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Montanhas do Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Outono de 1883, dois trabalhadores da Canadian Pacific Railway faziam prospecção de terras e se depararam com uma caverna onde corriam rios de águas quentes. Visionários, construíram um pequeno hotel para receber turistas cruzando as Rochosas Canadenses, rumo ao Pacífico. Numa longa viagem de trem, nada mal uma parada de descanso em águas termais!
O belo lago de Minnewanka, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Dois anos de desavenças sobre a legitimidade da propriedade destas terras fizeram o Primeiro Ministro canadense declarar os 26 km2 ao redor das termas, uma Reserva Nacional. Em 1887 o Rocky Mountains Park Act expandiu a área para 674 km2 e estabeleceu o Rocky Mountains National Park, primeiro parque nacional no Canadá e terceiro do mundo, apenas atrás do Yellowstone nos EUA e o Royal National Park, na Austrália.
Água azul e cachoeiras no Johnston Canyon, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Admirando o Johnston Canyon, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Assim surgiu um dos maiores destinos turísticos do mundo, as Rockies Canadenses, que recebiam turistas vindos da Europa depois de uma longa viagem em luxuosos transatlânticos e sobre os trilhos da Canadian Pacific até chegar à região. Para aumentar o seu fluxo de passageiros a empresa ferroviária construiu o Banff Springs Hotel e o Chateau Lake Louise e só em 1911 Banff poderia ser acessada de carro, via Calgary.
Esquilo nos observa atentamente no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Este foi o nosso caminho, percorrido por tantos nos tempos áureos das verdadeiras explorações turísticas do final do século XIX. Partimos de Calgary em direção à Canmore, cidade vizinha ao Banff National Park. A principal cidade turística é a própria cidade de Banff, localizada dentro dos limites do parque, inclusive, uma peculiaridade dos parques nacionais canadenses desta região.
A cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
As cidades se desenvolveram e chegaram a ameaçar a preservação do ecossistema, pelo boom turístico que enfrentavam. Durante a década de 90 foi feito um estudo profundo e novas medidas foram tomadas para que ambos, parque e cidade, pudessem viver em harmonia. Hoje Banff se orgulha em ser uma cidade verde e trabalha para manter o status, já que as suas paisagens são sua maior fonte econômica.
Artista de rua na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Banff nos lembrou muito as cidades da Serra Gaúcha, muito organizada, toda florida, com casas de foundue, racletes, churrascarias (à moda norte-americana, não se animem tanto!) e cheia de lojinhas convidativas com os temas preferidos das rochosas: o frio, os ursos, alces, vinhos e chocolates, enfim, tudo o que combina com inverno.
Charmoso restaurante na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
No verão o parque é um grande playground para entusiastas dos outdoors: caminhadas, montanhismo, escalada técnica em rocha, canoismo, pedal, mergulho, pesca e o que mais você imaginar! Até esqui em rodas encontramos! Já aos adeptos aos esportes de inverno, chegando na estação certa, estarão entre as melhores montanhas para esqui, snowboard e um dos maiores centros de treinamento em escalada no gelo e cachoeiras congeladas. Dica: para explorar tudo isso a fundo, seja no verão ou no inverno, venham com tempo, são centenas de quilômetros de trilhas.
Caminhada na orla do lago Minnewanka, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Nós chegamos em meio a um feriado nacional, quando os preços vão às alturas! Enfim, conseguimos um super negócio no priceline na área de Canmore, apenas 20km de Banff e acabamos descobrindo ser não apenas mais econômico, como o destino alternativo preferido do pessoal de Calgary à disputada e turística Banff. Sem muito tempo para explorar a região fechamos a nossa programação nos principais atrativos e uma grande caminhada na área do Lake Louise, história que merece outro post.
Comendo delicioso fondue na cidade de Banff, em Alberta, no Canadá
Almoçamos um foundue de queijo divino no Grizzly House e bem alimentados fomos conhecer os arredores do Lago Minnewanka. Uma caminhada de 3km até a entrada do cânion, respirando ar puro às margens do lago, cruzando com cabras montanhesas em meio aos pinheiros. Fomos até a entrada do Stewart Canyon, adiante só são permitidos grupos acima de 4 pessoas portando bear spray. Aqui neste lago de águas verdes cristalinas está uma vila fundada em 1912 e vários sítios arqueológicos submersos! Os mergulhos são super técnicos, pois estamos falando de mergulhos em altitude (1.450m), que variam entre 14 e 100m de profundidade e pouca visibilidade. Mais informações no site do parque, aqui.
Rio engolido pela represa do lago Minnewanka, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
O plano da tarde era subir a gondola (bondinho) da Sulphur Mountain. O tempo nublado, a pouca visibilidade e o preço (39 dólares por pessoa) nos desanimaram. A melhor opção para os hikers de plantão é subir a montanha a pé em um trekking de menos de 2 horas e voltar antes das 11h da manhã ou depois das 17h de graça! É claro que decidimos subir a pé no dia seguinte, má sorte a nossa foi que o tempo fechou e caiu um pé d´água totalmente desanimador.
Bondinho para o alto da Sulphur Mountain, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
No segundo dia, já a caminho de Lake Louise e enfrentando o tempo incerto de chuva fizemos uma caminhada de 5km no Johnston Canyon. Foram construídas passarelas e pontes que nos levam até uma caverna e lindas cachoeiras dentro do gorge. A trilha é linda, porém estreita e em dia de feriado pode engarrafar. Parafraseando uma senhora bem humorada que conhecemos no caminho parecia que toda a Central Station havia resolvido descer aqui hoje!
Caminhando pelas passarelas através do belíssimo Johnston Canyon, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Lá encontramos um casal de gaúchos queridíssimos que também lembraram muito de Gramado e estavam saudosos do Caracol. Realmente temos paisagens belíssimas no nosso Brasil. Talvez as paisagens brancas e nevadas do inverno os surpreendesse mais.
Encontro com um casal de gaúchos no Johnston Canyon, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Água azul e cachoeiras no Johnston Canyon, no Banff National Park, em Alberta, no Canadá
Mais tarde chegamos ao Lake Louise e Lake Moraine e aguentamos apenas alguns minutos sob o frio e a chuva ao redor dos principais cartões postais das Rochosas Canadenses. Torcendo para o tempo melhorar amanhã, nos instalamos no nosso hotel, um dos mais simples e ainda assim salgadíssimo para o casal aqui. Depois do jantar nos aquecemos na banheira de hidromassagem, afinal, não é sempre que temos essa mordomia! Hehehe! Amanhã nos aventuramos pelas trilhas do Banff National Park, alguns quilômetros entre coníferas, lagos e montanhas.
Mesmo com o dia nublado, a incrível beleza do Lake Moraine, perto de Lake Louise, em Alberta, no Canadá
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