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Ketchikan, Totens e mais História - Blog da Ana - 1000 dias

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Ketchikan, Totens e mais História

Alaska, Ketchikan

Totem Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Totem Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska


O primeiro porto dos Alasca para os navios vindos dos Lower 48, Ketchikan tem sua história não muito diferente de suas vizinhas regionais. A busca pelo ouro na costa do Alasca e mais tarde a explosão do Gold Rush do Klondike, a utilizaram como ponto de passagem para muitos garimpeiros e sonhadores que buscavam uma oportunidade nas novas terras americanas.

Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska


O centro histórico de Ketchikan é um dos mais preservados e as antigas casas de meretrizes da mal afamada Creek Street viraram museus, restaurantes e lojas de souvenir que atendem aos milhares de turistas que chegam à cidade nos cruzeiros. As casas construídas praticamente sobre o riacho e em frente ao principal porto marcavam o início da zona onde podiam viver os habitantes de segunda classe na cidade.

Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Naquela época, os “civilizados homens brancos” tinham o norte da cidade reservado aos seus bons costumes, enquanto os indígenas e imigrantes japoneses, filipinos e afins, ficariam segregados ao sul. Entretanto Dolly, a mais famosa meretriz da Creek Street, não tinha problema algum de avisar às gentis madames onde estariam os seus maridos, caso não o encontrassem em casa ou no bar. “Ele está aqui dentro”, dizia um anúncio na janela da sua antiga casa, hoje um museu.

Dolly, uma das personagens mais conhecidas da histórica Creek Street, em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Dolly, uma das personagens mais conhecidas da histórica Creek Street, em Ketchikan, no sudeste do Alaska


No centro histórico está localizado um dos hotéis mais antigos da cidade, o New York Hotel & Café. Vizinho da Creek Street, seus proprietários eram uma segregada família japonesa. Seu filho mais velho, que nasceu nos EUA e lutou no exército americano durante a 2ª Guerra Mundial, teve que assistir os seus pais e irmãos serem levados para um campo de confinamento no meio oeste americano. Anos se passaram, a guerra acabou e esta família retornou à Ketchikan. Lá encontraram o seu hotel impecável e todo o lucro dos últimos anos guardados, os esperando, um presente especial dos seus vizinhos.

Entrada da Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Entrada da Creek Street, a mais famosa rua de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Foi lá que nós ficamos hospedados, o antigo edifício foi reformado há pouco tempo com todos os confortos de um boutique hotel, mas teve a sua arquitetura, decoração e história preservada pelo novo proprietário. Fomos recebidos calorosamente por José, amigo porto-riquenho que gerencia o hotel e se mudou há 5 anos para o Alasca. Um lugar super aconchegante e caloroso para o dia chuvoso, depois de 18 horas de viagem no ferry-boat entre Sitka e Ketchikan.

O tradicional e aconchegante New York Hotel, em Ketchikan, no sudeste do Alaska

O tradicional e aconchegante New York Hotel, em Ketchikan, no sudeste do Alaska


No dia seguinte o sol finalmente resolveu aparecer e tivemos um dia lindo para conhecer os principais parques nos arredores da cidade. O destaque fica com o Toten Bight State Historical Park, onde pudemos aprender mais sobre a origem e o significado dos totens na cultura dos povos desta costa do Pacífico, como os Tinglíts, Haidas e Tsimshians.

Painel informativo sobre os antigos moradores da área de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Painel informativo sobre os antigos moradores da área de Ketchikan, no sudeste do Alaska


As árvores são escolhidas conforme suas características para diferentes finalidades. A sitka spruce é forte e leve, o hemlock tem a madeira muito rígida e já era menos utilizado, por ser mais difícil de trabalhar com ferramentas rústicas. O alder é usado para utensílios domésticos como cumbucas e travessas, por não deixar sabor na comida. Porém ela, quando queimada, é a que dá o melhor sabor na defumação do salmão.

Praia de pedras e água gelada em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Praia de pedras e água gelada em Ketchikan, no sudeste do Alaska


O cedro vermelho é a árvore mais cara e valorosa, sua madeira é maleável e duradoura, por isso ela é a preferida para a construção de casas, canoas e totens. As canoas são feitas de um único tronco, depois ganham forma com o vapor e água e são finalizadas com rochas quentes. Grandes lascas de árvore são transformadas em tábuas para a construção de casas, e mantendo a árvore viva no solo.

Répilca de antiga moradia de clã Tinglit, em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Répilca de antiga moradia de clã Tinglit, em Ketchikan, no sudeste do Alaska


Os totens são feitos com cedros retirados do meio da floresta, que crescem bem verticais e retos em busca da luz do sol. É feita uma cerimônia de retirada do cedro para um totem, com rezas e orações para que o tronco caia no lugar certo e sua madeira fique intacta, sem perder a força e durabilidade.

Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Os totens contam histórias, representam lendas, casamentos, conquistas, ajudam na proteção e homenageiam grandes chefes ou entes queridos que se foram. Cada animal tem um significado e está no totem representando uma pessoa, o clã ou uma energia. O corvo, por exemplo, é a imagem do grande criador, mensageiro do Grande Espírito, além de ser um dos dois principais clãs da cultura dos povos da costa noroeste do Pacífico.

Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Exposição de totens Tinglits e Haidas, em parque de Ketchikan, no sudeste do Alaska


A orca, indestrutível senhor dos mares, simboliza a força motora na crença espiritual. Os Haidas acreditavam que as orcas eram pessoas que haviam morrido afogadas e retornavam para visitá-los.

Painel explicativo sobre a significação dos totens na cultura indígena na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Painel explicativo sobre a significação dos totens na cultura indígena na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska


A cultura deste povo foi se perdendo aos poucos, sendo sufocada pelos colonizadores, porém hoje há um grande trabalho de resgate, através da arte, da língua e dos conhecimentos ancestrais desta terra.

Admirando árvore em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Admirando árvore em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Aproveitamos ainda o dia frio, mas ensolarado, para conhecer as trilhas da Tongass National Forest na região de Ketchikan, caminhando entre cedros, sitka spruces, arbustos de frutas vermelhas, praias e corredeiras e ficando cada vez mais íntimos dessa floresta.

Muitas berries em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Muitas berries em mata na área de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Visitamos também o local que abrigou mais de 200 aleuts durante a 2° Guerra Mundial. Duas das mais distantes das Ilhas Aleutas foram invadidas pelos japoneses durante a guerra e o governo americano resolveu evacuar as outras ilhas para proteger a população e dificultar a vida dos japoneses. A remoção foi feita da forma mais dolorosa e atrapalhada possível, as famílias só puderam trazer uma mala de roupas e todos os outros bens foram queimados junto com suas casas. Um acampamento foi montado ao redor deste lago, aqui em Ketchikan e vários aleuts não suportaram as péssimas condições e o confinamento na floresta, ambiente tão diferente das suas ilhas vulcânicas de paisagens amplas e desérticas.

Fiona entre as grandes árvores de mata na região de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Fiona entre as grandes árvores de mata na região de Ketchikan, no sudeste do Alaska


Lagoa em área rural de Ketchikan, no sudeste do Alaska

Lagoa em área rural de Ketchikan, no sudeste do Alaska


O dia foi intenso, muita história, cultura e novos conhecimentos para digerirmos em um almoço tardio no New York Hotel & Café. Uma vista linda do porto acompanhados de uma boa guiness, enquanto os rapazes do bar seguiam atentos a Monday Football Night, noite de jogo de futebol americano. A melhor surpresa ainda estava por vir. Nós passaríamos a madrugada acordados esperando pelo nosso ferry em algum bar ou na rua dentro da Fiona, quando José estendeu a nossa estadia, liberando o quarto para descansarmos até o horário do ferry! Salvou nossa noite de sono! Assim nos despedimos do Alasca, nessa passagem riquíssima pela cultura de Ketchikan, o último porto americano na Inside Passage.

Memorial Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Memorial Tinglit em Ketchikan, no sudeste do Alaska

Alaska, Ketchikan, Inside Passage, Tinglits, Alaska Marine Highway, Totens

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Ketchikan e os Japoneses

Comentários (1)

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  • 07/04/2013 | 13:57 por Cindia

    Genial o blog! Meu marido e eu iremos em cruzeiro para o Alaska no fim de maio e estou"garimpando" informações dos locais por onde passaremos! Fantásticas as dicas de Ketchikan! Fotos muito legais!!!
    Valeu!!

    Resposta:
    Olá Cindia! Obrigada pelo genial, estamos trabalhando para melhorá-lo sempre! rsrs! A viagem deve estar chegando, se precisar de mais informações e dicas é só nos avisar! Aproveitem e boa viagem!!!

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