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Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
3º Dia - KM 500 a Humaitá. 100km de lama e 200km de asfalto até Porto Velho.
Acantonados sob o teto sem paredes da torre da Embratel, despertamos com os primeiros raios de sol e ao som da Floresta Amazônica. Engraçado que sempre que escrevo o seu nome automaticamente utilizo as primeiras letras maiúsculas, como pessoas, como entidades, como algo muito maior do que um simples objeto ou subjuntivo. Talvez por sua grandeza, com certeza pela importância intrínseca que possui na nossa vida, no conjunto da nossa mãe Terra.
A bela paisasem da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Acho impossível acreditar que pessoas, por mais simples que sejam, não consigam entender e respeitar a sua conservação. É impensável um mundo sem ela. É inacreditável ter que acordar em meio da floresta e alguns poucos quilômetros a frente deparar-nos com tamanha destruição. Pastos, fazendas, áreas de floresta que deram espaço à necessidade urgente do ser humano, à miopia daqueles que seguem seu instinto de sobrevivência e destroem a base que lhes garante um futuro. Que o universo nos guie, para o bem e para o mal, em um caminho de equilíbrio entre o homem e a natureza.
A bela paisasem da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
O trecho entre o km 500 e Humaitá é o pior da BR-319. O tipo de solo argiloso, a perda da drenagem natural da floresta e a maior quantidade de tráfego entre fazendas e vilas fez com que a estrada se transformasse em uma lamaceira geral. Caminhões que carregam 50, 80 pessoas empoleiradas indo e vindo da pequena cidade de Realidade já não conseguem mais passar. Crianças, senhoras, homens e mulheres sem condições básicas de saneamento e saúde vão e voltam do único lugar que hoje podem chamar de lar. Será lá mesmo o lugar a que pertencem? Por que os levamos para lá? Os isolamos em prol de uma ocupação de um território que nem de nós, seres humanos, pode ser chamado.
Crianças brincam na orla do Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
O pior trecho de lama ficou entre a Fazenda dos Goianos e Humaitá. Tratores vão e vem, aumentando os sulcos da estrada e eventualmente ajudam a desatolar os caminhões empacados a horas ou dias em alguns trechos. A cidade Realidade neste ambiente já parece uma megalópole. Depois de tantos quilômetros sem encontrar nada e nem ninguém é até desconcertante ver um aglomerado urbano claramente esquecido pelo poder público.
Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
A 100 km de Humaitá, um distrito com 1000 habitantes apenas na área urbana, Realidade é fruto da explosão populacional ocorrida em diversos povoados amazônicos e traz consigo uma realidade desoladora. Nem quero saber de onde viria a sua prosperidade: extração de madeira? Pecuária? Soja? Um lugar que há pouco perfurou seu primeiro poço artesiano, abriu ruas de terra e as portas de sua primeira escola pública, estende as fronteiras da destruição na Amazônia. Seu povo luta pela emancipação, mais cargos públicos, mais dinheiro desviado, mais problemas de saúde publica, abastecimento e infra-estrutura básica. Realidade não poderia ter nome mais coerente.
Almoço na beira do Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
Nossa passagem por aí teria sido mais rápida não fora o bloqueio na estrada de lama, se é que isso se pode chamar de estrada. As fendas de lama quase seca são tão fundas que só o carro do “Dick o Vigarista” poderia passar. A Fiona tem seus truques, mas aquele pau de arara não. Ele ficou ali (desam)parado por algumas horas, até que chegamos com nosso guincho e não tivemos nem opção, senão arregaçar as mangas e ajudar a tirá-lo dali.
caminhão atolado bloqueia a estrada, logo depois da cidade de Humaitá. Uma hora de trabalho e muita força da Fiona para tirá-lo de lá (BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia)
Foram umas duas horas, das 7h30 as 9h30 da manhã desatolando, calçando a Fiona que patinava na lama, para puxar o caminhão lotado. Conseguimos tirar parte dos passageiros, mas senhorinhas e algumas crianças continuaram lá em cima, sem condições físicas de descer. O povo estava feliz com a nossa chegada e muito disposto a ajudar, conversar e ultrapassar qualquer barreira para poder chegar em casa e ver a família depois de 1 ou 6 meses de viagem, buscando trabalho ou tratamentos de saúde na capital do estado vizinho.
A Fiona enfrenta a lama nos piores trechos da BR-319, logo após a cidade de Realidade, já não muito distante do asfalto e da cidade de Humaitá, no Amazonas
É para lá que nos dirigimos, mas antes passamos pela sede do município, a cidade de Humaitá, ainda no estado do Amazonas. Humaitá marca o início, ou o fim, da aventura off-road da BR-319 e para muitos, o começo (ou fim) de uma nova aventura, a travessia da Rodovia Transamazônica.
Chegando á Humaitá, no Amazonas
Passamos pelo portal que marca o início da Transamazônica, mas desta vez seguimos em frente rumo à Rondônia. Fizemos uma parada para abastecimento e um almoço às margens do Rio Madeira, o mais veloz dos rios amazônicos. Centenas de troncos descem o rio, que ainda está cheio, a caminho de Manaus. Subindo o rio, está capital de Rondônia, mais um estado para a nossa coleção dos 1000dias.
O caudaloso Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
A partir de Humaitá a BR-319 já segue asfaltada e uma viagem mais tranquila e rápida até Porto Velho. Cruzamos mais uma vez um rio amazônico, agora de balsa, ao lado da ponte que está sendo construída sobre o Rio Madeira. Ao longe já podemos avistar a barragem da Hidrelétrica de Santo Antônio e conversamos com um engenheiro que trabalha na sua planta.
Na balsa sobre o Rio Madeira, chegando à Porto Velho, em Rondônia, e admirando a ponte quase pronta que vai atravessar o enorme rio
Em Porto Velho fomos recebidos por um velho amigo do grupo escoteiro que eu participava. O Rodrigo realizou o seu sonho de ser piloto de helicópteros, trabalha para a Força Aérea Brasileira e atualmente mora aqui na capital rondonense. Quem diria que num lugar tão distante encontraríamos um lar tão aconchegante para nos receber!? Agora temos que nos preparar para a próxima etapa da viagem que inclui o Acre e mais um longo trecho por uma das mais novas rodovias transnacionais brasileiras, a Rodovia Transoceânica que liga a nossa malha rodoviária do Atlântico ao Pacífico, cruzando o Perú!
Excelente seu blog. Coisa rara na Net, escrito com capricho, como a nossa língua merece. Tenho uma viagem planejada para depois que terminar essa pandemia, que, não fosse ela, já teria pelo menos iniciado. Pretendo sair de São Paulo, subir até Porto Velho, Manaus, Boa Vista, Venezuela, Colômbia e seguir por todos os países da América do Sul. Ainda pretendo "ruminar" os seus posts antes de iniciar essa parada. Parabéns pelo registro dessa viagem!
Estou com inveja desses viajante que tem o privilégio de fazer uma viagem pelo Brasil e conhece-lo de ponta a ponta pois, este país tem muita coisa a ser explorada, bom seria q cada brasileiro tivesse tão nobre privilégio. Boa viagem viajantes.
Foi necessário levar galão de combustível ou foram suficientes os postos do Careiro e de Humaitá?
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