindo o telhado seco com mais meia dúzia de locais quando um grande temporal despencou dos céus. Depois que o pior passou, eu, Lana e Erick nos mandamos para a praia, tomar um banho de mar na chuva! Maravilhoso! Nadamos nas águas quentes, sentindo a chuva fria nos refrescar. O alarido do temporal silenciava nossa mente, enquanto o prateado chuviscado das nuvens e das águas se mesclavam com a imensa mancha marrom de toda a terra que erodia para o mar. Que momento!
Fim de tarde na praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
A noite continuou intensa, um jantar maravilhoso acompanhado de várias Prestiges e de longas conversas com Lana e Sara, uma jovem americana que está trabalhando em um start-up aqui no país. Sara se foi e eu e Lana continuamos, noite adentro, falando de nossos medos, nossas alegrias e nossas inseguranças. Essas conexões mais profundas as vezes acontecem com algumas pessoas que cruzamos na viagem. Pessoas que como nós estão longe de seus amigos e familiares e que também precisam conversar. Alguma energia especial nos uniu e nos deu aquela amizade instantânea e profunda para falarmos por uma noite inteira sobre assuntos que as vezes outros não poderiam compreender.
Fim de tarde na praia de Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
O dia seguinte foi de paz, uma praia vazia, um mar azul tranquilo após a tormenta, seguido de um omelete de café da manhã dos mais deliciosos que já comi na minha vida! E olhem que eu não sou muito de ovo, muito menos de manhã.
A Ana tem todo o mar para si na praia Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
As 10h30 o carro que nos levaria de volta à cidade já estava lá nos esperando. Na volta paramos no mercado de rua de Cabaret, uma loucura sem tamanho de gente vendendo todos os 130 tipos de manga produzidos no país, além de melancias, abacaxis e toda a sorte de frutas e verduras que você imaginar.
O movimentado mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
O movimentado mercado de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
Detalhes de haitianos no mercado de Cabaret, antiga Duvalierville, ao norte de Port-au-Prince, no Haiti
À tarde Lana e Erick foram para as montanhas e nos convidaram novamente a acompanhá-los, mas desta vez achamos que seria melhor deixá-los descansar e aproveitar o seu momento sozinhos, enquanto nós sairíamos para explorar Pétion-Ville e descansávamos no conforto do Le Perroquet.
Com o Eric, numa tarde gostosa com os amigos no hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
Quem diria que Obama Beach nos reservaria tantas surpresas e tantas emoções? Difícil adivinhar, mas cada vez mais confio no fluxo da vida, mesmo que não pareça claro, de que estamos seguindo pelo caminho certo.
Com um dos simpáticos funcionários do Hotel Obama, perto de Cabaret, antiga Duvalierville, no litoral central do Haiti
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